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Subindo para Missões - Pr. José Bernardo

Jun 04, 2018

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Sammis Reachers
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    Quando estamos no trreo, diante das por-tas fechadas de um elevador, olhando para

    um preguioso mostrador, quase nem nosdamos conta do que acontece volta. To-da a nossa ateno se concentra naqueleobjetivo simples de subir. Isso bom, mas,se voc olhar volta por um momento,ver que h muitas outras pessoas que-

    rendo subir tambm, ento, enquanto vocespera, deixe-me apresentar uma delas: opastor John Piper, um dos grandes prega-dores da atualidade e autor de mais de 50livros. Oua o que ele diz:

    Alguma vez voc j se perguntou qual asensao de amar os perdidos? Este umtermo que usamos como parte de nosso

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    jargo cristo. Muitos crentes examinam

    seus coraes sentindo-se reprovados,procurando a chegada de algum sentimen-to de benevolncia que ir impulsion-lospara uma intensa evangelizao. Isso nun-ca vai acontecer. impossvel amar "operdido". Voc no pode ter um sentimento

    profundo por algo abstrato ou conceitual.Voc termina percebendo que impossvelamar profundamente uma pessoa desco-nhecida retratado em uma fotografia, emuito menos uma nao ou uma etnia oualgo to vago como todos os perdidos.

    No espere por sentimentos ou amor paraento falar de Cristo a um estranho. Voc

    j ama seu Pai celestial, e voc sabe queesse estranho foi criado por Ele, mas estseparado de Deus, ento d os primeiros

    passos na evangelizao por causa do seuamor por Deus. Basicamente, no porcompaixo pela humanidade que comparti-lhamos nossa f e intercedemos pelosperdidos, antes de tudo, por amor aDeus. (http://www.goodreads.com/)

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    DiretrioNo trreo - 5Voc est aqui - 7Subindo - 8

    1 andar: Indignao - 122 andar: Objetividade - 103 andar: Liderana - 304 andar: Criatividade - 425 andar: Santificao - 51

    6 andar: Perseverana - 627 andar: Produtividade - 718 andar: Alegria - 809 andar: Espiritualidade - 9110 andar: Transparncia - 10111 andar: Ousadia - 110

    12 andar: Generosidade - 12013 andar: Fidelidade - 132

    O seu andar - 143E agora?155

    A leitura desse livro pode ser feita em 3 horas

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    Esta afirmao digna de confiana:Se algum deseja ser bispo, deseja uma

    nobre funo.1Timteo 3:1

    Um desses hbitos em uma cidade grande,e que passa completamente desapercebi-do, ouvir em cada andar algum gritar dedentro do elevador: subiiiiiindo! claro que

    h mostradores que avisam o sentido emque o elevador vai. claro que a pessoasabe que sentido selecionou. Mesmo as-sim achamos que devemos avisar.

    Paulo fez isso quando disse a Timteo que

    quem se estica para alcanar ser supervi-sor (epscopo), deseja uma coisa boa. An-tes de comear a relacionar as exigncias

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    de um alto padro, Paulo avisa que ser um

    bispo era algo bastante elevado. Vou dei-xar para a leitura que vem a seguir a identi-ficao da natureza missionria dessechamado. Basta agora voc saber queesse livreto tem a mesma funo: estouavisando voc, de dentro do elevador, que

    para cima que se vai para misses. Por-tanto, prepare-se para subir.

    H catorze anos, eu esperava passaremos ltimos dias de 1999 para iniciar o ano2000 trabalhando na viso missionria que

    Deus me deu: a AMME Evangelizar. Duassemanas de anos se passaram e ns jalcanamos 127 milhes de pessoas atra-vs de mais de 50 mil igrejas que motiva-mos, treinamos, suprimos e apoiamos paraevangelizarem. Em sua infinita bondade

    Deus quis fazer da AMME Evangelizar amaior agncia missionria do Brasil e nosconcedeu realizar um projeto evangelsticode dimenses e de resultados incompar-veis. Neste ltimo dia de 2013, comeo umnovo momento. Quero encontrar um gran-

    de nmero de novos missionrios que nosajudem a continuar e ampliar a obra quetemos feito at aqui.

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    Estou devendo isso. Desde 2009, quandofui dirigido pelo Esprito a fazer um apelopara misses em nossa Escola de Lide-rana para adolescentes e jovens Pacifi-cadores, queria oferecer uma orientaoobjetiva e eficiente para jovens vocaciona-

    dos. Naquela oportunidade, minha peque-na f viu quase metade dos alunos se es-premerem espontaneamente na pequenasala que eu havia reservado. No vou meesquecer dos rostos ansiosos da falta deexpectativa que consumiu o primeiro amor

    por misses, e como a ansiedade foi subs-tituda por esperana, na medida em queministrei a Palavra de Deus.

    Em 2012 tivemos outra experincia queafetou a vida de quase duas centenas de

    adolescentes e jovens. Durante quinzedias estudamos versculo por versculo,frase por frase, palavra por palavra o livrode Neemias. Estou certo de que a porodas Escrituras que melhor ensina a desen-volver um projeto missionrio. Foi maravi-

    lhoso ver quantos alunos foram inspiradosa desenvolver projetos evangelsticos emsuas igrejas e muitos desses projetos es-

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    to funcionando para a glria de Deus.

    Ainda quero escrever um comentrio sobreo livro de Neemias, mas, por enquanto,quando orei sobre o que poderia ofereceraos vocacionados para ajud-los a decidirse entram ou no no elevador de misses,senti que o texto bsico deveria ser esse.

    Em razo do tempo e tambm da aplica-o desse material, no serei muito exten-so e me concentrarei mais no carter doque nas funes. Quero apresentar apenasuma lio em cada captulo, uma caracte-

    rstica que o missionrio deve ter, especi-almente se desejar trabalhar conosco nagrande obra que estamos fazendo na AM-ME Evangelizar. Suba cada um dessesandares, avaliando se voc tem aqueladeterminada caracterstica. Se voc puder

    subir todos os andares ns nos encontra-remos em cima, porque Deus exige exce-lncia em misses.

    Jos Bernardo.

    AMME Evangelizar

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    Quando ouvi essas coisas, sentei-mee chorei. Passei dias lamentando-me,

    jejuando e orando ao Deus dos cus.Neemias 1:4

    Quando pensamos na obra missionria,muitas pessoas querem saber como ochamado missionrio. Muitas vezes se

    atribui grande valor a esse momento, comose devesse ser um momento mstico emiraculoso. Diversas pessoas poderiamrelatar eventos especiais que poderiamconsiderar seu chamado. Eu mesmo expe-rimentei situaes assim, quando adoles-

    cente, quando deixei minha carreira secu-lar para pastorear e quando iniciei a AM-ME. Mas olhando para esses eventos, per-

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    cebo que eles no foram realmente o cha-

    mado. No primeiro captulo vemos o quede fato deve ser considerado um chamadoe o que impulsionou Neemias para cima,atravs das dificuldades.

    Encontramos Neemias no final do ano 446

    aC na fortaleza de Susa que fica onde hoje o Ir, uma das mais antigas cidades domundo, que j tinha quase quatro milniosde histria naquela poca e era sede dopoderoso Imprio Persa. Neemias era umhomem influente e riqussimo e servia dire-

    tamente ao rei Artarxerxes, o quinto reidos reis da Prsia. Ser o copeiro do reino era ser o rapaz do cafezinho. Neemiastinha um cargo de confiana e seria umadas poucas pessoas que tinha acesso intimidade do rei.

    Neemias sabia que Jud havia sido invadi-da e destruda por Nabucodonosor da Ba-bilnia cerca de oitenta anos antes. Entoum parente veio visita-lo no palcio comuma notcia nova. O empreendimento do

    sacerdote Esdras para restaurar a queridacidade do Rei havia encontrado uma terr-vel resistncia dos estrangeiros que agora

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    viviam na terra de Israel (Ed. 7:21-26).

    Atravs de intrigas os inimigos fizeram aobra parar e tornaram a situao terrvel.Neemias ouviu sobre a situao de seupovo: passam por grande sofrimento ehumilhao. O muro de Jerusalm foi der-rubado, e suas portas foram destrudas

    pelo fogo.Ne 1:3.

    Houve muita esperana quando Zorobabele depois Esdras partiram. O fim do cativei-ro anunciado por Daniel, por Isaas e porMiquias, parecia realmente haver chega-

    do. Ento, a notcia daquele fracasso foito forte que Neemias precisou sentar-se eficou ali orando, cheio de indignao.

    Esse foi o chamado de Neemias, e ochamado de todo missionrio: a indigna-

    o, o inconformismo, um sentimento deinjustia, a percepo de que algo estmuito errado e a vontade de ver mudana.O pastor Bill Hybels escreveu sobre issoem seu livro Descontentamento Santo.Gosto do ttulo, porque sugere a grande

    diferena entre o descontentamento co-mum e essa indignao que podemosidentificar como o chamado missionrio.

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    Notamos essa diferena na vida de Nee-

    mias. Sua indignao no o levou a cons-pirar contra o rei, no o levou a unir-se aum partido de oposio. Neemias no saiufazendo protestos pelos direitos humanos,nem planejou organizar uma ONG. Primei-ro ele foi apresentar o assunto ao Trino

    Deus dos Cus (porque os outros deusesso da terra). Depois ele ouviu Deus aomeditar no livro de Deuteronmio, e lem-brou de vrias passagens que o orientaramno direcionamento de sua indignao.

    Eu comecei a pregar aos sete anos deidade. Em um dia frio, quando havia poucomais do que minha famlia no pequenosalo em que congregvamos, pregueiminha primeira mensagem, indignado deque ainda houvesse pessoas que adora-

    vam dolos e no o Deus vivo.

    Aos dezesseis anos eu decidi ir para oseminrio e preparar-me melhor. Eu estavaindignado com a competio desesperadapor status em que via meus colegas envol-

    vidos, destruindo e sendo destrudos.Achei que precisava devotar a minha vidaa algo que tivesse mais valor.

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    Aos trinta anos deixei minha carreira como

    diretor de uma boa empresa que haviaajudado a erguer. Eu estava pastoreandoem tempo parcial, havia convidado umgrupo de jovens missionrios para treinarnossa igreja em evangelizao e estavaindignado por estar preocupado com coi-

    sas materiais enquanto tanta gente estavaescravizada s drogas e violncia docrime organizado em nossa regio.

    Quatro anos mais tarde, em 1997, olhandopara a realidade da Igreja Brasileira, a fra-

    queza doutrinria, os escndalos, a faltade santidade e de compromisso com avontade de Deus, eu entrei em um perodode grande lamento. Eu chorava todos osdias, clamava, suplicava, insistia at queno dia 11 de agosto de 1997 o Esprito de

    Deus se moveu dentro de mim de umaforma impressionante, me impulsionando aavanar. Ento me senti dirigido a estudara Segunda Carta de Paulo a Timteo, ondepercebi que o apostolo via o mesmo cen-rio que me causava indignao, e orientou

    Timteo a trabalhar pela evangelizao.Esse foi o meu chamado, no o dia memo-rvel em que o Esprito Santo se comoveu

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    dentro de mim, a indignao que senti jun-

    to com a esperana de ver mudana.

    Essa indignao em ver a Igreja aptica,enfraquecida, contaminada, esse descon-tentamento permanente companheiro. isso que me permite dizer que fui chama-

    do: a indignao e a esperana bblica demudana. Essa a razo de eu pregar atempo e fora de tempo. Esse o motivo deeu repreender, corrigir, exortar e perseve-rar nessas coisas. Posso dizer que a indig-nao o chamado.

    Tenho dito aos jovens apaixonados por umpovo, um pas, suas paisagens, sua cultu-ra, que o chamado deles para o turismo.Sendo guias tursticos podero divertir-semuito em seu trabalho. J o chamado para

    misses consiste na indignao contra opecado, contra a injustia. O chamado pa-ra misses apresentar essa dolorosaindignao em orao para ouvir a orienta-o de Deus em sua Palavra. O chamadopara misses um furioso impulso para

    fazer algo conforme a Deus diz, segundo avontade dele. Examine seu corao e vejase voc tem um chamado missionrio.

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    Esse o primeiro andar na subida para

    misses, por isso definimos nossa viso naAMME Evangelizar como chamando asigrejas ao primeiro amor, ajudando-as afazer as primeiras obras. Essa viso estbaseada na carta de Jesus ao anjo da igre-

    ja em feso: Contra voc, porm, tenho

    isto; voc abandonou o seu primeiro amor.Lembre-se de onde caiu. Arrependa-se e

    pratique as obras que praticava no princ-pio. Se no se arrepender, virei a voc etirarei o seu candelabro do lugar dele.Ap2:4,5. O Senhor de misses est indignado

    e ns tambm estamos.

    As cartas de Jesus s igrejas da sia temseveras advertncias contra o pecado e ainjustia, mas esto cheias de esperana.O propsito daquelas cartas produzir

    mudana e por isso so endereadas aoanjo da igreja. O anjo ou mensageiro daigreja era o ttulo do pregador nas sinago-gas e a Igreja Primitiva foi influenciada poraquela liturgia. Jesus enderea suas cartasaos pregadores, pois so eles que tm a

    responsabilidade de produzir a mudanaque se requer, atravs da pregao doEvangelho do Reino.

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    Para ser um missionrio da AMME Evan-

    gelizar preciso sentir que recebeu essascartas em primeira mo, preciso indignar-se com a situao da Igreja como Jesusest indignado. preciso querer, comoJesus quer, que a Igreja retorne ao primei-ro amor e faa as primeiras coisas e ento

    pregar at ver essa mudana acontecer.

    Se voc sente essa santa indignao, seest revestido de esperana no poder sal-vador do Evangelho, se voc tem essechamado para levar a Igreja Brasileira de

    volta santidade e evangelizao, entoa AMME a melhor agncia missionriapara voc: essa a nossa misso.

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    O rei me disse: O que voc gostaria depedir? Ento orei ao Deus dos cus...

    Neemias 2:4

    O que voc vai ser quando crescer? Pou-cas crianas diriam que querem ser missi-onrios e poucos pais as levariam a sriose o dissessem, particularmente nesses

    dias em que h tanta competio para serrico e popular. Ento como algum decideque quer ser missionrio, que tipo de mis-so quer fazer? Onde deseja ir? Comquem pretende falar? Essa uma tarefabastante difcil, mas, sem responder a per-

    guntas assim, o potencial missionrio nosai do segundo andar. Ningum crescesem saber o que quer ser.

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    Depois de quatro meses de muito choro,

    lamento, jejum e clamor, Neemias aparecetriste diante do rei pela primeira vez. Issotem muito a dizer sobre a santa indignaoque ele sentia. Mas agora havia uma razopara comunicar a tristeza que antes sapresentara a Deus, e ele orou sobre isso:

    Faze com que hoje este teu servo sejabem-sucedido, concedendo-lhe a benevo-lncia deste homem. Ne 1:11. Neemiasfinalmente decidira apresentar o assuntoao rei e isso causava certa tenso.

    Antes de tudo Neemias iria pedir que o reivoltasse atrs em uma deciso to recentecomo a de mandar parar a reconstruoque Esdras estava fazendo. Sente-se tam-bm o clima difcil que sua preocupaogerava. Os reis daquela poca viviam sob

    o medo de uma conspirao de morte edeviam ficar atentos a qualquer sinal detraio. Depois, o que Neemias planejavapedir no era de forma alguma pouco. Ha-via muitas razes para estar tenso.

    Ele apresentou o assunto de modo emoci-onal, afinal era sobre a sua cidade, a cida-de em que seus pais estavam sepultados.

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    Mas, quando o rei lhe perguntou sobre o

    que gostaria de pedir, Neemias tinha umalista precisa: queria autorizao para re-construir a cidade, um prazo de dispensado servio, cartas de apresentao paraautoridades, madeira em determinadaquantidade (ele sabia at mesmo o nome

    do oficial a quem deveria procurar paraisso), e outras coisas que ficaram suben-tendidas, como a escolta de oficiais e ca-valeiros que recebeu tudo apresentadocom habilidade inspiradora.

    Neemias comea sua histria cheio deemoo e revela ser um homem apaixona-do em tudo o que fazia, mas, quando che-ga o momento, ele sabe o que quer, sabeser exato em seus alvos. Neemias noficou s no sonho, s no quem me dera. A

    objetividade que demonstra percorre todoseu livro. Ao relatar sua passagem pelosterritrios alm do Rio Eufrates, onde ascartas para os governadores devem tersido muito teis para prevenir retaliaescomo a que Esdras havia sofrido, fica mais

    uma nota da objetividade, a declarao depropsito de Neemias: havia gente inte-ressada no bem dos israelitasNe 2:10.

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    Depois, quando chegou em Jerusalm, mal

    se refez da viagem j foi fazer uma inspe-o para detalhar seu plano e, quandofinalmente falou com os lderes na regio,tinha uma proposta to bem elaboradaquanto a que apresentara ao rei, e a rea-o foi muito positiva.

    A mesma objetividade transparece emseus relatrios de investimento, na nomea-o de pessoas, nos procedimentos e nospadres que estabeleceu. As pessoas quedoavam, cooperavam ou ajudavam Nee-

    mias sabiam exatamente o que esperardele e o que ele esperava delas. No deadmirar que os objetivos que definia fos-sem alcanados com preciso e dentro dosmelhores prazos.

    A objetividade de Neemias era resultadoda orao. Ele era um homem que oravasem cessar, longamente se tivesse oportu-nidade, ou rpida e silenciosamente comoquando o rei lhe perguntou o que queria.Vemos Neemias orando sempre e isso o

    ajudava a definir seus objetivos. A leiturabblica outro fator em suas decises.Vimos no primeiro captulo o quanto a me-

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    ditao em Deuteronmio o ajudou a defi-

    nir-se sobre o que fazer, e essa leiturapragmtica das Escrituras ainda vai apare-cer mais vezes. Neemias lia a Bblia parapratic-la e isso tambm o ajudou a definiros seus objetivos.

    Muita gente confunde objetividade comambio e ganncia. Mas Neemias noestava tentando ficar rico ou acumular po-der. Neemias estava interessado no bemdos israelitas pois era nisso que Deustambm estava interessado.

    da bondade de Deus que Neemias de-pendia para atingir seus objetivos. Ele que-ria alcanar o que Deus quisesse lhe dar.

    Antes de falar com o rei Neemias orou pa-ra que Deus operasse o seu sucesso

    (1:11). Quando conseguiu todos os itensda carssima e ousada lista que apresen-tou ao rei ele explicou assim o resultado:Visto que a bondosa mo de Deus estavasobre mim, o rei atendeu os meus pedi-dos. Ne 2:8. Ao testemunhar o sucesso

    para motivar as pessoas para o prximoobjetivo ele deu o crdito a Deus: Tam-bm lhes contei como Deus tinha sido

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    bondoso comigo... Ne 2:18. Diante do

    desprezo dos inimigos diante dos novos egrandiosos objetivos Neemias faz tudodepender de Deus: O Deus dos cus farque sejamos bem-sucedidos.Ne 2:20.

    Deixe-me dizer isso: viver pela f uma

    expresso comum no contexto de misses.Na maioria das vezes significa viver semobjetivos, sair por ai sem eira nem beira.Precipitao dos que vo, comodismo dosque ficam, essa uma razo de muita gen-te no querer fazer misses. Mas viver

    pela f no isso. Sem me aprofundar noriqussimo contexto de Habacuque, fcilver na carta aos Hebreus que f nessaexpresso significa fidelidade vontade deDeus. Ou seja, receberemos a vida abun-dante que Deus nos promete se perseve-

    rarmos firmes em fazer o que Deus quer.Isso viver pela f, e logo em seguida ou-vimos a sublime definio: f certeza e prova. Para viver pela f preciso sabersem dvida qual a vontade de Deus.

    Assim fica fcil mandar um monte para omeio do mar (Mt 17:20,21), outra expres-so to comum em misses. Os vocacio-

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    nados ficam maravilhados com os enormes

    objetivos alcanados pelos missionrios.Ainda hoje no fcil enviar mais de 800missionrios como Hudson Taylor envioupara o interior da China, Ainda hoje no fcil ir de uma costa outra da frica, do

    Atlntico ao ndico, como fez o Dr. Livings-

    ton, nem cuidar de mais de 10.000 rfos,fundar 117 escolas e educar 120.000 cri-anas pobres como fez George Mller.Eles mandaram muitos montes para omeio do mar e os montes foram. Mas osegredo no estava no tamanho da f de-

    les, ela era do tamanho de um gro demostarda. O segredo que pela f elessabiam com certeza e com prova qual eraa vontade de Deus. Se em nossa intimida-de com Deus sabemos que Ele quer man-dar um monte para o meio do mar, pode-

    mos simplesmente dizer e ele ir.

    Porm no basta saber essas coisas, preciso experiment-las. Se voc me per-guntasse no incio do ano 2000 eu lhe diriaque sabia disso, mas o primeiro ano da

    AMME foi dificlimo. Eu no atingi os obje-tivos com que sonhei. No cheguei nemperto de ajudar as igrejas brasileiras a

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    cumprir sua misso bblica de evangelizar

    todo mundo. Minha esposa, meus filhosainda pequenos e eu copiamos, dobramos,colamos e enviamos milhares de cartas.Escrevi a cada pastor de quem consegui-mos o endereo, oferecendo ajuda para aevangelizao. Em setembro daquele ano,

    a primeira e nica igreja que pudemos aju-dar abriu as suas portas. Terminamos oano com apenas uma igreja ajudada e seismil pessoas alcanadas. No final daqueleano entrei em um perodo de jejum e ora-o, ouvi e segui a orientao de Deus e

    no ano seguinte, em 2001, pudemos ajudarmais de 450 igrejas em 8 estados e alcan-amos cinco milhes de pessoas.

    Quantas carretas voc acha que fizemoscircular pelo Brasil carregando material

    evangelstico? Quantas centenas de me-tros cbicos de armazenagem j utilizamosem todo o pas? Quantos milhes de reaisvoc acha que foram necessrios paraimprimir tanta literatura colorida e de altaqualidade? Quantas milhas areas voc

    imagina que j voamos? Quantos eventosde treinamento voc pensa que foram ne-cessrios? Voc tem ideia de quantos mi-

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    lhares de pessoas j treinamos? Pode es-

    timar a multido de pessoas que encontra-ram Cristo e foram transformadas? Nsno temos riqueza, mas as montanhascontinuam sendo removidas, obstculosso superados e os objetivos so alcana-dos. Enquanto os objetivos foram os meus,

    nada alcancei. Quando busquei os objeti-vos de Deus tudo se realizou.

    Fazer misses exige clareza de objetivos.Um missionrio deve saber onde querchegar, que resultados deseja obter. Con-

    tudo, seus objetivos precisam ser os obje-tivos de Deus e preciso busca-los naorao, no jejum e na Palavra de Deus.

    Se voc no sabe definir objetivos, d tiropara todo lado, no tem disciplina, se no

    se define, se no se decide, se no sabe oque quer, voc fica nesse andar. Se vocdefine objetivos conforme sua prpria ga-nncia, se escravo de suas ambies, sevoc mede o seu sucesso como o mundomede, voc fica nesse andar. Voc s po-

    de ir para o prximo nvel em misses seestiver disposto a descobrir os objetivos deDeus e fazer disso a sua prpria vontade,

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    o seu maior desejo. Quando algum per-

    guntar o que voc quer, voc deve dizerque quer a vontade de Deus. Esse oexemplo de Jesus, esse o Reino dosCus: Indo um pouco mais adiante, pros-trou-se com o rosto em terra e orou: MeuPai, se for possvel, afasta de mim este

    clice; contudo, no seja como eu quero,mas sim como tu queres.Mateus 26:39.

    Se voc chegou a esse andar, no vai que-rer descer, no vai desejar nada menos doque fazer a obra de Deus. Se quer fazer a

    vontade de Deus e no a sua prpria, voctem um verdadeiro chamado para misses.

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    O sumo sacerdote Eliasibe e os seus co-legas sacerdotes comearam o seu traba-

    lho e reconstruram a porta das Ovelhas.Eles a consagraram e colocaram as portasno lugar. Depois construram o muro at atorre dos Cem, que consagraram, e at a

    torre de Hananeel.Neemias 3:1

    H um mito que persegue missionrios tofrequentemente que eu comeo a me per-guntar se isso no seria algum tipo de psi-copatologia ou uma falha de carter tpica:estou falando do mito do missionrio in-compreendido. De repente o sujeito resol-

    ve ser missionrio, sem aviso prvio, semcomunho, sem comunicao. Resolveque deve ir para um lugar de que sua fam-

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    lia nunca ouviu falar e de um jeito que seus

    lderes no aprovam. O surto to forteque nenhum conselho vlido, nenhumapalavra de Deus, nenhuma orientao bem vinda. A pessoinha se sente incom-preendida, resolve ir sozinha e sempre seperde. O terceiro captulo do livro de Nee-

    mias mostra uma realidade muito diferentepara a realizao de um grande projeto.Vamos ver como Neemias lidou com mui-tos grupos e centenas de pessoas, e comoaproveitou essa diversidade para realizaros objetivos de Deus.

    Uma cidade sem muros ou proteo noservia para ser habitada. Poderia ser inva-dida a qualquer momento por hordas deassaltantes do deserto e perder tudo. Aspessoas com mais recursos no morariam

    ali, nem desenvolveriam seus negcios emum lugar assim. A cidade ficaria humilha-da, habitada apenas pelos miserveis. Erao que acontecera com Jerusalm. Intrigashaviam parado violentamente o trabalho dereconstruo (Ed. 7:21-26). As portas, pon-

    tos mais frgeis e mais estratgicos deuma muralha foram queimadas e o fogoenfraqueceu a argamassa das paredes

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    duplas, fazendo-as ruir e espalhar o entu-

    lho. Neemias precisava restaurar os murospara ver Jerusalm se reerguer, ser nova-mente habitada e continuar representandoa esperana do povo de Israel.

    O projeto era muito caro e muito difcil.

    Olhando de fora era impossvel realizaraquele trabalho, ainda mais realiza-lo bem.Como Neemias conseguiu, e em to poucotempo? A resposta que recebemos umalista de nomes e partes dos muros querestauraram. Neemias fez o que parecia

    impossvel porque contou com as pessoas.Pessoas de todos os nveis sociais, detodas as profisses, de todos os lugares,trabalharam lado a lado, com um nicoideal. Foi assim que Neemias realizougrandes coisas: liderando.

    primeira vista a lista parece montona,como qualquer lista. Mas um pouco deateno revela coisas muito interessantes.O primeiro nome que aparece o do su-mo-sacerdote Eliasibe e os sacerdotes sob

    sua liderana. Na falta de um rei, o sumo-sacerdote no tinha concorrente como aautoridade mais importante naquela comu-

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    nidade. Mesmo ele se submeteu ao co-

    mando de Neemias, e ainda usou sua au-toridade para fazer cooperarem os homenssob suas ordens. Isso ainda mais signifi-cativo quando voc pensa em como ossacerdotes eram pessoas separadas,sempre vestidos de roupas finas, dedica-

    dos ao sofisticado trabalho do templo. Ago-ra eles estavam carregando pedra, serran-do madeira, lidando com ferragem. Elesforam um bom exemplo para os outroshabitantes, e o fato de consagrarem cadatrabalho que fizeram, determinou no so-

    mente um ritmo, mas tambm o santo pro-psito que deviam seguir.

    Oposto ao exemplo do sumo-sacerdote,vemos que os aristocratas de Tecoa, cida-dezinha 17 quilmetros ao sul de Jerusa-

    lm, no quiseram se submeter lideranae fazer o trabalho braal (Ne 3:5). Ficaramss: as pessoas que eles deveriam liderarforam sem eles, entusiasmadas pela uni-dade de propsito que unia a todos, e re-pararam no somente um, mas dois tre-

    chos do muro (Ne 3:27). Isso tem muito adizer sobre a capacidade de liderana deNeemias em superar divergncias.

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    No verso oito encontramos o Uziel, ouri-

    ves, e o Hananias, perfumista. So duasprofisses que exigem preciso, delicade-za, habilidades finas. Dificilmente aqueleshomens estariam em condies fsicaspara o trabalho pesado de construo, mas interessante como o esforo deles rela-

    tado: eles construram Jerusalm. A lide-rana de Neemias animou aqueles homensa irem alm do que se poderia julgar queeram capazes e eles no apenas puseramalgumas pedras no lugar. Eles foram partede um projeto muito maior.

    Impressiona ver quantas vezes se repete apalavra governador entre os que trabalha-ram naqueles muros. Todos os governado-res de Jud parecem ter se reunido ali.Eram os sar, prncipes ou chefes polticos,

    de distritos em melhores condies do queJerusalm, que deixaram suas proprieda-des e afazeres, para se submeterem liderana de Neemias. Eles no estavamali obrigados, no foram comprados compromessas ou com dinheiro. Eles se dedi-

    caram a um trabalho humilde e pesado, emcondies precrias, em situao de risco,e a razo disso foi a liderana de Neemias.

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    Quando se pensa que se viu o mximo da

    diversidade nessa lista, Neemias relacionamais um grupo excepcional. Salum, gover-nador de parte do distrito de Jerusalmteve a ajuda de suas filhas. Fico pensandoonde estariam os filhos desse governador.Pode ser que tivessem morrido na defesa

    de Jerusalm, meses antes. uma possi-bilidade. Seus genros no so menciona-dos, ento, suas filhas poderiam ser aindamuito jovens. Delicadas filhas de Jerusa-lm carregando pedra para ajudar o gover-nador, seu pai, a construir o muro. Isso fala

    de superao de limites, de diminuio dediferenas, de unidade civil, de unidadefamiliar, de obteno de resultados. Esse o efeito que a liderana de Neemias cau-sava nas pessoas!

    Houve quem trabalhasse em frente suacasa e quem viesse de muito longe. Houvegente que trabalhou nos limites de seusinteresses e quem fez o que interessava aoutros. Houve os que s puderam recons-truir um pequeno trecho, outros fizeram

    centenas de metros ou at dois trechos.Havia equipes de apenas uma famlia echefes com muitos empregados. Havia

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    alguns trabalhadores bem inexperientes e

    aqueles que conheciam bem o trabalho.Essa obra admirvel contou com jovens evelhos, homens e mulheres, trabalhandolado a lado, desde a porta das ovelhaspara oeste e para o sul com o sumo-sacerdote, dando a volta na cidade at a

    porta das ovelhas novamente, agora comos ourives e os comerciantes: e o trabalhotodo foi feito em 52 dias (Ne 6:15).

    Uma liderana eficaz como a de Neemiasdeve nos inspirar no trabalho missionrio.

    Ela corresponde ao que Jesus ensinou aosseus discpulos sobre liderar: ...Vocssabem que os governantes das naes asdominam, e as pessoas importantes exer-cem poder sobre elas. No ser assimentre vocs. Ao contrrio, quem quiser

    tornar-se importante entre vocs deverser servo, e quem quiser ser o primeirodever ser escravo; como o Filho do ho-mem, que no veio para ser servido, mas

    para servir e dar a sua vida em resgate pormuitos.Mt 20:25-28. H cinco importantes

    princpios aqui e a vontade do Senhorque os coloquemos em prtica para que aobra que ordenou seja realizada.

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    Princpio da cooperao: No ser assim

    entre vocs. interessante notar que, aofalar sobre os chefes e os grandes fora donovo Israel que se assenhoreiam e contro-lam as pessoas, Jesus usa duas vezes apreposio gr. Kata, com o significado desobre ou contra. Fica claro que, tanto pelo

    substantivo como pela preposio, os pri-meiros e os grandes pertencem a umaclasse e o povo que se torna sua proprie-dade e domnio pertence a outra. Ao sereferir aos seus discpulos, porm, Jesususa sempre a preposio gr. en, que signi-

    fica dentro, com, ao lado. Portanto, a ver-dadeira liderana exercida dentro de umcorpo, um grupo, uma classe, uma comu-nidade da qual participamos. Para liderar preciso estar no mesmo lugar, na mesmasituao das pessoas que lideramos.

    Princpio da utilidade: quem quiser tornar-se importante entre vocs dever ser ser-vo. Por duas vezes Jesus usa o vergo gr.thel, indicando um desejo legtimo peloque bom. Ento no ruim desejar se

    tornar grande (a mesma palavra usadapara os grandes entre os gentios, mas comnfase no processo), a questo de que

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    modo se alcana esse objetivo. Entre o

    povo de Deus, algum se torna grandequando dicono dos outros. A construodessa palavra que incorporamos em nossovocabulrio pitoresca. Dicono aqueleque levanta poeira, dando a entender adiligncia e operosidade com que trabalha.

    Portanto, enquanto entre os gentios osprimeiros so os que comem, os que socarregados, os que so protegidos, entrens, so os que fazem a comida, os quesuportam o peso e os que garantem a se-gurana. Lidera quem til, quem no

    til finalmente descartvel.

    Princpio da disposio: quem quiser ser oprimeiro dever ser escravo.Novamente uma boa coisa desejar ser primeiro, e aquiJesus usa, ao invs da ideia de ser aquele

    que manda como entre os gentios, a de sequem chega antes. Ento, no reino, con-segue-se chegar primeiro sendo gr. doulos,um escravo, algum que vive em funodos outros, que no atende sua prprianecessidade e vontade, mas o que os ou-

    tros precisam ou desejam. Portanto o ver-dadeiro lder aquele que est disposi-o dos outros. Uma traduo possvel

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    desse termo para o ingls seria o ig. wai-

    ter. No temos algo parecido no portugus,mas muito inspirativo: significa literal-mente aquele que espera. Isso um lder,algum que est pronto para atender aquem necessita ou solicita.

    Princpio do modelo: como o Filho do ho-mem, que no veio para ser servido. Je-sus usa um advrbio intensificado que se-ria mais bem traduzido como justo e exa-tamente como. Jesus enfatiza que ele modelo para a verdadeira liderana, e a

    ideia de ser um exemplo que os outrosdevem imitar aplicada aos crentes daipor diante. Falaremos mais sobre isso no10 andarTransparncia.

    Princpio do resultado: para servir e dar a

    sua vida em resgate por muitos.. A ideiade resgate a de um preo que pagopara libertar uma pessoa, ou do sacrifcioque livra algum de sua culpa. A nfaseaqui est sobre o que se produz. Jesusveio para produzir libertao. assim que

    se destaca o lder cristo, ele produz umbenefcio espiritual para as pessoas quelidera e para isso empenha sua vida.

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    Quando leio Jesus dizendo que somos a

    luz do mundo e que devemos estar no lu-gar apropriado para iluminar a todos (Mt5:14,15) sei que todos os cristos sochamados liderana. Chamo essa funode iluminar a vida de outras pessoas comoliderana evangelstica. Para liderar, a

    lmpada precisa estar no mesmo ambientede trevas que as pessoas, precisa ser tilproduzindo luz, precisa estar onde todostenham acesso a ela, precisa ser a refe-rncia e produzir um resultado que afete avida das pessoas. Nesse processo a lm-

    pada se desgasta.

    exatamente isso que as pessoas rejei-tam quando caem na armadilha do missi-onrio incompreendido. Essa sndromeque isola a pessoa e a deixa solitria em

    misses est relacionada dificuldade deocupar a posio de servo, por egocen-trismo ou por egosmo. Por egocentrismoquando se protegem da frustrao, commedo de andarem com os outros e seremtradas ou desprezadas. Por egosmo

    uqando buscam realizar seus prprios so-nhos e atender suas prprias necessida-des, ignorando os outros.

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    Avalie sua capacidade de liderana. Qual

    sua aptido para realizar coisas atravsdas pessoas? Quanto interesse voc temde conduzir pessoas satisfao? Se vocainda como um adolescente desajustadoque ao pedido de trabalho em grupo dizprofessora, posso fazer sozinho?, voc

    no serve para misses. O inimigo tentarisolar voc, fazendo com que acredite se-rem seus desejos a prpria voz de Deus.Resista! Deixe o ouvido ouvir, deixe a bocafalar, deixe o olho ver, e quando chegar asua hora, lidere conforme a graa que re-

    cebeu como membro (Rm 12:1-10).

    Misses um projeto coletivo. como emAntioquia: Enquanto adoravam o Senhor ejejuavam, disse o Esprito Santo (a todos):Separem-me Barnab e Saulo para a obra

    a que os tenho chamado.At 13:2. Suspei-te de uma voz que s voc ouve, rejeiteum trabalho que s voc pode fazer. Per-manea no Corpo de Cristo, ai que acon-tece a liderana que realiza grandes coisaspara Deus. Para subir alm do terceiro

    andar no elevador de misses voc deveser capaz de liderar biblicamente.

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    ...e cada um dos construtores trazia nacintura uma espada enquanto trabalhava; e

    comigo ficava um homem pronto para tocara trombeta.Neemias 4:18

    Alguns jovens tem uma viso idealizada daobra missionria, talvez porque muitasbiografias so escritas com o objetivo de

    exaltar as qualidades de um missionrio.Na mente das pessoas fica a idia de quetudo funciona sem problemas em um gran-de projeto de evangelizao. No fica claroque h contratempos, oposies, faltas,dvidas, cortes, ausncias, riscos e aciden-

    tes e que um missionrio deve ter criativi-dade que lhe permita enfrentar todos essesproblemas. No captulo quatro vemos que

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    forte e destrutiva oposio Neemias preci-

    sou enfrentar, e que recursos utilizou parasuperar e vencer.

    Jud estava sob domnio do poderoso Im-prio Persa. Como era costume naqueletempo, terras conquistadas eram recoloni-

    zadas com a movimentao de povos deum lado para outro, dessa forma a resis-tncia das pessoas era quebrada e nuncahavia unidade suficiente para ameaar odomnio do conquistador. Por isso Judestava cercada de lderes opositores: ao

    norte, Sambalate, o lder dos samaritanos;a leste, Gesm, o prncipe de uma coliga-o de tribos rabes; ao sul, Tobias, o lderdos amonitas. Inimigos assim j haviamparado aquela obra uma vez, e agora que-riam impedi-la novamente. Somente neste

    captulo quatro tentativas, com diferentesestratgias, so relatadas. Contra cadauma Neemias criou solues eficazes.

    A oposio tinha um sistema de informa-o sobre tudo o que acontecia em Jerusa-

    lm. Sabemos que havia um indecenteleva e traz com vrios agentes duplos aoredor de Neemias. Baseada nessas infor-

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    maes, a primeira estratgia foi a zomba-

    ria. Ridicularizar pode destruir a confiana,causar descrdito e assim enfraquecer.Sambalate parece ter organizado um desfi-le militar ou algum tipo de festa que reuniuos aliados e suas tropas em uma demons-trao de fora e ali desmereceu e ridicula-

    rizou o trabalho e o esforo dos judeus.Diante dessa situao, Neemias primeiroorou. Ele tambm meditou nas Escrituraspois cita Jeremias em sua orao (Jr18:23). Alm disso, enquanto o inimigo noavanava, Neemias aproveitou o tempo e

    tomou a deciso de distribuir os esforosde modo que ao invs de avanar em al-guns setores, todo o muro crescesse porigual, assim, logo ofereceu alguma prote-o. Essa capacidade de antecipao estimplcita em uma guerra de nervos que

    nunca avanou, muito possivelmente porcausa daquelas cartas que o copeiro do reipediu l no primeiro captulo, e que deveter passado para entregar a Gesm, Sam-balate e Tobias antes de chegar a Jerusa-lm. Santa criatividade! (Ne 4:1-6).

    A segunda estratgia do inimigo foi o com-pl. Comeou com a aquisio de reforos

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    que Sambalate deveria estar pleiteando a

    algum tempo. Pela primeira vez so cita-dos os 'homens de Asdode' poderosa ci-dade a oeste, na Filstia. Assim Jerusalmestava agora cercada por todos os lados. Aespionagem continuou trabalhando a favordo inimigo e eles usaram as informaes

    para planejar o ataque. A idia era um ata-que massivo que provocasse confusoentre os judeus, e facilitasse a vitria (Ne4:7,8). Neemias aproveitou o tempo e iden-tificou pontos estratgicos que tratou dereforar enquanto o muro continuava a

    subir. Diante do compl ele novamenteorou, e o "ns oramos" nos mostra que eleno somente orava, como tambm envol-via a outros na orao. Ainda, sem nuncadistinguir entre medidas espirituais e mate-riais, ele determinou turnos de permanente

    vigilncia. Orou e vigiou! (Ne 4:7-9).

    A terceira estratgia do inimigo foi a intimi-dao. Logo ficamos sabendo como issofuncionou: estava todo mundo dizendo queera impossvel cumprir a misso. O povo

    estava desmotivado e isso o fazia sentir-secansado. Vieram tambm as ameaas deataque surpresa, de morte e de destruio.

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    O sistema de informao tambm pode ser

    uma arma, principalmente quando semeiadesinformao e aprofunda ainda mais adesmotivao e o medo. Mas Neemias eracriativo, ele tinha sempre uma nova solu-o desenvolvida sob medida para os de-safios que enfrentava. Primeiro identificou

    novos pontos que precisavam de reforo eescolheu pessoas que moravam por alipara obter maior comprometimento com avigilncia. Ele tambm guarneceu estespontos com trs cargas: arcos para ata-ques a longa distncia, lanas para meia

    distncia e espadas para a luta corpo acorpo. Depois fez ainda outra avaliao dasituao, e um forte discurso motivacional.(Ne 4:10-14).

    Agora a informao funcionou a favor de

    Jud. O inimigo foi desarticulado e recuou,mas ento que Neemias organiza suaestratgia mais intensiva. O fato que aaparente ausncia do inimigo implica emuma tenso ainda maior. Um amigo queviveu a infncia no Oriente Mdio me disse

    que dormia melhor sob o som de bombar-deios, pois assim era possvel saber ondeas bombas estavam caindo. O silncio era

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    aterrorizante. Neemias respondeu ao si-

    lncio: distribuiu os homens por vrias fun-es, incrementou o equipamento defensi-vo (escudos para lanceiros, couraas paraarqueiros), garantiu o apoio da liderana(liderana de servos), adaptou armamentoe estratgias s funes dos construtores

    para otimizar o rendimento e estabeleceuum sistema de alarme e pronta resposta.(Ne 4:15-22).

    Criatividade imprescindvel na obra mis-sionria. Estamos em uma guerra espiritual

    e somos atacados todos os dias de todasas formas. A pior coisa que nos poderiaacontecer ficarmos lamentando e imagi-nando como as coisas deveriam ser aoinvs de nos reorganizarmos para obter omelhor resultado em cada contingncia ou

    situao que enfrentamos.

    Na AMME Evangelizar esse um temaprioritrio. Temos estudado, pesquisado,experimentado e ensinado sobre criativi-dade. Desde 2004 passamos de adaptar

    para desenvolver programas evangelsti-cos que alcanaram milhes de pessoas.Desenvolvemos solues para ajudar as

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    igrejas a lidarem com a violncia domsti-

    ca, a autoestima, o bullying, as escolhas eoutros temas semelhantes. Estes progra-mas envolveram textos, ilustraes, de-sign, web-design, treinamento, publicidadee modelos de distribuio.

    Tambm, para administrar um ministriocomo o nosso e atender milhares de igre-jas, a nossa equipe deve criar todos osdias dezenas de solues para comunica-o, logstica, finanas e relacionamentos. a sequncia bem sucedida de solues

    criativas que impulsiona os resultados denossa agncia missionria. Alm disso, emprogramas de capacitao como a EAE -Escola Avanada de Evangelizao, temosensinado criatividade a centenas de lderesde evangelizao em todo o Brasil.

    Quero que voc se inspire na histria deNeemias e, sobretudo, no exemplo delepara ser um missionrio. Creio que a ex-traordinria criatividade de Neemias estassociada ao seu insuspeito compromisso

    com aquele projeto: "Eu, os meus irmos,os meus homens de confiana e os guar-das que estavam comigo nem tirvamos a

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    roupa, e cada um permanecia de arma na

    mo." Ne 4:23. Afinal, ningum cria quandono precisa. Criatividade a capacidadehumana para solucionar problemas que setm e suprir necessidades que se sentem.

    Alm do compromisso a criatividade de-

    manda flexibilidade. A pessoa criativa notem pena de fazer mudanas, no fica re-clamando e querendo deixar tudo comoest. A mudana sem propsito improdu-tiva, e um lder a evita a todo custo, mas,quando chega a hora de mudar, o verda-

    deiro lder rpido, preciso e intenso.

    Isso nos leva ao terceiro elemento da cria-tividade, a sintonia. Diferente do que sepoderia crer, a pessoa criativa vive nomundo real, est sintonizada com os fatos

    volta, de modo que a criatividade apli-cada sobre as informaes, como respostaa riscos e oportunidades conhecidos. Acriatividade utiliza os recursos disponveispara produzir resultados.

    Por agora deixe-me dizer a voc que todasas pessoas so criativas, voc tambm.Cheguei concluso de que h quatro

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    estilos de criao e um deles deve ser o

    seu: h pessoas que criam por ordenao,elas arranjam as coisas em uma nova or-dem e acham a soluo; outros criam poradaptao, vo ajustando, melhorando, atchegarem a algo que serve, que funciona;h quem crie por sntese, misturando coi-

    sas que outros no misturariam; tambmh os que criam por tentativa, insistindo dediversas formas at funcionar.

    Ento o problema no falta de criativida-de. Usar ou no a criatividade que se tem

    depende disso: compromisso, flexibilidadee sintonia. A obra missionria no lugarpara quem desiste antes de tentar, nempara quem reclama ao invs de agir, nempara quem quer viver um conto de fadas.Se voc no consegue se envolver plena-

    mente com o que est fazendo, se noquer ser flexvel e se prefere evitar a reali-dade, voc no ser capaz de usar a cria-tividade que tem, vai parar no quarto an-dar, sem poder subir para misses.

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    Por isso prossegui: O que vocs estofazendo no est certo. Vocs devem

    andar no temor do nosso Deus paraevitar a zombaria dos outros povos,os nossos inimigos. Neemias 5:9

    Um grande erro dos obreiros deixar queas pessoas acreditem que eles so espe-

    ciais, uma raa diferente, definitivamentesantos. Isso estabelece alvos inatingveisque, ao invs de inspirar, desanimam. Es-sa uma herana do catolicismo romano,onde os clrigos se vestiram de uma aurade mistrio e fantasia para gerar depen-

    dncia e domnio. Mais recentemente, po-rm, no meio evanglico, h um movimen-to de pndulo, e isso sempre leva ao outro

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    lado do erro. Eu me refiro aos vcios da

    supergraa, heresia em que a santificao deixada de lado em favor de um perdoextra bblico, to abrangente e to inclusivoque desgraa para quem se deixa enga-nar. Neste quinto captulo de Neemias va-mos observar a importncia da santificao

    e quanto ela importa para o Deus que santo e que ama os pecadores.

    O captulo cinco, que estamos examinandoagora, comea muito parecido com o cap-tulo quatro, apresentando uma ameaa ao

    projeto missionrio do povo sob a lideranade Neemias. L a ameaa vinha de fora,dos inimigos estrangeiros que cercavamJud por todos os lados. Aqui a ameaavem de dentro, do pecado dos prprios

    judeus envolvidos no trabalho.

    O povo, homens e mulheres, comeoureclamar. Parece que houve todo tipo demanifestaes e as mulheres tiveram umpapel importante nesse movimento de pro-testos. Trs classes econmicas parecem

    ter se mobilizado. A classe D, mais nume-rosa, estava reclamando por no ter o quecomer. A classe C, dos pequenos agricul-

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    tores tinha hipotecado suas pequenas pro-

    priedades para comprar comida e agoracorriam o risco de perder tudo. A classemdia estava endividada por causa dosimpostos. Em alguns casos o problema erato grave que alguns filhos foram entre-gues como escravos e no havia como

    resgat-los pois j no havia atividadeeconmica. A concentrao de renda daclasse A estava trazendo graves proble-mas sociais no somente para as pessoascom menor poder aquisitivo, mas tambmpara toda a economia da regio. Havia o

    risco de que Jerusalm fosse restaurada,mas no houvesse mais uma economiapara funcionar naquela estrutura.

    Em termos legais estava tudo correto. Osricos no podiam ser acusados de qual-

    quer crime. Os termos que Neemias usoupara se referir a rendas, juros, emprsti-mos, penhor, sugerem que as negociaeseram legtimas. O problema que o resul-tado era inaceitvel. Esse o conflito queenfrentamos diariamente como cristos. As

    leis e normas que ordenam nossa vida emsociedade so produto de mentes conta-minadas pelo pecado e, por isso, trazem a

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    marca da iniquidade. Quando nos limita-

    mos a obedecer a leis humanas desagra-damos a Deus, certamente. Como servosde Deus devemos ir alm do que a lei de-termina. como disse Jesus: se a justiade vocs no for muito superior dos fari-seus e mestres da lei, de modo nenhum

    entraro no Reino dos cus.Mt 5:20. Pau-lo, da parte de Deus, nos chama a um pa-dro de superior excelncia produzido emns pela ao do Esprito Santo e diz:Contra essas coisas no h lei.Gl 5:23.

    Os procedimentos eram legais, estavam deacordo com a justia do mundo, satisfazi-am s leis e s prticas comerciais, pare-cia honesto, mas o resultado era ruim, eesse foi o indcio de que algo deveria serfeito. As Escrituras sempre chamam a nos-

    sa ateno para o resultado de nossasaes, os frutos que obtemos: o importante o fim da Lei.A mera observncia de leisno produz justia. Aqueles que se fixamapenas em procedimentos e no atentampara o resultado falham! E o resultado que

    Deus deseja esse, que sejamos pareci-dos com Jesus: ele o fruto que a Lei de-veria produzir (Rm 10:4).

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    Por outro lado, sabemos que pecado

    literalmente sem parte, a ideia de nada terconquistado depois de uma ao ou, como mais usual, errar o alvo. Portanto o pe-cado no ter feito algo ou obtido algumacoisa, mas ter perdido, ter falhado em con-quistar, estar pobre, cego e nu.

    Perceber que depois de tanto trabalho nohaviam conquistado o que realmente im-portava deixou Neemias furioso. Ento eleiniciou um amplo processo para enfrentaraquela difcil situao. Antes de tudo ele

    avaliou a situao ele era um homembastante emocional, que se indignava coma iniquidade, mas que no agia conforme asua ira, antes refletia sobre cada assunto.Depois ele repreendeu os principais culpa-dos. Em progressivas medidas, at solu-

    o, ele convocou uma assembleia paratratar em unidade do assunto.

    interessante que no processo de tratardo pecado dos outros, Neemias teve aoportunidade de examinar sua prpria vida,

    e corrigir-se antes de corrigir aos outros,colocando-se como exemplo. A ideia eradevolver tudo quanto fora cobrado legiti-

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    mamente e no requerer o que fora em-

    prestado. Neemias estava chamando osricos a darem generosamente aos outros,como ele prprio estava dando. E no es-tava chamando as pessoas para uma aosocial eventual, mas para uma mudanade comportamento que produziu uma pro-

    funda mudana na economia.

    A partir do verso 14, Neemias faz um relatode doze anos para frente e mostra comomudou seu prprio comportamento emrelao questo social. Ele diz que na-

    quele ano, possivelmente aps concluda aobra, foi designado governador da provn-cia e, como tal, no recebeu o impostodevido ao governador que era de quasemeio quilo de prata por ms, o suficientepara pagar 120 dias de salrio a um traba-

    lhador. Alm disso, ele ainda tinha direito auma farta cesta bsica que tambm noaceitou. Ao contrrio disso, d o relatriodo enorme investimento que fez, traba-lhando pessoalmente e colocando seusempregados a servio da construo, ar-

    cando com as despesas da casa do gover-no e com a hospitalidade de funcionrios ediplomatas e ainda ofertando.

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    Neemias estava lidando com uma situao

    que tinha razes em prticas que comea-ram bem antes de ele chegar a Jerusalme que, com a parada da produo para areconstruo dos muros sob a presso deinimigos, fora ainda mais agravada. Mes-mo assim ele no se omitiu, no achou que

    eram problemas que outros deviam resol-ver. Neemias estava exigindo um compor-tamento que resultasse do relacionamentocom Deus: Vocs devem andar no temordo nosso DeusNe 5:9. Quando o ouvimosdizer que dessa forma eles evitariam a

    zombaria dos inimigos, temos que noslembrar de Jesus dizendo: Vocs so osal da terra. Mas se o sal perder o seu sa-bor, como restaur-lo? No servir paranada, exceto para ser jogado fora e pisado

    pelos homens.Mt 5:13

    Ele tambm disse que o seu prprio com-portamento foi determinado por esse rela-cionamento com Deus: Mas, por temer aDeus, no agi dessa maneira.Ne 5:15. Aolongo das Escrituras, a esse comportamen-

    to modificado por uma relao de temorreverente a Deus, chamamos de santida-de. Neemias buscava a santificao.

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    Infelizmente a santificao perdeu, em

    nossos dias, a sua praticidade. As novasgeraes parecem saber tudo o que a san-tificao no , mas no fazem nem ideiado que realmente seja. A igreja se ocupouto exclusivamente de dizer que a santifi-cao no est nos cabelos, nem nas rou-

    pas, nem na alimentao, nem nas ativida-des, que as pessoas nem sabem mais on-de a santificao est. Santidade tornou-seum conceito to obscuro, to fugaz, toabstrato que no interfere mais. fcilperceber porque, ento, a igreja descar-

    tada e desprezada.

    Para resgatar a ideia de santidade, gostode lembrar o que ensinou Pedro em suaprimeira carta: Vocs, porm, so geraoeleita, sacerdcio real, nao santa, povo

    exclusivo de Deus, para anunciar as gran-dezas daquele que os chamou das trevas

    para a sua maravilhosa luz.1Pe 2:9. Nes-se texto, o apstolo Pedro afirma que opovo escolhido para fazer misses tem trscaractersticas: 1. sacerdotal, portanto

    ntegro; 2. santo, isto , puro e sem con-taminao; 3. exclusivo, ou seja, perten-ce a um s dono.

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    O ensino bblico sobre santidade reflete

    sempre essas trs caractersticas: integri-dade, pureza e exclusividade. E a santida-de caracterstica bsica para o cumpri-mento da misso bblica da Igreja. Comovimos nesse captulo 5, o pecado se refletesocialmente, mas a soluo que um verda-

    deiro missionrio apresenta no umasoluo social, mas uma mudana na men-te: o arrependimento, a metanoia, a trans-formao produzida pelo governo de Deusna vida das pessoas. Neemias soube ex-perimentar, com muita antecedncia, a

    graa do Evangelho, indo alm da Lei, de-pendendo apenas da proximidade do Rei-no de Deus. Essa santificao, a integrida-de, pureza e exclusividade resultantes dotemor ao Senhor, conquistada pela repre-enso, decises prticas, conjuraes e

    ato proftico, modificou o comportamentode Neemias, dos ricos e, por fim, de todo opovo: Toda a assembleia disse: Amm!, elouvou o Senhor. E o povo cumpriu o que

    prometeu.Neemias 5:13.

    Nossa experincia na AMME que a faltade empenho da Igreja em fazer missesest sempre associada falta de santida-

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    de. Veja, as trs principais desculpas das

    pessoas para no evangelizar so: eu notenho capacidade. eu no tenho coragem.eu no tenho tempo. Quando os crentesdizem que no tem capacidade, deve estarfaltando o Esprito que d poder de reali-zao, portanto no so ntegros, falta-lhes

    algo. Quando dizem que no tm coragem,esses crentes esto dizendo que lhes faltao amor que nos impulsiona a usar o poderpara fazer coisas grandiosas pelas pesso-as que amamos. Crentes assim amam aomundo, esto contaminados por seus valo-

    res, temem o que o mundo teme e receiamperder aquilo que o mundo valoriza, falta-lhes pureza. Quando os crentes dizem queno tm tempo, porque esto gastando oseu tempo com outros senhores, falta-lhesuma mente disciplinada para fazer apenas

    a vontade de Deus; no h exclusividade.

    Pois Deus no nos deu esprito de covar-dia, mas de poder, de amor e de equil-brio.2Ti 1:7. Examine sua vida: voc sabeo que santidade? Voc sabe identificar a

    qualidade das aes pelos seus resultadosou vive sob o legalismo de apenas fazer oque de regra? Suas escolhas e decises,

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    seu comportamento, tm sido modificados

    por seu relacionamento com Deus? Voctem vivido em progressiva santificao etm exigido das pessoas sua volta queofeream a mesma integridade pureza eexclusividade a Deus?

    Em 1989 o professor Warren Bennis, es-pecialista em liderana, disse que, entreoutras diferenas, "gerentes fazem certo ascoisas, j os lderes fazem as coisas cer-tas.". Neemias sabia disso. Como missio-nrios, fomos chamados para liderar, por-

    tanto, cabe a ns fazer as coisas certas.Isso nos levar alm do que as normas,regras e leis exigem, a obter um resultadoque agrade ao nosso Deus. Viveremos emsantidade e ento poderemos dizer: Lem-bra-te de mim, meu Deus... Ne 5:19.

    No tenha dvida, se voc busca se apre-sentar de modo ntegro, puro e exclusivo aDeus, se voc busca a santidade, voctem um chamado missionrio.

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    ...por isso enviei-lhes mensageiros comesta resposta: Estou executando um

    grande projeto e no posso descer.Por que parar a obra para ir encontrar-me

    com vocs?Neemias 6:3

    Como diferenciar entre algo que deve serabandonado e algo que, mesmo sendo

    difcil, deve ser continuado? Insistir naomisso tambm pode ser consideradoperseverana? Quando somos paralisadospelo meio estamos perseverando? Sabercomo perseverar e onde aplicar nossa per-severana decisivo na obra missionria.

    H momentos em que as dificuldades soum sinal para deixarmos algo de menorimportncia. H momentos em que por

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    maiores dificuldades que enfrentemos,

    devemos insistir no que estamos fazendo.Vamos ver Neemias permanecendo firmemesmo em um cenrio complicado e can-sativo, sem se desviar de seu propsito.

    Depois da oposio militar, depois dos

    problemas sociais, Neemias enfrenta agoraum tipo de dificuldades muito mais difcil deresistir. Armadilhas, calnias, traio, soum campo minado. difcil identificar oinimigo, difcil saber de onde vem o ataque. exaustivo, intimidador e muitos desistiri-

    am. Mas a perseverana de Neemias ga-rantiu que ele chegasse a uma grande vit-ria. Neste captulo vamos encontrar quatrocenrios e ver Neemias resistir em cadaum. Este sexto andar em nossa subidamissionria e no um andar fcil.

    Quando os muros estavam prontos, e asportas ainda no haviam sido colocadas, asituao era essa: podia-se perder ou ga-nhar tudo em apenas um movimento. Osinimigos sentiam-se pressionados e esta-

    vam tentando seus melhores trunfos, Ne-emias precisava ter muito cuidado. Umareunio administrativa foi convocada, afinal

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    eram todos oficiais do imprio. O local dis-

    tava mais de quarenta quilmetros de Je-rusalm em direo ao litoral, e estava noslimites do territrio de Jud, na fronteiracom os inimigos de Asdode e de Samaria,na regio da atual Telavive.

    Neemias levaria meio dia cavalgando parair e para voltar, com mais um dia de reuni-es, isso tomaria dois preciosos dias deuma obra que levou apenas 52 dias paraficar pronta. Alm disso, tudo indicava queos inimigos planejavam algum tipo de ata-

    que, talvez uma emboscada nos caminhossolitrios, e o projeto missionrio ficariasem o seu lder. Ento Neemias precisavaresistir diante daquela trama e, para isso,ele decidiu focar-se no trabalho que estavarealizando. Estou executando um grande

    projeto e no posso descer. Ne 6:3. Otrabalho que estou realizando to grandeque est me ocupando inteiramente. Essadedicao ao trabalho evitou que Neemiasse expusesse s emboscadas a que esta-ria sujeito se abandonasse seu trabalho.

    Percebendo que as presses no funcio-nariam os inimigos resolveram increment-

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    las espalhando um boato. No um boato

    qualquer, mas um bem requintado, comdiversas tcnicas de desinformao: umhomem de confiana para dar peso aoboato; uma carta aberta para facilitar adisseminao; uma figura ilustre, o prncipeGesm dos rabes, como falsa testemu-

    nha; um motivo plausvel para a reconstru-o do muro, revolta; uma calnia muitoperniciosa, fazer-se rei; detalhamento paratorna-la crvel, os profetas e a profecia; e aameaa de levar isso ao rei.

    A realiza daquela poca viviam s voltascom rebelies, e a nica forma de se man-ter no poder era esmagar qualquer sinal derebeldia do modo mais rpido e definitivopossvel. Os inimigos foram espertos eNeemias sabia que seu objetivo era intimi-

    dar para enfraquecer e dessa forma causara parada da obra. Ele, porm, firmou-se naverdade. J havia dado provas de que eraum homem transparente, muito claro emseus negcios, e isso lhe deu a base queprecisava para resistir e perseverar em seu

    trabalho. Alm disso, Neemias tambmorou pais uma vez: Fortalece agora asminhas mos!Ne 6:9.

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    Ento os inimigos tentaram outra coisa,

    contrataram um profeta para induzir Nee-mias ao erro. O homem se fez de muitoconsagrado, recolheu-se em casa e man-dou chamar Neemias. Deve ter ficado pa-recendo que Neemias estava precisandoconsultar um profeta. Quando chegou l o

    homem usou todo o seu estilo dramticopara aterrorizar Neemias e leva-lo a entrardentro do templo. Isso seria contra a Pala-vra de Deus que diz: Qualquer pessoano autorizada que se aproximar do santu-rio ter que ser executada.Nm 18:7c.

    Neemias diz que logo percebeu que Deusno o tinha enviado. Aquele profeta estavatentando enche-lo de medo e leva-lo a pe-car. Ora, Neemias conhecia a Palavra deDeus e aquela voz, apesar de vir de um

    profeta e sacerdote de linhagem conheci-da, no era Deus falando. Ao concentrar-se na Palavra de Deus, Neemias pderesistir ao engano e desmascarar esseprofeta do inimigo e ainda vrios outros.

    Ficamos sabendo ainda que os inimigostinham muitas conexes dentro de Jerusa-lm, particularmente atravs de Tobias,

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    lder dos amonitas, povo descendente de

    L, sobrinho de Abrao que ocupava aatual Jordnia, com capital de nome bemsimilar: Am. Note que Tobias um nomehebreu e significa a bondade de Deus.Um seu filho chamava-se Joan, que tam-bm um nome hebreu e significa Jeov

    gracioso. Muito possivelmente eles eramproslitos, convertidos ao judasmo e eramcasados com mulheres judias.

    Eles utilizavam suas relaes de parentes-co e amizade para obter informaes sobre

    o que Neemias estava fazendo. Muitascartas eram trocadas e boatos eram espa-lhados dentro da cidade e at vinham elo-giar o inimigo para Neemias. Que situaodifcil! Neemias tinha um inimigo lutandocontra a misso, que os irmos achavam

    que era boa gente. Muita gente desistiriadiante de um cenrio to intrincado, masNeemias ficou firme, e sua resposta foi olouvor a Deus. No era para sua prpriaglria que ele estava trabalhando e quandoterminou aquela obra grandiosa em tempo

    recorde ele disse que sobrou apenas medoe humilhao para os inimigos: pois per-ceberam que essa obra havia sido execu-

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    tada com a ajuda de nosso Deus.Ne 6:16.

    Neemias pde perseverar porque tudoquanto fazia era para a glria de Deus.

    Voc viu que Neemias perseverou em suamisso, mesmo diante do tipo mais desmo-tivador, mais cansativo e mais destrutivo

    de ataque do inimigo. Ele no desistiu, nodesanimou, porque se concentrou no tra-balho, na transparncia, na Palavra e nolouvor a Deus. E voc, em que se apegapara perseverar? Voc j encontrou essesmesmos recursos que Neemias usou?

    Confesso a voc que nesses catorze anosde ministrio na AMME, todos os dias so-mos pressionados a desistir. A comunica-o com as igrejas rara e difcil; a recep-o desconfiada, fria e muitas vezes at

    rude; na logstica h momentos em quenada parece funcionar; falta motivao aoscrentes para evangelizar e, quando final-mente decidem faz-lo, falta qualidade ecompromisso. Essa no uma obra paraquem desiste facilmente. Para subir at o

    alto nvel que o ministrio cristo exige,voc precisa superar os impedimentos echegar ao andar da perseverana.

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    Mas h coisas que devemos deixar para

    trs. Neemias deixou seu alto cargo nacorte Persa, deixou de receber meio quilode prata e outros benefcios como gover-nador, recusou-se a participar da reuniono Vale de Ono, deixou tarefas para outrosfazerem e tantas coisas mais. Ele sabia no

    que devia insistir e perseverar e o que po-deria deixar de lado. Creio que esse onosso grande desafio tambm.

    O pastor americano Reinhold Niebuhr(18921971) fez uma orao no incio dos

    anos 40 que se tornaria muito conhecida,principalmente depois de haver sido resu-mida e adotada pelos AA com o ttulo deOrao da Serenidade. Acho que essaorao expressa bem qual deve ser o co-rao do missionrio frente aos desafios

    de todos os dias, por isso quis traduzi-lapara voc:

    Deus, d-me graa para aceitarcom serenidade as coisas que nopodem ser mudadas, coragem para

    mudar as coisas que devem sermudadas, e sabedoria para diferen-ciar umas das outras.

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    Ento viverei um dia de cada vez,

    desfrutando de cada momento,aceitando as dificuldades como umcaminho para a paz, enfrentando,como Jesus fez, o mundo pecami-noso como ele , no como eu gos-taria que fosse, confiando que tu fa-

    rs todas as coisas perfeitas se eume entregar tua vontade, de mo-do que eu possa ser razoavelmentefeliz nessa vida, e absolutamentefeliz contigo para sempre na vidafutura. Amem.

    Se voc uma pessoa que desiste facil-mente voc no vai passar desse sextoandar. Misses no para voc. Mas sevoc pode se apegar fortemente aos re-cursos que Deus nos d e se achar dispo-

    sio para perseverar, ento venha conos-co: subiiindo!

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    Depois que o muro foi reconstrudo eque eu coloquei as portas no lugar,

    foram nomeados os porteiros, oscantores e os levitas.Neemias 7:1

    O que ser um missionrio? Uma pergun-ta assim logo nos leva a uma relao semfim de coisas que um missionrio deve

    fazer. Imaginamos o missionrio viajandopor regies inspitas, utilizando transportesprecrios, pregando, traduzindo, viajandonovamente... Pensar assim tpico denossa cultura brasileira. Somos um povovoltado para o processo. De algum modo,

    por vrias interferncias em nossa cultura,chegamos a uma situao em que os re-sultados esto separados do trabalho. Sa-

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    bemos o que trabalhar, entendemos o

    processo, mas achamos que de algummodo o resultado vai aparecer por acaso,como um prmio de loteria. Na obra missi-onria isso se reflete na ideia de queevangelizar como semear, e que os re-sultados aparecem por milagre. Neemias

    nos ensina outra coisa, ele trabalhava mui-to e trabalhava com foco nos resultados.

    A cidade de Jerusalm era dominada peloTemplo. A vida da cidade circulava emtorno da adorao que era feita ali. Sob o

    governo de Zorobabel, com a insistenteprofecia de Zacarias e Ageu e depois oensino de Esdras, o Templo havia sidoreconstrudo nos anos anteriores chega-da de Neemias. Porm, sem os muros,sem proteo, havia o enorme risco de a

    cidade ser invadida por bandidos do deser-to, atrados pelo tesouro do templo. Sem oTemplo funcionar, no havia dzimos ouofertas, com isso os levitas e sacerdotesno podiam cumprir sua misso e iam paracidades mais seguras onde pudessem tra-

    balhar pelo sustento. assim que a cidadede Jerusalm ficava sem a sua razo deser, sem a adorao a Jeov.

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    Neemias reconstruiu os muros com o claro

    propsito de que o Templo voltasse a fun-cionar, para que a adorao fosse restabe-lecida em Jerusalm e todo Israel pudessevir e encontrar-se com o Senhor ali. Nee-mias no era um homem que necessaria-mente amava a construo civil, no era

    uma pessoa que trabalhava por hobby, porobrigao, por salrio. Neemias no estavatentando realizar uma obra para chamarateno sobre si mesmo, para se promo-ver. Ele construa com uma finalidade, paraobter certo resultado.

    Foi assim que, havendo terminado a gran-de obra que estava fazendo, Neemias logonomeou porteiros, cantores e levitas. Es-sas so as funes bsicas do culto na-quele momento, estabelecidas por Davi

    nos vinte e quatro turnos de sacerdotes elevitas, restaurados por Esdras (Ed 6:18).Os porteiros cuidavam dos portes dotemplo, assegurando que somente pas-sassem as pessoas que atendessem aoscritrios; Os cantores formavam os coros

    que conduziam a adorao; os levitas cui-davam da interpretao da lei e auxiliavamos sacerdotes nos sacrifcios.

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    pessoas no qualificadas servissem nas

    funes sacerdotais. Isso poderia prejudi-car os resultados. A qualidade um con-junto de caractersticas de excelncia quepodem incluir integridade, proporcionalida-de, funcionalidade e at a quantidade. Oque define a qualidade se as caractersti-

    cas importantes atendem ou superam umpadro pr-determinado. Neemias sabiaconsiderar padres e utiliz-los para avali-ar pessoas e coisas, de tal forma que ten-do qualidade nas partes, pudesse obterexcelncia no todo; qualidade no funcio-

    namento, para excelncia no resultado.

    Outro aspecto que mostra o esforo deNeemias em obter resultados o investi-mento. Da minha carreira na administraode marketing aprendi que boas ideias no

    se tornam automaticamente bons neg-cios. preciso haver investimento suficien-te para fazer uma boa ideia produzir resul-tados. Neemias comeou sua jornada le-vantando o capital necessrio para seuempreendimento. O resultado que ele es-

    perava obter era restaurar Jerusalm comoa capital da adorao a Jeov. E o inves-timento para isso no era pequeno.

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    No final do captulo 7 temos uma ideia dos

    recursos que ele ainda levantou depois,em Jerusalm: 328 quilos de ouro, 2.520quilos de prata, 597 vestes sacerdotais.

    difcil dimensionar o valor dessas coisasem um tempo em que a extrao de min-

    rio era to primitiva e a economia to dife-rente da nossa. Vamos considerar que oouro captado, representando um poucomais de cinco talentos ou mais de 300 mi-nas, valeria pela cotao de hoje quase 32milhes de reais. J os 2.520 quilos de

    prata custariam agora mais de 4 milhesde reais. Em outra conta a prata seria sufi-cientes para pagar 630.000 dias de traba-lho a um denrio (4 gramas) por dia. Aosalrio mnimo atual, um trabalhador ga-nharia R$ 35,00 por dia, ento aquela pra-

    ta teria valor equivalente a 22 milhes dereais em nosso mercado de trabalho. Le-vando em conta que o dia de trabalho hoje de pouco mais de 8 horas, mas naqueletempo era de 12 horas, a conta chegariaprxima dos 30 milhes de reais. Pensan-

    do ainda em 597 vestes sacerdotais, queeram de materiais nobres, linho, prpura ebordados, podendo custar pelo menos uns

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    500 reais cada uma, temos outros 298 mil

    reais de investimento. Foi o que Neemiasachou que era razovel investir para res-taurar a adorao em Jerusalm.

    Para fornecer tanta prata e o ouro hojeseriam necessrios 36 milhes de reais e

    Neemias mostrou a importncia que davaaos resultados doando mais de um milhode sua fortuna pessoal.

    A misso da Igreja evangelizar para pro-duzir vidas submissas ao Reino de Deus.

    Infelizmente a riqueza que a Igreja brasilei-ra administra nem sempre investida dire-tamente na produo dos resultados queDeus espera. Apenas uma pequena parte destinada evangelizao, local outranscultural, o restante se perde no pro-

    cesso. Da mesma forma, nem sempre sedestinam os melhores obreiros para a ati-vidade fim, para o cumprimento do propsi-to, nem se procura envolver mais pessoas,nem h significativo esforo para estabele-cer altos padres de qualidade. O fato

    que a Igreja se perde em uma infinidade deatividades, pouqussimas delas ligadas aoreal propsito de existncia da Igreja.

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    No final do primeiro ano da AMME perce-

    bemos esse problema: mesmo quandohavia evangelizao, isso era uma ativida-de sem perspectiva de resultados, apenasuma semeadura. Ento lancei o manifestoEu vos enviei para colher, baseado noensino de Jesus em Joo 4, sobre ver os

    campos brancos e considerar nossa pocacomo o tempo da colheita e no mais o dasemeadura. Aqueles discpulos precisavammudar sua mente e nossos irmos aindahoje precisam dessa nova viso. Por issoos projetos que desenvolvemos tm todos

    a caracterstica que definimos como base-ados em resultados.

    As atividades da Igreja, como todo aqueleesforo de construo de Neemias, devemser apenas o meio para atingir-se o prop-

    sito de glorificar ao nosso Deus com muitofruto (Jo 15:8). Infelizmente, talvez poraquela questo cultural, a Igreja continuaapenas semeando, sem se preocupar emapresentar os frutos que Deus quer.

    Naquela noite fatdica, a caminho do Get-smani, Jesus disse: Eu sou a videira ver-dadeira...Jo 15:1. Ele estava se referindo

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    profecia de Isaas em que Israel com-

    parado com uma videira que mente o fruto(Is 5:1-7). Jesus disse que ele no deixariade entregar o fruto que Deus espera e parao qual tem investido tanto. Por isso frutifi-car to decisivo para o Senhor, ao pontode que o galho que no da fruto cortado,

    lanado fora, seca-se e finalmentequeimado. Ento Jesus nos diz: Vocsno me escolheram, mas eu os escolhi

    para irem e darem fruto, fruto que perma-nea, a fim de que o Pai lhes conceda oque pedirem em meu nome.Joo 15:16.

    Um verdadeiro missionrio est sempreocupado em produzir os frutos que Deusquer: a transformao de vidas. Voc temum chamado para misses se sabe apon-tar seus frutos que permaneceram. Gente

    que se dedica somente ao trabalho, sem aperspectiva de resultados, fica nesse an-dar, no pode subir para misses.

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    E Neemias acrescentou: Podem sair, ecomam e bebam do melhor que tiverem, e

    repartam com os que nada tm preparado.Este dia consagrado ao nosso Senhor.No se entristeam, porque a alegria do

    Senhor os fortalecer.Neemias 8:10

    Quanto maior o esforo que nos exigido,

    tanto mais poderosa deve ser a motivao.Motivao significa o motivo ou motor daao; aquela fora interna que nos im-pulsiona para agir. Ento, que motivaodevemos ter para realizar uma obra todesafiadora, to grandiosa, to exaustiva e

    to duradoura como a obra missionria?Que motivao devemos estimular naspessoas que nos ajudam, nas pessoas que

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    contribuem, naqueles que nos ouvem, para

    leva-los pelo caminho estreito que deve-mos trilhar? Em um dos momentos maisdifceis de seu ministrio, Neemias apre-sentou a alegria como a motivao quecertamente o levou frequentemente vit-ria. Vamos aprender com ele.

    O muro estava pronto, Jerusalm estavafuncionando novamente e trazia grandeexpectativa para toda a regio, ento che-gou o Yom Teruah, a festa das trombetas,o dia de ano novo. Os judeus tinham dois

    calendrios. O calendrio sagrado come-ava com a Pscoa, lembrando a liberta-o do Egito. No dia primeiro do stimoms desse calendrio, na poca das pri-meiras chuvas, era o dia de ano novo nocalendrio civil que regulava a agricultura.

    Esse dia era chamado de festa das trom-betas, porque devia-se ouvir o toque dechofar em todo lugar, anunciando que erahora de arar a terra novamente.

    Eis o que instruiu Deus ao seu povo sobre

    esse primeiro dia do ano: Disse o Senhora Moiss: Diga tambm aos israelitas: No

    primeiro dia do stimo ms vocs tero um

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    dia de descanso, uma reunio sagrada,

    celebrada com toques de trombeta. Norealizem trabalho algum, mas apresentemao Senhor uma oferta preparada no fogo.Lv 23:23-25.

    Era festa, ento veio todo mundo para a

    capital. O texto diz que eram como uma spessoa, homens, mulheres e adolescentes,todos no mesmo esprito. Jerusalm deviaestar linda nesse dia. Um grande palco foipreparado e pode-se imaginar que outrasdecoraes deixaram o ambiente com um

    ar grandioso e solene. Esdras, o respeit-vel sacerdote e sbio nas Escrituras, quechegara por ali 13 anos antes justamentepara ensinar a Palavra de Deus e restaurara adorao, subiu plataforma com asbelssimas vestes novas doadas por Nee-

    mias. Outros 13 homens de linhagem sa-cerdotal subiram com ele. Esdras abriu obelssimo rolo contendo, provavelmente, olivro Levtico, o Vayikr, como os judeus ochamam, Ele chamou: o livro do chamadode Deus. Aquele momento foi to tocante

    que ao abrir do livro todo o povo colocou-se em p, na mais perfeita ordem e duran-te horas ouviram a leitura.

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    Enquanto ouviam a leitura foram tocados

    por grande emoo, e havia muito choro. razovel pensar que o choro era de culpa.Ao ouvirem as ordenanas de Deus e per-ceberem sua incapacidade de agir comoDeus exigia, ao conscientizarem-se deseus erros, falhas e fraquezas o povo cho-

    rou. Ento ouvimos o governador Neemiasdo lugar dele, Esdras e os outros l daplataforma, insistindo com o povo para queno ficassem tristes, nem chorassem. Co-mo o povo no se continha, sobre todaaquela comoo levantou-se a voz incon-

    fundvel do lder Neemias, e comandou:No se entristeam, porque a alegria doSenhor os fortalecerNe 8:10.

    Ora, Neemias sabia que havia uma grandetarefa pela frente, em santificar aquele po-

    vo e coloc-lo no centro da vontade deDeus, e para isso seria necessria umagrande motivao. Ele bem sabia que aalegria a maior motivao que algumpode ter, e que a tristeza, pelo contrrio,abate e enfraquece (Pv 15:13). Vimos co-

    mo Neemias era voltado para os resulta-dos, e agora vemos quanto ele procurava amotivao para alcana-los.

  • 8/13/2019 Subindo para Misses - Pr. Jos Bernardo

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    De nada adianta nos sentirmos culpados e

    entristecidos por causa da imperfeio queachamos em ns mesmos diante das Es-crituras. Mas a alegria nos motiva a buscara santidade. Isso se torna mais importantequando percebemos que, no Novo testa-mento, a raiz do substantivo alegria a

    mesma de graa, a que aprendemos a dartanto valor: ambos os nomes tem raiz noverbo gr. chairoalegrar-se.

    Deus achou alegria em nos salvar e nsrecebemos essa salvao atravs da f (Ef

    2:8). Agora, tudo o que somos, e o quefazemos depende dessa alegria queachamos no Senhor: Mas, pela graa deDeus, sou o que sou, e sua graa paracomigo no foi intil; antes, trabalhei maisdo que todos eles; contudo, no eu, mas a

    graa de Deus comigo.1Co 15:10

    O apstolo Paulo procurou ensinar os cris-tos a fazerem tudo, mesmo as coisasmais difceis, motivados pela alegria, comovemos em sua carta Igreja de Filipos.

    Uma outra forma de aplicar essa verdadefoi comparar a santificao com o esporte.Para Paulo a luta contra a carne deveria

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    ser to interessante, to desejvel quanto

    uma corrida ou uma luta esportiva: Todosos que competem nos jogos se submetema um treinamento rigoroso, para obter umacoroa que logo perece; mas ns o fazemos

    para ganhar uma coroa que dura parasempre.1Co 9:25.

    E como Neemias achou que essa motiva-o, a alegria, poderia ser encontrada?Ento todo o povo saiu para comer, beber,repartir com os que nada tinham preparadoe para celebrar com grande alegria, pois

    agora compreendiam as palavras que lhesforam explicadas.Ne 8:12. Ele achou quea alegria era uma ordem que podia serobedecida e percebeu que a alegria vemda compreenso da Palavra de Deus.Quando entendemos o que Deus nos diz,

    temos alegria. por isso que conceitoscomo entender, compreender, descobrir,aparecem tantas vezes no captulo 8.

    Jesus tambm ensinou aos discpulos paraque tivessem alegria: Tenho lhes dito es-tas palavras para que a minha alegria este-

    ja em vocs e a alegria de vocs sejacompleta.Jo 15:11.

  • 8/13/2019 Subindo para Misses - Pr. Jos Bernardo

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    O apstolo Paulo pensava do mesmo mo-

    do. Antes de exortar os filipenses no difciltema dos inimigos da Cruz de Cristo, elediz: Finalmente, meus irmos, alegrem-seno Senhor! Escrever-lhes de novo asmesmas coisas no cansativo para mime uma segurana para vocs. Fp 3:1.

    Note como a alegria um mandamento eresulta da compreenso de um ensino que insistentemente transmitido.

    Veja que sob a liderana de Neemias, Is-rael buscou esse entendimento intencio-

    nalmente: Leram o Livro da Lei de Deus,interpretando-o e explicando-o, a fim deque o povo entendesse o que estava sen-do lido.Ne 8:8. Depois da leitura cuidado-sa de cada poro das Escrituras, havialevitas, especialistas na Lei, andando pelo

    meio do povo e levando-o por trs estgiospara que a Lei produzisse o seu resultado:1) interpretao, isto , tornando claro osignificado de palavras, expresses, obje-tos, locais etc.; 2) explicao, ou seja,dando a entender o significado ou a inten-

    o do texto; 3) entendimento, ou levandoa uma percepo experiencial, a uma ex-perincia pessoal com o texto.

  • 8/13/2019 Subindo para Misses - Pr. Jos Bernardo

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    As pessoas entenderam, compreenderam

    as palavras, ficaram alegres e desejaramfazer tudo o que a Palavra de Deus lhesdizia para fazer. Para no restarem dvi-das, os lderes do povo voltaram no diaseguinte e passaram novamente pelomesmo processo: leram, entenderam,

    compreenderam e desejaram por em prti-ca. Ento foram e ensinaram ao povo e opovo entendeu, compreendeu e desejoupor em prtica. A esses trs estgios de-pois da leitura da Bblia, chamamos deVOS, o mtodo hermenutico que utiliza-

    mos na AMME para ajudar os crentes aentenderem as Escrituras de modo prtico.

    O resultado que a Festa das Cabanas,que comeava na segunda quinzena doms, foi celebrada de um modo muito es-

    pecial, no mais como um ritual, no portradio ou obrigao, mas por alegria, isto, por graa: ...Desde os dias de Josu,filho de Num, at aquele dia, os israelitasno tinham celebrado a festa dessa manei-ra. E grande foi a alegria deles.Ne 8:17.

    H alguns anos atrs eu tive uma experi-ncia impressionante em uma vizinhana

  • 8/13/2019 Subindo para Misses - Pr. Jos Bernardo

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    88 - Jos Bernardo/ AMME Evangelizar

    miservel na frica. difcil descrever o

    horror da escassez que se via nas pessoasque chegavam para o culto naquela ma-nh. S posso dizer que pareciam mortosvivos, esqulidos, descalos, envoltos emtrapos. Quando o culto comeou no pudedeixar de pensar em como seria difcil ani-

    mar aquele povo a louvar. Ento, na pri-meira msica, se produziu uma transfor-mao admirvel. Na medida em que oministro de louvor pregava em rimas o po-vo repetia uma resposta, os semblantes selevantaram, os sorrisos se abriram e vozes

    fortes ecoaram naquela igreja com piso deterra e sem janelas. Eles cantavam emquicongo portanto eu no entendia, mas foium culto maravilhoso e pude pregar comfacilidade sobr