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ler para saber edição nº 39 julho / agosto 2015 1 CÂMARA MUNICIPAL DE MONTEMOR-O-VELHO EXPOSIÇÃO.AUSCHWITZ – BIRKENAU: Campos de Morte [em memória de Aristides de Sousa Mendes e das 30.000 vidas que resgatou], fotografias de Joaquim Santos Está patente na Biblioteca Municipal Afonso Duarte, de 1 de julho a 28 de agosto, a exposição fotográfica Auschwitz – Birkenau: Campos de Morte [em memória de Aristides de Sousa Mendes e das 30.000 vidas que resgatou]. A mostra é constituída por registos fotográficos da autoria de Joaquim da Silva Santos do campo de concentração de Auschwitz – Birkenau, bem como da Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, outrora propriedade de Aristides de Sousa Mendes, cônsul português que resgatou da morte mais de 30.000 vidas humanas. Joaquim da Silva Santos nasceu em 1947, em Viseu. Frequentou a Escola Comercial e Industrial dessa cidade, onde obteve o Curso Geral de Comércio. Depois de algum tempo a trabalhar no Tribunal Judicial de Viseu, cumpriu serviço militar, entre 1969 e 1971, nas províncias de Cabo Delgado e Tete, em Moçambique. Findo este período, dedicou-se à carreira na banca, encontrando-se atualmente reformado.
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Newsletter BMAD 39

Jul 22, 2016

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Newsletter Biblioteca Municipal Afonso Duarte. julho e agosto 2015. número 39. newsletter das atividades desenvolvidas pela Biblioteca Municipal Afonso Duarte, em Montemor-o-Velho.
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julho / agosto 2015

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CÂMARA MUNICIPAL DE MONTEMOR-O-VELHO

EXPOSIÇÃO.AUSCHWITZ – BIRKENAU: Campos de Morte [em memória de Aristides de Sousa Mendes e das 30.000 vidas que resgatou], fotografias de Joaquim SantosEstá patente na Biblioteca Municipal Afonso Duarte, de 1 de julho a 28 de agosto, a exposição fotográfica Auschwitz – Birkenau: Campos de Morte [em memória de Aristides de Sousa Mendes e das 30.000 vidas que resgatou]. A mostra é constituída por registos fotográficos da autoria de Joaquim da Silva Santos do campo de concentração de Auschwitz – Birkenau, bem como da Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, outrora propriedade de Aristides de Sousa Mendes, cônsul português que resgatou da morte mais de 30.000 vidas humanas.

Joaquim da Silva Santos nasceu em 1947, em Viseu. Frequentou a Escola Comercial e Industrial dessa cidade, onde obteve o Curso Geral de Comércio.

Depois de algum tempo a trabalhar no Tribunal Judicial de Viseu, cumpriu serviço militar, entre 1969 e 1971, nas províncias de Cabo Delgado e Tete, em Moçambique. Findo este período, dedicou-se à carreira na banca, encontrando-se atualmente reformado.

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leitor do mês.MONOGRAFIAS AUDIOVISUAISRui Miguel R. da Silva, leitor n.º 813 Leonardo Lopes Liceia, leitor n.º 901

«Tenho a impressão de que certas pessoas, se soubessem exactamente o que são e o que valem na verdade, endoideciam. De que, se no intervalo da embófia e da importância pudessem descer ao fundo do poço e ver a pobreza franciscana que lá vai, pediam a Deus que as metesse pela terra dentro.»

Miguel Torga

In: Diário (1940)

Joaquim Santos dedica-se à fotografia e ao vídeo desde 1966, inicialmente de forma amadora e, mais recentemente, desde 2002, de forma profissional. Como passatempos, o artista elegeu a música, o desenho e a pintura, a aguarela, guache e óleo.

Joaquim dos Santos é elemento do grupo de fados de Coimbra Saudade Coimbrã, criado e fundado pela Secção Regional do Sindicato dos Bancários do Centro Joaquim Santos é sócio-fundador da Associação de Fados de Coimbra, onde se encontra integrado, presentemente, aquele grupo de fados.

Joaquim dos Santos já teve os seus trabalhos fotográficos expostos em vários locais em Portugal. A exposição Auschwitz – Birkenau: Campos de Morte resulta da admiração de Joaquim Santos e da sua vontade de homenagear a figura de Aristides de Sousa Mendes (1885-1954), diplomata português que na 2ª Guerra Mundial salvou mais de 30.000 refugiados do extermínio Nazi.

Entrada Grátis

QUANDO | de 1 de julho a 28 de agosto, das 10H00 às 18H00

QUEM | Público em geral e escolar

ONDE | Biblioteca Municipal Afonso Duarte

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DIA DOS AVÓS

No próximo dia 26 de julho celebra-se o Dia dos Avós, a Biblioteca Municipal Afonso Duarte, resolveu antecipar para o dia 24 essa celebração e vai assinalar de forma significante a referida data. Preparamos um programa especial para o Dia dos Avós, que com ou sem os netos irão desenvolver atividades diversificadas sempre tendo como pano de fundo o convívio e envolvimento inter- geracional.

A participação nestas atividades requer inscrição mas é inteiramente gratuita. O objetivo é proporcionar aos netos e avós (nem que ambos sejam emprestados) um dia de partilha de saberes e experiências, um dia inesquecível. Contaremos com a gentil participação da APPACDM e da apresentação de Zuleida, a Princesa Moura da escritora Lurdes Breda

QUANDO | 24 de julho, das 14H30

ONDE | Biblioteca Municipal Afonso Duarte

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CONVERSAS COM SABOR A CANELA

Conversas com Sabor a Canela é uma iniciativa da Biblioteca Municipal Afonso Duarte, com a colaboração da escritora Lurdes Breda, que pretende promover, através do Livro e da Leitura, o diálogo e a troca de conhecimentos e saberes com escritores, ilustradores, contadores de histórias e músicos contemporâneos da lusofonia. Tentaremos proporcionar aos leitores a possibilidade de conviverem de perto com os autores convidados e apreciarem a sua obra, num ambiente descontraído e informal acompanhado deliciosas iguarias.

Participações especiais de José Carvalho, presidente da Casa do Povo de Abrunheira, Luís Pedro Mota, músico, Maria Amélia Álvaro de Campos, investigadora do Centro de História da Sociedade e da Cultura da Universidade de Coimbra, M&M Projekt, grupo musical e Rui Figueiredo, escritor e fotógrafo.

QUANDO | 10 de julho das 21H00 às 23H00

ONDE | Complexo Sénior da Abrunheira

DIA DA PLAYSTATION.

Vem descontrair ao final da semana, lendo um livro, vendo um filme, ouvindo música ou até jogar um jogo de estratégia ou de mistério na Playstation que a BMAD coloca ao teu dispor.

QUANDO | Todos os dias das 10H00 às 18H00

QUEM | Crianças dos 6 aos 14 anos

ONDE | Biblioteca Municipal Afonso Duarte

«É um fenómeno curioso: o país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto. Falta-lhe o romantismo cívico da agressão.

Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados.»Miguel Torga

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MUNDOS PARA EXPLORAR NAS FÉRIAS DE VERÃO

A Biblioteca Municipal Afonso Duarte para as férias letivas de Verão desenvolveu atividades multidisciplinares, desenhadas a pensar nas diferentes faixas etárias. Iniciativas pensadas à medida da curiosidade de crianças e jovens dos 6 aos 12 anos.

As atividades estão sujeitas a marcação prévia.

Inscrições através de email, telefone ou no balcão de atendimento da BMAD.

QUANDO | 3, 7, 10, 14, 21 e 30 de julho, das 14H30 às 16H00

ONDE | Biblioteca Municipal Afonso Duarte

NOVIDADES.MONOGRAFIAS AUDIOVISUAIS

O caso Rembrandt | Daniel Silva

Um Milionário em Lisboa | José Rodrigues dos Santos

A culpa é das estrelas | John Green

The Hunger Games: a revolta: parte 1

Frozen: o reino do gelo

Maléfica

«Aqui na minha frente a folha branca do papel, à espera; dentro de mim esta angústia, à espera: e nada escrevo. A vida não é para se escrever. A vida — esta intimidade profunda, este ser sem remédio, esta noite de pesadelo que nem se chega a saber ao certo porque foi assim — é para se viver, não é para se fazer dela literatura.»

Miguel Torga

Diário (1936)

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BANCO MUNICIPAL DE MANUAIS ESCOLARES

Projeto promovido pela Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, ao qual a Biblioteca Municipal Afonso Duarte desde logo se associou.

São objetivos do projeto:

-a leitura e o conhecimento;

-a rentabilização de recursos através da partilha dos manuais escolares;

- a utilização e difusão dos serviços proporcionados pelas Bibliotecas;

-solidariedade.

Se quiser participar nesta iniciativa, a partir de junho até ao final do ano, poderá proceder à entrega dos manuais escolares, dentro dos horários de funcionamento habituais, no balcão de atendimento da Biblioteca Municipal ou nas Bibliotecas Escolares.

Os manuais serão organizados e inseridos numa base de dados, a qual estará disponível a partir de 31 de julho através do site da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho e, distribuídos gratuitamente a quem mais deles necessitar.

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ESCRITOR DO MÊS. Miguel Torga.

Adolfo Correia da Rocha, que será conhecido por Miguel Torga, nasce em 12 de Agosto de 1907, em S. Martinho da Anta, concelho de Sabrosa, Trás-os-Montes. Filho de gente do campo, não mais se desliga das origens, da família, do meio rural e da natureza que o circunda. Mesmo quando não referidos, estão sempre presentes o Pai, a Mãe, o professor primário Sr. Botelho, as fragas, as serranias, a magreza da terra, o suor para dela arrancar o pão, os próprios monumentos megalíticos em que a região é pródiga.

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CÂMARA MUNICIPAL DE MONTEMOR-O-VELHOEntra no Seminário, donde sai pouco depois. Emigra para o Brasil em 1920. Trabalha na

fazenda do tio, é a dureza da “capinagem” do café. O tio apercebe-se das suas qualidades. Paga-lhe ingresso e estudos no liceu de Leopoldina, onde os professores notam as suas capacidades.

Regressa a Portugal em 1925. Entra da Faculdade de Medicina de Coimbra. Participa moderadamente na boémia coimbrã. Ainda estudante publica os seus primeiros livros. Com ajuda financeira do tio brasileiro conclui a formatura em 1933.

A família é um dos pontos fulcrais da sua vida. O pai, com quem a comunicação se faz quase sem necessidade de palavras, é um dos fortes esteios da sua ternura, amor e respeito. Cortei o cabelo ao meu pai e fiz-lhe a barba.(...) Foi sempre bonito, o velhote... Recorda os braços do pai pegando pela primeira vez na neta, recém nascida. O mesmo amor em poemas dedicados à mãe. Por sua mulher e filha um afecto profundo, também.

Uma parcela de arrogância, um certo distanciamento dos homens, timidez comum aos homens vindos dos meios humildes:

Nem sempre escrevi que sou intransigente, duro, capaz de uma lógica que toca a desumanidade. (...) Nem sempre admiti que estava irritado com este camarada e aquele amigo. (...) A desgraça é que não me deixam estar só, pensar só, sentir só.

O desejo de perfeição absoluta e de verdade: Que cada frase em vez de um habilidoso disfarce, fosse uma sedução (...) e um acto sem subterfúgios. Para tanto limpo-a escrupulosamente de todas as impurezas e ambiguidades.

Não dá nada a ninguém, diz-se. Imensas consultas gratuitas como médico, desmentem a atoarda. Não dispõe de recursos folgados, confidencia a alguns amigos. Compreende-se: por motivos políticos, a sua mulher, Profª. Andrée Crabbé Rocha, é proibida de leccionar e, ao longo dos anos iniciais, altos são os custos editoriais do que publica...

A ideia da morte e da solidão acompanham-no permanentemente. Desde criança mantêm-se presentes no corpo e no espírito. Dos vinte e cinco poemas insertos no último volume do Diário, cerca de metade evocam-nas. Não porque atinja já uma idade relativamente avançada ou sofra de doença incurável. Na casa dos quarenta e até antes, já o envolvem. Não se traduzem em medo, mas no sentido do limite. Criança ainda, uma noite, sozinho, (...) desamparado e perplexo, assiste à morte do avô. O que não será estranho à obsessão.

No enterro de Afonso Duarte, ao fazer o elogio fúnebre afirma que a morte purifica os sentimentos. O homem é, por desgraça, uma solidão: Nascemos sós, vivemos sós e morremos sós.

Viajante incansável por todo o país e estrangeiro. Visita a China e a Índia já próximo dos oitenta anos. Pareço um doido a correr esta pátria e nem chego a saber por quê tanta peregrinação.

Os monumentos entusiasmam-no. Os Jerónimos, a Batalha e Alcobaça têm sentido na Alma da nação. Mafra é uma estupidez que justifica uma punição aos reis doiros que fizeram construir o convento. Os monumentos paleolíticos fascinam-no.

Sou uma encruzilhada de duas naturezas. De variadíssimas, dirá quem bem o conhece...

Morre em 17 de Janeiro de 1995. Enterrado em S. Martinho da Anta, junto dos pais e irmã.

Fonte: http://www.vidaslusofonas.pt

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LIVRO DO MÊS. INFANTIL/JUVENIL

O Meu Primeiro Miguel Torgade João Pedro Mésseder; Ilustração: Inês de Oliveira Edição/reimpressão: 2009Páginas: 46Editor: Dom QuixoteISBN: 9789722034777Coleção: O Meu Primeiro

Miguel Torga (1907-1995) foi um admirável escritor da literatura portuguesa, com uma maneira única de contar, de falar de si e de captar, em verso e em prosa, os pequenos e grandes momentos da vida. E a sua foi uma vida invulgar. Neste livro, a escrita de João Pedro Mésseder e as imagens de Inês de Oliveira dão a conhecer o fascínio que Torga sentia pelas palavras, pelos pais, pelos bichos, pelas crianças e pelos seus semelhantes. E também pelo “ reino maravilhoso” onde nasceu.

Fonte: http://www.wook.pt

LIVRO DO MÊS. ADULTOS.

Novos Contos da MontanhaLivro de Bolso de Miguel Torga Edição/reimpressão: 2008Páginas: 176Editor: BISISBN: 9789722036856Coleção: BIS

Esta obra retrata a dureza do mundo rural português recorrendo a uma linguagem simples mas cuidada.

Histórias que giram em torno de personagens duras e terrosas que têm como cenário de

fundo a paisagem transmontana que ilustram o confronto do homem contra as leis divinas e terrestres que o aprisionam.

Excerto«Na tua ideia, o que escrevo, como por exemplo estas histórias,

épara te regalar e, se possível for, comover. Mas quero que saibas que ousei partir desse regalo e dessa comoção para

te responsabilizar na salvação da casa que, por arder, te deslumbra os sentidos»

Miguel Torga http://www.wook.pt18h (provisório)