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Material Para o Super UFPR 2014

Oct 15, 2015

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  • Organizado pelo professor Bruno Scuissiatto.

    Caro aluno do Dynmico, o presente material para o superintensivo foi desenvolvido

    para as cinco aulas que antecedem a primeira fase do vestibular da UFPR. Com muita

    argumentao, gneros e estruturao, chegaremos afinados para a reta final do

    concurso.

    SUPERINTENSIVO DYNMICO UFPR 2014

    1. Artigo de Opinio

    O Gnero opinio o modelo mais exigido do vestibular da UFPR, sendo recorrente em praticamente todas as edies desde 1996. Para opinar importante o candidato levar adiante

    seus conhecimentos retirados da fundamentao informativa diria. Na prova necessrio

    estar atento ao enunciado, ele que vai direcionar o estilo de produo (favorvel ou

    desfavorvel). A proposta estar em um texto de apoio, baseado nele o candidato desenvolver a

    sua produo.

    Outro modelo de opinio est centrada em textos que j foram iniciados, e sua produo

    dever contemplar a ideia inicial. Para isso importante:

    UFPR 2012 (modelo)

    Para uma bom texto de opinio

    - a posio diante do tema precisa estar clara na produo;

    - estruturar o texto de forma objetiva, concisa e bem articulada;

    - usar perodos curtos, privilegiando a clareza argumentativa;

    - evitar construes totalitrias (sempre, nunca, jamais), ideologias e achismos;

    - manter o mesmo estilo do texto original;

    - estruturao, linguagem (formal, informal, criativo);

  • Morreu Amy Winehouse e os moralistas de servio j comearam a aparecer. Como

    abutres que so. No h artigo, reportagem ou mero obiturio que no fale de Winehouse com

    condescendncia e piedade. Alguns, com tom professoral, falam dos riscos do lcool e da droga

    e do o salto lgico, ou ilgico, para certas polticas pblicas.

    Amy Winehouse , consoante o gosto, um argumento a favor da criminalizao das

    drogas; ou, ento, um argumento a favor de uma legalizao controlada, com o drogado a ser

    visto como doente e encaminhado para a clnica respectiva. O sermo hipcrita e, alm disso,

    abusivo.

    Comea por ser hipcrita porque este tom de lamentao e responsabilidade no existia

    quando Amy Winehouse estava viva e, digamos, ativa. Pelo contrrio: quanto mais decadente,

    melhor; quanto mais drogada, melhor; quanto mais alcoolizada, melhor. No havia jornal ou

    televiso que, confrontado com as imagens conhecidas de Winehouse em verso zoombie, no

    derramasse admirao pela 'rebeldia' de Amy, disposta a viver at o limite.

    Amy no era, como se l agora, uma pobre alma afogada em drogas e bebida. Era algum

    que criava as suas prprias regras, mostrando o dedo, ou coisa pior, para as decadentes

    instituies burguesas que a tentavam "civilizar". E quando o pai da cantora veio a pblico

    implorar para que parassem de comprar os seus discos raciocnio do homem: era o excesso de dinheiro que alimentava o excesso de vcios toda a gente riu e o circo seguiu em frente. Os moralistas de hoje so os mesmos que riram do moralista de ontem.

    Mas o tom abusivo porque questiono, sinceramente, se deve a sociedade impor limites

    autodestruio de um ser humano. A pergunta velha e John Stuart Mill, um dos grandes

    filsofos liberais do sculo 19, respondeu a ela de forma inultrapassvel: se no h dano para

    terceiros, o indivduo deve ser soberano nas suas aes e na consequncia das suas aes.

    Bem dito. Mas no preciso perder tempo com filosofias. Melhor ler as letras das

    canes de Amy Winehouse, onde est todo um programa: uma autodestruio consciente, que

    no tolera paternalismos de qualquer espcie.

    O tema "Rehab", alis, pode ser musicalmente nulo (opinio pessoal) mas de uma

    honestidade libertria que chega a ser tocante: reabilitao para o vcio? No, no e no, diz ela.

    Trs vezes no.

    Respeito a atitude. E, relembrando um velho livro de Theodore Dalrymple sobre a

    natureza da adio (Junk Medicine: Doctors, Lies and the Addiction Bureaucracy), comea a ser

    hora de olhar para o consumidor de drogas como um agente autnomo, que optou

    autonomamente pelo seu vcio particular e, em muitos casos, pela sua destruio particular. (PEREIRA COUTINHO, Joo. Sermo ao Cadver, www.folhaonline.com.br acesso 25 jul 2011.)

    A sociedade deve impor limites autodestruio de um ser humano? Num texto de 10 a 12

    linhas, discuta essa questo, ponderando a respeito da descriminalizao das drogas. Seu texto

    dever levar em considerao a argumentao de Coutinho.

    UFPR 2013 (modelo) Para apagar o incndio

    Com o ensino mdio estagnado, o governo prope um redesenho curricular a fim de sair do impasse

    Aps a divulgao dos vexatrios resultados do ensino mdio na ltima edio do ndice de

    Desenvolvime nto da Educao Bsica (Ideb), o Ministrio da Educao planeja uma ampla

    modernizao do currculo, com a integrao das diversas disciplinas em grandes reas do

    conhecimento. Na tera-feira (21), o ministro Alozio Mercadante reuniuse com os secretrios

    estaduais da rea e props um grupo de trabalho para estudar a proposta, inspirada no Exame

    Nacional do Ensino Mdio (Enem), que organiza as matrizes curriculares em quatro grupos:

    linguagens, matemtica, cincias humanas e da natureza e suas tecnologias.[...]

  • (CartaCapital, 29 ago. 2012, p. 28.)

    Considerando a deciso do Ministrio da Educao de reformular o ensino mdio e sua

    experincia como aluno, responda: Segundo seu ponto de vista, quais seriam as duas mudanas

    mais importantes para uma melhoria desse nvel de ensino?

    Responda essa questo em um texto de 8 a 10 linhas, atendendo s seguintes

    recomendaes:

    proponha exatamente duas mudanas, que devem ser diferentes das apresentadas na notcia; justifique cada uma das mudanas propostas; no apresente tpicos desconectados, mas um texto articulado.

    PROPOSTA I

    Nada mais acertado. H quase dez anos realizo aqui na coluna minhas passeatas: estas

    pginas so minha avenida, as palavras so cartazes. Falo em relaes humanas e seus dramas,

    porm mais frequentemente nas coisas inaceitveis na nossa vida pblica. Esgotei a pacincia

    dos leitores reclamando da pssima educao milhares de alunos sem escola ou abrigados em galpes e salinhas de fundo de igrejas, para chegarem aos 9, 10 anos sem saber ler nem escrever.

    Professores desesperados tentando ensinar sem material bsico, sem estrutura, salrios

    vergonhosos, estmulo nenhum. Universidades cujo nvel seguidamente baixado: em lugar de

    darem boas escolas a todas as crianas e jovens para que possam entrar em excelentes

    universidades por mrito e esforo, oferecem-lhes favorecimentos prejudiciais.

    Tenho clamado contra o horror da sade pblica, mulheres parindo e velhos morrendo em

    colchonetes no corredor, consultas para doenas graves marcadas para vrios meses depois,

    mdicos exaustos trabalhando alm dos seus limites, tentando salvar vidas e confortar os

    pacientes, sem condies mnimas de higiene, sem aparelhamento e com salrio humilhante.

    Em lugar de importarmos no sei quantos mil mdicos estrangeiros, quem sabe vamos ser

    sensatos e oferecer condies e salrios decentes aos mdicos brasileiros que querem cuidar de

    ns?

    Tenho reclamado das condies de transporte, como no recente artigo Trs senhoras sentadas: transporte caro para o calamitoso servio oferecido. Nos tratam como animais, reclamou um usurio j idoso. A segurana inexiste, somos mortos ao acaso em nossas ruas, e se

    procuramos no sair de casa noite somos fuzilados por um bando na frente de casa s 10 da

    manh.

    E, quando nossa tolerncia ou resignao chegou ao limite, brota essa onda humana de

    busca de dignidade para todos. No se trata apenas de centavos em passagens, mas de respeito.

    As vozes dizem NO: no aos nibus sujos e estragados, impontuais, motoristas

    sobrecarregados; no s escolas fechadas ou em runas; no aos professores e mdicos

    impotentes, estradas intransitveis, medo dentro e fora de casa. No a um ensino em que a

    palavra excelncia chega a parecer abuso ou ironia. No ao mercado persa de favores e cargos em que transformam nossa poltica, no aos corruptos s vezes condenados ocupando altos

    cargos, no ao absurdo nmero de partidos confusos.

    As reclamaes da multido nas ruas so to variadas quanto nossas mazelas: por onde

    comear?

    Talvez pelo prtico, e imediato, sem planos mirabolantes. Algo h de se poder fazer: no

    creio que polticos e governo tenham sido apanhados desprevenidos, por mais que estivessem

    alienados em torres de marfim.

    Infelizmente todo movimento de massas provoca e abriga sem querer grupos violentos e

    anrquicos: que isso no nos prejudique nem invalide nossas reivindicaes.

  • No sei como isso vai acabar: espero que transformando o Brasil num lugar melhor para

    viver. Quase com atraso, a voz das ruas quer lisura, tica, aes, cumprimento de deveres,

    realizao dos mais bsicos conceitos de decncia e responsabilidade cvica, que andavam

    trocados por ganncia monetria ou nsia eleitoreira.

    Sou totalmente contrria a qualquer violncia, mas este povo chegou ao extremo de sua

    tolerncia, percebeu que tem poder, no quer mais ser enganado e explorado: que no se destrua

    nada, mas se abram horizontes reais de melhoria e contentamento.

    A sociedade, nesse caso, a brasileira deve manifestar diante dos excessos ou faltas em diversos

    setores? Num texto de 10 a 12 linhas, discuta essa questo, ponderando a respeito das

    manifestaes populares ocorridas em 2013. Seu texto dever levar em considerao a

    argumentao de Lya Luft.

    LUFT, LYA. O caso do Brasil de falncia mltipla de rgos. http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/lya-luft-o-caso-do-brasil-e-de-falencia-multipla-de-orgaos/, acessado dia 29 set. 2013.

    PROPOSTA II

    Nenhuma entidade mdica contra a criao de estmulos para melhorar a qualidade da

    assistncia em sade no interior do pas e na periferia dos grandes centros. Pelo contrrio, todas

    entre elas o Conselho Federal de Medicina (CFM) defendem a oferta de condies de trabalho e de emprego dignas que beneficiem pacientes, profissionais e gestores. Trata-se de uma

    preocupao legtima, que honra a obrigao constitucional do Estado de garantir atendimento

    universal, integral, gratuito e com equidade para todos os brasileiros.

    No entanto, apesar de se valer desta premissa, o Programa Mais Mdicos falha ao

    oferecer uma soluo rasa, de duvidoso efeito duradouro e que contraria a legislao.

    http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2013/09/17/mais-medicos-ou-mais-

    saude.htm, acessado em 29 set.2013

    Considerando a deciso do Governo Federal em importar mdicos, responda: Segundo seu ponto

    de vista, quais seriam as alternativas para mudanas importantes para uma melhoria na rea de

    sade?

    Responda essa questo em um texto de 8 a 10 linhas, atendendo s seguintes recomendaes:

    proponha exatamente duas mudanas, que devem concordar ou discordar das apresentadas na notcia;

    2. Carta do leitor

    A produo de uma carta, algo que dia a dia, torna-se obsoleto, exatamente pelo avano da internet, uma das opes da UFPR. Porm, o modelo exigido no concurso vestibular

    relacionado com a carta escrita pelo leitor para algum ou veculo de comunicao

    (reportagem, opinio, editorial).

    - usar um vocativo coerente (neste caso, senhor, senhora, ilmo, atendem a proposta).

    - citar o veculo, data, edio.

    - a carta precisa estar vinculada com o texto original.

    - atender ao enunciado

    - a assinatura normalmente dispensada (ver enunciado)

  • UFPR 2013 (modelo)

    PROPOSTA

    Reduo inconstitucional, dizem entidades

    Apesar do apoio popular, bastante difcil que ocorram alteraes na forma de punir

    adolescentes infratores no mdio prazo. Isso porque a maioridade penal em 18 anos

    (estabelecida pelo artigo 228 da Constituio Federal) considerada um direito fundamental

    dos adolescentes. Por isso, Ministrio Pblico Federal, Ordem dos Advogados do Brasil e

    especialistas argumentam que o artigo se trata de uma clusula ptrea, que no pode ser

    alterada.

    uma clusula imutvel. Para alterar a maioridade penal seria necessrio fazer uma nova constituio, diz Melina Fachin, professora de Direito Constitucional da UFPR. Ainda que Cmara e Senado tenham interpretaes diferentes e aprovem uma das Propostas

    de Emenda Constituio (PECs), alterando o artigo 228 da Carta Magna, a deciso se

    estenderia ao Supremo Tribunal Federal.

    Outra alternativa seria mudar pontos do ECA, prevendo outras formas e perodos de punio

    aos menores de 18 anos. MPF e OAB tambm j se manifestaram contra a hiptese. O ECA uma norma infraconstitucional. Ento, sua alterao tambm seria inconstitucional, porque

    haveria conflito com o que a Constituio disciplina, observa Melina. Alm do vis constitucional, o doutor em sociologia e coordenador do Ncleo de Estudos de

    Violncia da UFPR, Pedro Bod, defende o ECA e questiona as intenes de alterao na

    legislao. Mais uma vez, o jovem tornado em bode expiatrio da derrocada dos governos e falncia das polticas pblicas que eles representam. transformar a vtima em ru, afirma.

    O deputado Fernando Francischini (PEN) discorda e se apega ao clamor pblico para

    justificar a reduo. A Constituio feita para proteger a populao. A gente no pode dizer que a Constituio imutvel, se a prpria populao quer mud-la.

  • http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1390823&tit=90-apoiam-

    reducao-da-idade-penal, acessado dia 15/07/2013.

    Escreva uma carta coluna do leitor, do Jornal Gazeta do Povo. Nela voc dever:

    a) manifestar um ponto de vista em relao questo tratada;

    b) retomar argumentos de um dos especialistas citados na matria (voc poder reafirmar

    esses argumentos ou contrapor-se a eles);

    c) ter de 12 a 15 linhas.

    3. Leitura de grficos, charges e tiras

    A interpretao de grficos/infogrficos, charges e tiras recorrente na UFPR, exatamente por dialogarem com a representao que exige inferncia por parte do candidato. Os elementos

    sero retirados do contemporneo, provavelmente, veculos informativos sero os grandes

    alimentadores dessas questes. A carga de leitura crtica/argumentativa ser extremamente til

    aos candidatos.

    UFPR 2011 (modelo)

    Evoluo de indicadores antropomtricos na populao de 5 a 9 anos de idade, por sexo

    Brasil perodos de 1974-1975, 1989 e 2008-2009.

    Tomando como referncia as informaes contidas no grfico, aponte as tendncias das

    crianas brasileiras quanto altura e ao peso e indique possveis causas das mudanas

    observadas entre 1974 e 2009. Seu texto deve ter de 8 a 10 linhas.

    - Situar o leitor.

    - Referenciar ao texto-base (grfico, charge, tira).

    - Trabalhar com os dados mais importantes, evitar, principalmente nos grficos situar as

    informaes secundrias.

    - Trabalhar de acordo com o enunciado, concluindo apenas caso seja solicitado.

  • UFPR 2007 (modelo)

    UFPR (modelo)

    Observe a tira a seguir e explicite os efeitos produzidos por ela, num texto de 4 a 6 linhas.

    PROPOSTA

    Charge publicada por Angeli, dentro da seo Chiclete com banana, na Folha de So Paulo, 27/09/2013.

  • Observe a tira acima e escreva um comentrio em um texto de 4 a 6 linhas. Voc deve:

    Verificar a ironia do personagem. Relacionar com a atualidade brasileira.

    4. Resumo

    Trata-se de um texto conciso e seletivo sobre um determinado assunto retirado de outros meios (literrio, expositivo, informativo, opinativo). O ato de resumir significa parafrasear a

    (s) parte (s) essenciais do texto, recuperando informaes, conceitos e ideias apresentadas

    pelo texto-base.

    A presena do gnero na Prova de Produo de Textos da UFPR praticamente certa, nos

    ltimos sete vestibulares, esteve presente em todos, exigindo a produo de um texto que no

    deve ir alm do limite de 10 linhas.

    UFPR 2012 (modelo)

    Faa um resumo de at 10 linhas do texto a seguir.

    Algumas das principais cidades espanholas, a partir do ltimo ms de maro, passaram a

    abrigar um experimento poltico e cultural que tem atrado interesse crescente de cientistas e

    filsofos polticos. Trata-se da ocupao permanente, por parte de multides de jovens, de

    praas pblicas, como a Plaza Del Sol (em Madri) e a Plaza de Catalunya (em Barcelona).

    Milhares de jovens passam a viver nas praas, organizam cozinhas coletivas, promovem

    seminrios e grupos de discusso. Danam, cantam e, certamente, namoram.

    Duas ou trs visitas Plaza de Catalunya, como as que fiz em fins de maio, so

    suficientes para recolher as vrias palavras de ordem ali audveis, em meio polifonia das

    urgncias e ao rudo do incessante bater de panelas, latas ou coisa similar. Uma palavra de

    ordem, no entanto, parecia unificar o coro por vezes dissonante de reivindicaes dspares:

    por uma vida mais digna. Difcil associ-la a qualquer causa j conhecida. No h vnculos partidrios explcitos e,

    se calhar, implcitos. De algum modo, um sentimento de desterro em sua prpria ptria releva

    Verbos Dicendi ( declarativos), usados para anteceder uma declarao

    abordar- afirmar - apontar apresentar argumentar caracterizar classificar confrontar - comparar- comprovar contrapor concluir criticar definir defender diferenciar desenvolver - descrever -elencar enumerar esclarecer exemplificar finalizar - julgar justificar mostrar - negar opor - pensar questionar relatar sugerir - tratar

  • dos semblantes juvenis. Ser a dignidade de esquerda ou de direita? Ou seriam todos

    extremistas de centro?

    H quem explique a coisa pela gravidade da crise que atravessa o pas. Com efeito, na

    Espanha, 43% dos jovens no conseguem entrar no assim chamado mercado de trabalho. O pas, por certo, sempre conviveu com taxas mais elevadas de desemprego do que a mdia da

    Unio Europeia, fato compensado pelas polticas de proteo social, cujo lastro foi o

    crescimento econmico do pas, dcadas atrs. [...]

    No entanto, no se trata apenas de risco de no emprego. Mais que isso, sinais eloquentes

    de descrena na poltica, na capacidade dos governos e nos mecanismos de representao

    aparecem por todo lado. O movimento de ocupao foi afetado pelas eleies municipais

    espanholas, ocorridas em 15 de maro passado, nas quais se observaram imenso avano da

    oposio conservadora ao governo socialista de Jos Luis Zapatero e um forte alheamento ao

    processo eleitoral, visvel pelas altas taxas de absteno. O mesmo componente repetiu-se,

    quase trs meses mais tarde, em Portugal. L, os socialistas foram derrotados pela oposio

    conservadora, graas, em grande medida, indiferena de eleitores mais de metade do pas , que no percebiam qualquer diferena entre as propostas em disputa. Muito se tem escrito, em vrios pases, a respeito da crise de representao poltica. Por

    toda parte, parlamentos e partidos parecem ter vida prpria e se distinguem da massa dos

    eleitores, visitados e revisitados por ocasio das temporadas de captura de sufrgio, tambm

    conhecidas como eleies. [...] Um interesse a ser abrigado e lapidado pela ao de partidos polticos, cuja atribuio, alm da disputa eleitoral pelo poder, deveria ser da organizao de

    correntes de opinio, da educao poltica e da difuso da informao. Um cenrio que

    muitos julgam j desfeito. Outros, ainda mais descrentes, duvidam mesmo de sua existncia

    em qualquer tempo.

    De qualquer modo, os jovens da Catalunha formularam, sob forma de queixa, seu prprio

    diagnstico. Entre as muitas

    palavras de ordem, e alm da exigncia de vida digna, destacava-se essa prola: Basta de realidade, deem-nos promessas.

    (LESSA, Renato. Promessas, no realidades. CINCIAHOJE, vol. 48, p.88)

    PROPOSTA

    Inspirado pelo julgamento do mensalo, que nesta data pode decidir o futuro do maior caso de corrupo da histria do Pas, o ex-prottipo do homem comum resolveu abandonar os memes no Facebook e passou a compor as prprias canes de olho no estrelato. No

    precisou sair do sof para atrair a ateno da trindade santa do rock rebelde, do rock

    moleque, do rock da malemolncia: Lobo, Roger e Dinho Ouro Preto. Foi amor primeira

    vista. Agradou tanto que o trio resolveu se unir para subir ao palco com o dolo-f.

    Caso o ministro d sobrevida patota, o nmero ser outro. Numa verso local do Kiss,

    Os Infringentes devem subir ao palco com as caras pintadas e o nariz de palhao ao som de

    Que Pas Este, clssico da msica rebelde brasileira que consegue rimar Constituio com

    Futuro da Nao. Dinho Ouro Preto tem um discurso preparado: Cara, eu acho que, cara, essa coisa da poltica, cara, uma nojeira, cara, como pode, cara, tanta gente roubando, cara,

    um pas de ignorante, cara, ningum valoriza a cultura, cara, ningum fala coisa com coisa,

    cara, a gente paga nossos impostos, cara, e, poxa, cara, olha quanta sacanagem, cara, Bolsa

    Famlia pra pobre ignorante, cara, que no sabe conjugar um verbo, cara, enquanto a gente se

    ferra, cara, eu quero comprar tnis descolado, cara, mas os impostos, cara, obrigam a gente a

  • viajar pra fora, cara, encher a mala de produto importado, cara, porque aqui, cara, a gente

    obrigado a pagar impostos, cara, e no tem direito a tnis colorido, cara, onde j se viu isso,

    cara, olha esse Sarney, cara. Independentemente do resultado da votao, Lobo promete subir ao palco esperneando.

    Pretende tocar violo apenas com o dedo do meio acionado, para protestar contra tudo isso

    que est a, inclusive o que no est. No adianta a gente mudar ministro, presidente, prefeito e o escambau enquanto a gente no se conscientizar de que o Herbert Viana vende

    mais disco que eu copiando tudo o que eu fao. Mais otimista, Roger, o Infringente 3 que se gaba de ter um QI mais alto do que o de

    Joaquim Barbosa, acredita que o show vai inaugurar um novo momento da poltica, da

    msica e da humanidade. Com a condenao dos rus, afirma, haver um constrangimento

    coletivo que deve mudar os vcios do Pas, da msica, das eleies e da Copa de 2014. tudo simblico. Os motoristas vo deixar de subornar o guarda quando atropelarem pedestres

    e ciclistas nas ruas. Os empresrios vo deixar de registrar as firmas no nome dos sobrinhos

    de quatro anos. Ningum ter coragem de comprar ou vender carteira de motorista. Pnalti,

    agora, s quando algum for atropelado dentro da rea. As pessoas vo deixar de ver Fausto

    e gincana do Gugu para acompanhar o que rola no STF depois desse julgamento. Acho at

    que os quarentes que forjam carteiras de estudante para entrar no nosso show vo comear a

    pagar o que nos devem.

    PICHONELLI, Matheus. Almeidinha & os Embargos Infrigentes http://www.cartacapital.com.br/cultura/almeidinha-os-embargos-infringentes-993.html,

    publicado em 17/09/2013.

    Faa um resumo de at 10 linhas do texto acima.

    5. Continuidade no texto

    A continuidade de texto um gnero que a UFPR costuma cobrar, igualmente fez no ltimo concurso vestibular (2013). Para um bom desenvolvimento necessrio entender o

    texto original. Alm de perceber o teor do discurso, ritmo da linguagem (opinio, crnica,

    artigo, entre outros).

    UFPR 2013 (modelo) Leia abaixo os pargrafos iniciais de um texto de Rosely Sayo (Folha de S. Paulo, 01 maio

    2012). Escreva um ou dois pargrafos 8 a 10 linhas dando continuidade ao texto, sem necessariamente conclu-lo. Uma continuao adequada deve:

    apresentar uma articulao clara com os pargrafos iniciais; introduzir informaes novas, que garantam a progresso no tratamento do tema.

    - Retomada do texto original

    - Uso de processos anafricos (pronomes, nomes, referenciao completa).

    - Manter a linha coesiva.

    - Progresso do texto.

    -Pargrafos com unidade, desenvolvem-se com articulao com os anteriores e

    posteriores.

  • A famlia passou do singular ao plural. Antes, havia "a famlia". Quando nos referamos a

    essa instituio todos compartilhavam da mesma ideia: um homem e uma mulher unidos pelo

    casamento, seus filhos e mais os parentes ascendentes, descendentes e horizontais. E, como

    os filhos eram vrios, a famlia era bem grande, constituda por adultos de todas as idades e

    mais novos tambm.

    Pai, me, filhos, tios e tias, primos e primas, avs etc. eram palavras ntimas de todos, j

    que sempre se pertence a uma famlia. Quando as palavras "madrasta" ou "padrasto" ou

    mesmo "enteado" precisavam ser usadas para designar um papel em um grupo familiar, o

    fato sempre provocava um sentimento de pena. que na poca da famlia no singular isso s

    podia ter um significado: a morte de um dos progenitores.

    Mas essa ideia de famlia s sobreviveu intacta at os anos 60.

    Verso exemplificativa

    Aps esse perodo a sociedade passou por diversas transformaes no campo familiar. Um dos alvos foi exatamente a composio imposta pelas conquistas profissionais dos casais, principalmente

    as mulheres. Estas ganharam campo de trabalho, inclusive abdicando da maternidade. Outro grande motivador dessa pluralidade familiar est relacionado com as conquistas das

    unies homoafetivas, desligando o conceito pai e me, proporcionando uma nova viso das famlias.

    A diluio dos modelos, inclusive o formador de famlia uma tendncia que no contemporneo j pode ser revisto, apesar da comportada definio.

    Bruno Scuissiatto

    6. Transposio de discurso

    Esse gnero no cobrado na UFPR desde 2010, porm como a universidade gosta de variar nas propostas, torna-se fundamental saber fazer a transposio. Nele o candidato

    precisa mudar o discurso direto usado em uma entrevista, passando-o para o indireto. A

    sntese das principais ideias tratadas na entrevista precisam estar transpostas. O tamanho do

    texto normalmente no ultrapassa o limite de 10 linhas.

    UFPR 2010 (modelo) Leia abaixo um trecho da entrevista do filsofo e escritor suo Alain de Botton revista

    poca. Na entrevista, De Botton discute a relao do homem com o trabalho, questo

    abordada no seu livro mais recente: Os Prazeres e Desprazeres do Trabalho (Ed. Rocco).

    poca: possvel ser feliz no trabalho?

    Para uma boa transposio preciso:

    - situar o leitor, citando o veculo de informao, entrevistado e data;

    - brevidade e conciso na escolha e desenvolvimento do texto;

    - no levar para a proposta pormenores, detalhes, exemplos secundrios;

    - Incluir as perguntas feitas (ver o enunciado);

    - Transpor apenas o que o entrevistado falou (no acrescentar opinies/informaes);

    - Plano coesivo na transposio, evitando perodos soltos.

    - usar verbos dicendi * (ver pgina

  • De Botton: Sim, assim como possvel ser feliz no amor. Todos ns conhecemos pessoas

    que tm relacionamentos maravilhosos. Conhecemos tambm pessoas que tm trabalhos

    maravilhosos. Elas amam o que fazem. Mas uma minoria. Paraa maior parte das pessoas

    algo est errado. Pode ser que, em algum momento, as coisas tenham ido bem, mas depois

    elas acabaram perdendo o interesse no trabalho. Pode ser que as coisas nunca tenham ido

    bem para elas. A ideia de que todos podemos ser felizes no trabalho bonita. Mas, no atual

    estado da economia, da poltica e at da psicologia, isso impossvel.

    poca: Por que to difcil ser feliz no trabalho?

    De Botton: Por diversas razes. Pode ser muito difcil saber o que voc quer fazer com sua

    vida. Existe gente que diz eu quero fazer algo para ajudar as outras pessoas, mas no sabe exatamente o que fazer, nem como fazer isso. Outras pessoas dizem quero fazer algo criativo, mas tambm no sabem como. H certo mistrio para conseguir o que queremos. H tambm muitos obstculos. Qualquer empreendedor, ao abrir seu negcio, ter de superar

    a inrcia do mercado para se estabelecer. Um indivduo que entrou num novo emprego

    enfrenta um problema parecido para mostrar ao mundo que ele existe. uma tarefa difcil,

    em qualquer ramo de atividade. sempre algo extraordinrio quando algum ama o que faz

    e bonito ver isso acontecer.

    (poca, 26 set. 2009, p. 114. Texto adaptado.)

    Escreva um texto de 08 a 12 linhas, em discurso indireto, sintetizando essa entrevista. Seu

    texto deve:

    . deixar claro que se trata de uma entrevista, indicando a fonte;

    . explicitar a que perguntas o entrevistado respondeu.

    PROPOSTA

    G1 O senhor viveu, durante a ditadura, episdio semelhante ao que ocorre com Paulo?

    Edney Silvestre O episdio da invaso do meu apartamento em Copacabana por homens armados, o quebra-quebra que fizeram ali, a minha deteno, o encapuzamento, o tempo

    circulando dentro de um veculo para lugar desconhecido, isso se deu comigo, sim, mas nem

    se compara ao que passaram pessoas sequestradas e torturadas por foras da represso. Essa

    experincia terrvel se deu com alguns conhecidos meus, assim como o exlio. Como disse

    antes, cada personagem de "Vidas provisrias" foi composto com partes de imaginao

    ficcional, junto a eventos reais.

    G1 Eventos histricos so citados em 'Vidas provisrias'. Fez alguma pesquisa prvia para mencionar essas passagens?

    Edney Silvestre Pesquiso muito para compor meus romances. Minha fico est profundamente enraizada na realidade. Nos meus dois livros anteriores, situei a ao em um

    dia de 1990, naquele perodo de profundo sofrimento que foram os anos do governo de

    Fernando Collor ("A felicidade fcil"); e armei toda a trama de "Se eu fechar os olhos

    agora" no perodo de cega esperana que foram os primeiros anos da dcada de 1960, antes

    do golpe militar de 1964.

    (Retirado do site G1 (globo. com), 30 de ago. 2013. Texto adaptado)

    Escreva um texto de 08 a 12 linhas, em discurso indireto, sintetizando essa entrevista. Seu

    texto deve:

    . deixar claro que se trata de uma entrevista, indicando a fonte;

    . explicitar a que perguntas o entrevistado respondeu.