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Maquinas 61

Jul 24, 2016

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Grupo Cultivar

Maio 2007
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Rodando por aí

O preço das tarifas de irrigação no Brasil

Viabilidade de pivô central em hortaliças

GPS na determinação de eficiência

Ensaio de tratores

Um bico para cada aplicação

Passo a passo - manutenção de baterias

Prova do corte em colheita florestal

Cobertura total contra ferrugem na soja

Cobertura Expodireto 2007

Mecanização na colheita de tomate

Técnica 4x4

Índice Nossa Capa

Charles Echer

Destaques

Bico certoInúmeros detalhes caracterizam cada modelode ponta de aplicação e fazem dela única eadequada para situações específicas

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070

• RedaçãoGilvan QuevedoCharles Echer

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro Batistin

Sedeli Feijó• Gerente de Circulação

Cibele Costa• Assinaturas

Simone Lopes• Gerente de Assinaturas Externa

Raquel Marcos• Expedição

Dianferson Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 61

Ano VI - Março 2007ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00• 70,00

O preço para irrigarAs melhores tarifas de energiaelétrica para grandes jornadas deirrigação nas diversas regiões doBrasil

Prova do corteEstudo avalia aproveitamento dotempo e eficiência operacional de trêsempresas prestadoras de serviço emcolheita florestal

Matéria de capa

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06

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• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

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04 • Fevereiro 07

De olho na canaA Agrosystem tambémmarcou presença naExpodireto. LucianoLima, coordenador demarketing, informouque a empresa apostana oferta de produtospara atender à culturada cana-de-açúcar.

Tecnologia de aplicaçãoA Teejet, juntamente com outras empresas e a UPF, apresentou na Expodireto o projeto TA(Tecnologia de Aplicação). Os produtores puderam conhecer todas as etapas e a forma correta deaplicação de defensivos. Uso do produto inadequado; equipamento desregulado; dose incorreta(sub e superdosagens); momento ou estádio de aplicação incorreto; aplicação com condiçõesclimáticas inadequadas; água usada para mistura do agroquímico no tanque de má qualidade

(excesso de partículas em suspensão, pH incom-patível com produtos entre outros); paradas comequipamento ligado; escorrimento, gotejamen-to e sobreposição de aplicação estiveram entreos alertas de como práticas equivocadas podemser prejudiciais. Sérgio Santos e Helder Zuchinnidestacaram o caráter social da iniciativa. “Nos-so objetivo no evento não é a venda propria-mente dita, mas sim transmitir conhecimentosde como operar de forma correta e de como pre-venir acidentes através do uso correto de EPI’s”.

PresençaA Gates esteve focada no trabalho de divulga-ção da marca durante a 7ª edição da Expodire-to. A equipe, comandada por Márcio Afonso,da área de aplicação do produto e marketingindustrial, demonstrou a qualidade das linhasde correias agrícolas e mangueiras hidráulicasoferecidas pela empresa.

Agricultura familiarA Yanmar Agritech, tradicional fabricante de pro-dutos para a agricultura familiar, apresentou todasua linha de tratores e microtratores na Expodire-to 2007. Pedro Cazado Filho, gerente de Pós Ven-das e Marketing, aposta em um significativo au-mento de vendas no segundo semestre de 2007.

Novo gerenteEm fase de expansão, a Incomagri, empresa paulista do seg-mento de máquinas agrícolas, participou da Expodireto Cotri-jal 2007 com volume de negócios dentro das expectativas. Onovo gerente de Vendas e Marketing, engenheiro agrônomoAntonio Guilherme de Lacerda Mezzena, afirmou que seu de-safio principal é fortalecer a linha de produtos e a distribuição,com vistas a ampliar a participação de mercado da empresa e osserviços aos clientes. Com experiência na gestão de negóciosem empresas de insumos e máquinas agrícolas, Mezzena des-taca as perspetivas de aumento de negócios da linha de produ-tos, em função da retomada do crescimento da agropecuáriaem todas as regiões.

MercadoOsvaldo Milan,

supervisor de vendasda Jumil, está

otimista com a atualconjuntura do

mercado de máqui-nas agrícolas. Entre

os sinalizadorespositivos, despontam

os negócios realiza-dos durante a

Expodireto. “Bemacima da expectati-

va”, avaliou. Entre osprodutos mais

procurados no evento,a plantadeira Guerra

se destacou. “Oprodutor tem buscado

equipamentos queofereçam mais

tecnologia”, lembrou.

Novos RumosCristiano de Mello

assumiu como gerentede vendas da Fankhauser

disposto a alavancar asvendas de pulverizado-

res. “Estamos nessa áreahá aproximadamentesete anos. Já está na

hora de pegar um poucomais essa fatia de

mercado”, avaliou.

ExpansãoConfiante no potencial da região Sul, a Lind-say América do Sul apresentou na Expodiretosua linha de produtos para a irrigação. Segun-do o supervisor de vendas, Luciano CarneiroSpíndola, a empresa já conta com equipamen-tos instalados nesta região, quatro revendas,equipe treinada e um gerente regional.

Ânimo renovadoA GTS esteve na Expodireto com equi-pe completa. César Jairo Keller, geren-te comercial da empresa, comentou oânimo renovado do produtor duranteo evento. “O cenário é outro. O agri-cultor tem nos procurado para fazerproposta, com a intenção de investir du-rante o ano, situação que não existia an-teriormente.”

Novos temposGilson Lari Trennepohl,diretor presidente da Stara,comentou o sentimento deotimismo que tomou contado mercado agrícola. “Oagricultor vem feliz para afeira, porque está produzin-do. Mostra-se motivado,entusiasmado. Não há comocomparar com o cenário quetínhamos no ano passado.”

MarketingPedro Estevão Bastosde Oliveira, funcioná-rio há mais de trintaanos da empresa, é onovo diretor demarketing e vendasda Jacto.

Sergio Santos (esq.) e Helder Zuchinni (centro)

Cristiano de Mello

Osvaldo Milan

Gilson Lari Trennepohl

Pedro Estevão B. de Oliveira

Antonio Guilherme

Luciano Lima

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Fevereiro 07 • 05

Rodrigo PellegrineEdmur Jr. e Ronaldo da Cruz

Novo gerenteA Grazmec, tradicionalempresa fabricante deprodutos no segmento detratamento de grãos, contacom novo gerente comercial.Marcus Van Den Mosselaarassumiu o posto em janeiro.

Venda à vistaOs bons ventos que sopram a favor da agricultura se refletiram também nas vendas demáquinas agrícolas. Amarildo Menegaz, 40 anos, produtor de soja, milho e trigo emuma área de 200 hectares, nomunicípio de Tapejara, no RioGrande do Sul, aproveitou aExpodireto para trocar sua co-lheitadeira MF 3640, adquiri-da em 2004, por uma MF 5650,com sensor de perdas e equipa-da com a plataforma Powerflex,lançada no evento. O pagamen-to foi feito à vista. “A gente temque melhorar, buscar mais con-forto e se atualizar com a tec-nologia”, justificou Menegaz,que é cliente da Massey Fergu-son desde 2002.

Médio porteLuiz Feijó, diretorcomercial da New Holandno Brasil, destacou o cres-cimento do processo demecanização da agricul-tura familiar nos últimosanos. “No Rio Grande doSul, em 2006, tratores deaté três cilindrosdominaram 70% de todoo mercado”, lembrou.

Plantio eficienteJalsomir Brunetto, gerente de assistência técnica e Eliane Brock, do Departa-

mento de Marketing, ambos da Seme-ato, destacaram durante a Expodiretoa plantadora TDNG 300 E, desenvol-vida nos moldes da Europa, com 17 li-nhas e 2,89 metros. “Possui rodado portrás da máquina e usa o mesmo espa-ço do transporte para o plantio, comaproveitamento total”, destacou Bru-netto. Ideal para grãos finos comoaveia, azevém e arroz, tem como mer-cado principal a Espanha.

PulverizaçãoA ServSpray destacou o

pulverizador gafanhoto 4x4.“Entre os diferenciais está omenor gasto de combustível

devido às características deoperação do equipamento,

com motor MWM 180 HP,considerado um dos maiseconômicos do mercado.

Possui ainda facilidadeoperacional, com barras de

aplicação na parte frontal, oque permite ao operador

melhor visualização dotrabalho. Outro diferencial é

que tem dois anos degarantia”, frisou Osmar

Santos, supervisor de vendasda ServSpray.

Entusiasmo“Se percebe um brilhodiferente nos olhos do

cliente”, assim ocoordenador regional de

vendas da Jonh Deere,Valter Luis Todeschini,

definiu o entusiasmo dosagricultores que visitaram

a Expodireto. As ótimasperspectivas para a safra

de grãos, preços maisjustos e a atual conjuntu-ra do mercado favorecemo clima de otimismo, que

se reflete também nosnegócios. Colhedoras para

entrega futura, tratores eplantadoras estão entre os

equipamentos maisprocurados. O pulveriza-

dor 4720, exposto nafeira, também despertou o

interesse dos produtores.

Inovação tecnológica“Trabalhamos continuamente paraapresentar produtos com tecnolo-gia inovadora”, assim o engenheiroagrônomo José Tonon Júnior, ge-rente de produtos da Jacto, resumiua parceria da empresa para a próxi-ma edição do Agrishow RibeirãoPreto. “Oferecer ao cliente máqui-nas confiáveis e de alto rendimen-to operacional é o nosso grande de-safio”, enfatizou.

ArmazenamentoA equipe da GSI, liderada por Ri-cardo Col de Bella, analista de ma-rketing e Ivo Oltramari Júnior, ge-rente de vendas, apresentou naExpodireto a linha completa paraa área de grãos, com silos secado-res, transportadores, pré-limpezae armazenadores.

Lançamentos a caminhoA Industrial KF, de Cândido Godói, tradicio-nal fabricante de plantadoras de grãos, junta-mente com sua rede de distribuição, apresen-tou na Expodireto 2007 a linha de produtos daempresa. Na avaliação do diretor comercial,Ademir Kelm, o mercado esboçou a partir daCoopavel, uma sensível reação. Confiante naretomada do crescimento no agronegócio, ameta agora é apresentar novos produtos nospróximos eventos.

PrecisãoO diretor da Herbicat,Luís César Pio,aproveitou a Expodiretopara expor o trabalho daempresa na busca pelaqualidade em pulveriza-ção. Entre os enfoquesabordados durante afeira estiveram a escolhacorreta de bicos paraaplicação, GPS paraorientação e controladorde precisão, além debombas de pulverização.

Jalsomir Brunetto e Eliane Brock

Luiz Feijó

Marcus Van Den Mosselaar

José Tonon JúniorValter Luis Todeschini

Osmar SantosAdemir Kelm e Erni Birk

Luís César Pio

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06 • Março 07

A melhor tarifa para a região Sudeste é averde. Já para as demais regiões, a tarifa

azul mostrou-se como mais atrativa

motores elétricos

Cultivar

Diversas são as fontes de ener-gia para acionamento de sis-temas de bombeamento, den-

tre as quais, as da eletricidade, de ori-gem hidráulica, eólica e solar; as dos com-bustíveis fósseis (diesel, gasolina e gás na-tural); as dos combustíveis renováveis(metanol, etanol e gases provenientes dafermentação de matérias orgânicas dilu-ídas em água nos biodigestores, que sãobastante comuns na Índia e China). Em-bora existam várias fontes de energia paraacionamento dos motores, a hidroeletri-cidade é a mais utilizada no Brasil e, por-tanto, mais enfatizada nos trabalhos queenvolvem custos de bombeamento emsistemas de irrigação. Pesquisadores com-pararam os custos da irrigação na cultu-ra do feijão, utilizando-se o sistema deirrigação por aspersão tipo pivô centralpara uma área de 91,3 ha, acionado àenergia elétrica e a diesel. Foram feitas12 simulações referentes a 12 épocas desemeadura no ano, admitindo o ciclo dacultura de 82 dias, observando com es-tas simulações que o sistema acionadopelo motor diesel apresentou um custoanual de irrigação 72,5% superior ao sis-tema acionado à energia elétrica, para1.218,4 horas de irrigação.

O acionamento de bombas em áreas ir-

rigadas, na grande maioria das regiões dopaís, portanto, se faz com o uso da energiaelétrica, compreendendo cerca de 70% dosirrigantes. No entanto, em determinadasregiões, as tarifas elevadas ofertadas pelasconcessionárias de eletricidade desmotivamgrande parte dos irrigantes. Neste sentido,um estudo detalhado da viabilidade de im-plantação e operação de motores elétricos,nas regiões do Brasil, diante das variáveis:número de horas de funcionamento porano e estruturas tarifárias são extremamen-te necessários para se apontar um cami-nho mais adequado a ser adotado pelos ir-rigantes.

Para essa avaliação foi consideradoum motor elétrico de potência comercialde 100 cv, funcionando nas diferentes re-giões do país com número de horas defuncionamento por ano variável e, sub-metido às tarifas azul, verde e convenci-onal tipo A. A partir das especificaçõesutilizadas para a composição destes cus-tos (Tabela 1), permitiu-se a obtençãodos custos totais anuais e horários paraos diferentes cenários estudados.

O levantamento foi realizado para ascinco regiões brasileiras (Norte, Nordes-te, Centro-Oeste, Sudeste e Sul), comdois, quatro, seis e nove meses de irriga-

O preço parairrigar

O preço parairrigar

Análise detalhada em todas as regiões do Brasil mostra que aadoção das tarifas de energia elétrica verde e azul é a opção

mais barata para grandes jornadas de irrigação

Análise detalhada em todas as regiões do Brasil mostra que aadoção das tarifas de energia elétrica verde e azul é a opção

mais barata para grandes jornadas de irrigaçãoD

ivul

gaçã

o

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“Embora existam várias fontes de energia para acionamento dosmotores, a hidroeletricidade é a mais utilizada no Brasil”

Março 07 • 07

EspecificaçõesCusto do motor (R$)

Potência do motor (cv)Vida útil do motor (anos)

Vida útil da rede de energia elétrica (anos)Taxa anual de juros

ICMSCosseno de ϕϕϕϕϕ

Fator de Ajuste

Motor Elétrico8.600,00

1001530

12%20%0,861,07

Tabela 1 - Valores de entrada para composição do custostotal anual e horário

Região

NEN, CO e MG

S e SE

Grupo A(Alta Tensão > 2,3 kv)

908070

Grupo B(Baixa Tensão < 2,3 kv)

736770

Desconto (%)

Tabela 2 - Descontos noturnos para irrigação

RegiãoNNECOSES

ConcessionáriaCELPA (Centrais Elétricas do Para S. A.)

Companhia Energética de AlagoasCELG (Companhia Energética de Goiás)

CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais)CEEE/RS (Companhia Estadual de Energia Elétrica)

Resolução (Nº/ano)192/2004219/200302/200483/2004

242/2004

Tabela 3 - Concessionárias energéticas selecionadas para cada região

Tempo de irrigação anual(21 horas/dia – 24 horas/dia)1260 – 1440 (2 meses/ano)2520 – 2880 (4 meses/ano)3780 – 4320 (6 meses/ano)5670 – 6480 (9 meses/ano)

1260 – 14402520 – 28803780 – 43205670 – 64801260 – 14402520 – 28803780 – 43205670 – 64801260 – 14402520 – 28803780 – 43205670 – 64801260 – 14402520 – 28803780 – 43205670 – 6480

Regiões

Norte

Nordeste

Centro-Oeste

Sudeste

Sul

Tarifa Azul5,80 – 9,605,57 – 9,305,40 – 7,945,32 – 7,73

6,61 – 10,206,39 – 9,416,20 – 9,026,12 – 8,81

7,06 – 10,406,85 – 9,676,66 – 9,296,57 – 9,08

8,64 – 13,118,32 – 12,058,07 – 11,547,95 – 11,255,30 – 7,555,19 – 7,095,08 – 6,865,03 – 6,73

Tarifa Verde6,85 – 12,316,49 – 11,996,27 – 11,786,16 – 11,687,77 – 13,367,41 – 13,057,18 – 12,827,07 – 12,718,14 – 13,687,02 – 13,397,43 – 13,027,27 – 12,828,71 – 14,588,27 – 14,208,00 – 14,937,86 – 13,806,78 – 11,096,51 – 10,856,32 – 10,666,22 – 10,57

Tarifa Convencional Tipo A9,61 – 10,099,61 – 10,099,61 – 10,099,61 – 10,0912,15 – 12,2711,50 – 11,7111,29 – 11,5311,15 – 11,4012,87 – 13,0012,29 – 12,5012,10 – 12,3311,97 – 12,2215,19 – 15,2114,45 – 14,5614,20 – 14,3514,04 – 14,2010,33 – 10,38

9,88 – 9,999,73 – 9,869,63 – 9,77

Custo horário R$/100 cv de potência (21 - 24 horas/dia)

Tabela 4 - Custo horário com energia elétrica de um sistema de irrigação, operando com 21 e 24 horas/dia(horário fora de ponta e de ponta, respectivamente), em função do tipo de tarifa e horas de bombeamento nasregiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul

ção com 21 horas/dia no horário fora deponta e, posteriormente, com 24 horas/dia no horário de ponta, nas tarifas azul,verde e convencional tipo A. Foram con-sideradas, ainda, os respectivos descon-tos para as diferentes regiões (Tabela 2),conforme a Portaria 105, de dois a oitode outubro de 2002 e a Resolução ANE-EL Nº 277 de 19 de julho de 2000.

A Tabela 3 mostra as concessionáriasrepresentativas de cada região, onde foramobtidas as tarifas de demanda e consumo.

O custo anual de energia elétrica paratodas as regiões, nas tarifas azul e verde,apresenta a mesma tendência, aumentan-do com o incremento do tempo de bom-beamento, sendo mais evidente esta simi-laridade entra as tarifas na região Sudes-te. A tarifa convencional tipo A detémmaior custo anual em todas as regiões,para qualquer tempo de bombeamento,apresentando uma diferença cada vez maissignificativa em relação às outras tarifas àmedida que se aumenta o período de irri-gação. A tarifa verde apresenta-se comomelhor opção para os irrigantes da regiãoSudeste que operam, com no máximo, 21horas/dia de irrigação (horário fora deponta). Para as outras regiões, a tarifa azulmostra-se como uma opção mais atrativa,em qualquer tempo de bombeamento.Observa-se que a tarifa azul poderá nãoser habilitada pela companhia elétrica emdeterminadas circunstâncias, quando nãose deseja incentivar o consumo elétrico emhorários de ponta em um determinado ra-

mal elétrico com elevado índice de deman-da.

A região Sudeste apresenta um custohorário de energia elétrica superior às de-mais regiões em qualquer tarifa adotadae em qualquer tempo de irrigação. Já asregiões Sul e Norte são as que apresen-tam menores valores de custo horário deoperação, em qualquer tempo de funcio-namento e tarifa de energia elétrica. Casoo irrigante utilize 24 horas/dia a sua es-tação de bombeamento, o custo horáriode energia elétrica terá um aumento, emmédia, de 65, 100 e 18% para as tarifasazul, verde e convencional tipo A, res-pectivamente, nas regiões do Brasil.

RESUMO E CONCLUSÕESA região Sudeste tem como melhor

opção a tarifa verde quando se opera, comno máximo, 21 horas/dia de irrigação(horário fora de ponta). Para as outrasregiões, a tarifa azul mostra-se como umaopção mais atrativa, em qualquer tempode bombeamento. Irrigando no horáriode ponta (passando de 21para 24 horas/dia), o cus-to horário de energia elé-trica terá um aumento,em média, para as regi-ões do Brasil, de 65, 100e 18% para as tarifasazul, verde e convencio-nal tipo A, respectiva-mente.

Rodrigo O. C. Monteiro,Priscylla Ferraz,Rubens D. Coelho,Esalq/USP

M

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08 • Março 07

O estudo realizado em Cristalina (GO)mostrou que a implantação de pivô central

para produção de hortaliças é viável

As hortaliças têm o desenvolvi-mento e o rendimento muito in-fluenciados pelas condições de cli-

ma e umidade do solo. A deficiência de água éfreqüentemente um fator limitante no rendi-mento e qualidade do produto, sendo a irriga-ção, portanto, uma prática bastante utilizada.Os sistemas de irrigação têm por objetivo per-mitir o fornecimento do insumo água, captan-do, conduzindo e distribuindo água de manei-ra uniforme e controlada, utilizando o mínimode energia e preservando o meio ambiente.

Devido às suas características favoráveis, osistema de irrigação tipo pivô central é bastan-te utilizado na produção de hortaliças como o

alho, a batata, a cenoura e o milho doce, porpermitir a irrigação mecanizada de grandes áre-as, mesmo de topografia irregular, facilidade deoperação e manutenção, elevada uniformidadede aplicação de água, facilidade de utilizaçãode práticas de quimigação, estrutura que nãointerfere nas operações agrícolas, e em relaçãoao manejo, possibilita a aplicação de pequenaslâminas em intervalos reduzidos.

A grande utilização deste equipamento per-mitiu a expansão de culturas olerícolas no Bra-sil Central, como a batata, cebola e alho na re-gião de Cristalina (GO). Devido aos altos cus-tos envolvidos na olericultura, é inadmissívelqualquer limitação de produtividade devido ao

funcionamento do sistema de irrigação, quedeverá ter os parâmetros hidráulicos e energé-ticos otimizados para viabilizar sua utilização.

EXEMPLOUm estudo de caso foi realizado na zona

rural de Cristalina (GO), na microrregião de-nominada Entorno do Distrito Federal, locali-zada no km 20 da rodovia BR 251, a 80 km docentro de Brasília (DF). O solo é classificadona sua maioria como Latossolo Vermelho Ama-relo, de textura argilosa.

Para o estudo, foi utilizado o sistema de ir-rigação por pivô central, por permitir a produ-ção de hortaliças em grande escala. O manejoda irrigação proposto, fundamenta-se no co-nhecimento, em tempo real, das variações datensão de água no solo, medida por meio dostubos tensiométricos e do tensímetro digital,para definir o momento da irrigação e, ao mes-mo tempo, determinar a quantidade de águanecessária para reposição do déficit hídrico. Aárea dos pivôs foi subdividida em quatro partes(quadrantes) iguais, sendo que, em cada qua-drante, instalou-se um conjunto de tensiôme-tros (três equipamentos) nas profundidades de10, 20 e 30 cm, representando, respectivamen-te, as camadas de solo de 0-15 cm, 15-25 cm e25-35 cm, para que seja feito o monitoramen-to da deficiência de água no solo. O local deinstalação de cada conjunto foi representativoda área do quadrante e as irrigações serão efe-tuadas sempre que a tensão atingir um valormáximo que não prejudique o desenvolvimen-to das plantas.

ANÁLISE FINANCEIRANa análise financeira, foi considerada a

implantação de 303,93 hectares de área irriga-da por pivô central destinada à produção de

Fonte rentávelA implantação de pivô central em áreas destinadas à produção de hortaliças

mostra-se uma interessante alternativa de empreendimento para produtores daregião Centro-Oeste. Além de ter uma taxa de risco bastante baixa o sistemagarante alta produtividade e produtos com mais qualidade e valor agregado

pivô centralCu

ltiva

r

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“Devido às suas características favoráveis, o sistema de irrigação tipo pivô central é bastante utilizado na produção dehortaliças como o alho, a batata, a cenoura e o milho doce, por permitir a irrigação mecanizada de grandes áreas”

Março 07 • 09

Aagricultura é a atividade que de-manda maior quantidade total de

água, consumindo aproximadamente 70%da água disponível. Em alguns lugares domundo, o uso da água na agricultura res-ponde por 80% de suas derivações e, noBrasil, esse valor supera os 60%. A maiorquantidade da água utilizada na agricul-tura é pela irrigação, sendo esta um ele-mento de fundamental importância paraprover a produção de alimentos e fibrasem escala suficiente.

Dentre as vantagens apresentadas pelaagricultura irrigada, destacam-se: maior pro-dução (possibilidade de mais de um plantiopor ano na mesma área), maior produtivi-dade (melhores condições de desenvolvi-mento das culturas) e geração de empregos

IRRIGAÇÃO NO BRASILpermanentes (± 1,5 empregos/hectare irri-gado) com os menores níveis de investimen-to comparativamente a outros setores daeconomia, promovendo o aumento da ren-da e a diminuição do êxodo rural, melho-rando sensivelmente as condições de vidados produtores e suas famílias.

Atualmente, o Brasil ocupa lugar depouca expressão entre os países que uti-lizam a irrigação intensivamente. A áreatotal cultivada no Brasil está em torno de66 milhões de hectares, sendo 71,5% des-te total com as 13 principais culturas e,deste total apenas 3,63 milhões de hec-tares são irrigados (23% com pivô cen-tral), correspondendo a 5,5% da área cul-tivada e representando aproximadamente35% da produção agrícola nacional.

hortaliças na zona rural do município. Primei-ramente foi feito um levantamento patrimoni-al de um empreendimento similar existente naregião e, com os dados obtidos, foi realizada umaadequação ao trabalho ora proposto, com a fi-nalidade de implantar três pivôs centrais de101,31 hectares cada, destinados à produçãode alho, batata, cenoura e milho doce. A áreaútil de plantio de cada pivô será de 99,26 hec-tares. A análise da rentabilidade e viabilidadefinanceira foi realizada para um período proje-tado de dez anos (2007 a 2016).

CONCEITOS E INDICADORESPara que se calcule a viabilidade financeira

de um novo negócio, há que se estimar os cus-tos de capital como investimentos, dívidas e fi-nanciamentos e, há que se prever as receitascorrespondentes, ou seja, a geração futura decaixa.

Para a avaliação deste trabalho, foi realiza-do um estudo de viabilidade financeira atravésde projeções e retorno de investimentos, utili-zando os seguintes indicadores: Valor PresenteLíquido (VPL), Taxa de Mínima Atratividade(TMA), Taxa Interna de Retorno (TIR), Prê-mio de Risco (PR), Período de Recuperação doInvestimento (Payback), Índice de Lucrativi-dade (IL), Índice Benefício Custo (IBC) e Re-torno Adicional sobre o Investimento (ROIA).

Realizou-se um levantamento de todas asnecessidades da propriedade em relação à aqui-sição de tratores, pulverizadores, implementos,equipamentos, veículos, benfeitorias e ativida-des terceirizadas, buscando, assim, uma me-lhor utilização desses recursos na propriedade,atingindo altas produtividades com redução noscustos de produção.

Para a realização dos investimentos, par-tiu-se de um pressuposto que a barra-gem que fornecerá a água para osistema de irrigação já existena propriedade e a

mesma foi valorizada no preço do item terra etodos os demais itens serão adquiridos (terra,construções civis, tratores, pulverizador, imple-mentos, equipamentos, veículos e itens diver-sos). Os investimentos totais resultaram em ummontante de R$ 7.920.740,00.

As receitas anuais foram determinadas deacordo com o que será colhido em cadaano. As estruturas das produtivi-dades foram propostascom base na altatecnologia e

Divulgação

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10 • Março 07

em resultados práticos alcançados por um em-preendimento similar existente na região, queutiliza os parâmetros técnicos recomendadoscom aplicações otimizadas de insumos agríco-las.

Os preços de venda propostos represen-tam 70% (para a cenoura) e 80% (para o alho,a batata e o milho doce) de uma média his-tórica obtida nos seguintes entrepostos de co-mercialização: Ceagesp (SP) (2001 a 2005);Ceasa (MG) (2001 a 2005); Ceasa (DF)(2001 a 2005); Ceasa (PE) (2001 a 2005) eCeasa (GO) (1999 a outubro de 2006). Es-ses preços de venda propostos têm como re-ferência a propriedade, ou seja, o produtorestará isento de custos com transporte parao local de destino. Para a cenoura conside-rou-se um percentual menor pelo fato damesma ser comercializada diretamente nalavoura, isentando o produtor de custos comlavagem e embalagem.

AVALIAÇÃO DOS INVESTIMENTOSO fluxo de caixa foi analisado de acordo

com os indicadores propostos. Os resultadosobtidos mostram uma rentabilidade para a ati-vidade no final de dez anos, com um VPL deR$ 21.646.686,64 a uma TMA de 17,10%,mostrando-se então uma atividade viável, a qualremunera os investimentos e ainda proporcio-na retorno.

A TIR apresentou resultado de 67,90%,sendo maior do que a Taxa de Mínima Atrati-vidade de 17,10%, indicando que o projeto éviável e lucrativo. O PR foi de 50,80%.

O IL da atividade por unidade vendida va-riou entre 24,12% a 55,54% (média de 39,05%)durante os anos analisados. O IBC foi de 3,73,ou seja, para cada R$ 1,00 investido obteve-seretorno de R$ 3,73.

O ROIA foi de 14,08% a.a. além da TMA,sendo essa a melhor estimativa de rentabilida-

de do projeto de investimento.O Período de Recuperação do Investimen-

to (Payback), calculado sobre o Valor Presente,está estimado em um ano e 11 meses (Figura1), em que no 1º ano as receitas cobrem os cus-tos totais oriundos da atividade produtiva, po-rém os investimentos são cobertos somente apartir do 2º ano.

CONCLUSÃOOs métodos de avaliação de projetos per-

mitem estabelecer estudos comparativos en-tre alternativas de emprego do capital e deoutros recursos da propriedade.

O investimento no sistema de irrigaçãopor pivô central para a produção de hortali-ças no município de Cristalina (GO) numaárea de 303,93 hectares apresentou-se finan-ceiramente viável configurando em uma in-teressante sugestão de empreendimentopara produtores da região que buscam no-vas alternativas para diversificar sua produ-ção e desejam enfrentar o mercado comovendedores.

As hortaliças produzidas sob pivôcentral têm mais qualidade e

maior valor agregado

A atividade olerícola vem se destacan-do nos últimos seis anos na região de Cris-talina, principalmente na produção de alho,batata, cenoura e milho doce, indicandoque não se pode deixar de investir em tec-nologias adequadas para a obtenção de al-tas produtividades, visando produzir comqualidade e com um maior valor agregado.Recomenda-se sempre buscar atender asexigências do mercado consumidor, estaratento às novas tecnologias que vão sur-gindo no setor, procurando se manter fir-me no mercado, que se torna cada vez maiscompetitivo.

É conveniente ressaltar que a atividadeapresenta um baixo risco, apresentando umaampla diferença entre a TIR e a TMA, po-dendo a mesma ser explorada como uma ati-vidade principal dentro de um estabeleci-mento agrícola.

Outra vantagem da produção sob pivô éo baixo risco financeiro que a atividade

representa

Rafael Weschenfelder,Remidijo Tomazini Neto,Cícero Célio de Figueiredo eAdilson Jayme de Oliveira,Upis

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Figura 1 - Período de recuperação do investimentoMarco A. Lucini

Div

ulga

ção

Page 11: Maquinas 61

Março 07 • 11

GPS

Adeterminação da capacidade ope-racional de um conjunto meca-nizado (trator e implemento) é

de fundamental importância para a defini-ção do custo operacional deste conjunto. Ocusto da operação agrícola é em torno de30% do custo total de produção, e seu co-nhecimento traz vários benefícios, entreeles, a identificação de fatores que não es-tão sendo viáveis na produção, como porexemplo, um determinado implemento queapresenta custos maiores que benefícios.

Tempos atrás, para se saber a capacida-de operacional de um conjunto, era neces-sário realizar medições a campo como, tem-po total de trabalho, área trabalhada, da ve-locidade, do número de passadas, do tempode reabastecimento, entre outros. Isto eramuito trabalhoso e interferia no trabalho doconjunto mecanizado. Conseqüentemente,a determinação desta capacidade e poste-

riormente da eficiência operacional era rea-lizado por poucos agricultores e por proje-tos de pesquisas.

DEFINIÇÕESA capacidade operacional é o quanto de

área trabalhada num determinado tempo,o conjunto mecanizado realiza, o que cos-tumeiramente convencionamos de hectarespor hora. Para determinar-se o valor da efi-ciência operacional utiliza-se o valor da ca-pacidade operacional efetiva juntamentecom a capacidade teórica do conjunto me-canizado. A capacidade teórica é obtida atra-vés da multiplicação da largura do imple-mento com o valor do deslocamento médiodo trator, também expressa em ha/h. A ca-pacidade teórica corresponde a 100% de efi-ciência operacional. Então, obtendo-se acapacidade operacional efetiva, pode-se de-terminar com exatidão a eficiência operaci-

onal do conjunto.Com o valor da eficiência operacional, é

possível comparar os diferentes conjuntosexistentes na propriedade, no que diz res-peito a operadores, às máquinas e tambémaos custos.

Atualmente, através do uso do GPS®

(sistema de posicionamento global), estadeterminação ficou muito mais fácil de serexecutada. Existem vários receptores de si-nal GPS, utilizados na agricultura. O maisconhecido é a barra de luzes, que utiliza osinal GPS com correção diferencial. Entre-tanto, isto tem um custo aproximado de R$20 mil. O receptor GPS utilizado para a de-terminação da capacidade operacional é de-nominado de GPS de navegação e seu cus-to aproximado é de R$ 700. Existem váriosaparelhos de navegação no mercado, entre-tanto o fundamental para a agricultura é queele possa realizar o cálculo de áreas.

Eficiênciamonitorada

Eficiênciamonitorada

Uso do GPS paradeterminação da eficiência

operacional é umarealidade acessível, que se

paga pela quantidade deinformações úteis que gera

Uso do GPS paradeterminação da eficiência

operacional é umarealidade acessível, que se

paga pela quantidade deinformações úteis que gera

Gismal Francisco Perin

Page 12: Maquinas 61

12 • Março 07

TAMANHO DA ÁREAO primeiro passo para a determinação da

capacidade operacional é o conhecimento daquantidade total de hectares presentes naárea. Isto pode ser realizado com o receptorGPS que tenha capacidade para realizar estecálculo. Percorrendo-se o perímetro da área,pode-se obter este valor de hectares, que se-rão utilizados em vários planejamentos, comoo da mecanização, da produção, da quanti-dade de insumos, entre outros. O númerocorreto de hectares é fundamental para iden-tificar de forma segura a capacidade operaci-onal do conjunto mecanizado.

EFICIÊNCIA OPERACIONALFoi realizada determinação da capacida-

de operacional, numa operação agrícola desemeadura de trigo, em área de 12,6 hecta-res. O conjunto mecanizado utilizado foiuma semeadora/adubadora marca Semeatomodelo SHM 15/17 com espaçamento en-tre linhas de 20 cm e 17 linhas de semeadu-ra, e um trator marca Massey Fergusonmodelo MF 290 com tração dianteira auxi-liar. A variedade de trigo semeada foi a BRS194 e a quantidade de adubo de 210 kg/ha.Para esta determinação, foi instalado umreceptor de sinal GPS de marca Garminmodelo Etrex Legend, no bocal de abasteci-mento de combustível do trator.

O receptor GPS foi ativado para coletar

o percurso percorrido pelo trator durante aoperação. Além do mais, o operador pode-ria visualizar alguns dados instantaneamen-te, como a velocidade atual, a hora do dia, oodômetro do percurso e o deslocamentomédio. Com o auxílio do software GPS Tra-ck Maker versão 13.0 (versão livre e gratui-ta, disponível na internet para download,desenvolvida pelo professor Odilon Ferrei-ra, MG - Brasil) é possível realizar o down-load do registro do trajeto do receptor GPSpara dentro do computador pessoal. Estesoftware permite a visualização, armazena-gem e edição de alguns dados provenientes

do registro do trajeto.Pelo software é possível retirar informa-

ções como hora de início e fim da operação,número de abastecimentos, velocidade ehora de cada ponto da lavoura. Do receptorGPS podem-se retirar informações como adistância percorrida, o tempo de paradas, avelocidade média, o deslocamento médio avelocidade atual, a velocidade máxima, ahora do dia, entre outras informações.

O primeiro passo para a determinaçãoda eficiência operacional é a obtenção dovalor da capacidade teórica. Este valor éobtido através do deslocamento médio doconjunto mecanizado (8,5 km/h) com a lar-gura total da semeadora (3,4 m). Resultaem 2,89 ha/h, para esta operação, e corres-ponde a 100% de eficiência operacional.

A operação teve início às 8h e 55 min dodia 13 de junho de 2006 e terminou às 16h e17 min do mesmo dia, totalizando 7h e 22min de operação. Neste período, o conjuntoesteve parado por 52 min e 20 seg, perfazen-do 6h e 30 min efetivamente trabalhando. Oreceptor GPS também registrou a quantida-de de movimento que o conjunto executou.Nesta área de 12,6 ha, teve um total de 55,2km, alcançando a velocidade máxima de 14,8km/h. Através da análise posterior dos da-dos, pelo software anteriormente citado,pode-se verificar em qual local da área é quehouve esta velocidade, solicitando, se preci-so for, esclarecimentos do operador. Todasestas informações citadas são úteis para adeterminação da capacidade operacional, eforam registradas sem a necessidade de acom-panhamento ou interferência no trabalho emquestão. Daí a importância do sistema GPSpara efetuar estas determinações.

Nestes 12,6 ha, o tempo total para reali-

Com o valor da eficiência operacional, épossível comparar os diferentes conjuntos

existentes na propriedade

A) Visão da área B) Imagem vertical com limite; C) Mapa de semeadura e D) Sobreposição para rastreabilidade

A) B)

C) D)

Fotos Gismal Francisco Perin

Page 13: Maquinas 61

“O número correto de hectares é fundamental para identificar deforma segura a capacidade operacional do conjunto mecanizado”

Gismael mostra as vantagens que umsimples GPS pode trazer para as

atividades agrícolas

zar a operação de semeadura de trigo, comeste operador foi de 7h e 22 min. Com isso,para a realização de um ha foram necessários35 min e 5s ou 0,585 h/ha. A mesma infor-mação pode ser expressa de maneira diferen-te: a cada hora de trabalho foram realizados1,71 ha/h. Este valor corresponde à capaci-dade operacional efetiva. A divisão da capa-cidade operacional efetiva pela capacidadeteórica gera como valor a eficiência operaci-onal. Portanto, 1,71 ha/h dividido por 2,89ha/h resultam em 0, 591 7 ou 59,17%.

Este valor será utilizado no gerencia-mento do sistema mecanizado da proprie-dade. Poderá ser comparado com outrosconjuntos mecanizados, identificando osfatores que estão gerando esta eficiência.Também poderá ser estudada a viabilidadede troca por um conjunto de maior eficiên-cia, se este for o caso. Nota-se que se o des-locamento médio for menor, o valor da efi-ciência operacional aumenta. Entretanto,isto jamais deverá ser utilizado como recur-so para o aumento da eficiência.

Outros dados retirados do receptor GPSe do software também são informações im-portantes. Duas delas são o número e o tem-po de reabastecimentos. Neste caso foram

oito paradas para reabastecimento, com umtempo médio de 5 min e 10 s, totalizando 41min e 20 s de tempo parado para reabasteci-mento. Quanto menor este tempo, maior seráa eficiência operacional. No caso, correspon-deu a 9,35% do tempo total de operação.

Entretanto, observou-se neste caso, queos fatores que determinaram a eficiênciaoperacional do conjunto mecanizado foramefetuados durante a movimentação do con-junto. Entre eles, podem ser citados, a trocade talhões (observa-se na figura vertical comlimite que a área possui vários talhões e umaestrada cruzando na parte central), a sobre-posição das passadas do implemento, o nú-mero excessivo de manobras devido ao for-mato irregular da área, entre outros. Algunsdestes fatores como o formato da área e onúmero de talhões são difíceis de seremamenizados. Com isso, nesta área, o aumen-to da eficiência operacional é complicado deser otimizado devido a estes fatores de difí-cil eliminação.

O uso destas tecnologias citadas, comoo sistema GPS e programas computacionais,para a determinação da capacidade e efici-ência operacional, se tornará uma impor-tante ferramenta para a gerência dos siste-mas mecanizados, presentes na fazenda,pois seus custos são acessíveis perante ocusto total da produção agrícola.

Gismael Francisco Perin,UFSM

M

Page 14: Maquinas 61

14 • Março 07

Àprimeira vista, não existem mui-tas diferenças entre os tratores eimplementos que são vendidos no

mercado nacional, a não ser quanto à cor e àpotência de cada modelo. Mas, com certeza,quando se faz um exame detalhado de cada má-

quina em campo, que é chamado ensaio de má-quinas, as diferenças começam a aparecer e es-tas são muitas. Com base nestes ensaios, o pro-dutor poderá escolher qual a melhor máquinapara a sua realidade.

Existem alguns atributos básicos para se-rem avaliados em equipamentos agrícolas, taiscomo: consumo de combustível, patinagem dasrodas, capacidade de campo efetiva, entre ou-tros. Saber avaliar estes parâmetros é funda-mental para o sucesso operacional e econômi-

co das atividades agrícolas.

CONSUMO DE COMBUSTÍVELO custo do consumo de combustível em

operações tratorizadas, representa aproximada-mente 30 a 35% na composição do custo horatotal das operações mecanizadas de uma pro-priedade agrícola.

Dessa forma, a determinação correta de talparâmetro, é uma ferramenta de grande rele-vância para comparar os equipamentos, bemcomo um item técnico fundamental para omonitoramento econômico de empresas quedesenvolvem tais operações o ano todo.

Fazendo um cálculo rápido, caso um tratorapresente uma economia de três litros de die-sel por hectare trabalhado, em relação a outrotrator de uma mesma faixa de potência, consi-derando uma área produtiva de 1000 ha e opreço do combustível de R$ 1,80 por litro dediesel, pode-se dizer que apenas nesta opera-ção haverá uma economia de R$ 5.400,00.

Nos ensaios de campo realizados por em-presas, universidades ou técnicos especializa-dos, que exigem alto grau de precisão, este pa-râmetro é mensurado por fluxômetros instala-

Célula de carga utilizada paraverificar a força na tração durante

o ensaio dos tratores

Coletor de dados utilizado pararegistrar o consumo de

combustível

teste de desempenho

Em avaliação

Tratores com configurações parecidas podemter desempenho e consumo diferentes emsituações de trabalhos idênticas

Tratores com configurações parecidas podemter desempenho e consumo diferentes emsituações de trabalhos idênticas

Em avaliaçãoFo

tos

Une

sp

Page 15: Maquinas 61

“O consumo por área trabalhada é um dado interessante,pois é um parâmetro de comparação entre as máquinas”

Março 07 • 15

dos no circuito de alimentação do combustívelpara o motor, estando ligados a um coletor dedados.

Cada um mililitro de combustível quepassa pelo aparelho é registrado como um pul-so elétrico. Como o coletor registra tambémo tempo gasto na operação, estes valores sãotransformados em litros por hora (l/h). Casoseja calculada a capacidade operacional doconjunto, têm-se os dados de consumo emlitros por hectare (l/ha), os quais represen-tam quanto o conjunto motomecanizadoconsumiu de combustível por área. O con-sumo por área trabalhada é um dado inte-ressante, pois é um parâmetro de compara-ção entre as máquinas. Existem casos em queuma máquina tem um maior consumo ho-rário comparada com outra na mesma ope-ração, porém ela realiza o trabalho em me-nor tempo, com isso tem um consumo porárea trabalhada menor.

Na prática, para se calcular sem instrumen-tação, um dos métodos mais simples pode serrealizado através do próprio tanque de com-bustível do equipamento. Após completá-lo atéseu limite máximo, realiza-se o trabalho em uma

área de dimensões conhecidas e re-presentativas da área total, abaste-cendo novamente o tanque até seunível máximo, após o final da ope-ração. Desta maneira, é possível co-nhecer o consumo em litros por hec-tare daquela determinada operação.

Outra maneira, utilizando estemesmo método, pode ser realizadaabastecendo o tanque até seu nívelmáximo após uma jornada comple-ta de trabalho (por exemplo, oito horas). Nestecaso consegue-se levantar o consumo em litrospor hora do equipamento. Além de menos pre-ciso, uma vez que este método contabiliza oconsumo em intervalos, abastecimentos e pa-radas, para se conhecer o consumo em litrospor hectare é necessário conhecer o ritmo ope-racional do trator, tema que será abordado maisadiante.

A seguir estão demonstrados alguns resul-tados de testes de consumo de combustível com-parativos realizados pelo Nempa, Núcleo deEnsaio de Máquinas Agrícolas do Departamen-to de Engenharia Rural da FCA – Unesp deBotucatu, com o auxílio de um fluxômetro. Atabela1 apresenta o impacto da diferença deconsumo de combustível de tratores de mesmafaixa de potência, nos custos de produção con-siderando 1000 horas trabalhadas.

TRATORES UTILIZADOS• Trator A com 1583 horas de trabalho, 88

CV, pneus dianteiros 14.9.24 e pneus traseiros18.4-34, lastrado com 75% de água e 20 psinos pneus dianteiros e traseiros.

• Trator B com 2630 horas de trabalho, 85CV, pneus dianteiros 12.4-24 e pneus traseiros18.4-30, lastrado com 75% de água, 18 e 20 psi

nos pneus dianteiros e traseiros respectivamen-te.

Em cada um dos ensaios apresentados comvalores expressos em litros/hora, foram utiliza-dos os mesmos implementos para todos osmodelos, mesmas condições de trabalho, las-tros recomendados por cada fabricante e a mes-ma velocidade de trabalho (mesmo ritmo ope-racional).

TratoresABABAB

OperaçãoCalcáreo

Grade leve

Grade pesada

Consumo l/h3,44,84,66,27,58,8

Diferença %40%

36%

17%

Economia em 1000 H*R$ 2.520,00

R$ 2.880,00

R$ 2.340,00

* Considerando preço de R$ 1,80 por litro de óleo diesel

TratoresABABAB

OperaçãoCalcáreo

Grade leve

Grade pesada

Patinagem %8,57,9

10,210,912,813,4

Diferença %7,6

6,9

4,7

TratoresABABAB

OperaçãoCalcáreo

Grade leve

Grade pesada

CcE ha/h4,123,943,032,830,860,81

Diferença %4,6

7,1

6,2

Tabela 1 - Consumo em diferentes tipos de operação

Tabela 2 - Percentual de patinagem nas diversas operações

Tabela 3 - Diferenças de capacidade de campo efetiva

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ulga

ção

Char

les

Eche

r

Page 16: Maquinas 61

16 • Março 07

PATINAGEM DAS RODAS MOTRIZESA patinagem das rodas pode ser calculada a

campo por meio de métodos simples com baseno número de voltas da roda, sendo necessáriosomente a marcação com giz, em um ponto dereferência no pneu do trator. Percorre-se com otrator sem carga, isto é, sem desenvolver esfor-ço além do que utiliza para o seu deslocamen-to, uma distância correspondente a dez voltasdas rodas motrizes, medindo com auxílio deuma trena, a distância percorrida neste trajeto.Percorre-se outra vez o mesmo trajeto, porémcom o trator em condição de trabalho, medin-do a distância percorrida com carga em dezvoltas da roda motriz. O implemento deve es-tar na condição de trabalho em que se querdeterminar a patinagem.

Realizam-se os cálculos com base na seguin-te fórmula:

Onde:P = patinagem em %;D1 = distância medida sem carga, em me-

tros;

D2 = distância medida com carga, em me-tros.

CAPACIDADES DE CAMPO TEÓRICA E EFETIVATrata-se de um parâmetro de suma impor-

tância no dimensionamento de máquinas, poistodos os cálculos de rendimento e eficiência dasoperações agrícolas têm, como base, a Capaci-dade efetiva do conjunto.

Primeiramente calcula-se a capacidade decampo teórica, onde são excluídos os tempospara manobra, reabastecimento etc. Comoexemplo, supondo uma área de 100 ha, traba-lhando com uma semeadora de capacidade te-órica de 2 ha/h, o tempo de semeadura será de50 horas. Caso se trabalhe dez horas por dia, aárea será semeada em cinco dias (teoricamente,sem contar horas paradas, dias com chuva etc).

A capacidade de campo teórica é determi-nada conforme descrição do fabricante para finsde projetos e planejamento, pela equação:

Cct = L x V/10

Onde:Cct = capacidade de campo teórica (ha/h);L = largura de trabalho do equipamento

(m);V = velocidade média de trabalho (km/h),

obtida através da relação entre o espaço e o tem-po gasto no percurso.

Quando são somados os tempos de paradapara reabastecimento, manobras e “desembu-chamentos” (os chamados “tempos mortos”),introduz-se o conceito de eficiência da opera-ção e, com isso, determina-se a Capacidade decampo efetiva, pela fórmula:

Cce = L x V x EF/10

Onde:Cce = capacidade de campo efetiva (ha/h);L = largura de trabalho do equipamento

(m),V = velocidade média de trabalho (km/h),

obtida através da relação entre o espaço e o tem-po gasto no percurso.

Com a posse destes dados, o produtorpode determinar custos e realizar o plane-jamento das operações, desde a semeaduraaté a colheita.

Fluxômetro foi instalado no circuito dealimentação do combustível para o motor, a fimde realizar a verificação do combustível gasto

Paulo, Hugo e Denise realizaram ensaiocom os tratores no Departamento de

Engenharia Rural da Unesp

Paulo Roberto Arbex Silva,Denise Mahl eSérgio Hugo Benez,Unesp Botucatu

M

Fotos Unesp

Page 17: Maquinas 61

Março 07 • 17

Existe uma diversidade razoável debicos de pulverização capazes deproporcionar diâmetros e veloci-

dades das gotas, adequados à característicada aplicação a ser realizada. O importante éentender que a função deles é produzir go-tas.

Para se escolher qual o bico adequadopara uma determinada situação, deve-se

saber qual é a gota adequada para aquelasituação. Nisto consiste o principal desafioda tecnologia de aplicação via pulverização,que é determinar qual é a gota adequada,produzi-la e distribuí-la de maneira unifor-me, nas mais variadas situações a campo.

Pelas dificuldades em proporcionar estaadequação eficiente são utilizados volumesde calda e quantidade de produtos fitossa-

nitários muito maiores do que seria neces-sário para o controle das pragas.

QUAL USAR?Algumas perguntas, se bem compreen-

didas, quando respondidas podem auxiliarna utilização de volumes adequados. Sãoelas:

1) Qual é o tamanho da área a ser trata-

Um bico paracada situação

Há quem imagine que os bicos de pulverização só diferem no formato e na cor. Noentanto, inúmeros são os detalhes que caracterizam cada modelo existente, fazendo

de cada ponta única e adequada para uma situação específica

pontas de pulverização

Charles Echer

Page 18: Maquinas 61

18 • Março 07

Cada bico é perfeito para um tipo deaplicação. O segredo está em saberavaliar qual o melhor para cada ocasião

da?2) Qual é o volume máximo possível de

ser colocado exatamente sobre a área a sertratada?

3) Qual é o volume necessário para con-trole do problema fitossanitário?

4) Como deve ser a distribuição das go-tas na área para que o alvo receba o depósi-to suficiente em quantidade e qualidade(uniformidade da cobertura) do produto fi-tossanitário?

Courshee (1967), apresentou o seguin-te modelo:

C = 15(VRK²)/(AD), onde:C = cobertura (% da área);V = volume de aplicação (l/ha);R = taxa de recuperação (% do volume

aplicado, captado pelo alvo);K = fator de espalhamento de gotas;A = superfície vegetal existente no hec-

tare;

D = diâmetro de gotas.Como se observa, aumentando-se o vo-

lume de aplicação espera-se um aumentona cobertura do alvo. Entretanto, esta nãoserá a alternativa mais racional do ponto devista econômico e ambiental, uma vez queestará consumindo maior quantidade derecursos e elevando as possibilidades de des-perdício e contaminação.

VOLUME DE APLICAÇÃOUm fator que contribui para a utiliza-

ção de elevados volumes de aplicação é atradição. Com a descoberta das proprieda-des fungicidas da calda bordalesa, em 1882,os produtores passaram a utilizá-la comoalternativa na prevenção a doenças. A situ-ação de utilização daquela época era de cul-turas produzidas por mão-de-obra familiarou de subsistência, com água em abundân-cia e sempre próxima às áreas de cultivo,

sobretudo de frutíferas e olerícolas. Sendoa calda bordalesa um fungicida de contato,exigia uma alta cobertura do alvo para ocontrole das doenças. Como já foi visto,pode-se conseguir elevada cobertura com oaumento do volume de aplicação.

A conjuntura da época permitia estaprática. Com isto, tornou-se regra a utiliza-ção de quantidades de calda que resultavamem escorrimento de parte do volume apli-cado sobre as superfícies tratadas. Em algu-mas olerícolas, como a batata e o tomate, eem frutíferas como a laranja, ainda se ob-servam práticas como as utilizadas no finaldo século IXX, mesmo com todo o avanço edesenvolvimento das moléculas e das for-mulações de produtos fitossanitários atual-mente disponíveis no mercado.

Outro argumento tem pesado a favor dautilização de volumes maiores que 200 l/ha,como por exemplo, na aplicação de herbici-das em pré-emergência das plantas daninhasna cultura da cana-de-açúcar. Durante tem-pos foram utilizados volumes superiores a400 l/ha, sob o argumento de que esta quan-tidade de calda seria necessária para “mo-lhar” o solo favorecendo a ação do produto.É importante esclarecer que um volume de800 l/ha, o dobro do sugerido, seria equiva-lente a uma precipitação de 0,08 mm, algoque certamente não afetaria em nada aumidade do solo (uma precipitação de ummilímetro, que igualmente teria pouca in-fluência na umidade do solo, significa umvolume de 10 mil l/ha). Assim, se a umida-de é importante, o produto deve ser aplica-do com o solo úmido ou associado a umairrigação ou a molécula deverá ter uma es-

As pontas de pulverização estão disponíveis nostipos básicos de jato plano e cônico com uma

série de modelos em cada um deles

Fotos Charles Echer

Page 19: Maquinas 61

“Sendo o bico o principal componente do pulverizador a sua correta escolhajá contribui para uma aplicação mais eficiente do produto fitossanitário”

Março 07 • 19

Ramal duplicado permite gotasmenores, garantindo maioruniformidade na deposição

Os bicos podem ser classifica-dos conforme a energia que uti-

lizam para produzir as gotas. Desta for-ma, há bicos de energia gasosa, centrífu-ga, térmica, cinética, elétrica e hidráulica,sendo esta última a mais comum.

Os bicos de energia hidráulica sãoamplamente difundidos por todo omundo. São formados por um conjun-to de partes, cuja considerada como amais importante é a ponta de pulveri-zação por ser responsável direta palaformação e distribuição das gotas.

As pontas de pulverização estãodisponíveis nos tipos básicos de jatoplano e cônico com uma série de mo-delos em cada um deles. Em geral, háuma denominação binomial apresenta-da em combinações de números quereferem ao ângulo do jato e à sua va-

ENTENDA A CLASSIFICAÇÃO DOS BICOSzão. Assim, quando se observa umacombinação 11004 (cento e dez – zeroquatro) significa um ângulo de abertu-ra do jato de calda de 110º e uma va-zão de 0,4 galão por minuto, na no-menclatura americana. Também podeser encontrada outra nomenclaturapara o mesmo modelo de ponta, escri-ta no sistema internacional que utilizaa unidade de vazão em litros por mi-nuto. Neste caso, a nomenclatura apre-sentada para o mesmo modelo será110-1,6-3 (ângulo do jato de 110º evazão de 1,6 l/min, medida à pressãode 300 kPa). Também é possível obser-var siglas, como por exemplo: LD (LowDrift), BD (Baixa Deriva), DG (DriftGuard) que estão associadas ao mode-lo do bico e são variáveis de empresapara empresa.

tabilidade tal que permaneça disponível eviável no solo até que a umidade alcanceníveis apropriados.

Desta forma, será necessário apenas queo produto chegue ao solo com uma distri-buição adequada ao objetivo do tratamen-to (área total ou faixas). Para isto, pode-selançar mão dos bicos que produzem gotasmuito grossas ou extremamente grossascomo os defletores, os com indução de are, mais recentemente, os defletores comindução de ar.

Entretanto, com a utilização de gotasmaiores, a cobertura ficará ainda menor.No caso de ser necessária uma coberturamais rica, como a aplicação de fungicidasde contato sobre a folhagem das culturas,uma alternativa também observável pelafórmula de Courshee (1967) é a utilizaçãode gotas menores, com ou sem adjuvantes,que poderão atuar no fator de espalhamen-to das gotas sobre o alvo, possibilitandotambém um aumento na cobertura. Todasestas situações devem ser ponderadas nomomento de se consolidar uma recomen-dação, uma vez que estarão ocorrendo si-multaneamente.

OUTROS FATORESSendo o bico o principal componente do

pulverizador, a sua correta escolha já con-tribui para uma aplicação mais eficiente doproduto fitossanitário. Entretanto, apenasesta informação não basta. O resultado dedeposição deverá estar justificado pelo efei-to biológico sobre a praga. Com isto, o su-cesso do tratamento fitossanitário será me-dido pela eficiência na colocação do produ-to no alvo e pelo respectivo efeito biológico

desejado.Reforça-se que o objetivo da tecnolo-

gia de aplicação é a correta colocação doproduto no alvo. No caso da aplicação empulverização, será a deposição da gota dediâmetro adequado e uniforme, distribuí-da e depositada em quantidade e unifor-midade suficientes (número de gotas porcentímetro quadrado) para proporcionar aeficácia de controle do problema fitossani-tário. Neste caso, a melhor recomendaçãode dosagem para os produtos será por con-centração.

O usuário deve buscar informações so-bre a concentração recomendada do produ-to, para a praga que está ocorrendo na cul-tura e qual é o bico que oferece diâmetro euniformidade das gotas adequadas à situa-ção. Com isto, acredita-se trilhar o caminhoda implementação racional do uso dos co-nhecimentos científicos materializados atra-vés da tecnologia de aplicação.

ATUALIZAÇÃOMesmo com as inovações em eletrônica

embarcada e na metodologia de confecçãode equipamentos, de produtos e de análisescomputadorizadas ou laboratoriais, a fun-ção do profissional em ciências agrárias per-manece insubstituível e de fundamentalimportância. Sendo assim, este deve adqui-rir conhecimentos sobre a sua área de atua-ção para relacionar estes conhecimentos àsituação em que se encontra e propor solu-ções que contribuam para uma aplicaçãocriteriosa dos produtos fitossanitários comracionalidade na utilização dos recursosnaturais e financeiros, respeito à saúde dohomem e preservação da natureza.

O uso da tecnologia correta estará cola-borando para o desenvolvimento sustentá-vel da atividade produtiva e para a preser-vação do homem e sua evolução.

A escolha dos bicos certos é tão importantequanto escolher o produto adequado para cadasituação

Marcelo da Costa Ferreira,Unesp

M

Page 20: Maquinas 61

20 • Março 07

passo a passo

Amanutenção do nível corretodo eletrólito (solução) é de vi-tal importância para o funcio-

namento correto do sistema elétrico epara garantir integridade à bateria.Quando as placas do interior dos vasostrabalham secas, ocorre a sulfatação, queem muitos casos inutiliza a bateria. Em

A manutenção da bateriavai além de simplesmente

monitorar o nível deeletrólito. Limpezasperiódicas ajudam a

aumentar a vida útil epreservam o sistemaelétrico da máquina

Em alguns modelos de baterias, existe ummarcador interno, que deve estar submerso

O nível do eletrólito deve estar entre um edois centímetros acima das placas internas

Para proceder a lavagem, deve-se soltar osterminais, começando pelo negativo

Cargamantida

Cargamantida

Page 21: Maquinas 61

“Os bornes perdem o perfeito contato com os terminais e cabos, gerando dificuldadepara conduzir a corrente, resultando em descarga e o superaquecimento da bateria”

Março 07 • 21

Colaboração Cimma Ltda.

M

Como a bateria é responsável pelaenergia de inúmeros elementos, é

necessário tomar alguns cuidados simples,mas que garantem a integridade do siste-ma elétrico da máquina.

• Nunca use bateria auxiliar cuja ex-tensão nominal seja maior que 12 volts.

• Nunca faça algum reparo no siste-ma elétrico sem antes desligar o cabo ne-gativo da bateria.

• Jamais inverta a polaridade na li-gação da bateria do trator ou bateriaauxiliar para a partida. Ou seja: cabonegativo (-) com os bornes negativose cabo positivo (+) com borne positi-vo. No caso de troca das baterias, iden-tifique a posição de montagem e liga-ções, para evitar inversões na reinsta-lação.

CUIDADOS NECESSÁRIOS• Ao contrário da hora de desconec-

tar, sempre conecte o cabo positivo pri-meiro e depois o negativo.

• Se a bateria consome água em perí-odos muito curtos (60 a 80 horas de tra-balho) ou se fica sem carpa com muitafreqüência, mande testar o sistema decarpa (alternador e regulador), além daprópria bateria.

• No caso dos tratores com sistemade levante eletrônico, a responsabilidadedo sistema elétrico é ainda maior. Se a ten-são fornecida pelo sistema não estiverdentro de certos limites, o levante hidráu-lico fica inoperante.

• E lembre-se que os vapores ácidosda bateria são letais. Jamais aproxime cha-ma viva para iluminação, pois esses va-pores são inflamáveis.

casos extremos, especialmente sob altastemperaturas, as placas podem entrar emcurto-circuito, também inutilizando-a.

Para evitar esses contratempos, a cadacem horas de trabalho, é necessário veri-ficar o nível de solução. Para proceder averificação, remova as tampas dos vasosde água e introduza um tubo transparen-te até encostar nas placas. Feche a partesuperior do tubo e retire-o do comparti-mento de água. Observe a altura do lí-quido, ela corresponde ao nível da bate-ria, que deve ser entre um e 2cm. Verifi-que todos os vasos e complete com águadestilada, se necessário. Alguns modelosde baterias possuem um indicador denível da água, que deve estar submersopara que o nível esteja ideal. Caso nãoseja possível verificar o nível com ne-nhum dos dois sistemas, pode-se utili-zar uma vareta de madeira, passando gizem sua volta. Insira no compartimento eretire, verificando a marca deixada pelasolução.

Além do nível de solução, a limpezaexterna é responsável pela duração da ba-teria. Os acúmulos de depósitos externos

corroem a pintura e as partes metálicasem contato ou próximas à bateria. Alémdisso, as impurezas ajudam a descarre-gar a bateria, pois funcionam como con-dutores. Os bornes perdem o perfeitocontato com os terminais e cabos, geran-do dificuldade para conduzir a corrente,resultando em descarga e o superaqueci-mento da bateria.

Por isso, também, a cada cem horasde trabalho, deve-se fazer a limpeza ex-terna. Para isso, desconecte os terminais,começando pelo negativo e remova a ba-teria. Com a bateria fora do comparti-mento, lave-a com água e sabão. Limpeos terminais e bornes usando lixa e esco-va de aço. Após a limpeza, coloque osterminais começando pelo positivo e

aperte bem as porcas de fixação.No final da operação, proteja os ter-

minais com vaselina, para evitar corro-são.

RECARGAQuando a bateria estiver descarrega-

da, devido a um longo período inativa,deve ser carregada fora do trator, em apa-relho de carga lenta, ou seja, no máximo7,0 ampères. A elevada corrente induzi-da pelo alternador (com bateria descar-regada) pode danificá-la. Jamais teste abateria através de curto-circuito entre osbornes. Além de os danificar, há o riscode explosão da bateria.

Para lavar os bornes externos, utiliza-se águacorrente e uma escova de aço

Após a lavagem dos bornes, seque-os bemantes de realizar a ligação dos terminais

Com os bornes e os terminais limpos e secos, faça a ligação novamente, começando pelo positivo.Utilize vaselina ou graxa para proteger as peças e evitar a corrosão

Fotos Charles Echer

Page 22: Maquinas 61

22 • Março 07

símboloscolheita florestal

Amodernização das operações decolheita florestal teve início nadécada de 70, quando a indústria

nacional começou a produzir maquinário deportes leve e médio. Neste período, surgiramas motosserras profissionais, tratores agríco-las equipados com pinça hidráulica traseira,Skidders e os autocarregáveis. Na década de80, vieram os Feller-bunchers de tesoura e desabre, montados em triciclos e grade desga-lhadora. Todavia, com a abertura das impor-tações em 1994, o aumento do custo da mão-de-obra, a necessidade de executar o traba-lho de forma mais ergonômica, de se ter maioreficiência e a busca de diminuição nos cus-tos de produção, muitas empresas iniciarama mecanização da colheita de forma mais in-tensiva. Neste cenário, a empresa AracruzCelulose - Unidade Guaíba - implementou,em 2002, um sistema de colheita florestal me-canizada utilizando máquinas do tipo Har-vester pertencentes às empresas prestadoras

de serviços contratadas. O monitoramentode uma frota composta por este tipo de má-quinas torna-se fundamental frente ao ele-vado custo de aquisição e depreciação domaterial. Empresas que terceirizam essa ope-ração têm geralmente grandes dificuldadesem gerenciar as operações realizadas, por nãoterem um profissional acompanhando o tur-no integral de trabalho. A busca pelo máxi-mo desempenho operacional aliado ao cum-primento dos planos de manutenção preven-tiva do maquinário são imprescindíveis parao bom andamento do processo e obtençãode alto rendimento operacional da frota.

A equipe da Universidade Federal de San-ta Maria realizou ensaio para avaliar o apro-veitamento do tempo disponível para traba-lho e a produtividade/hora de uma frota deHarvesters pertencentes a empresas terceiri-zadas no processamento de toretes de 2,3metros de comprimento. Ao todo, foram ava-liados onze Harvesters (Tabela 1) pertencen-

tes a três empresas terceirizadas (A, B e C)que realizam as operações de abate, descas-que e seccionamento de árvores. O sistemade colheita foi de corte raso com abate dequatro linhas de árvores. Após a coleta dedados, o cálculo do volume/hora foi obtidoatravés de tomadas de tempo de 30 minutos,contabilizando-se o número de árvores pro-cessadas no período (corte, descasque e tra-çamento) e com a multiplicação do volumeindividual por árvore pela média de árvoresprocessadas por hora, chegou-se aos valoresde volume médio processado (m³) por hora.

O aproveitamento do tempo disponívelpara o trabalho foi medido através do acom-panhamento integral de um turno de traba-lho em que foram feitas tomadas de tempo econtabilizados os períodos de interrupções eos efetivamente trabalhados. Por meio des-tas informações, tornou-se possível medir aquantidade de horas trabalhadas por dia coma frota, disponibilizando dados para cálculos

Prova do corteEstudo avalia o rendimento de três empresas prestadoras de

serviços para colheita florestal e encontra diferenças razoáveis deaproveitamento do tempo e eficiência operacional

Foto

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FSM

Page 23: Maquinas 61

“O monitoramento de uma frota composta por este tipo de máquinas torna-sefundamental frente ao elevado custo de aquisição e depreciação do material”

Março 07 • 23

Máquina baseCaterpillar 320CLCaterpillar 320CLCaterpillar 320CLCaterpillar 320CLCaterpillar 320CLCaterpillar 320CLKomatsu PC 200

VolvoVolvoVolvoVolvo

ProcessadorValmet 965 BRValmet 965 BRValmet 965 BRWaratah 260Waratah 260Waratah 260

Valmet 965 BRWaratah 260

Valmet 965 BRWaratah 260Waratah 260

Ano20022003200320022003200320032005200320052005

Início de operação01/200209/200310/200308/200210/200312/200310/200302/200510/200303/200511/2005

Leitura do horímetro14922,411092,510132,410795,59402,98765,38829,32058,59147,2

775—

Tabela 1 - Máquinas monitoradas

Empresa AEmpresa BEmpresa C

Média

DisponibilidadeMecânica

90,9%85,3%73,9%83,4%

EficiênciaOperacional

84,1%73,8%64,4%74,1%

GAP6,8%

11,6%9,5%9,3%

Tabela 2 - Disponibilidade mecânica e eficiência operacionalestimativos médios de disponibilidade me-cânica, eficiência operacional e volume men-sal processado por máquina.

Com base nos dados, a relação existenteentre o tempo disponível para o trabalho e oefetivamente trabalhado pode ser vista na Fi-gura 1 e Tabela 2. Observa-se que na empre-sa A, o tempo de jornada disponível foi maisbem aproveitado do que pelas outras empre-sas, tendo apresentado diferença percentualentre a jornada disponível e a efetivamente tra-balhada em 18,07%, enquanto que nas em-presas B e C esse número (que representa per-das de tempo) aumentou para 25,76% e37,31%, respectivamente. As empresas A e Bestão dentro do limite considerado tolerávelque está em torno de 30%, segundo especia-listas da área. A empresa C ficou acima destelimite, refletindo baixa eficiência operacional.

Quanto à análise produtiva, o número deárvores cortadas e processadas em um espa-ço de tempo explica-se principalmente pelascondições de relevo, proximidade de matanativa na área de corte e volume individualpor árvore. Observam-se razoáveis médias dedisponibilidade mecânica e eficiência opera-cional entre as empresas avaliadas de acordocom o mínimo recomendado que é de 70%.O GAP (do inglês, lacuna) representa a dife-rença entre estes dois parâmetros, somandotodas as demais causas de interrupções dotrabalho que não sejam de problemas mecâ-nicos. O volume mensal/máquina deveriaestar em torno de 7.000 m³ para suprir ademanda da empresa contratante. Apresen-tando desvio de cota negativo, apenas a em-presa C não atingiu este índice. O volumemédio processado ficou em 14,4 m³ por hora.

A Figura 2 mostra uma relação entre ascapacidades de produção teóricas (m³/h) eos respectivos rendimentos operacionais (%)juntamente com o valor de capacidade deprodução efetiva de cada empresa, os quaisestão destacados no gráfico. Observou-semaior capacidade de produção efetiva para aempresa B (16,52 m³/h), bem como maiorresposta quanto à variação de rendimentooperacional.

O valor encontrado para aumento da ca-pacidade de produção efetiva para cada 1% deacréscimo no rendimento operacional foi de0,15, 0,22 e 0,21 m³ por hora, para as empre-sas A, B e C, respectivamente, conferindo umganho médio de produção diária por máqui-na na ordem de 3,1 m³ e mensal de 94 m³. Ouseja, este incremento mensal de produtivida-de seria obtido com apenas 1% a mais de efi-ciência operacional, aumentando gradativa-mente com o melhor aproveitamento do tem-po disponível para o trabalho. Para um menorcomprometimento da produção com paradasmuito longas e com vistas ao aumento da vidaútil dos equipamentos, o planejamento e cum-primento dos planos de manutenção das má-quinas devem ser respeitados.

Fatores como heterogeneidade do volumemédio por árvore (0,17 a 0,43 m3), diferençasde produtividade entre operadores, pedrego-sidade, desigualdades do relevo e tempo de vidaútil dos equipamentos, inviabilizaram com-parações diretas entre os resultados, porém, oobjetivo principal do trabalho de avaliar o apro-

José Luiz Bazzo,AracruzFabrício Hoeltz Steffens,Edison Bisognin Cantarelli eMarçal Elizandro Dornelles,UFSM

Figura 2 - Relação da capacidade de produção com rendimentooperacional. Determinamos capacidade de produção efetivamédia em 14,4 m3/h, disponibilidade mecânica de 83,4% ea eficiência operacional média em 74,1%

Equipe da UFSM, em parceria com aAracruz, avaliou o desempenho de três

empresas terceirizadas

veitamento do tempo disponível para o traba-lho e a produtividade por hora da frota de“Harvesters” foi alcançado.

Figura 1 - Tempo total de acompanhamento e divisão entre as jornadas

M

Soldador realizando reparo em umadas máquinas durante o período de

manutenção durante a colheita

Page 24: Maquinas 61

24 • Março 07

Na hora de controlar a ferrugem, porexemplo, geralmente são utilizadas pontas

que produzam gotas menores

regulagem

Ocontrole químico da ferrugemasiática é uma das principaispreocupações dos produtores de

soja. Considerando o momento da aplicação,onde em geral as plantas apresentam elevadodesenvolvimento vegetativo, com grande fecha-mento e área foliar, as aplicações de fungicidanecessitam de grande capacidade de penetra-ção no dossel das plantas. É preciso que a caldaaplicada vença a barreira imposta pela folha-gem e recubra a maior área foliar possível.

Muitos fungicidas utilizados são caracteri-zados como de ação sistêmica, no entanto, suamobilidade na planta é baixa. Trabalhos reali-zados na Embrapa Soja comprovam que mui-tos produtos, ditos sistêmicos, conferem prote-ção primordialmente na área de contato. Issomostra a necessidade de boa cobertura das fo-lhas, mesmo para fungicidas sistêmicos, para areal proteção da lavoura contra a ferrugem.

PONTAS DE PULVERIZAÇÃOUma das formas de se obter boa deposição

da pulverização sob alvos biológicos é a seleção

correta das pontas de pulverização. Essas pon-tas são os componentes mais significativos dospulverizadores e apresentam como funções bá-sicas: fragmentar o líquido em pequenas gotas,distribuir as gotas e controlar a saída do líquidopor unidade de área.

Para a aplicação de fungicidas na soja, pon-tas muito utilizadas são aquelas que produzemgotas finas, como as de jato plano padrão e as

de jato cônico vazio. No entanto, em virtudedo seu espectro de gotas propiciar a deriva, tem-se tentado utilizar pontas que produzem gotasmaiores, como as de jato plano de pré-orifício,jato plano de indução de ar e jato plano duplode indução de ar. Essas, no entanto, podemcomprometer a cobertura das plantas, em ra-zão das gotas serem de maior tamanho. Conse-qüentemente, poderá haver menor controle de

Cobertura totalCobertura total

A deposição uniforme do fungicida é um dos fatores de maior importância nocontrole da ferrugem da soja. Mas para obter essa uniformidade, diversos

aspectos devem ser observados cuidadosamente antes de começar a pulverização

A deposição uniforme do fungicida é um dos fatores de maior importância nocontrole da ferrugem da soja. Mas para obter essa uniformidade, diversos

aspectos devem ser observados cuidadosamente antes de começar a pulverização

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Page 25: Maquinas 61

“Ao mesmo tempo em que estamos parados, há mais de 15 anos, outros países e suas sociedadesorganizadas evoluem para modelos bastante avançados de mensuração de desempenho de tratores”

Março 07 • 25

doenças. De forma geral, gotas pequenas sãofacilmente transportadas pelo vento, porémconferem maior cobertura do alvo.

Apesar da cobertura propiciada por dis-tintos tipos de pontas ser diferente, algunstrabalhos de pesquisa têm mostrado resulta-dos semelhantes de produtividade de soja emparcelas tratadas com diferentes pontas, in-cluindo pontas de indução de ar com espec-tro de gotas grossas. No entanto, quase to-dos eles são realizados em “boas” condiçõesde aplicação e climáticas. Como o que se temvisto no campo, em muitos casos, é o empre-go de equipamentos mal regulados, operan-do em condições climáticas inapropriadas, épreciso se ter cuidado na recomendação daponta ideal, levando-se sempre em conside-ração a condição específica de cada produ-tor. Em geral, tem-se buscado trabalhar compontas que produzam gotas finas a médias,quando se tenta equilibrar segurança opera-cional e eficácia de controle.

Visando unir as vantagens das pontas dejato cônico com as de jato plano simples, osfabricantes de pontas têm investido muito naspontas de jato plano duplo. As tradicionais, deforma geral, apresentam espectro de gotas fi-nas, e as com indução de ar, grossas a muitogrossas (lembrando-se que esse parâmetro va-ria muito com a vazão nominal e com a pres-são). Portanto, o cuidado na seleção deve sermantido, mesmo com esse tipo de ponta, vi-sando conciliar redução de deriva e cobertura.Vale ressaltar o problema de entupimento des-sas pontas com algumas formulações de defen-sivos, como o pó-molhável.

VOLUME DE CALDAOutra variável importante para incremen-

tar a cobertura das plantas é o volume de calda.Prática comum, na aplicação terrestre, era seaplicar volumes superiores a 200 L ha-1; atual-mente, entretanto, existe tendência a se redu-zir o volume de calda, visando diminuir os cus-tos de aplicação e aumentar a eficiência da pul-verização. O uso de menor volume aumenta aautonomia e a capacidade operacional dos pul-verizadores.

A redução do volume de calda requer, po-rém, um aprimoramento da tecnologia de apli-cação empregada no campo. Em geral, redu-zindo-se o volume de aplicação, para se obterboa cobertura é preciso também reduzir o ta-manho das gotas geradas, o que pode ocasio-nar a deriva. No entanto, novas tecnologias têmsurgido no mercado para tentar solucionar esseproblema.

Os resultados das pulverizações nas lavou-ras são variáveis. O grau de sucesso geralmenteé determinado pela quantidade e uniformida-de da cobertura. A eficácia do tratamento de-pende não somente da quantidade de materialdepositado sobre a vegetação, mas também da

uniformidade de cobertura do alvo. De manei-ra geral, a deposição é menor nas partes maisbaixas e internas do dossel das culturas. No casode fungicidas, esta desuniformidade proporci-ona baixa eficácia no controle de doenças, prin-cipalmente no caso de fungicidas que reque-rem cobertura uniforme de toda a planta.

ADJUVANTESOs adjuvantes são produtos químicos, sem

propriedades fitossanitárias, adicionados às for-mulações dos defensivos ou durante a misturado defensivo com água no tanque de pulveri-zação, com a finalidade de aumentar sua eficá-cia e facilitar a aplicação. Existem adjuvantesespecíficos para várias finalidades. Muitos de-les reduzem a tensão superficial das gotas, po-dendo incrementar a deposição de produto nasfolhas.

Vale ressaltar que, nos últimos anos, têmsurgido no Brasil inúmeras empresas fabrican-

tes de adjuvantes, sem o devido respaldo cien-tífico. O adjuvante é uma importante ferramen-ta que o agricultor tem a seu favor para melho-rar a aplicação do fungicida, contudo seu usosomente deve ocorrer quando realmente fornecessário, e com comprovada eficiência doproduto.

PULVERIZAÇÃO ELETROSTÁTICAO emprego de equipamentos para energi-

zação das gotas na aplicação de fungicidas, emtese, pode conferir grande capacidade de reco-brimento da superfície tratada. Atualmente,existem equipamentos tanto para aplicação ter-restre, quanto aérea, no entanto seu uso aindanão está muito difundido no Brasil. Com rela-ção à cobertura, testes mostram incremento dedeposição na superfície tratada, quando com-parada a outras tecnologias. Quanto à deriva,ainda pairam algumas dúvidas no que tange aintensidade de redução do deslocamento deproduto para áreas não-alvo.

ASSISTÊNCIA DE AR NA BARRAA utilização de pulverizadores com assis-

tência de ar na barra tem se mostrado uma dastecnologias mais eficientes para incrementar adeposição de defensivos. Além da movimenta-ção das plantas, que facilita a penetração doproduto, a corrente de ar aumenta o alcance dacalda pulverizada, melhorando a penetração ea cobertura. O custo e a dificuldade de adapta-ção da tecnologia às máquinas já existentes naspropriedades impedem a maior proliferação datecnologia.

João Paulo mostra quais são osfatores que podem auxiliar nocontrole da ferrugem asiática João Paulo Rodrigues da Cunha,

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Exemplo de pontas com jato planto duplo

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Page 26: Maquinas 61

26 • Março 07

Expodireto 2007

A7ª edição da Expodireto Cotrijal2007 refletiu o momento positi-vo do agronegócio brasileiro . O vo-

lume de negócios realizados durante a feira al-cançou R$ 145 milhões, percentual 190% maiorque os R$ 50 milhões registrados no ano ante-rior quando a crise enfrentada pelo setor, agra-vada pela estiagem, inviabilizou a expectativade investimento dos produtores. Com o novocenário, o público também cresceu. Foram131,7 mil visitantes durante os cinco dias deevento, o que representa acréscimo de 9,02%em relação a 2006. No segmento de máquinasagrícolas, os lançamentos e destaques das em-presas deram o tom.

PRECISÃO EM DESTAQUEA Agrojet, filial da Arag no Brasil, aposta

na oferta de equipamentos de precisão para fa-cilitar as operações de pulverização. Durante aExpodireto a empresa apresentou o Skipper,Sistema de Guia Via Satélite (GPS) e o contro-lador de vazão Bravo 300S.

O Skipper possui display colorido de alta

definição, com quatro polegadas. “Essa carac-terística facilita o trabalho do operador, que seráguiado por display de alta definição”, garanteMauro Busch, técnico comercial da Agrojet. Oequipamento conta, ainda, com portas USB,para coleta de dados por pen drive ou compu-

tador.Outra característica importante é a cone-

xão via rádio e a possibilidade de comunicaçãocom o Bravo 300S sem a necessidade de cabos.Corte automático de sessão e dosagem variá-vel, visualização do traçado a realizar em 2D e3D, trabalho em modo paralelo contorno ouparalelo curvilínio, capacidade para memorizarvários pontos em um mesmo lote, fornecimen-to de geração de mapas do serviço executado ediferentes dosagens se somam aos recursos ofe-recidos.

O Bravo 300S conta com amplo displaygráfico retro iluminado, possibilidade de comu-nicação com o Skipper via rádio sem cabos paracorte automático de seção, o que evita sobrepo-sição e falhas no tratamento. O equipamentoconta ainda com cartão para memorização dedados, atualização de software e importação eexportação da configuração do computador.

Na visualização do informe de trabalho,fornece os seguintes dados: tipo de trabalho,superfície tratada, líquido usado, tempo traba-lhado, dosagem programada, dosagem média,

Sucesso depúblico e negócios

Miguel Tale, gerente comercial da Agrojet, uma dasfiliais da Arag no Brasil

Fabiano Dallmeyer

Page 27: Maquinas 61

“O volume de negócios realizados durante a feira alcançou R$ 145 milhões,percentual 190% maior que os R$ 50 milhões registrados no ano anterior”

Março 07 • 27

M

bico usado, produtividade, distância percorri-da e horário de início e finalização do trata-mento.

Miguel Tale, gerente comercial da Agrojet,destacou a incorporação da International SprayJests, líder mundial em pontas de pulverização,ao grupo Arag. No Brasil, além da Agrojet, aArag MT se soma às filiais do grupo.

STARAA Stara lançou na Expodireto a Prima. A

plantadeira permite ajustes manuais que pro-porcionam agilidade e rapidez na regulagem.Possui a maior capacidade de adubo do merca-do, o que aumenta a autonomia diária de plan-tio. As linhas de semente com sistema panto-gráfico, juntamente com a distribuição de se-mentes por sistema de pipoqueira, garantem oplantio nas mais variadas condições de solo. Amáquina se destaca pela robustez e simplicida-de de manuseio aliadas a um design arrojado,tornando-a uma das sensações do evento. Olançamento está disponível no modelo de 23linhas para culturas de inverno e nove linhaspara cultura de verão.

NOVAS MÁQUINAS E PESQUISAA Massey Ferguson apresentou máquinas

voltadas para a agricultura familiar e culturascomo arroz e grãos. Entre os destaques em tra-tores, estiveram os modelos MF 250 XE – oBrasileirinho, as séries MF 6300 HD e MF600 HD, além do MF 291, mostrado pela pri-meira vez e que atende demandas de lavourasaltamente exigentes, especialmente o arroz ir-rigado.

A empresa também ampliou a série de pla-taformas de corte Powerflex de 16 a 20 pés, paracolheitadeiras MF5650 e MF34. Os lançamen-tos proporcionam o corte mais limpo, alimen-tação mais uniforme e menor perda de grãos.

A Massey Ferguson e seus parceiros apro-veitam, ainda, para mostrar os resultados doProjeto Aquarius, iniciado em 2000. Trata-sedo primeiro projeto de pesquisa de Agricultura

de Precisão em escala comercial no Brasil – umaparceria da empresa com a Fazenda Anna,Universidade Federal de Santa Maria, Cotrijale Stara. São 700 hectares cultivados no sistemade plantio direto. O projeto gera tecnologia na-cional para o uso do sistema, definindo mane-jos específicos para cada condição de solo. Apartir dos resultados obtidos, os agricultores re-cebem recomendação de manejo para suas la-vouras conduzidas com Agricultura de Preci-são.

APLICADOR PNEUMÁTICOA Grazmec destacou na Expodireto o TS 2

Spray Sistem, equipamento para aplicação dografite no momento do plantio. A capacidadede carga é de dois mil litros (2 bags) e o volumede tratamento é de cem quilos por minuto. Adosagem de líquidos é feita através de bombasdosadoras, controladas eletronicamente. Pos-sui tubo descarregador com tampas que facili-tam a limpeza no momento da troca de varie-dades e é acionado pela tomada hidráulica epela bateria do trator (12 v).

A Prima, lançada pela Stara, marcou o ingressoda empresa no mercado de plantadeiras

O MF 291, mostrado pela primeira vez, é indicado para lavouras exigentes como as de arroz irrigado

A colheitadeira MF 5650 recebeu novaplataforma Powerflex

A Grazmec destacou o aplicador pneumático degrafite TS2 Spray Sistem

Fotos Cultivar

M

Page 28: Maquinas 61

28 • Março 07

mecanização em tomate

M

Otomate para consumo “in na-tura” é cultivado com tutora-mento, estaqueado ou envarado,

caracterizado por colheitas manuais múltiplas,enquanto o tomate para o consumo industrialé cultivado sem tutoramento, em cultivo ras-teiro, com colheita única. O manuseio excessi-vo na colheita tradicional afeta a qualidade dosfrutos, com um aumento significativo na por-centagem de danos físicos e perda de massa.

Tentativas de colheita mecanizada de to-mate de mesa foram realizadas utilizandoequipamentos adaptados da colheita de to-mate industrial, mas os resultados obtidosnão tiveram muito sucesso, principalmentedevido à realização de uma colheita única enão múltipla, com conseqüente redução naprodutividade. O tomate é uma hortaliçaque apresenta demanda crescente por qua-lidade, ou seja, havendo renda disponível,consome-se maior quantidade de produtosde melhor qualidade a preços mais altos, oque leva os produtores de tomate de mesa ainvestir em maiores cuidados na colheita,seleção, classificação e embalagem.

MECANIZAÇÃOEquipamentos de auxílio à colheita para

frutas e hortaliças são utilizados em países comoEstados Unidos, Canadá e Austrália, aonde a

escassez e alto custo da mão-de-obra incenti-vou o desenvolvimento destas máquinas. Estasituação não ocorria no Brasil devido a entãoabundante oferta de mão-de-obra, inexistindoportanto linhas de pesquisa para equipamen-

tos desta natureza. Atualmente, com a escas-sez, sazonalidade e aumento dos custos da mão-de-obra e competitividade com o mercado ex-terno, surgiu uma nova conjuntura. Em 2002,na Faculdade de Engenharia Agrícola da Uni-

Uma esteira transporta os tomatespara a lavagem, classificação e

embalagem

Na parte traseira, os operadoresaguardam os tomates, já classificados e

prontos para a comercialização

Colheita completaColheita completaFotos Marcos D. Ferreira

A Unidade Móvel de Auxílio à Colheitapermite colher, beneficiar, classificar e

embalar tomate de mesa no campo.Aproveitamento da mão-de-obra

existente e incremento à qualidade doproduto colhido também são vantagens

ofercidas pelo equipamento

A Unidade Móvel de Auxílio à Colheitapermite colher, beneficiar, classificar e

embalar tomate de mesa no campo.Aproveitamento da mão-de-obra

existente e incremento à qualidade doproduto colhido também são vantagens

ofercidas pelo equipamento

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versidade Estadual de Campinas, iniciou-se odesenvolvimento de um projeto de auxílio me-cânico para a colheita de frutas e hortaliças, ten-do como modelo o tomate de mesa. O projetofoi financiado pela Fundação de Amparo à Pes-quisa do Estado de São Paulo, Fapesp, modali-dade Jovem Pesquisador.

O conceito desta Unidade Móvel de Auxí-lio à Colheita (Unimac) reformula o sistematradicional existente desde o campo até o con-sumidor final, reduzindo significativamente otempo requerido para a colheita e beneficiamen-to, diminuindo o manuseio e com isto a inci-dência de impactos. Engloba também a parti-cipação da mão-de-obra sobre condições ergo-nômicas relativas à postura, vibrações, ruídos,sombra e duração da jornada de trabalho.

EQUIPAMENTOO sistema da Unidade Móvel foi inicial-

mente desenvolvido para colheita de tomatede mesa no sistema tradicional de plantiocom estacas de bambu cruzadas. Porém, emdiversas regiões vem ocorrendo mudançasprofundas, com o plantio, com tutoramentopor espaldeira, com irrigação por gotejamen-to, sendo este o sistema modelo utilizado atu-almente no projeto. O espaçamento utiliza-do é 1,40 m, sendo esta a distância padrãoutilizada (Figura 1).

Com a Unimac, colheita, beneficiamento,classificação, embalagem são realizadas em cam-po, através de uma plataforma móvel autopro-pelida, com largura de seis metros e altura de3,60 metros, abrangendo seis linhas de cultivo.A produtividade estimada para este equipamen-to é de 2 mil kg/h funcionando com 11 opera-dores e velocidade média de deslocamento de15m/min. Os colhedores posicionam-se atrásdas três esteiras com taliscas para abastecimentoda máquina, sendo os frutos descarregados emesteiras de transporte aonde são selecionados e

transportados para a etapa de lavagem e, emseguida, beneficiados, classificados e embala-dos (Figura 2). A classificação ocorre para asduas cores, sendo esta separação manual, nafase de seleção, com uma divisão central namáquina para as colorações vermelha e verde.Os frutos são classificados em três tamanhos,grande, médio e pequeno, por um sistema derolos divergentes reguláveis. Após esta etapa,os tomates são embalados em caixas plásticas,empilhados e retirados do campo.

PROJETOA Unidade possui quatro unidades mo-

trizes direcionais, cada uma com liberda-de de translação de 130 graus sobre o pró-prio eixo vertical de batente a batente. Estaconfiguração permite ao equipamento des-locar-se longitudinalmente quando emoperação de colheita e lateralmente quan-do em operação de transporte, com liber-dade para realizar manobras direcionaisnestas duas configurações, e ainda realizarum giro sobre o próprio eixo. Cada unida-de motriz, possui acionamento indepen-dente através de seu próprio motor elétri-co de 5 cv de potência. A energia elétricapara os acionamentos dos processos daunidade móvel é feita a partir de um mo-togerador instalado sobre o equipamento,com capacidade de 25Kva.

Para desenvolvimento deste projeto, con-tou-se com uma equipe multidisciplinar, com-posta por 13 professores da Unicamp; três co-laboradores externos; 27 estudantes do Ensino

Figura 1 - Unidade Móvel de Auxílio à Colheita - UNIMAC - para tomatesde mesa, observando-se as esteiras com taliscas para abastecimento,esteiras laterais de transporte e seleção e sistema de beneficiamento. Omovimento do equipamento ocorre na direção indicada

Médio e graduação, em um total de 33 bolsasde estudo e oito estudantes de pós-graduação,sendo que até o momento foram publicados14 artigos científicos em revistas de divulgaçãonacional e internacional.

Inicialmente foram realizados estudos paracaracterização do consumidor e atacadista detomate de mesa, também como avaliação dasoperações de colheita, beneficiamento e classi-ficação em campo e dimensionamento de cadaunidade piloto que compõe o sistema Unimac.Posteriormente, baseando-se nas informaçõesobtidas, foram realizados o projeto e constru-ção do equipamento, por meio de parceria en-tre a Universidade e a iniciativa privada, atra-vés da empresa CTA, Centro Técnico de Auto-mação, Limeira (SP).

O equipamento proporciona uma melhorconservação do produto e maior rapidez noprocesso, levando também condições mais ade-quadas de trabalho ao campo. Obtém-se tam-bém com esta pesquisa, uma maior divulgaçãosobre a tecnologia de plataformas móveis decolheita, as quais podem ser aplicadas nas di-versas áreas agrícolas. Testes em campo serãorealizados nos meses de abril/maio de 2007 naregião de Mogiguaçu, estado de São Paulo. Paramais informações acesse os sites:www.feagri.unicamp.br/unimac ou www.fea-gri.unicamp.br/tomates.

Através de roletes e jatos d’água,os frutos são lavados na própria

máquina, antes de embalar

Marcos D. Ferreira,Oscar A. Braunbeck,Augusto C. Sanchez,Unicamp

Equipe da Unicamp, responsávelpelo desenvolvimento da máquina

para colheita de tomates

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Figura 2 - Vista lateral com dimensões

“O manuseio excessivo na colheita tradicional afeta a qualidade dos frutos, comum aumento significativo na porcentagem de danos físicos e perda de massa”

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estradas de terra

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Cuidado neste tipo de estrada,onde as distâncias podem serenormes e a tentação da veloci-

dade é grande. Manobras bruscas podemprovocar a perda do controle da direção emuma curva mais acentuada. Em estradas deterra o piso pode parecer plano e firme, po-rém pequenas pedras, terra solta ou areiatiram a aderência dos pneus. No caso deuma freada brusca, você tem grandes chan-ces de passar reto indo de encontro a umacerca, um barranco ou, pior, um abismo.

Outro detalhe a ser levado em conta é otrânsito de moradores, muitas vezes a pé,de bicicleta ou em veículos lentos carrega-dos com maquinário agrícola e produtosoriundos das plantações locais. Não é raro

encontrar um trator obstruindo a passagemnuma estrada estreita ou mesmo gado sol-to, tudo isto pode dar um resultado perigo-so quando somado à alta velocidade.

Se precisar correr por algum motivo no-bre, atendimento a alguma emergência mé-dica, por exemplo, use a tração nas quatrorodas em velocidade alta – High Range, ouseja, sem passar a alavanca para a reduzida– Low Range. Siga a mesma recomendaçãocaso o piso se apresentar escorregadio, comonuma estrada com muito barro, areia emexcesso ou pedras soltas. Se estiver com umveículo equipado com diferencial central,poderá usar 4x4 em qualquer situação, masbloqueie durante trechos arenosos.

A tração nas quatro rodas lhe proporci-onará uma sensível melhora no comporta-mento do veículo ao abordar uma curva ou

frear, coisa comum para quem já usa umveículo com tração 4x4 permanente. Nova-mente devo lembrá-lo para ter cuidado, nãobasta apenas engatar a tração 4x4 e pensarque o veículo irá “grudar” no chão comunhas e dentes. O comportamento delemudará muito em relação aos carros nor-mais 4x2 e você só verá que o seu desempe-nho é melhor, quando se tornar íntimo dassuas reações e comandos.

Durante deslocamentos por estradas es-treitas procure manter o veículo longe depedras ou buracos nas laterais, pois casoderrape e escorregue para os lados, ele po-derá se chocar com pedras, árvores ou atémesmo cair em um buraco mais fundo.

Em condução off-road, a falta de ade-rência com o solo é muito maior em com-paração com rodovias asfaltadas, pois ospneus especiais que normalmente são utili-zados não possuem a mesma aderência dospneus para uso rodoviário e o espaço parafrenagem sempre é maior. Frear bruscamen-te o carro em piso pouco aderente pode co-locar o veículo sem controle, nesse caso aci-one o freio de forma cadenciada, imitandoo ABS. Use sempre cinto de segurança, fi-que atento ao trajeto logo à frente e mante-nha a prudência em primeiro lugar.

Em condução off-road, os cuidados devem serredobrados, por causa da falta de aderência do solo

João Roberto de Camargo Gaiotto,www.tecnica4x4.com.br

Sem asfaltoSem asfalto

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A tração nas quatro rodas proporciona umasensível melhora no comportamento em curvas

Baixa aderência dos pneus ao solo, trânsito de pedestres eveículos lentos, além de armadilhas como pedras soltas e

buracos, tornam indispensável redobrar a atenção ao dirigir emestradas de terra. Mesmo no caso de veículos 4x4, é preciso usar

corretamente a tração para minimizar os riscos de acidentes

Baixa aderência dos pneus ao solo, trânsito de pedestres eveículos lentos, além de armadilhas como pedras soltas e

buracos, tornam indispensável redobrar a atenção ao dirigir emestradas de terra. Mesmo no caso de veículos 4x4, é preciso usar

corretamente a tração para minimizar os riscos de acidentes

Fotos Técnica 4x4

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