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Maquinas 54

Jul 24, 2016

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Grupo Cultivar

julho 2006
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Rodando por aí

Lançamento penetrômetro

Compactação na floresta

Perdas na colheita

Pulverização aérea

Tratores - relação peso/potência

Manutenção passo-a-passo

Aeração em armazenagem

Antecipação de adubação

Esporte trator

Índice Nossa Capa

Claas

Destaques

Peso específicoSaiba como escolher o trator ideal para sua propriedade,observando a relação peso/potência da máquina e asoperações que serão realizadas

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

• EditorCharles Ricardo Echer

• RedaçãoVilso Júnior Santi

• RevisãoSilvia Maria Pinto

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• MarketingPedro Batistin

• Gerente de CirculaçãoCibele Costa

• AssinaturasSimone Lopes

• Gerente de Assinaturas ExternaRaquel Marcos

• ExpediçãoDianferson Alves

• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 54

Ano V - Julho 06ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00• 70,00

Compactação na florestaO uso intensivo de máquinas para corte ecarregamento da madeira pode acarretardanos ao solo, refletindo negativamente naprodutividade

Alta rotaçãoConheça os benefícios do uso de atomi-zadores de alta rotação em pulveriza-ções aéreas com baixo volume oleoso

Matéria de capa

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Kepler WeberNa Kepler Weber, o cargode gerente geral demarketing tem novoocupante. Henésio deCastilhos Stumpfassumiu a funçãorecentemente e tem amissão de continuardivulgando a excelênciada empresa no setor deacondicionamento earmazenagem de grãosno Brasil e no exterior.

Henésio de Castilhos

AGCOAos poucos a AGCO do Brasil começa a sair da hibernação após de 45 dias de paradaem sua linha de produção. A indústria, líder do mercado de tratores, enfrenta a enormeretração do mercado interno (as vendas do setor caíram 40%, este ano, no Brasil) commaiores exportações. No ano passado, a AGCO faturou R$ 1,7 bilhão, 25% menos doque no ano anterior, mas ainda assim longe do desastre que seria, caso não tivesseemplacado R$ 1,1 bilhão (65% do bolo) com as vendas para o exterior.

AgrosystemA Agrosystem acaba de ser apontada como uma das cinco melhores empresas de 2005,no setor de máquinas e equipamentos agrícolas, pelo Anuário Exame do Agronegócio.No ano passado a empresa também foi agraciada com o prêmio Mastercana, comoreferência no setor sucroalcooleiro. Outra conquista foi a certificação ISO 9001: 2000.Segundo seu diretor geral, Carlos Henrique Jacinto Andrade, a organização está mui-to motivada com o reconhecimento. “Nosso empenho no processo de melhoria contí-nua será sempre reconhecido e valorizado por nossos clientes,” comenta.

Case IHPela primeira vez, a Case IH compartilhou o brilho dos refletores com a escuderiaFerrari em dois Grandes Prêmios de Fór-mula 1. Os carros da Ferrari exibiram amarca da Case IH em posições de desta-que no Canadá (Montreal) e nos EstadosUnidos (Indianápolis), onde MichaelSchumacher foi o vencedor. “Esta é umagrande oportunidade para a Case IH divi-dir o palco de um evento global com a pres-tigiosa marca Ferrari”, declarou MarioFerla, Presidente da Case IH.

IACGerando mais de umresultado por mês, oInstituto AgronômicoCampinas (IAC) comple-tou 119 anos recentemen-te. Na cerimônia deaniversário do Instituto foilançado o Selo IAC 120Anos, marca que represen-tará as comemorações aserem feitas em 2007.Como novidades puderamser conferidas as últimasvariedades e tecnologiasdesenvolvidas - variedadesde cana-de-açúcar, arroz,feijão, girassol, milho e astecnologias Infoseca eEPI, por exemplo.

GerdauEstimular a inovação, a criatividade e a ex-celência do setor de máquinas e equipamen-tos agrícolas é a meta da 24a edição do Prê-mio Gerdau Melhores da Terra. inscriçõesabertas nas três categorias: pesquisa e de-senvolvimento; novidade e destaque. As ins-crições são gratuitas e podem ser feitas pelosite www.melhoresdaterra.com.br.

John DeereA Deere & Company anunciou a aquisição da indústria Roberts Irrigation Pro-ducts, fabricante de produtos para micro-irrigação e irrigação de gotejamentode alta performance para agricultura, cultivo em estufas e viveiros de mudas. Aempresa é sediada em San Marcos, no estado da Califórnia, nos Estados Uni-dos. A aquisição oferece à Deere uma base para o crescimento em um novocampo de negócios: o fornecimento de sistemas de irrigação de precisão. “Entreas oportunidades estratégicas de crescimento da Deere, a indústria de irrigaçãomostra-se uma alternativa muito adequada”, afirma Mike Mc Grady, presidenteda John Deere’s Precision Water System.

AGCOA AGCO Corporation, fabricante e distribuidor mun-dial de equipamentos agrícolas, anunciou a nomea-ção de André Carioba para vice-presidente sênior ediretor geral para a América do Sul. Carioba ficaráresponsável pela gestão de todas as funções operacio-nais e também pelo desenvolvimento e implementa-ção de estratégias de marca específicas por meio devendas, marketing e atendimento ao cliente para osprodutos da Massey Ferguson, Valtra, Challenger eAGCO Allis, sediado em São Paulo, Brasil. Adicio-nalmente terá a função de Diretor da AGCO Corpo-ration em Duluth, Geórgia, Estados Unidos.

AgraleCom o objetivo deconcentrar suasatividades nos segmen-tos de veículos, motorese tratores, a Agrale S.A.,tradicional montadorabrasileira, informa queno dia 30 de junho de2006 encerrou o acordocomercial com o grupoitaliano MV Agusta,fabricante de motocicle-tas Cagiva, Husqvarna eMV Agusta. A empresanão é mais representan-te do grupo no Brasil edeixa de comercializaros produtos de suasmarcas.

SantalA Santal apresentou

novidades em seusistema de plantiomecanizado para a

cultura da cana,formado pela ColhedoraTandem, pela Plantado-

ra de Cana Picada epelo kit para colheita demudas. Esse sistema foi

lançado em 2004, e,para este ano, a

colhedora traz doisnovos dispositivos:

corte de base flutuanteautomático (sistema

mecânico eletro-hidráulico que permite

que o disco de cortecopie as ondulações do

terreno, com trêsopções de operações -

travado, semi-automáti-co e automático) e disco

que possibilita trocarápida de facas de corte.

AmancoA Amanco continua

ofertando toda suatecnologia para o

setor agrícola, comosoluções para

irrigação e parageomecânica.

Sistemas deirrigação localizada,

direcionada àsculturas de café,

laranja e fruticultu-ra tropical, são

destaque. SegundoMarcos Bicudo,

diretor comercial daempresa, as culturas

acima enumeradasrepresentam as áreas

que mais investemem tecnologia de

irrigação nomomento. A

Amanco destatambém adutoras

para pivot central eadução de água e

vinhaça voltadas aomercado de cana-de-

açúcar.

André Carioba

Luiz Fernando Coelho de Souza

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AFalker Automação Agrícola apre-sentou recentemente o equipa-mento penetroLOG – um medi-

dor eletrônico de compactação do solo. Oinstrumento é destinado à agricultura deprecisão e permite a obtenção de dados nu-méricos precisos relativos à compactação dasdiferentes camadas de solo.

O contínuo aumento do rendimentonecessário na produção de grãos está sendolimitado pelas condições físicas inadequa-das ao ótimo desenvolvimento das plantas.A compactação excessiva do solo reduz suacapacidade de aeração e de absorção de água,limitando o desenvolvimento das raízes, res-tringindo assim a capacidade de as plantasabsorverem nutrientes e água. Os maiorescausadores da compactação do solo são otráfego de máquinas pesadas e o manejoinadequado das culturas, interagindo coma pecuária. O penetroLOG permite a de-tecção rápida e precisa das camadas de solocompactado.

O equipamento, apresentado ao públi-co especializado, principalmente a equipestécnicas de cooperativas e fabricantes desementes e fertilizantes, a universidades einstituições de pesquisa, obteve grande re-ceptividade, devido às informações dispo-nibilizadas para identificação do problemae combate à compactação excessiva do solo.

O penetroLOG é uma ferramenta indis-pensável aos profissionais que buscam fa-zer uma análise física do solo, pois permitedetecção rápida e precisa de camadas com-pactadas. Isso facilita a recomendação desoluções para corrigir o problema e estabe-

Sob medida

lecer estratégias de manejo para prevenirnovo processo de adensamento do solo. Per-mite também mostrar ao agricultor quais asáreas de sua propriedade que estão com aprodução limitada pela compactação exces-siva.

Ele também permite a medição precisada compactação até 60 cm no solo, possuicapacidade para armazenar até duas milmedições e pode ser conectado a um com-putador para a visualização e análise dosresultados. Pode também ser conectado aum GPS para armazenar as coordenadas decada ponto onde foram executadas as me-dições.

O medidor eletrônico de compactaçãodo solo é fruto de um projeto iniciado den-tro da UFRGS (Universidade Federal do RioGrande do Sul). É o resultado da coopera-

ção, que já dura mais de seis anos, entre aFaculdade de Agronomia e o Departamen-to de Engenharia Elétrica da Universidade.Os responsáveis pelo desenvolvimento fo-ram os professores Carlos Ricardo Trein, daAgronomia, e Renato Machado de Brito, daEngenharia Elétrica. Lançado comercial-mente em março, o equipamento já obteveboa aceitação no mercado, tendo sido ad-quirido por cooperativas e empresas de as-sistência técnica rural.

O projeto do penetroLOG foi o vence-dor do Prêmio Santander Banespa de Em-preendedorismo 2005 na categoria Tecno-logia. A Falker projeta, desenvolve e comer-cializa equipamentos eletrônicos voltados aoramo agropecuário. Possui equipe técnicacom capacitação diferenciada e experiênciainternacional. Está sediada na IncubadoraTecnológica do Cientec, em Porto Alegre(RS).

O medidor eletrônico penetroLOG,lançado pela Falker para uso na

agricultura de precisão, permite omonitoramento da compactação

nas diferentes camadas do solo

O penetroLOG é um importante instrumentopara o monitoramento da compactação do

solo nas lavouras cultivadas

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reflorestamento

Amecanização tem-se constituído,na atualidade, num poderoso ins-trumento para suprimento das

necessidades da indústria agro-florestal, es-tando presente nos processos de produção,exploração e transporte. O caminho para oatendimento das necessidades crescentespor produtos florestais se dá através de umaprodução mais intensa que, por sua vez, estáassociada a uma ampla mecanização, que seconstitui no principal meio para elevar a pro-dutividade do trabalho florestal.

O desenvolvimento da atividade flores-tal coloca o Brasil em quarto lugar no mun-do em implantações de maciços florestaishomogêneos. Trabalhos que mostram ocomportamento do solo em resposta à suaexploração, evidenciando a compactaçãodevido ao uso intensivo de máquinas agrí-colas, vêm sendo continuamente realizados.Entretanto, do ponto de vista florestal, a si-tuação no Brasil difere bastante das explo-rações agrícolas, uma vez que os trabalhosconduzidos especificamente nessa linha depesquisa são, de certa forma, escassos.

Nesse contexto, sabendo-se que a me-canização se encontra presente nos proces-sos de produção, exploração e transporte flo-

restal, surge a necessidade de se realizar es-tudos nesse sentido, avaliando o comporta-mento do solo com respeito à compactação.Devido ao tráfego intenso de veículos pesa-dos, principalmente quando do arraste demadeira, há uma modificação na estruturado solo, causada pelo rompimento das re-sistências naturais dos componentes do per-fil deste, que se encontram interligados porforças de atração e repulsão.

As características físicas e químicas dosolo são diretamente afetadas pelo tipo de

manejo a que o solo é submetido. Assim,existe a necessidade de um estudo maisaprofundado sobre os tipos de máquinas aserem utilizadas e as condições nas quais asetapas de preparo do solo, implantação, cul-tivo, exploração e transporte serão proces-sadas.

DANOS DA COMPACTAÇÃOA compactação é um dos mais sérios

danos causados ao solo devido à exploraçãoflorestal. Ela pode ser definida como sendo

Compactação naA utilização intensiva de máquinas na floresta pode acarretar danos ao solo, principalmenteem termos de compactação, refletindo-se negativamente na produtividade da cultura

Nas áreas de eucalipto, em todas as situaçõesanalisadas, o Forwarder (foto de baixo)

provocou menor compactação que o Harvester

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“O desenvolvimento da atividade florestal coloca o Brasil em quarto lugarno mundo em implantações de maciços florestais homogêneos”

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Em relação à sensibilidade à com-pactação de solos de textura argi-

losa, em condições de casa de vegeta-ção, árvores de Eucalyptus grandis tive-ram o crescimento de raízes inibidoquando a densidade do solo apresentouvalores na faixa de 1,25 a 1,35 g/cm3.Com relação às árvores de Pinus taeda,elas não conseguiram penetrar suas raí-zes em solos que apresentavam a densi-dade do solo acima de 1,3 g/cm3.

SENSIBILIDADE

a ação mecânica por meio da qual se impõeao solo uma redução de seu índice de vazi-os, que é a relação entre o volume de vaziose o volume de sólidos. O conhecimento dacompactação do solo e da relação desta como sistema de exploração florestal são fontesimportantes para o manejo adequado dascondições físicas para melhorar a produçãode madeira.

Os solos florestais podem ser compacta-dos por animais em pastejo e também pelasraízes de árvores, porém mais significativossão os efeitos da mecanização, ocasionadospor máquinas usadas no manejo em flores-tas. As máquinas empregadas na colheita,em geral, são muito pesadas e, combinadas

com a movimentação e o levantamento earraste de toras, exercem grandes pressõesno solo.

O problema da compactação de solos flo-restais difere daquele dos solos agrícolas,devido às diferenças e à natureza da cultu-ra, em particular ao peso e ao tamanho dasplantas e ao ciclo cultural. Em estudo re-cente foi observado que o arraste de madei-ra causou incrementos de densidade do soloe de resistência à penetração em pontos ondeo tráfego foi realizado com maior teor deágua.

As relações entre tráfego, solo e desen-volvimento florestal na colheita de madei-ra têm efeito significativo sobre as defor-

mações físicas do solo, ou seja, o princi-pal fator limitante do crescimento em al-tura das mudas foi a disponibilidade deágua, e a massa aérea foi o bio-indicadormais afetado por essa disponibilidade, se-guido do diâmetro do colo e da altura daplanta.

TIPO DE MÁQUINA X COMPACTAÇÃOEm um trabalho realizado com dois ti-

pos de máquinas (Forwarder, Harvester), foiconcluído que em todas as situações anali-sadas o Forwarder provocou a menor com-pactação do solo em função das operaçõesde corte, desbaste e retirada das toras deeucalipto.

Já outro trabalho, realizado com os tra-tores florestais Feller-Buncher e Skidderutilizados na colheita de madeira em povo-amento de eucalipto da Acesita Energética,concluiu que os efeitos do tráfego dos tra-

floresta

Os efeitos do tráfego dos tratores, tanto do tipoSkidder (foto de cima) quanto do Clambunk, sobre

o solo são maiores em suas primeiras passadas

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Sabe-se que altura, diâmetro e fa-tor de forma das árvores que cres-

cem ao lado da trilha de exploração, emmuitos casos, são inferiores aos das ár-vores do interior do plantio. Foi obser-vado que as árvores ao lado da trilha fo-ram em média um metro menores emaltura, dois centímetros menores em di-âmetro (DAP) e 33% menores em volu-me. Essas diferenças podem ser atribuí-das ao tráfego intenso e pesado nas tri-lhas de exploração.

Na Figura 8 abaixo pode-se visuali-zar uma linha de tráfego de arraste demadeira num sistema de colheita de to-ras longas (Full-tree).

LINHA DE TRÁFEGO

tores sobre o solo são maiores nas primeiraspassadas. Nesse caso, está relacionado coma operação do Feller-Buncher. A sua movi-mentação com o cabeçote carregado, váriasvezes em um mesmo local, contribuiu parauma maior compactação mecânica.

Em trabalho conduzido recentementeem áreas de operações florestais de colhei-ta em povoamento de eucaliptos, perten-cente à Celulose Nipo-Brasileira (CENI-BRA), utilizando-se dois tipos de máqui-nas - um trator arrastador Clambunk equi-pado com lâmina frontal tipo bulldozer etrator arrastador Tracked-Skidder - che-gou-se à conclusão de que o Tracked-Skid-der sem carregamento não interferiu noaumento da densidade solo, com exceçãoda profundidade entre 30 e 50 cm, e o tra-

tor florestal arrastador do tipo Clambunkafetou a densidade do solo na profundida-de entre 0 e 15 cm em todas as condiçõesde tráfego.

MEDIDAS ATENUANTESSabe-se que o solo florestal apresenta

características bem diferenciadas do soloagrícola. As características do sistema radi-cular, o arraste das toras de madeira, o trá-fego intenso e o peso das máquinas utiliza-das podem causar uma grande compacta-ção do solo. Um atenuante que dá a estessolos uma boa capacidade de suporte é o

alto teor de matéria orgânica, proporciona-do principalmente pela camada de galha-das que ao longo dos anos vai se incorpo-rando ao solo.

Hoje, alguns pontos importantes estãosendo levados em consideração, com a fina-lidade de atenuar o problema da compacta-ção, como:

• utilização de pneus BPAF (Baixa Pres-são Alta Flutuação) nas máquinas utiliza-das na colheita e no transporte florestal;

• duplagem dos pneus e/ou colocaçãode esteiras nas máquinas que trafegam emáreas de maiores declividades ou de baixasustentação;

• acompanhamento visual do desenvol-vimento da cultura;

• e verificação da resistência do solo àpenetração e da variação da densidade dosolo e observação no campo do desenvolvi-mento do sistema radicular.

A observância desses pontos poderáindicar ou não a presença das chamadasilhas de compactação, que deverão ser de-sestruturadas no momento da implanta-ção de um novo talhão. A Figura 9 mos-tra o tipo de rodado utilizado por umClambunk trabalhando em áreas de de-clividade acentuada, e também pode serobservado um típico solo florestal com acamada de galhada.

O tipo de rodado, bem como as marcações naslinhas de tráfego, são indicativos da

compactação nas áreas florestais

O Tracked-Skidder sem carregamento nãointerferiu no aumento da densidade solo, comexceção da profundidade entre 30 e 50 cm

Haroldo fala dos reflexos nosolo do uso intensivo de

máquinas em áreas florestais

Haroldo Carlos Fernandes eJoão Cléber Modernel da Silveira,UFV

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perdas

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Asoja é uma das principais espé-cies cultivadas no Brasil e nomundo, gerando divisas e apre-

sentando importante papel sócio-econômi-co. Em 2004 o Brasil figurava como o se-gundo produtor mundial, com produção de50 milhões de toneladas, ou 25% da saframundial, montante menor que o de 2003,quando o país produziu 52 milhões de to-neladas e participou de 27% da safra mun-dial. A produtividade média atual gira, nosistema plantio direto, em torno de 2,7 milkg/ha e nos últimos anos superou a produ-ção do milho, apresentando crescimento de

117,3%.Estima-se que dez milhões de toneladas,

ou seja, 20% da safra brasileira de 2004 te-nham sido perdidas no campo. Na regiãoSul essa perda ocorreu pela estiagem, en-quanto que na região Centro Oeste, por ex-cesso de chuva e falta de controle da ferru-gem asiática.

PERDAS MECÂNICASEstudos das perdas causadas por moti-

vos mecânicos indicam que 80% das perdasna colheita de soja são causadas pela plata-forma de corte, e, desse montante, 55%

ocorrem devido ao processo de debulha pro-vocado pela ação da barra de corte, do mo-linete e do caracol. Entretanto é possívelreduzir os índices de perdas em até 80% coma regulagem da plataforma de corte e com ocontrole da velocidade, evitando-se veloci-dades exageradas.

Considerando-se que a falta de controledas perdas está diretamente ligada à dimi-nuição dos lucros do produtor, desenvolveu-se o presente trabalho a partir da hipótesede que as regulagens no sistema de trilha e

As perdas quantitativas na colheitade soja, vinculadas a motivos

mecânicos, dão-se basicamente emfunção de uma velocidade de

deslocamento exagerada e de falhasna regulagem do sistema de trilha

As perdas quantitativas na colheitade soja, vinculadas a motivos

mecânicos, dão-se basicamente emfunção de uma velocidade de

deslocamento exagerada e de falhasna regulagem do sistema de trilha

Figura 1 - Folga no sistema cilindro-côncavo

Quer perderquanto?Quer perderquanto?

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Conjunto mecânico utilizado nosexperimentos de campo paraprodução dos dados analisados

o controle de velocidade de deslocamentopoderiam alterar as perdas quantitativas nacolheita, tomando como objetivo geral a re-alização de pesquisas relacionadas à colhei-ta da soja, visando a obtenção de informa-ções quanto as melhores alternativas para oprocesso em regiões com características se-melhantes às de Jaboticabal (SP).

QUANTIFICANDO AS PERDASPara o detalhamento e a quantificação

das perdas, foi instalado e conduzido umexperimento numa área da fazenda de pes-quisa e produção da Unesp/Jaboticabal, comaltitude média de 559 metros, em latossolovermelho.

Utilizaram-se quatro repetições, totali-zando 24 parcelas de 30 metros de compri-mento cada, com 15 metros de intervaloentre as parcelas, para manobras e estabili-zação do conjunto. O teste constou de trêsvelocidades teóricas de deslocamento (V1,V2 e V3), definidas por meio da variaçãodas marchas da colhedora - resultando em3,0; 3,7 e 6,0 km/h -, e de duas aberturas(folgas) do cilindro x côncavo da colhedora(F1 e F2) (Figura 1), definidas pelas varia-ções das posições da alavanca do côncavo,sendo a primeira folga de 40 mm, e a se-gunda, de 29 mm.

A semeadura ocorreu no dia 12 de de-zembro de 2004, utilizando-se soja (Glyci-ne max (L.) Merrill) cultivar Conquista, com80% de poder germinativo e 98% de pure-za, semeada em plantio direto sobre palha-da de milho com semeadora-adubadoraTatu–Marchesan modelo Cop CE Suprema(Figura 2) na quantidade de 90 kg/ha, comdensidade de 24,4 sementes por metro e0,45 m entre linhas. Foram utilizados 250kg/ha de adubo na formulação 0-20-20. Acolheita foi realizada com colhedora da mar-ca SLC modelo 1165 (Figura 3).

O material colhido no campo foi levadoao laboratório para determinação do teor deágua dos grãos, utilizando três amostrasobtidas ao acaso durante a colheita.

Os parâmetros determinados foram ve-locidade de deslocamento, perdas quantita-tivas e porcentagem de cobertura vegetal. Avelocidade de deslocamento da colhedora foideterminada por meio de avaliações reali-

zadas no campo, com a medição do tempogasto para percorrer os 30 m de cada parce-la, em operação de colheita.

A determinação do fluxo de materialcolhido foi realizada a partir da massa dematéria seca antes da colheita; foram deter-minadas a massa seca de material não grão(MOG) e a massa de grãos. Para a determi-nação da quantidade de material não grão(MOG), considerou-se todo o material co-letado e seco em estufa, e dos valores obti-dos retirou-se apenas o que representava aquantidade de grãos, sendo o restante en-quadrado como material não grão.

As perdas foram mensuradas por meioda coleta de todos os grãos e vagens caídosno solo, dentro de uma armação de madeirae fio de nylon de 2 m2, colocada no sentidotransversal ao deslocamento da colhedora.Foram determinadas as perdas de pré-colhei-ta, na plataforma de corte e perdas totais.

Para determinação das perdas de pré-colheita, a armação foi posicionada antes daentrada da colhedora na área, sendo coleta-dos os grãos e vagens que ficaram na super-fície do solo. As perdas pré-colheita apre-sentaram valores muito pequenos e foram

então desprezadas.A avaliação das perdas de grãos na pla-

taforma de corte foi realizada no campo, emcondições normais de operação, posicionan-do a armação na frente da mesma, após acolhedora parar e dar marcha à ré, recolhen-do-se todos os grãos que permaneceram nochão. Para a determinação das perdas apósa colheita, a armação foi posicionada na áreajá colhida, obtendo-se a perda total duran-te a colheita. As amostras coletadas foramlevadas ao laboratório em sacos de papel epesadas. A partir dos resultados obtidos,determinaram-se as perdas ocasionadas pelaação dos mecanismos internos da colhedo-ra, subtraindo-se das perdas totais as per-das da plataforma de corte.

A porcentagem de cobertura vegetal dapalhada após a colheita foi mensurada como auxílio da mesma armação utilizada paracontabilizar as perdas quantitativas. Con-tendo um fio de nylon ao longo do seu com-primento, a armação, colocada no sentidotransversal ao deslocamento da colhedora,apresenta 20 marcações de 0,1 m de distân-cia entre as mesmas. Foram contadas quan-tas marcações sobrepunham a coberturavegetal, obtendo-se a porcentagem de co-bertura.

COLHENDO RESULTADOSDurante a colheita o teor médio de água

nos grãos foi de 9%, e a rotação do molinete

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“As maiores perdas foram observadas na interação da menor velocidade com a menorfolga entre o cilindro e o côncavo, devido à baixa umidade do material colhido”

foi de 30 rpm, obtendo-se valores de Ivm(Índice de velocidade do molinete) de 2,4;1,9 e 1,2 para as velocidades de 3,0; 3,7 e6,0 km/h, respectivamente.

Observou-se que a porcentagem de co-bertura do solo pelos restos culturais após apassagem da colhedora não foi afetada pornenhum dos tratamentos, todos eles apre-sentando coberturas ideais em se tratandode manejo da conservação do solo.

As maiores perdas foram observadas nainteração da menor velocidade com a me-nor folga entre o cilindro e o côncavo, de-vido à baixa umidade do material colhido,em torno de 9%, o que levou ao aumentodas perdas na plataforma e, conseqüente-mente, das perdas totais (Figura 4).

As perdas na plataforma em função davelocidade de colheita não apresentaramdiferenças significativas, embora tenhaocorrido menor perda para a velocidade V3.A média de perdas na plataforma foi de74,6%.

Não ocorreram diferenças significativaspara o fluxo de MOG, bem como para ofluxo de grãos, em nenhum dos tratamen-tos e interações, e ambos os fluxos foram

Ivan Cardoso Ferreira,Rouverson Pereira da Silva,Afonso Lopes eCarlos Eduardo Angeli Furlani,Unesp

As perdas quantitativas na colheita da soja,vinculadas a motivos mecânicos, são o foco

de Rouverson no presente estudo

maiores nas maiores velocidades e folgas(Figura 5).

Analisando-se o índice de fluxo do ma-terial colhido, observa-se que houve redu-ção no índice de MOG e aumento no índi-ce de grãos, concluindo-se que a reduçãono índice de MOG contido no material co-lhido permite que o cilindro de trilha sepa-re uma proporção mais elevada de grãos e

que o sistema de separação retenha maiorquantidade da palha, permitindo o aumen-to das taxas de colheita de grãos. M

Figura 4 - Perdas quantitativas na colheita

Figura 5 - Índice de fluxo do material colhido

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aviões

Na soja, uma lavoura com 70 centímetros de altura,com as linhas “fechadas”, em floração e infestada comdez lagartas por metro, foi utilizada para o tratamento

Mais de cinco mil rotações porminuto é a velocidade degiro dos atomizadores rota-

tivos empregados pela aviação agrícola,para gerar espectros de gotas uniformese com baixos volumes de calda por hec-tare pulverizado. Mas por que utilizar osatomizadores, se os bicos tradicionaistambém são eficientes e mais baratos?

Realmente, os bicos tradicionais, dejato cônico gerado pelo conjunto pontae difusor, são baratos e muito utilizadosainda hoje nas aplicações de agroquími-cos. Mais recentemente, foram adotados

os bicos com defletores, ou de impacto,que produzem jato plano, ou leque, mui-to apropriados para pulverização de her-bicidas, devido à menor incidência dederiva, por gerarem gotas maiores e es-pectro menos heterogêneo. São fabrica-dos por diversas empresas no exterior eno Brasil.

A cultura do arroz irrigado no RioGrande do Sul adota pulverizações aére-as de herbicidas em área de um milhãode hectares a cada ano, sendo que os pro-blemas de deriva para áreas não alvo fo-ram minimizados nas últimas safras pela

adoção de bicos de impacto, ajustadospara produzirem gotas com diâmetro deaproximadamente 300 micrometros.

Tanto no arroz, como em outras cul-turas plantadas na região, especialmentea soja, pulverizações de inseticidas e fun-gicidas são efetuadas quando as plantasestão em estágios mais avançados de de-senvolvimento, requerendo uma maiorcobertura das diversas partes dos vege-tais, bem como uma maior penetração danévoa pulverizada no dossel foliar.

Sabidamente, as gotas grandes ado-tadas para aplicações de herbicidas nãosão as mais indicadas para este fim, re-querendo, assim, estudos que compro-vem a eficácia de outros equipamentosque gerem gotas pequenas e com espec-tro uniforme, para assegurar a ação dosinseticidas, fungicidas e até mesmo deherbicidas.

O novo sistema de pulverização de-nominado “Baixo Volume Oleoso” (BVO)vem crescendo a cada ano no país, espe-cialmente em culturas como soja e algo-dão, caracterizando-se por adotar volu-mes de calda inferiores a 10 l/ha, gotas

Em alta rotaçãoEm alta rotação

A utilização de atomizadores de alta rotação, na aviação agrícola e em aplicaçõesde baixo volume oleoso, tem se mostrado eficiente na pulverização de agroquímicos,proporcionando maior penetração de gotas no dossel foliar das culturas

A utilização de atomizadores de alta rotação, na aviação agrícola e em aplicaçõesde baixo volume oleoso, tem se mostrado eficiente na pulverização de agroquímicos,proporcionando maior penetração de gotas no dossel foliar das culturas

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“O novo sistema de pulverização denominado “Baixo Volume Oleoso” (BVO) vemcrescendo a cada ano no país, especialmente em culturas como soja e algodão”

Julho 06 • 13

com diâmetro entre 100 e 200 microme-tros, espectro uniforme, maiores largu-ras de faixa, resultando numa maior pro-dutividade operacional, com a conse-qüente redução no custo do tratamento.

APLICAÇÕES NA SOJAUma lavoura de soja com 70 centí-

metros de altura, com as linhas “fecha-das”, em floração, infestada por dez la-gartas (com até quatro centímetros decomprimento) de Anticarsia gemmatalispor metro de plantas, foi demarcada emtalhões, pulverizados com a associaçãodos inseticidas Metamidophos 0,8 l/ha ePermetrina 0,08 l/ha.

Nos dois primeiros tratamentos fo-ram utilizados dez atomizadores rotati-vos marca Turboaero, ajustados com ân-gulo das pás na posição três (para gotamédia), e restrição com pontas D8, vo-lume de calda de 12 l/ha, pressão de 30PSI, largura de faixa de 18 metros. A cal-da foi acrescida de óleo vegetal Agr’óleo0,4 l/ha (sistema BVO).

Os dois outros tratamentos foram re-alizados com 38 bicos de impacto, marcaStol, regulados com ângulo dos defleto-res para gota média, conforme são con-duzidas as aplicações de herbicidas naregião. No terceiro vôo o volume de cal-da foi de 15 l/ha, com restritor de vazãona posição dois (segundo orifício menor),pressão de 30 PSI, largura de faixa de 18metros, enquanto no último o volume foide 30 l/ha, com restritor na posição três(segundo orifício maior), pressão de 25PSI e largura de faixa de 16 metros (pa-drão regional para herbicidas em arroz).

Cartões hidrossensíveis foram fixados

em placas para a coleta de deposição degotas e dispostos no nível do solo, sob asplantas e numa estrada interna à lavou-ra de soja, e convencionou-se denomi-nar coleta “dentro” e “fora” do dosselfoliar das plantas, respectivamente. Oscartões dispostos na base das plantas fo-ram cuidadosamente posicionados na li-nha de plantio, sob as plantas da soja.Após as aplicações, os cartões foram ana-lisados pelo software Agroscan.

As pulverizações com aeronave Cess-na Ag-Truck foram realizadas das 8h30às 10h30, sob temperatura entre 20 e30ºC, umidade relativa entre 78 e 55% eventos com velocidade média de 3 km/h.

RESULTADOS NA SOJAComparados com os atomizadores ro-

tativos a 12 l/ha (média de dois tratamen-

tos), os bicos de impacto geraram, forada cultura, densidade de gotas 25% me-nor, quando usados 15 l/ha, e 26% mai-or, quando usados 30 l/ha. Portanto, ouso de maiores volumes de calda não geranecessariamente maior densidade de go-tas (Figura 1).

Na base das plantas de soja, esse fa-tor se mostra ainda mais representativo,pois os atomizadores rotativos a 12 l/hadepositaram mais gotas naquela área dedifícil acesso do alvo, enquanto os bicosde impacto a 15 l/ha depositaram densi-dade 63% menor, e a 30 l/ha a densidadede gotas foi 73% menor. Esses dadoscomprovam o maior potencial de pene-tração de gotas dos atomizadores rotati-vos do sistema BVO no dossel foliar, mes-mo em soja “fechada”.

Uma interessante análise é a relação

Aeronave utilizada nos tratamentostanto nas lavouras cultivadas com

soja quanto nas áreas de arroz

Figura 1 e 2 - Aplicações em cultura de soja

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14 • Julho 06

O desempenho de atomizadores rotativos de discosTurboaero, no sistema BVO, foi avaliado em dois

experimentos: um em lavoura de soja e outro em arroz

entre o número de gotas que alcança abase das plantas e o total de gotas queatinge o solo fora da cultura. Os dadosmostraram que com atomizadores rota-tivos, a 12 l/ha, 14% das gotas fora dodossel alcançaram a base da soja, enquan-to com bicos de impacto esses valoresforam de apenas 7 e 3%, respectivamen-te para 15 e 30 l/ha de calda. Demons-tra-se assim que aumentar o volume decalda não assegura uma melhor cobertu-ra na base da soja.

Em relação ao tamanho das gotas, oexperimento revelou dados muito inte-ressantes. Nos tratamentos com atomi-zadores rotativos a 12 l/ha, tanto as go-tas de fora quanto as de dentro da sojatinham diâmetro mediano volumétrico(DMV) de aproximadamente 200 micro-metros (µm). Esse fato indica um espec-tro de gotas uniforme, o que é desejável(Figura 2).

Por outro lado, a pulverização com bi-cos de impacto a 15 l/ha depositou gotascom 212 µm fora e 156 µm dentro da soja,revelando um espectro mais heterogêneo,inclusive com gotas de 150 µm, sujeitas aperdas por evaporação e deriva.

Esse fato foi ainda mais evidente notratamento com 30 l/ha, quando as go-tas coletadas mediam 310 µm fora e 162µm dentro da soja. A presença dessasgotas grandes revela o motivo da menorpenetração no dossel foliar.

Uma avaliação três dias após a pulve-rização mostrou que o controle da pragafoi total em todos os tratamentos, o quepode ser explicado pela baixa infestação econdições ambientais favoráveis no mo-mento da aplicação. Insetos com grande

mobilidade nas plantas, como as lagartasdesfolhadoras, tendem a se expor aos in-seticidas, podendo ser controladas mes-mo em alguns casos em que a coberturapela névoa pulverizada não atinja o alvouniformemente, o que não se verifica emcaso de insetos menos móveis e, princi-palmente, no controle de doenças.

APLICAÇÕES NO ARROZUma lavoura de arroz foi utilizada

para o segundo experimento, as plantasestavam com 70 cm de altura, em finalde floração e início de formação de grãos,e a área estava irrigada por inundação.

Neste trabalho a aeronave foi equi-pada somente com atomizadores rotati-vos, pulverizando-se água + 0,1 l/ha deAgr’óleo, sendo que essa baixa dose doóleo foi escolhida para avaliar seu com-

portamento, visto que a recomendação dofabricante é de 0,5 l/ha. A largura de fai-xa foi de 18 metros. Cartões de papel sen-sível foram dispostos de forma semelhan-te à do experimento de soja.

Quatro talhões foram pulverizados,sendo dois com volume de calda de 10 l/há, e os demais, com 15 l/ha. Para cadavolume testado, as pás dos atomizadoresforam ajustadas nas posições 3,5 (rota-ção maior) e 4 (rotação menor). Os vôosforam realizados entre as 12h e 13h, sobtemperatura do ar de 29ºC, umidade re-lativa entre 57 e 50% e vento menor que3 km/h.

RESULTADOS NO ARROZO volume de 15 l/ha gerou 67% mais

gotas fora da cultura do que o volume10 l/ha, o que está de acordo com o espe-

Figura 3 e 4 - Aplicações em cultura de arroz

Page 15: Maquinas 54

Renato, Mauri e Gilton mostram quais sãoas variávies e como utilizá-las corretamentena hora de calibrar um hidro-pneumático

“O sistema BVO proporciona aplicações mais produtivas, devido à redução do volume decalda e ao aumento da largura de faixa, o que se reflete na redução do custo da aplicação”

Julho 06 • 15

rado. Por outro lado, o volume 15 l/hadepositou apenas 17% de gotas a maisna base do arroz do que o volume 10 l/ha (Figura 3).

O ângulo das pás influenciou na de-posição de gotas na base do arroz, sendoque a regulagem 3,5 (giro maior) aumen-tou a densidade de gotas em 45% emcomparação com a regulagem 4 (giromenor). Esse fato reforça a importânciado minucioso ajuste dos equipamentosantes de iniciar as pulverizações aéreas.

Dentro do dossel foliar, a densidadede gotas foi, em média, a metade daque-la observada fora das plantas. Esse dadoconfirma a maior facilidade de penetra-ção de gotas na cultura do arroz, devidoà arquitetura das folhas, mais verticais,quando comparado com os resultadosobservados em soja.

O tamanho das gotas coletadas noscartões de papel sensível estão em con-formidade com os resultados observadosquanto à densidade de gotas. Os atomi-zadores rotativos depositaram gotas com226 e 245 µm fora do arroz, para volu-mes de calda de 10 e 15 l/ha, respectiva-mente. Dentro da cultura, os valoresmédios foram 227 e 274 µm, revelandoespectros pouco heterogêneos (Figura 4).

A variação na regulagem das pás de3,5 para quatro mudou o DMV de 140para 261 µm, confirmando que peque-nas alterações no equipamento resultamem mudanças no tamanho das gotas ge-radas (Figura 5).

EFICIÊNCIA COMPROVADAO sistema BVO, com atomizadores ro-

tativos de discos, mostrou-se mais efici-ente para pulverizações de agroquímicosque necessitem atingir culturas no portede 70 cm de altura, proporcionando mai-

Foram realizados dois experimen-tos com o objetivo de avaliar o

desempenho de atomizadores rotati-vos de discos Turboaero, no sistemaBVO, em substituição aos bicos de im-pacto, em médio volume, tradicional-mente adotados pelas empresas, empulverizações aéreas nas culturas desoja e arroz, na região de Camaquã(RS). As aplicações foram realizadaspela empresa Aeroagrícola Globoar Sul,a responsabilidade técnica foi daSchroder Consultoria, e o trabalhocontou com o apoio institucional doCentro Brasileiro de Bioaeronáutica.

EXPERIMENTOS

or penetração de gotas no dossel foliar egerando espectros menos heterogêneos.O sistema BVO proporciona aplicaçõesmais produtivas, devido à redução dovolume de calda e ao aumento da largu-ra de faixa, o que se reflete na reduçãodo custo da aplicação.

As baixas densidades de gotas fora dodossel foliar do arroz (14 gt/cm2), emcomparação com as obtidas na lavourade soja (36 gt/cm2), em aplicações BVO,confirmam a necessidade de maior quan-tidade de óleo, conforme recomenda ofabricante, para evitar a evaporação sobcondições ambientais de 30°C e umida-

Schröder apresenta dados acerca da utilizaçãode atomizadores de alta rotação em

pulverizações aéreas com BVO

de relativa de 50%.Os dados obtidos permitem inferir a

seguinte recomendação para herbicidasem arroz e soja, visando à redução dederiva em região litorânea muito vento-sa: utilizar preferencialmente bicos deimpacto, com volume de calda de 15 a20 l/ha e regulagem dos defletores paragotas médias. Evitar pressões maiores que30 PSI e ventos superiores a 10 km/h.Usar largura de faixa de até 16 metros.Atomizadores rotativos só deverão serempregados quando a velocidade do ven-to for baixa e constante, além de assegu-rar-se de que não esteja ocorrendo deri-va para áreas não alvo.

Por outro lado, a recomendação parainseticidas e fungicidas, em arroz e soja,visando uma maior penetração de gotasna folhagem das plantas, é a de utilizarpreferencialmente atomizadores rotati-vos, com volume de calda de 10 a 12 l/hae regulagem de pás entre 3,5 e 4, paragerar gotas adequadas para cultura “nãofechada” e/ou vento em torno de 10 km/h. Regular as pás na posição 3 para gerargotas adequadas para soja fechada e/ouvento entre 3 e 8 km/h. Acrescentar 0,5l/ha de óleo na calda. Evitar pressõesmenores que 30 PSI. Usar largura de fai-xa não inferior a 18 metros. O espectrogerado deverá situar-se com DMV emtorno de 200 µm e a densidade de gotassuperior a 30 gotas/cm2 no topo da cul-tura e maior que 10 gotas/cm2 na basedas plantas. M

Eugênio Passos SchröderSchroder Consultoria

Figura 5 - Velocidades

Page 16: Maquinas 54

tratores

16 • Julho 06

Nos últimos anos a relação peso/potência, também denominada“relação massa/potência” ou

“peso específico” vem sendo utilizada comoum índice de comparação entre veículos,como os automóveis e os tratores. Embora otermo ideal seja o que compare a massa dotrator, a comparação incluindo o termo“peso” é a de mais fácil entendimento e aque está mais difundida, por isso, vamos uti-lizá-la. Essa relação informa o quanto de pesoleva um trator por cada unidade de potênciado motor. Pode ser expressa em quaisquer dasunidades de peso (massa) e potência, as maisusuais são kg/kW e kg/cv.

Para entender o seu uso é inevitável fa-zer-se uma comparação entre os diferentesveículos, como tratores, automóveis, carrosde competição e motos (Tabela 1). Enquan-to em veículos de competição de alto desem-penho as relações encontram-se próximas a1, como na categoria máxima, a Fórmula 1,e nas motos da categoria Moto GP, os auto-móveis de passeio, como no caso de um mo-delo pequeno de 1,4 litros, têm a relação pró-xima a 14-15 kg/kW. Nos caminhões e nostratores, essa relação está próxima aos 40-50kg/kW. Esse índice também variou ao longo

do tempo desde 120 kg/kW, para os carrosdo início do século 20, até 25 kg/kW, para osautomóveis dos anos 50, e para os atuais, aoredor de 10 a 20 kg/kW.

Mesmo entre similares tipos de veículosa relação peso/potência, importante parâme-tro de projeto, é variável. Por isso não se es-peram relações iguais entre diferentes mode-los de automóveis, tratores, caminhões emotos. Mas em definitivo, essa relação defi-ne o propósito da utilização, ou para que devee está mais adaptada a utilização do veículo.

PARÂMETRO VARIÁVELNos tratores agrícolas, as maiores relações

peso/potência indicam modelos mais apro-priados para trabalhos pesados, com alta de-manda de tração, enquanto os modelos commenor relação definem tratores mais versá-teis, porém com incapacidade de suprir altasdemandas de tração sem a suficiente lastra-gem, com peso suplementar.

Por sinal, a relação peso/potência é variá-vel com o lastro que o trator tenha recebido.Costuma-se apresentar a informação dessavariável utilizando o peso original, que emtratores costuma-se chamar de peso de em-barque ou peso em vazio. À medida que o

agricultor aumenta o peso, colocando águanos pneus ou massas metálicas nas rodas eno suporte dianteiro, e utiliza menos potên-cia do motor (pela posição do acelerador),essa relação pode ir se alterando.

Estudos de dois pesquisadores alemães,Sohne (1982) e Renius (1990), manifesta-ram tendências interessantes do comporta-mento dessa relação com a potência brutado motor em tratores agrícolas, produzidosna Europa. Notou-se que a relação diminuicom a potência do motor, isto é, tratores comaltas potências de motor tendem a ter rela-ções mais baixas. Como média, a maioria si-tua-se entre 50 e 100 kg/kW, com maior ocor-rência de 60-70 kg/kW.

Nessa comparação apareceram algunstratores que estavam totalmente fora de con-texto, isto é, não seguiam a tendência, talvezdeterminando especificidades de projeto. Istoé, foram projetados especificamente para se-rem tratores “leves” ou demasiadamente “pe-sados”. A grande maioria, no entanto, acom-panhou a tendência. Também nesse estudose detectou que em quase dez anos a entradade materiais mais leves nas linhas de monta-

Peso específicoA relação que envolve as unidades de peso e potência define o propósito da utilizaçãodos veículos automotores. Ela, por exemplo, é capaz de expressar para que serve e/oupara que funções estão mais adaptados os diferentes modelos de tratores agrícolas

Tipo de veículoAutomóvel de Fórmula 1Automóvel de passeioCaminhão pesadoTrator agrícolaMoto Passeio

Fabricante/ModeloToyota TF106 Ralf Schumacher

Celta Super 1.4Mercedes Benz 2423B 6x4Massey Ferguson 5310 TDA

Honda CBX 1000 RR Fireblade

Peso (kg)600900

67003759178

Potência (kW)544,662,617077,3126

Relação Peso/potência (kg/kW)1,10

14,3839,4148,631,41

Tabela 1 – Relação peso/potência em diferentes veículos automotores

Page 17: Maquinas 54

“A indústria de tratores, como se sabe, está altamente influenciada pelaindústria de automóveis, que sempre busca materiais mais leves”

Julho 06 • 17

Os modelos da Valtra, comercializadosno Brasil, são exemplos de tratores

com alta relação peso/potência

gem provocou o pronunciamento da tendên-cia de queda da relação, ficando os tratoresmais leves, mantendo porém a potência nomotor.

TRATORES BRASILEIROSEm uma reprodução do estudo alemão

para as condições brasileiras, desenvolvidapelo NEMA (Núcleo de Ensaios de Máqui-nas Agrícolas), da UFSM (Universidade Fe-deral de Santa Maria), notou-se que a maio-ria dos tratores brasileiros tem relação peso/potência entre 40 e 90 kg/kW, com maiorincidência entre 50-70 kg/kW. A Figura 1apresenta esta informação:

Assim pode-se considerar que as retasmostram a tendência, por tipo de tração, daindústria brasileira, e as equações podem in-dicar a relação com razoável precisão.

Neste mesmo trabalho, fez-se a compa-ração entre oito tratores fabricados no Bra-sil, de similares categorias; os quatro primei-ros, um de cada marca, com motores de qua-tro cilindros, dotados de turbo compressor,com tração dianteira auxiliar. Os dados obti-dos foram bastante variáveis, com o modelode menor relação ficando em 43,06 kg/kW, eo de maior relação, em 63,27 kg/kW, com ummodelo comercial numericamente interme-diário.

Nos tratores de seis cilindros, turbo e comTDA, o de menor relação tinha 39,51 kg/kW,o de maior, 57,17 kg/kW. Notou-se que o mes-mo trator tinha relação intermediária, e o que

tinha a menor relação em am-bas as configurações era igual-mente o da mesma marca. O

que se pode concluir? Que aocontrário do que se afirma às

vezes, a cor não é a única dife-rença entre os tratores brasilei-

ros, mas também a sua rela-ção peso/potência. E, porconta disso, a sua adapta-ção ao trabalho difere

bastante.Evidentemente o trator que tem menor

relação será mais versátil, podendo ser utili-zado em diferentes trabalhos, desde que su-ficientemente lastrado quando a operaçãodemandar grande esforço de tração. Os maispesados serão tratores já adaptados a opera-ções “pesadas”, mas terão muito peso paraas operações leves e com baixo requerimentode força de tração. Quem sabe os melhoresnão serão os intermediários, que não reque-rem menos peso em operações pesadas e nemlevam peso extra nas operações leves?

É inevitável buscar as causas de tama-nhas variações. Modernamente a presença dechassi na configuração modular é uma dascausas de aumento de peso, sendo notada-mente mais fácil fazer um trator mais levecom a configuração monobloco, mais usualentre os fabricantes brasileiros. Também nocaso das baixas relações, deve ser contida pelaindústria a irresistível tendência em usarmateriais mais leves.

A indústria de tratores, como se sabe, estáaltamente influenciada pela indústria de au-tomóveis, que sempre busca materiais maisleves. No caso dos fabricantes de tratores,deve-se tomar um cuidado especial para nãoseguir sempre tal tendência, pois trator “leve”nem sempre é sinônimo de qualidade, a faltade peso se transforma em maior patinagem

dos rodados.Conforme o professor Luis Márquez, da

Universidade Politécnica de Madri, a redu-ção no peso dos tratores é explicada em fun-ção dos seguintes fatores: melhor dimensio-namento do chassi, com a eliminação demateriais desnecessários; implementos comengate no sistema hidráulico de três pontos,substituindo com vantagem o lastro; e usode materiais construtivos mais leves. A re-dução de peso imprime versatilidade ao veí-culo, entretanto as operações que demandamgrande esforço de tração determinam umaalta dependência de lastro.

Os tratores agrícolas brasileiros de me-nor potência possuem relações peso/potên-cia em torno dos 60 kg/kW. Considerandoque diferentes autores indicam 35 kg/kWcomo o ideal para operações leves, esses tra-tores pequenos, quando executam trabalhosleves, perdem potência e energia para vencera resistência ao rolamento adicional ocasio-nada pelo excesso de peso, o que resulta emdiversos prejuízos, tais como: maior consu-mo de combustível, aumento da compacta-ção do solo e menor capacidade operacional.

Levando-se em consideração que para oagricultor não é possível diminuir essa rela-ção, pois não há como retirar peso, a mini-mização desse problema deve ser buscada porocasião da compra do trator.

Page 18: Maquinas 54

18 • Julho 06

O modelo 1155 mostrou tambémmuita agilidade nas manobras

de final de linha

O capô pode ser basculado parafrente, o que facilita a manutenção,

principalmente, do filtro de ar e motor

Para que um trator alcance a máxi-ma eficiência de tração, é neces-

sário que o mesmo tenha peso suficientepara garantir uma adequada aderênciaroda-solo. Quanto maior o peso do tra-tor, menor é seu patinamento e, devidoao maior aprofundamento dos pneus nosolo, maior a sua resistência ao rolamen-to, considerando uma determinada con-dição de sustentação do solo. Como tan-to a resistência ao rolamento quanto opatinamento representam perdas de po-tência, a interação entre ambos determi-na a eficiência em tração do trator. A adi-ção de massa permite ajustar o peso dotrator possibilitando um equilíbrio entreas perdas por resistência ao rolamento epatinamento, o que resulta na maximi-zação da eficiência de tração.

MÁXIMA EFICIÊNCIA

A tendência apresentada pelos tratores demenor potência se inverte quando são anali-sados os tratores de potência acima de 80 kW.Nesse caso, são encontrados modelos comrelações peso/potência que variam de 30 a65 kg/kW. Estes, ao contrário, somente po-dem ser utilizados eficientemente para a exe-cução de operações pesadas, com grande de-manda de força de tração, impossibilitandorendimentos semelhantes em operações le-ves.

Já os modelos com potência superior a80 kW e com relações peso/potência próxi-mas a 30 kg/kW são mais versáteis, podendoser utilizados tanto para operações levesquanto para operações mais pesadas. Isso trazcomo vantagem a diminuição do número detratores necessários na propriedade, o quereduz significativamente os custos, porémaumenta a dependência da adição de peso(lastragem) quando empregados para a exe-cução de trabalhos mais pesados.

PROJETOS INADEQUADOSCom relação ao uso de tratores de potên-

cia elevada e com baixa relação peso/potên-cia, para a execução de trabalhos pesados, é necessário considerar dois fatores agravan-

tes. Como esses tratores são mais dependen-tes de lastro, há necessidade de uma maiorcapacitação de seus usuários, para que a adi-ção de peso seja feita de maneira correta.

Via de regra, no Brasil, o nível de forma-ção dos usuários é baixo, dificultando a efici-ente utilização dos tratores com essas carac-terísticas. É comum o agricultor adquirir um

Nos projetos da Agrale, a tendênciade uma alta relação entre peso e

potência também é recorrente

Figura 1 - Comportamento da relação peso/potência segundo a potência nominal dos tratores agrícolas fabricados e comercializados no Brasil

Na Massey Fergusson, o peso específico damaioria dos modelos pode ser considerado

médio em relação ao de outros tratores

Page 19: Maquinas 54

“Em geral, os fabricantes esbarram em dificuldades inerentes ao projeto,que limitam a diminuição da relação peso/potência dos tratores pequenos”

trator de grande potência e baixa relação peso/potência e subutilizá-lo, por não lastrá-locorretamente e não adequar a velocidade detrabalho, aumentando-a de maneira a apro-veitar ao máximo a potência disponível (agri-cultura de velocidade). Isso se reflete direta-mente no incremento dos custos fixos e vari-áveis da máquina, em função da subutiliza-ção e do desperdício de combustível.

O outro fator agravante refere-se ao fatode que, conforme mostra a Figura 1, muitosmodelos de tratores de grande potência, mes-mo com a lastragem máxima indicada pelo

fabricante, não atingem a relação peso/po-tência necessária para a execução de traba-lhos pesados. Nesse caso, como não é possí-vel aumentar o peso, para que haja aprovei-tamento adequado da potência do motor, énecessário o aumento da velocidade de tra-balho, o que muitas vezes não é possível de-vido à natureza da operação que está sendoefetuada.

Assim, verifica-se a princípio certa ina-dequação dos projetos de alguns dos tratoresagrícolas fabricados e comercializados noBrasil, principalmente considerando os tra-

tores de menor potência. Em geral, os fabri-cantes esbarram em dificuldades inerentes aoprojeto, que limitam a diminuição da relaçãopeso/potência dos tratores pequenos.

A impossibilidade da retirada de deter-minados componentes, como assento, barrade tração e estruturas de proteção contra ca-potamento, cujos tamanhos são semelhan-tes tanto para tratores de grande quanto paraos de menor potência, é o principal fator quejustifica as altas relações peso/potência típi-cas de tratores pequenos comparativamenteaos maiores. Porém, alguns modelos de bai-xa potência podem ter a relação peso/potên-cia diminuída tranqüilamente, pois modelosde potência similar, conforme mostra a Fi-gura 1, apresentam valores bem menores paraa referida relação.

Já no que se refere aos tratores de maiorpotência, que apresentam uma maior versa-tilidade, o que é vantajoso, e uma maior de-pendência de lastragem, há necessidade deum aumento na quantidade de lastro possí-vel de ser adicionada, juntamente ao desen-volvimento de mecanismos que dinamizemesse procedimento.

José Fernando Schlosser,NEMA/UFSM

Schlosser qualifica a relação peso/potênciacomo determinante para escolha do trator maisadequado ao propósito dos trabalhos a campo

M

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20 • Julho 06

As correntes estabilizadoras ou barras telescópicas sãoresponsáveis pela estabilidade lateral do implemento

passo-a-passo

Autilização de um grande núme-ro de máquinas e implementosna agricultura depende funda-

mentalmente do engate ou acoplamento des-tes ao trator – responsável direto pela traçãodo conjunto. No trator a intersecção com oimplemento é feita pelo sistema de levantehidráulico através de seus pontos de conjun-ção. O sistema mais comumente utilizado écomposto pelos braços inferiores, pelas cor-rentes estabilizadoras ou braços telescópicos,pelos braços niveladores, pelo braço superi-or, pela viga de controle e pelo comando dosistema.

Em função do tipo de levante hidráulico,existem maneiras diferentes de posicionar osbraços de levante para o acoplamento dos im-

plementos. Também, nesse procedimento, éimportante observar alguns cuidados para ocorreto engate e perfeito desempenho do con-junto mecânico na lavoura.

REGULAGENS BÁSICASEm alguns modelos os braços inferiores

do sistema hidráulico possuem mais de umfuro de sustentação. Utilize o primeiro furopara implementos leves, o central para apli-

cações normais e o furo traseiro para imple-mentos longos e pesados. Os braços inferio-res estão fixados lateralmente em correntesestabilizadoras ou barras telescópicas; elas sãoresponsáveis pela estabilidade lateral do im-plemento. Possuem regulagens que ajustame centralizam o implemento em relação à li-nha de tração. De acordo com o implemen-to, remova o pino ou solte as contraporcas eencontre a posição mais adequada.

Os braços niveladores sustentam e per-mitem a regulagem transversal do implemen-to. Eles possuem duas posições: uma fixa eoutra variável. A maioria dos implementosutiliza a posição fixa. A posição variável éutilizada com implementos largos engatadosnos três pontos do trator.

Comoacoplar?Comoacoplar?

A perfeita acoplagem do implemento aotrator está diretamente relacionada ao

bom desempenho do conjunto mecânicono campo. Alguns cuidados básicos

devem ser observados nesse procedimento

A perfeita acoplagem do implemento aotrator está diretamente relacionada ao

bom desempenho do conjunto mecânicono campo. Alguns cuidados básicos

devem ser observados nesse procedimento

Fotos Vilso Júnior Santi

Os braços inferiores possuem mais de um furo desustentação, o que permite diferentes regulagens

A regulagem transversal do implemento pode serexecutada pelo ajuste dos braços niveladores

Page 21: Maquinas 54

“Em nome da segurança, recomenda-se que se fixe a barra de tração no centrotoda vez que se transportar implementos ou se trafegar com carretas”

Julho 06 • 21

Outro componente do sistema de levan-te é o braço superior. Ele faz a ligação da tor-re do implemento com a viga de controle dosistema hidráulico. O braço superior possuitrês posições de ajuste na viga de controle.Utilize o braço no furo superior quando tra-balhar em solos macios, no furo central quan-do operar em solos médios e no furo inferiorquando lidar com solos maduros ou imple-mentos de superfície. Para transportar o im-plemento, utilize também este furo, assimvocê protege o sistema contra os impactos.

AJUSTE DO IMPLEMENTO ACOPLADODepois do engate do implemento, um dos

ajustes recomendados é fazer a centralizaçãodeste. Para isso, levante o implemento e façasua centragem. Meça a distância dos braçosinferiores até os pneus e ajuste os estabiliza-dores. As distâncias devem ser iguais tanto à

direita quanto à esquerda. Para grades, roça-deiras e arados reversíveis, depois de estica-dos, afrouxe em meia volta os dois estabiliza-dores. Para arados fixos, a regra é deixar o ladoesquerdo com uma volta inteira de folga.

Ainda com o implemento engatado,pode-se fazer mais duas regulagens básicas:a regulagem transversal e a regulagem longi-tudinal. O ajuste transversal é feito nos bra-ços niveladores, e a regra é que os dois braçosfiquem ajustados no mesmo comprimento,independente das características dos braços.O ajuste longitudinal, por sua vez, é feito nobraço superior. Para levantar a parte de trásdo implemento, recolha o braço. Para baixar,estenda o braço.

Já a regra básica para regular a barra detração é fazer com que ela fique posicionadana mesma altura do implemento. Colocada

mais alto, ela pode provocar a perda da tra-ção dianteira e o desequilíbrio do trator. Co-locada mais abaixo, provoca a perda da tra-ção traseira, desperdiçando a potência domotor. O desperdício de potência implicadiretamente maior consumo de combustível.

A barra de tração possui de uma a quatroposições de altura que podem ser obtidas deduas formas diferentes. Removendo os para-fusos, pode-se inverter a posição do suporte.Depois, soltando o pino dianteiro, inverte-setambém a posição da barra. Para facilitar ma-nobras, a barra de tração possui também re-gulagens de movimento lateral. Para utilizá-las, remova os parafusos e escolha a posiçãoque permita melhor realizar as manobras acampo. Em nome da segurança, recomenda-se que se fixe a barra de tração no centro todavez que se transportar implementos ou se tra-fegar com carretas. M

O braço superior faz a ligação da torre do implementocom a viga de controle do sistema hidráulico

O controle do sistema hidráulico é feito pelasalavancas de posição e profundidade do comando

São três os principais pontos de engate do implemento ao trator: dois laterais e um central. Estesdevem ser cuidadosamente inspecionados, a fim de se evitar acidentes durante a operação

É importante sempre medir a distância dos braços inferiores até ospneus de ambos os lados para centralização do implemento

Colaboração Cimma Ltda.

Page 22: Maquinas 54

22 • Julho 06

aeração

Objetivo da AeraçãoConservaçãoResfriamentoResfriamento e secagem

Taxa de aeração1/10, 1/8

1/51/4, 1/3

Volume de Ar (m3³h/m3³grão)4,8 - 6

9,512 - 16

Umidade de Entrada13%14%16%

Tabela 1 – Taxas de aeração adotadas no armazenamento de grãosSão notáveis no Brasil a gran-de capacidade de produção naagricultura e o alto padrão tec-

nológico empregado para tal fim pelosnossos produtores rurais, muitos chama-dos de empresários rurais. Reconhecida-mente sabemos que em regiões como, porexemplo, o Centro-Norte, a tecnologiaempregada em eletrônica embarcada emmáquinas e equipamentos não perde emabsolutamente nada para os níveis euro-peus e americanos.

Em outras palavras, sabemos produ-zir de forma ótima, mas cabe-nos pergun-tar se sabemos guardar o fruto de nossotrabalho e de nossa colheita? Com cer-teza se soubermos guardar nossa colhei-ta teremos um melhor resultado na co-mercialização e maior lucro.

TIPOS DE SILOSDiariamente ouvimos e somos inda-

gados a responder a produtores ruraisquestionamentos relacionados ao arma-zenamento em silos, sejam eles horizon-tais ou verticais. A definição de silo ho-rizontal ou vertical tem como basea relação H/D, sendo H- Altura,D ou L- Largura. Silos hori-zontais são estruturasem que o compri-mento e a largurasão maiores que o

diâmetro, ou o diâmetro é maior que aaltura. Silos verticais são aqueles em quea altura é maior do que as dimensões ho-rizontais, comprimento, largura, ou diâ-metro.

Focaremos nesse trabalho o dimensi-onamento da aeração de um silo verticalcilíndrico. Nestes, duas perguntas fre-qüentes que ouvimos são:

• podemos armazenar um produto re-cebido com 16% e/ou secá-lo até atingiruma umidade de 13%?

• e qual a potência necessária do ven-tilador para armazenar grãos com 14%de umidade?

Para esclarecer o assunto, devemos emprimeiro lugar saber o que é e para queserve a aeração. Também, qual a sua im-portância e qual a sua função na arma-

zenagem de grãos.

AERAÇÃO EM SILOSDefinindo: “aeração é o movimento

forçado de ar ambiente de qualidade sa-tisfatória através da massa de grãos paraa melhoria do armazenamento de grãos.”

O ar em movimento distribuído pelamassa de grãos desempenha funções deprevenção de aquecimento, regula a umi-dade do produto, remove focos de aque-cimento, uniformiza a temperatura, alémde promover a secagem, ou promover asecagem e o resfriamento dessa massa. Adistribuição de ar pela massa de grãos équestão antiga. Os primeiros registrosdatam de 1753, ano em que foram utili-

Ar que dá lucroNo armazenamento de grãos, a aeração não melhora a qualidade do produto recebidoda lavoura, mas conserva por longos períodos de tempo as características existentes,

proporcionando assim melhores resultados na comercialização dos produtos

Page 23: Maquinas 54

“Com certeza, se soubermos guardar nossa colheita, teremosum melhor resultado na comercialização e maior lucro”

Julho 06 • 23

Taxa de Aeração (m³/hora/m³ de Grão)Pressão Estática (mm de coluna d’ água) MILHO

4,819212428333844505766748494

106118131145160175192210

6,821253036435161718395

109125142160180201224248274302331

9,525313948597286

102120141163188215244276310347387429474

11,9293747607491

111133158186217251288329373421472

15,936486381103128157191229271318370427490

23,8527399

132171217270331401479

Altura(m)6,17,38,59,8

11,012,213,414,615,817,118,319,520,721,923,224,425,626,828,029,330,5

Tabela 2 – Pressão estática exercida pela massa de grãos

zados os primeiros foles tocados por mo-inhos a vento na tentativa de guardar acolheita por um período maior.

Um questionamento comum é qual apotência de ventilador necessária paraconservar um produto dentro de um silo?

Essa resposta não é exata, pois dependeda interação de uma série de fatores,como o tipo de grão a ser armazenado(milho, soja, arroz, girassol), a umidadede entrada desse grão, 16%, 15%, 13%,umidade relativa, e temperatura do ar ex-terno, ou seja, não existem respostas exa-tas e diretas pela variabilidade dos fato-res em questão.

Um primeiro questionamento que de-vemos fazer é qual o objetivo da aeração,em outras palavras, como iremos mane-jar esse nosso grão.

As relações de 1/10, 1/5 e 1/3 signifi-cam o número de partes de ar necessári-as para permitir que o grão entre em equi-líbrio higroscópico, ou seja, tenha tensãoequivalente entre o vapor de água no grãoe o vapor de água no ar ambiente.

Esse equilíbrio indica que grão e arnão trocam mais umidade. Conforme aTabela 1, para resfriar uma massa de grãoaté 13%, precisa-se de 9,5 m³ de ar em

uma hora, para um m³ de grão. Esse equi-líbrio está relacionado com a umidaderelativa e a temperatura e, através desteschega-se ao cálculo do número de horasnecessárias para resfriar o grão para al-cançar o referido equilíbrio. Esses valo-res irão depender ainda do tipo de grãoa ser armazenado, mas em termos geraisestão próximos dos valores anteriormen-te citados.

DIMENSIONAMENTO CORRETOFocando nesse momento para o di-

mensionamento adequado de um silo,devemos seguir a seguinte seqüência,baseando a decisão nos itens abaixo:

1) Tipo de produto (grão);2) Umidade de entrada do produto;3) Modelo de piso a ser utilizado;4) Potência do ventilador;5) Número de saídas no teto.Definidos esses parâmetros, partimos

para o dimensionamento do sistema deaeração necessário para tal fim. Um de-talhe que devemos estar bastante aten-tos é o de que, se é insuflada uma quan-tidade de ar pela base do silo, esse ar temde sair pela parte superior, para tanto sãonecessárias saídas (suspiros). Os suspi-ros são dispostos no telhado em númerocompatível com o tipo de aeração utili-zado.

Na prática significa dizer que, no casode um produto com 16% de umidadedentro do silo, ou seja, uma ventilaçãocom taxa de 1/4, se não dimensionarmosa saída do ar que entra pelo piso, na par-te superior (deixando, por exemplo, nú-mero inferior de respiros), ocorrerá acondensação de umidade no teto, pro-vocando a chamada chuva dentro do silo,acarretando o umedecimento da cama-da superior dos grãos. Essa condensaçãoé ocasionada ou pela falta de saídas noteto ou pela insuflação de ar com carac-terísticas inadequadas (umidade relati-va, temperatura etc.).

Figura 2- Aspecto da utilização domodelo de silo com piso totalmente

perfurado (fundo falso)

Figura 1- Modelos de Piso Canal. Duplo H paralelo, silo 72 pés. Aeração 1/5 (esq.) e Duplo T oposto, silo 42 pés. Aeração 1/10 (dir.)

Page 24: Maquinas 54

24 • Julho 06

Verifica-se que existe uma dife-rença no número de respiros.

No cálculo obtemos sete, e o softwa-re indica oito. O software Airpic é ali-mentado com os modelos reais de pi-sos GSI, podendo utilizar desde taxasde 1/10 até 1/3. O dimensionamentotanto do piso como das saídas permi-te o aumento da aeração simplesmen-te com a troca de ventiladores pormaior potência. Um aumento de 20%sem necessidade de alterações. Naprática diária, é o que o produtor cha-ma de “turbinar a aeração”.

TURBINAR AAERAÇÃO

Tendo em mãos as informações dotipo de produto a ser utilizado e da umi-dade de entrada desse produto, partimospara a etapa subseqüente que é a escolhado piso a ser utilizado. Basicamente doissão os tipos de pisos utilizados, o pisocanal (Figura 1) e o piso totalmente per-furado (Figura 2). A qualidade de aera-ção no grão em piso totalmente perfura-do é bem superior, pela saída desse ar emtodos os pontos da camada.

Várias configurações de piso estãodisponíveis pelas empresas do segmentode armazenagem em nosso país. Em setratando de piso canal, alguns modelossão o espinha de peixe, o duplo T opos-to, o duplo H invertido (Figura 1), den-tre outros.

Na movimentação do ar junto ao pro-cesso de aeração, são necessários equipa-mentos capazes de fazer a movimenta-ção desse ar com fluxo e pressão sufici-entes. Tais equipamentos denominadosde ventiladores são basicamente de doismodelos, axiais e centrífugos, e deverãoser dimensionados de forma a vencer apressão exercida pela camada de grãos(Figura 3).

Enquanto o ventilador centrífugo

possui maior capacidade de atravessar amassa de grão, maior pressão estática, oventilador axial possui capacidade infe-rior quanto à camada de grãos, no en-tanto capacidade bem superior em vazãode ar.

A movimentação desse ar é essencial,no entanto, além da entrada, do movi-

mento desse ar pela massa de grão, ne-cessitamos ainda ter uma área de saídado ar. As aberturas de saída são chama-das de respiros do silo, e o número destesvaria em função do grão, da taxa de ae-ração, do tipo de ventilador, da área deentrada de ar pelo piso e do volume degrão armazenado.

Figura 3 – Modelos deventiladores axial (esq.)

e centrífugo (dir.)

Figura 4- Software para dimensionamento da aeração de silos (The GSI Group Brasil)

Page 25: Maquinas 54

“Na adequação do sistema ideal para cada caso, são necessários alguns cálculos baseados nascaracterísticas do grão, seguindo alguns conceitos básicos da área de armazenagem de grãos”

254

453573

2515623232836245355267276189986311041344

017024834538148158067979592790611601401

HP35

7.5101520253040304050

51142207306341430538644724870835

10751288

7612719128332140850961669684279210471231

102113173258303379481594668814764991

1189

12762151226282345467566637785736948

1132

152

2553064465385947577229061075

178

205260408502569729651849

1005

203

376453558686580764906

229

354504644467679708

279

325425

ModeloCF-3CF-5

CF-7.5CF-10CF-15CF-20CF-25CF-30CF-40

*CF-30D*CF-40D*CF-50D

Pressão estática em mmPotênciaModelos de Ventiladores (1750 RPM)

Tabela 3 – Potência requerida x pressão estática

Na adequação do sistema ideal paracada caso, são necessários alguns cálcu-los baseados nas características do grão,seguindo alguns conceitos básicos da áreade armazenagem de grãos. Em algumasempresas do setor, para otimizar o pro-cesso, existem softwares desenvolvidospara esses cálculos. Um software utiliza-do para os cálculos é o Airpic - desenvol-vido para dimensionamento da aeração

em silos pelo grupo GSI.Abaixo segue um caso de dimensio-

namento de ventilação baseado nas ca-racterísticas anteriormente descritas (Fi-gura 4).

No exemplo a seguir obteremos osdados de ventilação de um silo modelo60 12 anéis, com capacidade de arma-zenagem média de 50 mil sacas, taxa deaeração 1/10, com volume de 3.993,05m³. O cálculo foi efetuado para milhoem grão. Num primeiro momento serádescrita a seqüência para utilização dosoftware.

DADOS DO SILOModelo 60 12A – Diâmetro 18,30 me-

tros – 13,44 metros.

Capacidade de armazenamento

Aeração totalTaxa 1/10 - 4,8 m3/h por m3 de grãoAeração total = 4,8 x 3993,05 =

19166,64 m3/hUtilizando-se de um duplo T oposto,

teremos dois ventiladores. A necessida-de é de 9583,32 m3/h ou 159,72 m3/minpor ventilador.

Pressão estáticaPara o armazenamento de milho em

um silo 60 12 anéis temos:

Page 26: Maquinas 54

26 • Julho 06

Obtendo-se esse valor, lançamos mãode uma tabela que relaciona a altura damassa com a taxa da aeração pretendida,nesse caso específico para milho.

Seleção do ventiladorA utilização do ventilador, no caso

centrífugo, deverá atender à metade davazão total requerida, ou seja 9.583,32m3/h ou 159,72 m3/min. Para este casose seleciona um ventilador de 5 hp.

Locação dos dutos de aeraçãoPrimeiro se estabelece a distância má-

xima permitida entre os dutos, para estecaso 14,96 x 0,5 = 7,48 metros. Distân-cia entre dutos = 6,95 + 13,44 = 20,39metros.

A = 20,39 metros.B = 14,96 metros.É importante que a relação entre o

maior e o menor caminho percorrido peloar seja menor ou igual a 1,5.

Cálculo da área perfurada

Dimensionamento dos dutos

Por questões de segurança, é possívelaumentar futuramente a aeração, já queos canais são dimensionados com largu-ra, altura e comprimento superiores. Nocaso do silo 60 12A, taxa de aeração 1/

Clóvis demonstra uma dasopções para dimensionamento

da aeração em silos

Figura 5 - Locação dos Dutos e número de Respiros no Telhado

Figura 6- Resultados obtidos por software

Clóvis Priebe Bervald,The GSI Group Brasil

M

10, L 1,08 metros, h 0,30 metros e C19,87 metros. Essas dimensões indicamvazão de ar 20% acima do cálculo efetu-ado.

Número de respiros

Utilizando-se respiros com 0,16 m2,são necessários sete respiros.

RESULTADOSUtilizando o software, conforme a Fi-

gura 6, os resultados são de:• dois ventiladores de 5 hp,• oito respiros no telhado (possibili-

dade de 20% mais de vazão de ar).• piso canal duplo T oposto.Portanto, novamente ressaltamos que,

no armazenamento de grãos, a aeração nãomelhora a qualidade do produto recebidoda lavoura, mas pode conservar as caracte-rísticas existentes por períodos longos detempo, proporcionando assim melhores re-sultados na comercialização.

Tipo de respiro utilizado em sistemasde armazenagem

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conjuntos mecânicos

Julho 06 • 27

Asoja é uma das culturas mais importantes, trazendo divisas e movimentando o agronegócio do

país. Ela é uma das primeiras culturas a sertotalmente mecanizada e, atualmente, écultivada desde a região Sul até a Norte, comgrande concentração na região Centro-Oes-te e predomínio do sistema de semeaduradireta. A soja tem como uma de suas carac-terísticas principais a sensibilidade ao com-primento do dia, fotoperíodo, característicaessa que deve ser analisada quando da im-plantação e condução da cultura.

A soja exige do produtor um planeja-mento e dimensionamento adequado da suamaquinaria agrícola para a realização dasoperações nas épocas recomendadas para aregião. Caso as operações sejam realizadas

em períodos inadequados, pode ocorrer umaredução de produtividade, acarretando pre-juízos ao produtor. No atual momento emque o preço no mercado internacional estáabaixo do esperado, isso pode ser um fator adificultar a sobrevivência do negócio.

CUIDADOS NA SEMEADURAUm dos processos mais críticos para a

produção da soja é o de semeadura tanto doponto de vista operacional quanto dos pra-zos. Do ponto de vista operacional é neces-sário colocar a semente e o adubo na quan-

Um dos processos mais críticos para aprodução da soja é o de semeadura, tanto doponto de vista operacional quanto dos prazos

AdubaçãoantecipadaAdubaçãoantecipada

A antecipação da adubaçãona cultura da soja em

semeadura direta se mostraviável na medida em que

promove a redução no custode implantação da lavoura,

pelo melhor aproveitamentodos sistemas mecanizados

A antecipação da adubaçãona cultura da soja em

semeadura direta se mostraviável na medida em que

promove a redução no custode implantação da lavoura,

pelo melhor aproveitamentodos sistemas mecanizados

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28 • Julho 06

tidade e na posição corretas, o que exige umaprecisa regulagem da máquina.

Além disso, em algumas regiões, como oCentro-Oeste do país, existe a necessidadede se aplicar grandes volumes de adubo,devido à baixa fertilidade dos solos dessasregiões, fazendo com que se elevem o tem-po e o número total de reabastecimentos dasemeadora/adubadora, o que afeta o dimen-sionamento do número de equipamentos e,conseqüentemente, os custos.

Se o tempo de reabastecimento não forlevado em consideração, a semeadura podenão terminar no prazo previsto, ocasionan-do a perda de produtividade pelo fotoperío-do, o que se denomina custo da pontuali-dade. Como exemplo apresenta-se na Figu-ra 1 a influência do fotoperíodo na produti-vidade para a região Noroeste de Mato Gros-

so e para duas cultivares: BRSMT Uirapu-ru e MGBR46 – Conquista.

A Figura 1 apresenta épocas de semea-dura para duas cultivares de soja em que sevisualiza a redução em suas produtividadesdevido ao aumento do intervalo de plantio.

Caso o produtor realize a operação entre 05de novembro a 30 de dezembro, observaráuma redução por hectare de 483,2 kg para acultivar MGBR -46 Conquista e de 610,6kg para a cultivar BRSMT Uirapuru, quan-do comparadas ao período ideal de 05 a 11

O tempo de reabastecimento da semeadora deve serconsiderado, pois se a semeadura não terminar noprazo previsto pode haver perda de produtividade

Figura 1 - Produtividade das cultivares de soja em função do período de semeadura Figura 2 - Comparação do custo operacional de semeadura em função do sistema e do período

Figura 3 - Comparação do custo total em função do sistema e do período de semeadura Figura 4 - Receita líquida em função do sistema, do preço da saca e do intervalo de semeadura

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“A melhor estratégia a ser adotada pelo produtor é realizar a operação de plantio na sétima épocano sistema Antecipação da Adubação e, dessa forma, atingir uma receita líquida de R$ 242,4”

Tendo em vista os resultados, a an-tecipação de adubação para a cul-

tura da soja é viável nas condições apre-sentadas e no sistema Antecipação daAdubação (AA) em semeadura direta;para as cultivares analisadas, promoveuuma redução nos custos operacional etotal, ocasionando aumento na receitalíquida em comparação ao sistema Tra-dicional (TR), independentemente do pe-ríodo de realização da semeadura. Asconclusões também mostram que ou-tros estudos devem ser realizados parareforçar o questionamento da operaçãode adubação durante a semeadura emrelação aos aspectos produtivos e fisio-lógicos da soja, auxiliando o produtornas suas tomadas de decisão.

CERTO OU ERRADOde novembro.

ANTECIPAR É VIÁVEL?Atualmente muitos estudos comprova-

ram a viabilidade da antecipação e/ou doparcelamento da adubação na cultura dasoja, analisando-se o sistema da proprieda-de. Dessa forma, surgem alternativas quepossibilitam a adubação da cultura anteces-sora com a finalidade de aumentar a suaprodução de palha após o dessecamento,favorecendo o sistema de plantio direto semredução da produtividade da soja.

Esse sistema possibilita ainda a reduçãodo número e do tempo de reabastecimentoda semeadora/adubadora, aumentando aeficiência da operação e reduzindo o núme-ro de máquinas na propriedade, a potênciaexigida pelas semeadoras/adubadoras e ocusto da operação.

Analisando a Figura 2, o custo opera-cional na semeadura aumenta de acordocom a redução do intervalo de plantio, de-vido ao menor tempo para a realização daoperação. Caso o produtor opte pela ante-cipação total da adubação, denominadoneste estudo de sistema AA, obterá meno-res custos operacionais de semeadura, in-dependentemente da época de planejamen-to em relação ao sistema tradicional, de-nominado de TR.

Para a primeira época (05/11 a 11/11) osistema TR apresentou um custo operacio-nal de semeadura por hectare de R$ 226,2;já o sistema AA, de R$ 150,5. Para a oitavaépoca (05/11 a 30/12), o produtor despen-deria por hectare R$ 61,4 no sistema TR eR$ 31,3 antecipando-se a adubação (Figu-ra 2).

A Figura 3 apresenta os custos totais,que são o somatório dos custos das opera-ções e dos insumos utilizados em função dosistema e do período de semeadura

Os custos totais apresentaram elevaçõesdevido à diminuição no período de semea-dura, pois isso exige do produtor um gran-de número de máquinas para realizar asoperações, o que acarreta elevações nos cus-

tos horários dos equipamentos. O sistemaAA apresentou menores custos totais emrelação ao sistema TR, independentementedo intervalo de semeadura. Para a semea-dura realizada durante o intervalo de oitosemanas, o produtor obteria um custo totalpor hectare de R$ 1.320,58 para o sistemaTR e de R$ 1.158,15 para o sistema AA, ouseja, uma diferença de 12,3%. Em relação àsemeadura realizada no período de uma se-mana, o sistema TR mostrou um custo porhectare de R$ 2.512,24, e o sistema AA, deR$ 2.303,69, apresentando uma diferençade custo de 8,3%.

Conhecendo-se a influência da época desemeadura na produtividade da cultura dasoja, a análise da receita líquida, apresenta-da na Figura 4, auxilia o produtor na esco-lha do planejamento do sistema mecaniza-do e das épocas de semeadura com o objeti-vo de maximizar o resultado final. Definiu-se a receita líquida como a receita bruta ob-tida, de acordo com a produtividade da cul-tura, subtraída dos custos totais (custos damecanização e insumos). Consideraram-sedois valores de preço da saca da soja (R$18,0 e R$ 26,0).

A receita líquida é negativa independen-temente do sistema e época de semeadura,para o valor de R$ 18,0 na saca da soja. Po-rém, quando se considera o valor de R$ 26,0a receita é negativa para a o sistema TR paraas três primeiras épocas de realização da se-

Matos e Salvi falam da antecipação daadubação como estratégia de adequaçãodos conjuntos mecânicos na propriedade

meadura, o que se deve ao maior númerode conjuntos e de custos operacionais en-volvidos.

Com o aumento do intervalo de semea-dura observa-se um acréscimo na receita lí-quida, que pode ser atribuído ao menornúmero de conjuntos e, conseqüentemen-te, ao melhor aproveitamento do sistemamecanizado. A melhor estratégia a ser ado-tada pelo produtor é realizar a operação deplantio na sétima época (05/11 a 23/12) nosistema Antecipação da Adubação (AA) e,dessa forma, atingir uma receita líquida deR$ 242,4, dentro das condições deste estu-do. Caso optasse pelo sistema Tradicional(TR) e o mesmo intervalo de semeadura,obteria uma receita líquida de R$ 83,9 (Fi-gura 4).

Marcos Antonio Matos,José Vitor Salvi eMarcos Milan,Esalq/USP

M

Page 30: Maquinas 54

por Arno Dallmeyer - [email protected]

Acelera...Acelera...Pois os motores já estão no aqueci-

mento.Em meados do corrente mês os mons-

tros começam a rugir, em Holambra, comum festival de puxadas do Trekker-trek.Renovações nos tratores e novos compe-tidores estão sendo esperados com ansie-

dade.Também no arrancadão, que começa seu

circuito de apresentações no próximo mês,são interessantes as novidades, como novascores, novos patrocinadores e uso do biodi-esel do Centro-Oeste nas máquinas do Ze-rinho Bomba Show. Assim como já ocorre

há décadas no automobilismo, agora são ostratores de competição a testar e divulgarnovas tecnologias! A iniciativa merece os elo-gios que colhe.

Com bons atrativos, como os mencio-nados, além do apelo das competições emsi, vale a pena assistir.

Siri de praia?Siri de praia?

Ou que nome se daria a um con-junto trator-implemento que se en-

contrasse limpando as areias de uma praiabrasileira?

Dizem que os cariocas apelidaram amáquina de laranja mecânica. Seja qualfor o nome popular, ou o apelido que setenha dado, nossa abordagem de hoje trazuma máquina de limpeza de praias. Asmáquinas podem ser vistas em várias prai-as brasileiras, mas este conjunto especifi-camente foi fotografado na belíssima e

famosa praia de Copacabana. Trata-se deuma máquina acionada pela tomada depotência do trator, provida de uma lâmi-na que coleta e eleva a areia, passando-apara uma esteira que tem a função de pe-neira. A areia cai ao longo do deslocamen-to da esteira, e o material maior, os detri-tos, são retidos em uma caixa coletora pos-terior. Merecem destaque os dispositivosde segurança, como todos os acionamen-tos cobertos por chapas, evitando aciden-tes com os banhistas que inadvertidamen-

te viessem a tocar a máquina em movi-mento.

Para tracionar essa máquina com potên-cia e desempenho suficientes, um tratorMassey Ferguson 275 de 75 CV de potênciano motor e 64 CV na TDP, garantidos porum motor de quatro cilindros, aspiração na-tural, embreagem dupla e câmbio de oitovelocidades à frente (e duas à ré), pneus tra-seiros 18.4-30R1. A tração dianteira auxili-ar com bloqueio automático e pneus 12.40-24R1 facilita o deslocamento na areia ma-cia das praias, assim como a direção hidros-tática facilita as manobras, que devem serseguras e precisas. A parada é garantida porfreios a (4) discos banhados em óleo. O tan-que de combustível de 75 litros permite umajornada inteira de operação sem reabasteci-mento. Na versão utilizada o trator pesacerca de 3,6 mil kg.

O que chama a atenção no trator é a cor,clara, um branco-gelo que tende a incorpo-rar o veículo à paisagem da praia, sem cha-mar atenção excessiva para ele. Ou seja, éuma presença discreta, como devem ser osprestadores de serviço em áreas turísticas (eem outras!).

Data

16 /07/2006

18 a 20/08/2006

09 a 10/09/2006

07 a 08/10/2006

11 a 12/11/2006

Categoria

Trekker-trek

Arrancadão

Arrancadão

Arrancadão

Arrancadão

Local

Holambra (SP)

Curitiba (PR)

Fraiburgo (SC)

Não-Me-Toque (RS)

Maripá (PR)

Obs.

Parque de Exposições Expoflora

Força Livre Motorsport Show

Tratoródromo

Agenda

30 • Julho 06

Foto

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Dal

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