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Maquinas 51

Jul 24, 2016

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Grupo Cultivar

Abril 2006
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Rodando por aí

Comparativo de esteiras e pneus

Desafios na colheita de cana-de-açúcar

Mecanização em cana-de-açúcar

Teste Drive - Pulverizador PLA H 2500 S

Teste Drive - Trator MF 250 XE

Manutenção passo-a-passo

Distribuição de adubo por helicóide

Fertilização em cana-de-açúcar

Expodireto 2006

Metodologia de projeto em Máquinas

Esporte Trator

Câmaras de ar Tortuga

Índice Nossa Capa

Vilso Júnior Santi

Destaques

Nem terremotoVeja como se comportou opulverizador PLA H 2500 Sno teste drive Cultivar Máquinas

04

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

• EditorCharles Ricardo Echer

• RedaçãoVilso Júnior Santi

• RevisãoSilvia Maria Pinto

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• MarketingPedro Batistin

Otávio Pereira• Gerente de Circulação

Cibele Costa• Assinaturas

Simone Lopes• Gerente de Assinaturas Externa

Raquel Marcos• Expedição

Edson KrauseDianferson Alves

• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 51

Ano V - Abril 06ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00• 70,00

Pneus ou esteiras?Saiba porque o uso de pneus emcolhedoras de arroz é uma alternativaque está ganhando espaço

Brasileirinho em testeTestamos o trator MF 250 XE, o Brasi-leirinho, da Massey Ferguson, projetadopara operar em pequenas propriedades

Matéria de capa

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04 • Abril 06

Carlos Dolci

John DeereDurante a Expodireto 2006, a John Deere assinou um convênio com a Emater/RS. A empresavai contribuir para o aperfeiçoamento das atividades da Unidade Didática de MecanizaçãoAgrícola localizada no Centro de Treinamento de NovaPetrópolis (Cetanp). Os termos da parceria prevêem adoação, pela John Deere, de conjuntos didáticos comosistemas hidráulicos, sistemas de diferencial, caixas demarchas, motores e eixos dianteiros. O trabalho con-junto com a Emater faz parte do Projeto Parceiros daTecnologia, da John Deere.

StaraEvolução constante. Essa sem dúvida parece ser a marca da Stara.Pioneira na difusão da agricultura de precisão no país, a empresa, apósum produtivo período de gestão compartilhada, junto com a Sfil e aAmazone, inaugura sua nova fase com o lançamento de um gigante, oHércules 24000. Conforme Gilson Lari Trennepohl, diretor da em-presa, a Stara ficou conhecida no mercado pela qualidade final de seusprodutos, pelo baixo índice de manutenção e pela praticidade de ope-ração oferecida ao produtor rural, e isso será mantido e aprimorado.

GTSA GTS desenvolve plataformas, aliando tecnologia à necessidade demaior rendimento na colheita. As plataformas GTS, segundo AssisStrasser, diretor comercial da empresa, possuem “acoplamento univer-sal”, podendo ser utilizadas em qualquer modelo de colhedora. NaExpodireto as adaptações para colheita de girassol e mamona puderamser conferidas.

SfilDepois de um produtivo período de gestão compartilhada – junto àStara e à Amazone – a Sfil retoma a dianteira de seus negócios. Segun-do Eliseu Schaedler, diretor-presidente, e Janice Schaedler, diretorafinanceira da empresa, a Sfil, ao longo dos anos, atingiu reconhecidocrescimento no mercado de implementos agrícolas, o que se deve, prin-cipalmente, à confiança que o produtor depositou nos produtos damarca, à seriedade e dedicação da equipe de colaboradores e à cons-tante evolução nos produtos e serviços Sfil.

DoutoradoO pesquisador do

Conjunto AgrotécnicoVisconde da Graça dePelotas (RS), Hilton

Grimm, acaba de concluirseu Doutorado em

Ciência e Tecnologia deSementes, na Faculdade

de Agronomia EliseuMaciel. Grimm defendeu

a tese intitulada“Desempenho de um

mecanismo semeador avácuo na distribuição de

sementes de arroz acampo”. A pesquisa visou

atender à crescentedemanda pela redução na

quantidade de sementesde arroz a ser utilizada nomomento de implantação

da lavoura, aliada aoaumento da eficiência da

semeadura.

ServsprayA Servspray mais uma vezparticipou da ExpodiretoCotrijal. Segundo DanielWhite, diretor-presidenteda empresa, a feira éimportante palco dediscussões sobre os rumosdo agronegócio brasileiro.A empresa levou para oevento duas novidades: oHidro Turbo 3000 e oHidro Turbo Plus 4.000,lançados recentemente.

Bridgestone FirestoneOs visitantes da Expodireto tiveram a oportunidade de conhecer um trator de competiçãoutilizado no Trator Show, no estande da Bridgestone Firestone. A empresa também expôs alinha de produtos agrícolas e os principais modelos de pneusde carga, passeio e camionete. “A Firestone é a patrocina-dora oficial do Trator Show e fornece pneus para todos ostratores”, esclarecem Alexandre Leite de Mello, gerente dodepartamento técnico comercial, Adriano dos Santos Fia-lho, engenheiro de vendas e serviços agrícolas, e RicardoAnadón, gerente de vendas para o Mercosul da empresa.

AmazoneAs operações da Amazone no mercado brasileiro acabam de entrarnuma nova fase. Após alguns anos de gestão compartilhada, junto àStara e à Sfil, a empresa passará a trilhar caminho próprio. Segundoum de seus diretores, Geraldo João Van Schaik, os novos tempos tra-rão novos desafios à empresa. “Solidificar e ampliar a participação damarca no mercado agrícola barasileiro é o principal deles, qualidade etecnologia temos para isso”, garante.

NogueiraA Nogueira também esteve

presente na 7ª dição daExpodireto Cotrijal. Em seu

estande a empresaapresentou toda a sua linha

de máquinas e implementos.Uma equipe técnica

especializada ficouresponsável pelas informa-ções aos visitantes e pelas

vendas. “Além da apresenta-ção de novos produtos, a

Nogueira reservou aosprodutores ótimas

oportunidades de negócios,em condições únicas para oevento”, afirmou o diretor

comercial da empresa,Márcio F. Nogueira.

Massey FergusonA Massey Ferguson e a Emater/RS firmam na Expodireto uma parceria visando ampliar aformação profissional dos agricultores familiares as-sistidos pela instituição gaúcha. Através da parceria,a Massey Ferguson fará a doação de conjuntos didá-ticos compostos por componentes como sistemashidráulicos, caixas de marchas, motores e eixos. Osequipamentos servirão para capacitar extensionis-tas e beneficiários e modernizar as máquinas do Cen-tro de Treinamento de Nova Petrópolis (Cetanp). Márcio F. Nogueira

VipalA Borrachas Vipal estáampliando o seu parqueindustrial em Nova Prata(RS). Para isso, a empresavai investir um total de R$36,8 milhões na ampliaçãode sua fábrica n° 1 e naconstrução de sua terceiraplanta. “Mais do queconsolidar nosso pioneiris-mo no mercado, estamosnos preparando paraatender à crescentedemanda nacional einternacional por produtospara reforma de pneus”,explica João CarlosPaludo, vice-presidente.

TeeJetA TeeJet também estevepresente na Expodireto. Aempresa, no evento,integrou o circuitotemático sobre tecnologiade aplicação. SegundoHelder T. Zucckini, aTeeJet trabalha ardua-mente para fornecer osprodutos mais inovadoresque se podem encontrar.O corpo de engenheirosda empresa se orgulha deprojetar produtos queatendem e até excedem asnecessidades dosprodutores.

Alexandre, Adriano e Ricardo

Daniel White

Gilson Trennepohl

Hilton Grimm

Assis Strasser

Eliseu e Janice Schaedler

Geraldo Van Schaik

Helder Zucckini

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Abril 06 • 05

Aorizicultura no Rio Grande doSul caracteriza-se pelo dinamis-mo dos fatores e de sistemas de pro-

dução, com o foco na competitividade da em-presa rural. No campo observa-se isso sob doisaspectos: o primeiro visando ao aumento e ma-nutenção da produtividade, e o segundo, à re-dução dos custos de produção. Como a produ-tividade possui limites técnicos, a redução dosgastos passa a ter maior potencial de colabora-ção. Como o sistema mecanizado tem grandeparticipação nesses valores, tem recebido espe-cial atenção.

Nesse sentido, um trabalho exploratório damecanização orizícola na região Central do es-tado, realizado junto ao Nema/UFSM (Diag-nóstico técnico da mecanização na DepressãoCentral do Rio Grande do Sul), identificou autilização de pneus dianteiros R2 como alter-nativa para redução dos custos do sistema tra-dicional de tração e flutuação, que utiliza estei-ras metálicas de alto valor de aquisição e de ma-nutenção periódica bastante onerosa.

Tendo como ponto de partida a importân-cia dessa alternativa para o produtor, esse tra-balho tem como objetivo trazer experiências

observadas no campo com o uso de pneus norodado dianteiro, em colheita de arroz irrigado,e algumas avaliações realizadas, explorando asformas para viabilizar essa aplicação para o pro-dutor interessado em equipar sua colhedoracom esse rodado alternativo.

APLICAÇÕES OBSERVADASComo sistema tradicional que equipa co-

lhedoras, as esteiras permitem plenas condi-ções operacionais em termos de tração e flutu-ação. Entretanto, acarretam alto investimentoinicial e periodicamente devem ser retificadas,devido ao desgaste ocasionado pelo alto atritoentre seus componentes, tendo essa manuten-ção também um alto custo. Em operação, ob-servou-se que apresentam maior dificuldade emmanobras de cabeceira e curvas, sendo maisintenso o uso dos freios do que quando utiliza-dos pneus. Em deslocamento, desenvolvem ve-locidades baixas, aumentando o tempo gastoentre os talhões da lavoura.

Porém, quando imagina-se utilizar pneusao invés das esteiras, melhorando esses aspec-tos, pergunta-se: serão os pneus capazes de pro-mover tração e flutuação eficientes? Em quais

condições isso seria possível? Paralelo aos obje-tivos de diagnosticar a mecanização orizícola, otrabalho realizado buscou, a partir dos depoi-mentos dos produtores, as respostas para essasperguntas.

A primeira resposta foi positiva. Havia ca-sos em que pneus R2 estavam sendo usadossatisfatoriamente, mas não indistintamente,pois prerrogativas para possibilitar isso estavamsendo seguidas. O maior número de casos foiencontrado próximo à Santa Maria (RS), empequenas propriedades. As condições que fa-voreciam essa aplicação eram talhões sistema-tizados, permitindo boa drenagem antes da co-lheita, sem elevações no talhão que poderiamaumentar o patinamento, além de serem utili-zadas colhedoras de baixo peso, facilitando suaflutuação.

A maioria das colhedoras estava equipadacom tração traseira auxiliar. Esta, além de cola-borar na tração, facilita em muito as curvas,pois o pneu traseiro necessita “subir” uma fai-xa rebaixada (rastro) pela passagem do rodadodianteiro. Os relatos mostraram, entretanto, quenos primeiros anos após a sistematização foimuito difícil utilizar pneus. Compreensível, pois

Esteiras ou pneus?O uso de pneus como alternativa às esteiras, na colheita de arroz irrigado, vem sendo

cada vez mais adotado pelos produtores rurais. No entanto, para que elesproporcionem tração e flutuação adequadas, algumas condições devem ser atendidas

rodado

Massey Ferguson

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06 • Abril 06

Oestudo de tempos inicia com oreconhecimento da operação, do

terreno e do método de trabalho do con-junto mecanizado, identificando-se os dife-rentes eventos de tempo e estabelecendoos pontos de leitura determinantes dosmomentos de início e término de cada even-to (por exemplo, o acionamento de uma ala-vanca e o retorno da mesma para a posiçãoanterior), permitindo suas cronometragensde forma padronizada.

Depois de coletados os tempos, os mes-mos são classificados em tempos efetivos(Te), tempos perdidos proporcionais à áreade trabalho (Tpp), tempos perdidos não pro-porcionais à área de trabalho (Tpn) e tem-pos acessórios (Ta). Momentos de realiza-ção de trabalho efetivo são representadospor Te, enquanto que Tpp são aqueles ine-rentes à operação, como manobras e des-cargas, Tpn não dependem da área, comoparadas para verificação de regulagens, e Tasão gastos em acoplamentos e deslocamen-tos. O Tempo Total de Campo (Tc) é entãoobtido somando-se Te+Tpp+Tpn. A Efici-ência de Tempo (Eft) da operação representaa capacidade do conjunto de aproveitar otempo disponível em trabalho, permitindo-se analisar os impactos dos diferentes even-tos (Eft = Te/Tc*100).

ESTUDO DE TEMPOS

as movimentações de solo não haviam aindapermitido o desenvolvimento de sua estrutura,tendo menor resistência para suportar o pesoda colhedora.

Em áreas não sistematizadas, na mesmaregião, mas em propriedades maiores, o usode colhedoras com pneus estava vinculado aoentaipamento com base larga, facilitando atransposição. Da mesma forma, havia a ne-cessidade de controle eficiente de drenagemna lavoura.

O sistema de cultivo mínimo foi outra op-ção interessante para facilitar o uso dos pneus.Em um caso analisado, em Cachoeira do Sul(RS), a passagem do cultivo convencional parao mínimo, com rotação e pousio anual dos ta-lhões, permitiu melhoria significativa na estru-tura e na capacidade de suporte do solo ao pesodas máquinas. Essa propriedade vem sendoacompanhada pelo pesquisador desde então, po-dendo ser descritas as dificuldades encontra-das nos primeiros anos e sua condição atual.

Inicialmente, devido à mobilização intensapelo preparo anual, o solo não permitia suporteadequado, sendo presenciadas ocasiões de ato-

lamento durante as avaliações. Nos anos sub-seqüentes foi visível a melhoria na capacidadede suporte do solo, bem como foi melhorada adrenagem da lavoura, permitindo hoje quepneus R2 sejam aplicados plenamente ao lon-go da lavoura. Para esta safra, o agricultor in-formou que usará esteiras apenas num talhãoonde iniciou o cultivo no ano passado e noqual não conseguiu realizar a drenagem a con-tento. O restante está todo sendo colhido compneus.

A capacidade de flutuação das máquinasagrícolas na lavoura de arroz irrigado está rela-cionada à área de contato dos rodados e ao pesosobre os mesmos. Nos casos observados, as co-lhedoras utilizavam pneus dianteiros R2 sim-ples (não duplados), porém eram máquinas debaixo peso dentre os modelos disponíveis nomercado, de forma que essa relação peso/áreade contato permitia ao solo suportá-las.

Atualmente observa-se a tendência de fa-bricantes de colhedoras disponibilizarem mo-delos maiores, para propriedades que necessi-tem maior capacidade operacional do equipa-mento. Nota-se que essas colhedoras possu-em pneus dianteiros R2 duplados, aumentan-do a área de contato e melhorando a condiçãode flutuação, além de equipadas com tração tra-

Em todos os casos observados, agrande motivação para a utiliza-

ção do rodado alternativo de pneus foi aredução de custos. Destacou-se tambéma maior agilidade de movimentação dacolhedora, aumentando-se a velocidadede deslocamento, contribuindo para a di-minuição do tempo de deslocamentoentre os talhões, reduzindo o tempo oci-oso e possibilitando o aumento do tem-po produtivo. Observou-se que o uso depneus melhorou o conforto do operador,especialmente nos deslocamentos emterrenos firmes. Também foi reduzido odano na superfície pelo menor aprofun-damento dos rodados, devido ao terrenoestar drenado.

RODADO ALTERNATIVO

Colhedora comeixo traseiro

normal

Colhedora comtração também

na traseira

seira auxiliar.A utilização de pneus em substituição

às esteiras na colheita de arroz irrigado mos-trou-se viável, mas o produtor interessadonos benefícios dessa alternativa deve estaratento às condições que deverá ter em sua

Ota

vio

Mac

hado

Ota

vio

Mac

hado

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“Atualmente observa-se a tendência de os fabricantes de colhedoras disponibilizarem modelosmaiores, para propriedades que necessitem maior capacidade operacional do equipamento”

Abril 06 • 07

AMOSTRASTEMPOS(%)

Te (Eft)TppTpn

TOTAL

194,214,561,23100

295,593,810,60100

385,655,888,47100

485,7912,311,90100

Tabela 1 - Participação relativa dos agrupamentos Te(Eft), Tpp e Tpn

AMOSTRASTEMPOS(%)COL

COL/DESCMANDESC

PARADATOTAL

Média MAN(segundos)

149,4844,733,461,101,2310020

287,378,221,542,270,6010017

381,034,624,481,408,4710022

485,790,005,187,131,9010025

Tabela 2 - Distribuição de freqüências dos eventos detempo observados e média do tempo de manobra

Otrabalho demonstrou tambémque, além do uso de pneus trazer

vantagens, só terá colaboração expressivapara a eficiência da operação quando estafor bem planejada, evitando-se perdas des-necessárias. Além disso, a operação de co-lheita, ao exemplo das amostras 1 e 2, esta-ria sendo realizada com menores custos re-lativos ao sistema de rodado, proporcionan-do melhor trafegabilidade e maior conforto.

OPERAÇÃO PLANEJADA

Colhedoras com pneusmostraram melhor desempenhoe mais agilidade

lavoura para possibilitar um bom desempe-nho de sua colhedora.

O estudo de tempos, que permite analisaras operações agrícolas através da coleta dos tem-pos operativos durante a realização normal dacolheita, sem a interferência do observador,pode ser um bom indicativo nesse sentido.

TEMPOS OPERATIVOSForam avaliados comparativamente os tem-

pos operativos de quatro máquinas em colhei-ta:

• Amostras 1 e 2: colhedoras equipadascom pneus dianteiros R2 e tração traseira auxi-liar;

• Amostra 3: colhedora equipada com es-teiras e tração traseira auxiliar;

• Amostra 4: colhedora equipada com es-teiras e tração traseira somente direcional.

Os eventos de Te foram classificados emtempo em colheita (Col) e colheita e descargasimultânea (Col/Desc). Os eventos de Tpp sedividiram em tempo de manobras (Man) e tem-

po de descarga (Desc), enquanto que os de Tpncompreenderam paradas (Parada) para verifi-cação da máquina ou de regulagens. A partici-pação dos agrupamentos de tempo, Te, Tpp eTpn está detalhada na Tabela 1, enquanto queas freqüências de cada evento componente dosagrupamentos encontram-se na Tabela 2.

Para as amostras observadas, a eficiência detempo foi alta, representando alto nível de apro-veitamento do tempo de campo em tempo útilde trabalho. Os tempos perdidos proporcionaisà área de trabalho apresentaram maior freqüên-cia em relação aos não proporcionais, exceto naamostra três, mas, representando ações ineren-tes à natureza da operação, são perdas necessá-rias à realização do trabalho.

Para as colhedoras com pneus, os Tpp fo-ram desenvolvidos em menor tempo, o quepode ser interpretado como maior agilidade dasmáquinas (amostras 1 e 2). Da mesma forma,as manobras de cabeceira foram mais rápidas,coincidindo com a análise anterior. A realiza-ção de descarga e colheita simultâneas colabo-rou sobremaneira para as maiores eficiências,

não pelo uso de pneus, mas pelo padrão de ope-ração adotado pelo operador.

Na amostra 3, a participação dos tem-pos em paradas impactou na perda de efi-ciência, podendo ser reduzidos, porém ne-cessários para a verificação das regulagensda colhedora. Também nessa amostra, ondeforam utilizadas esteiras e tração traseiraauxiliar, observou-se o aumento do tempogasto em manobras e do tempo médio demanobras em relação às amostras 1 e 2.Para a amostra 4, o tempo de manobra foiainda maior em relação à amostra 3. Paraisso, pode ter colaborado a ausência da tra-ção traseira auxiliar, pois ambas utilizavamesteiras.

Otávio Dias da Costa MachadoEAFRS

Otávio aborda a diferença entre o uso depneus e o de esteiras nas colhedoras, para

lavouras de arroz irrigado

M

John Deere Divulgação

John

Dee

re

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08 • Abril 06

colheita de cana

Desde a época do descobrimen-to do Brasil, a cana-de-açú-car vem sendo uma das cul-

turas mais importantes para o país. Atu-almente a movimentação do setor sucro-alcooleiro representa 2,35% do ProdutoInterno Bruto (PIB) brasileiro.

O Brasil é considerado o maior pro-dutor mundial de cana-de-açúcar, comuma produção na safra 2005/06 de 436,8milhões de toneladas, valor 5,1% superi-or ao da safra anterior. De acordo com aConab, a cultura ocupa uma área de apro-ximadamente 5,9 milhões de hectares,com uma produtividade média de 74,3t/ha.

Atualmente no Brasil são utilizadostrês sistemas de colheita de cana-de-açú-car: manual, semi-mecanizado e meca-nizado.

FOGO NA LAVOURANos últimos 35 a 40 anos, a queima

da cana tem sido uma prática muito uti-lizada no Brasil. Embora constitua umaagressão ao meio ambiente, causando de-sequilíbrios na flora e na fauna, ela é pra-ticada para quase 100% da matéria-pri-

ma colhida, independente de o corte sermanual ou mecanizado.

O impacto ambiental das queimadasé um tema que preocupa a sociedade emgeral, tanto no Brasil como no exterior.O fogo afeta diretamente a atmosfera, osolo, a flora e a fauna.

A cana-de-açúcar é responsável porquase a totalidade das emissões de gasesprovenientes da queima de resíduos agrí-colas no Brasil, sendo que a região Su-deste produz mais da metade dessas emis-sões.

Além da indesejável e nociva fuligemda palha queimada, a queima lança nabaixa atmosfera milhões de toneladas degás carbônico por ano, o que contribuipara a contaminação do ar nas cidades eo aumento do efeito estufa, bem comopara a destruição da camada de ozônio.O ozônio nas capas baixas da atmosferaé prejudicial ao sistema respiratório dasplantas e animais.

O efeito estufa é

um dos principais riscos ambientais queo nosso planeta enfrenta; gases proveni-entes da queima da cana, como o meta-no, o óxido nitroso, os óxidos de nitrogê-nio e o monóxido de carbono, provocamaumento da temperatura do planeta.

A queima continuada provoca rápidadecomposição dos compostos orgânicospresentes no solo, podendo deteriorá-loa níveis capazes de afetar seriamente osrendimentos agrícolas. A atividade mi-crobiana, intimamente ligada à matériaorgânica e responsável pela formação deagregados do solo, é afetada. Diante da

degradação provocada no solo, ohomem é forçado a aumentar a uti-lização de produtos agroquímicos.

A queima promove a formação decrosta superficial, que reduz a infil-

Desafiosreais

A colheita mecanizada da cana-de-açúcar no Brasilpossui grande potencial de expansão, devido a

fatores como grandes áreas produtoras, volume deprodução e relevo favorável

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O sistema de colheita completamentemecanizado está presente principalmentenas grandes usinas de São Paulo

Abril 06 • 09

Osistema de colheita manual ca-racteriza-se por o corte e o car-

regamento dos colmos serem realizadosmanualmente. Esse sistema pode incluirum transporte intermediário no talhão,normalmente executado por tração ani-mal. O sistema semi-mecanizado é o demaior utilização e apresenta o cortemanual, o carregamento mecânico e otransporte por veículos motorizados. Osistema mecanizado, no qual todas asoperações são realizadas por máquinas,é o mais utilizado em de São Paulo. Esseestado possui o maior potencial de me-canização da colheita, visto que nele seencontram as maiores usinas produto-ras e o maior número destas, além deum relevo favorável que permite o usode máquinas agrícolas. O sistema decolheita mecanizado no Brasil apresen-ta duas possibilidades, podendo a canaser colhida inteira ou picada.

SISTEMAS DECOLHEITA

tração da água, deixando o solo suscetí-vel à erosão e à insolação, devido à redu-ção da proteção da superfície.

Apesar das desvantagens ecológicasque o efeito da queima da cana-de-açú-car provoca, para o produtor e para a in-dústria ela traz vantagens econômicas.Na queima eliminam-se quase 50% daágua contida no caule, contribuindo parauma considerável diminuição dos gastosde energia necessários para processar amatéria-prima na usina. A queima faci-lita a operação dos cortadores manuais,destacando-se o aumento da produtivi-dade no corte e a diminuição de aciden-tes provocados por animais peçonhentos,encontrados com freqüência nas planta-ções. Os custos de carregamento e trans-porte também são reduzidos, aumentan-

do-se a eficiência das moendas, por nãohaver necessidade de interromper o fun-cionamento destas para a limpeza da pa-lhada.

Diante dos desastrosos efeitos ecoló-gicos que a queima gera e da pressão exer-cida pelas populações, em algumas regi-ões produtoras, está sendo proibida essa

prática, estimulando-se, assim, a obten-ção de tecnologias para a colheita de canacrua de maneira mecanizada, naquelasáreas onde o corte era efetuado de formamanual e, portanto, a queima, necessá-ria.

MECANIZAÇÃO DA COLHEITAA adoção da colheita mecanizada,

sem queima, é observada atualmente emaproximadamente 5% da área total plan-tada no Brasil, concentrando-se majori-tariamente em São Paulo. Nesse estado,a área colhida sem queima está aumen-tando a cada ano, motivada por uma leiestadual que proibiu a queima e estabe-leceu prazos para eliminação das quei-madas nos canaviais paulistas. Para osprodutores adequarem-se a essa determi-nação, a colheita da cana passa a ser rea-lizada quase obrigatoriamente por má-quinas, devido à possibilidade de aciden-tes e ao elevado custo da colheita manu-al sem a queima prévia.

A colheita da cana sem queima favo-rece o aumento da cobertura vegetal, de-vido ao depósito de palha no solo. Essa

Durante a combustão da palha-da da cana ocorre a liberação de

monóxido de carbono, que é um gásincolor, inodoro e altamente tóxico. Essasubstância tem uma afinidade pela he-moglobina duzentas vezes maior que ado oxigênio. Intoxicações graves podemocorrer com indivíduos que permane-cem em locais muito próximos aos ca-naviais em chamas, sendo as crianças eos idosos os mais suscetíveis. A quan-tidade de fuligem que é lançada todosos anos na atmosfera pela queima doscanaviais é desconhecida, mas estudosrealizados indicam que, além de sujaras cidades, essas partículas contêmsubstâncias com propriedades carcino-gênicas, como é o caso de alguns Hi-drocarbonetos Policíclicos Aromáticos.

RISCOS À SAÚDE

“A colheita da cana sem queima favorece o aumento dacobertura vegetal, devido ao depósito de palha no solo”

Case IH

John Deere

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Oaquecimento global no planetae os transtornos ambientais pro-

vocados pela atuação desordenada e ir-racional do homem têm sido motivo depreocupação internacional. Foi acordadomundialmente por meio do Protocolo deQuioto que, entre os anos de 2008-2012,os países desenvolvidos, maiores respon-sáveis pela poluição no planeta, devemreduzir suas emissões de gases. Devidoàs dificuldades apresentadas por essespaíses em cumprir o acordo, foram cria-dos mecanismos para facilitar o cumpri-mento desses compromissos. Foi facili-tado o comércio de emissões de gases en-tre os países desenvolvidos e os em de-senvolvimento, considerando-se que asemissões de gases realizadas em paísesdesenvolvidos são consideradas de efei-to global. Por isso, como os países emdesenvolvimento não têm compromissode redução de emissões, suas empresas

MERCADO DE CARBONOpodem vender para empresas estrangei-ras as quotas de carbono não emitido ouretirado da atmosfera.

Na medida em que os países subde-senvolvidos sejam capazes de substituiras fontes de energia fósseis por renová-veis, terão maior excedente de quotas decarbono para comercializar com aquelespaíses que necessitam delas. É nesse con-texto que a indústria sucroalcooleira bra-sileira apresenta-se como uma promis-sora fonte de captação de recursos nessemercado de resgate de carbono da atmos-fera, e espera-se que essa postura tenhauma contribuição considerável para a di-minuição das emissões de dióxido de car-bono no planeta. Estudos demonstram opotencial da cultura da cana-de-açúcarpara resgatar carbono da atmosfera, poisuma tonelada cultivada é capaz de res-gatar aproximadamente 0,17 t de dióxi-do de carbono por ano.

cobertura, que forma uma camada deaproximadamente 10 cm de espessura,protege o solo do impacto da chuva, dasvariações térmicas e de umidade, servecomo reserva de nutrientes, que são li-berados lentamente com a sua decompo-sição. Estima-se que o volume de palhadeixado após a colheita seja de 15 tone-ladas de massa seca/ha/ano e que a tem-peratura abaixo dessa camada seja 5oCmenor que a da superfície. Esse acúmu-lo de matéria orgânica no solo melhoraas condições para o desenvolvimento dasplantas e da população de microrganis-mos associados.

O depósito da palhada decorrente docorte sem queima dificulta o crescimen-to de várias espécies de plantas daninhas,levando conseqüentemente a um menoruso de herbicidas.

Em um estudo conduzido por pesqui-sadores da Embrapa Agrobiologia, ao lon-go de muitos anos, determinou-se que aprodutividade média da cana em parce-las não queimadas foi 24% maior do quea em parcelas queimadas. Com a passa-gem do tempo, essa diferença aumentouaté 55% na última soca avaliada. Nesseestudo comprovou-se a melhor assimila-ção do nitrogênio naquelas parcelas ondenão se fez a queima prévia e, também, queo não uso da queima retarda a necessi-dade da renovação do canavial.

A colheita sem queima pode funcio-

nar como um mitigador de carbono, fa-vorecendo a redução do efeito estufa, pordeixar no campo o carbono que seria li-

berado pela queima.Apesar de a cultura da cana-de-açú-

car ter um elevado potencial para retirardióxido de carbono do ambiente duran-te o processo fotossintético, esse balançoé nulo quando acontecem as queimadas,uma vez que a planta reabsorve todo odióxido de carbono equivalente ao emi-tido. A adoção da colheita de cana semqueima favoreceria esse balanço e con-tribuiria para a diminuição do efeito es-tufa no planeta.

Além do carbono resgatado pela cul-tura da cana-de-açúcar, a agroindústriacanavieira pode atrair capital através domanejo da cultura sem queima, do uso doálcool como combustível e da utilizaçãoda energia gerada nas caldeiras pela quei-ma do bagaço da cana.

Estudos realizados por pesquisadoresda Esalq citam que o bagaço representaem termos energéticos 131.152 MJ/ha, ea palha, 92.805 MJ/ha. Também deter-minaram que uma tonelada de palhaequivale a 1,2 barril de petróleo. Essesespecialistas estimulam o uso de parte dapalha deixada no campo para comple-mentar o bagaço nas caldeiras, evitandoassim a queima de combustíveis fósseis,maiores responsáveis pela poluição at-mosférica.

O álcool como combustível é um pro-

Page 11: Maquinas 51

“Apesar de a cultura da cana-de-açúcar ter um elevado potencial para retirar dióxido de carbono doambiente durante o processo fotossintético, esse balanço é nulo quando acontecem as queimadas”

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duto que contribui para a redução doefeito estufa e diminui substancialmen-te a poluição do ar. Esse tipo de energiaé limpa, renovável e se obtém da biomas-sa da cana-de-açúcar.

O álcool se apresenta como um mer-cado cada vez mais promissor devido àtendência mundial do seu uso em veícu-los de passeio. O uso do álcool hidratadocomo combustível, ou do anidro comoaditivo na gasolina, apresentam-se comouma fonte potencial para evitar as emis-sões de gás carbônico à atmosfera. Nessesentido, estima-se que 20% da frota na-cional possa usar como combustível o ál-cool hidratado, e está estabelecido quetoda a gasolina brasileira tenha uma adi-ção de 20 a 24% de álcool anidro.

Na busca da substituição de combus-tíveis fósseis por combustíveis renová-veis, aparece a alternativa do uso do ba-gaço da cana-de-açúcar como matéria-prima para a fabricação de biodiesel. Pes-quisas indicam que o processo de gasei-ficação do bagaço converte a biomassa emgás a partir de uma síntese química, via-bilizada através de um catalisador, sen-do o gás usado na produção de biodiesel.Estima-se que para cada cinco ou seistoneladas de bagaço, pode-se obter uma

Estudos mostraram que aprodutividade média em áreas não

queimadas é 24% maior

tonelada de biodiesel. Considerando-sea disponibilidade de bagaço no Brasil,acredita-se que a produção de biodieselusando essa tecnologia reforce as poten-cialidades do setor canavieiro na explo-ração desse produto.

Leidy Zulys Leyva Rafull eCristiano Márcio Alves de Souza,Universidade Federal da Grande Dourados (MS)

M

John Deere Case IH

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12 • Abril 06

colheita de cana

O aumento da mecanização emcana impulsionou também a demanda

por mão-de-obra qualificada

Acolheita mecanizada da cana-de-açúcar, quando introduzidano Brasil, na década de 70,

abria um novo ciclo no setor. Os usinei-ros e produtores brasileiros ingressavamnum modo de produção bastante tecnifi-cado, que caminha muito rápido. Trato-res com últimas inovações, colhedorascom a mais nova tecnologia e operadorescada vez mais qualificados são uma reali-dade no Brasil canavieiro de hoje. Mas éfato que ainda há muito o que evoluir. Eo país tem tudo para isso.

Diferentemente do que aconteceu naAustrália na década de 40, quando falta-va mão-de-obra para a colheita, no Bra-sil, a mecanização no campo surgiu poruma necessidade das empresas do setorde se tornarem cada vez mais competiti-vas. Somam-se a isso questões ambientais– evitar a queima – e de saúde dos traba-lhadores envolvidos diretamente no corteda cana.

A evolução do negócio da cana no país,ao contrário do que pregam muitos en-tendidos na área, não fez com que se re-duzissem as vagas. O aumento da área nãoapenas conservou a mão-de-obra braçal,como também criou postos para operári-

os qualificados, com melhores condiçõesde trabalho. E a mecanização cooperou.Calcula-se que a expectativa de vida deum cortador de cana seja bastante inferi-or à da média do brasileiro – que é hojede 71 anos –, pelo desgaste que a ativida-de repetitiva provoca, somado à exposi-ção intensa ao sol e aos problemas pul-monares causados, principalmente, pelafuligem resultante da queima necessáriada cana no corte manual.

A capacitação dos trabalhadores envol-vidos nesse novo perfil da produção foidada pelos fabricantes das máquinas – co-lhedoras, tratores e plantadeiras principal-mente – e pelos próprios empresários. Écomum vermos, nas usinas, cursos de re-ciclagem anual para operadores de máqui-nas. A Case IH, por exemplo, oferece umCentro de Treinamento para esse pessoal,uma estrutura única na América Latina,localizada junto à sua plataforma mundi-al de produção e desenvolvimento de co-lhedoras de cana, em Piracicaba (SP).

MELHORAMENTO CONSTANTEAs máquinas vêm acompanhando – e

muitas vezes até motivando – toda essamudança no setor. Contando-se que uma

EvoluçãoconstanteA cana-de-açúcar é uma cultura que envolve diversos processos de produção ebeneficiamento. Daí o grande interesse, daqueles que vivem da atividade, eminovações e novidades que possam trazer benefícios e otimizar a produção

Evoluçãoconstante

Foto

s Ca

se IH

A cana-de-açúcar é uma cultura que envolve diversos processos de produção ebeneficiamento. Daí o grande interesse, daqueles que vivem da atividade, eminovações e novidades que possam trazer benefícios e otimizar a produção

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“A busca agora no setor, mais do que pela colheita mecanizada,dá-se pela adaptação do plantio às máquinas colhedoras”

Osetor sucroalcooleiro está emplena e rápida expansão. Para se

ter uma idéia, em 1994 colheram-se noBrasil 250 milhões de toneladas de cana.Na safra 2004/05, esse número superou383 milhões de toneladas, de acordo comdados da Unica (União da AgroindústriaCanavieira de São Paulo). As áreas cres-ceram embaladas pelo mercado externo.O setor ganhou ainda mais importânciadepois da vitória dos países produtoresde açúcar de cana na queda dos subsídi-os junto à Organização Mundial do Co-mércio, do crescimento das vendas decarros bicombustíveis no mercado do-méstico e do interesse de outros paísesno álcool combustível brasileiro.

PLENA EXPANSÃO

colhedora trabalha de duas mil a 2,5 milhoras por ano numa safra de oito meses –contra os cinco meses do período de co-lheita de grãos – processando de 80 a 140toneladas por hectare percorrido, temosuma idéia de quanto esforço o equipamen-to tem de fazer.

Apesar de trabalharmos diariamenteno melhoramento dessas máquinas, po-demos dizer que seu uso no campo brasi-leiro ainda é bastante pequeno se compa-rado ao da Austrália, por exemplo, onde100% da área plantada é mecanizada.Calcula-se hoje que apenas 30% da áreacultivada com cana no Brasil – de um to-tal de cinco milhões de hectares – é colhi-da com máquinas, a maior parte no esta-do de São Paulo. Acredita-se que essa me-canização da colheita possa atingir até 75%do total cultivado.

Essa perspectiva tem grandes chancesde se confirmar. O usineiro, como qual-quer produtor agrícola brasileiro, envol-ve-se a fundo quando o assunto é novastecnologias. A cana é uma cultura queexige diversos processos em sua produçãoe beneficiamento, daí o grande interesse,daqueles que vivem da atividade, em no-vidades que possam trazer benefícios. Ousineiro brasileiro dá grande importânciaà experimentação e à comprovação dessasnovidades.

A busca agora no setor, mais do que

Na Austrália, 100% da áreaplantada é mecanizada;

no Brasil, não passa de 30%

Segundo John Pearce, o desafio édesenvolver tecnologias mais eficientes

para aprimorar a colheita

pela colheita mecanizada – cultura con-solidada entre os usineiros –, se dá pelaadaptação do plantio às máquinas colhe-doras. Os usineiros hoje buscam aperfei-çoar a forma de plantio com sulcador emlinhas paralelas e longas, espaçamento ecurvas de níveis adequados, além de car-readores nivelados com a lavoura, entreoutros.

De nossa parte, estamos desenvolven-do tecnologias para beneficiar o cultivocada vez mais eficiente da cana-de-açú-car. Em maio deste ano, lançamos o AFSGuide, um equipamento guiado por saté-

lite que orienta o trator, mantendo seutraçado. O sistema permite a eliminaçãodo disco marcador do sulcador. No usodo cultivador, o equipamento evita o pi-soteio da soqueira da cana.

Nas colhedoras da linha A7000 quefabricamos, nosso compromisso conti-nua. Neste ano, introduzimos melhori-as, como abertura frontal de 1,1 m dochassis, regulagem eletro-hidráulica dealtura do disco de corte lateral e facasverticais corta-palhas nos divisores delinha. Estamos pesquisando também umsistema de controle eletrônico para man-ter a altura adequada do disco de corte.Aqui, como na lavoura de cana, a evolu-ção não pode parar.

John PearceConsultor Case IH

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M

Div

ulga

ção

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Dentro da série de avaliações de pul-verizadores automotrizes que te-mos realizado em parceria com a

Revista Cultivar Máquinas, desta vez tivemosa oportunidade de trabalhar com o pulveriza-dor da PLA modelo H 2500 S. Os testes foramrealizados na área demonstrativa do Show Ru-ral Coopavel, que aconteceu de 13 a 17 defevereiro de 2006, em Cascavel (PR).

TAMANHOAssim como as demais máquinas dessa ca-

tegoria, o PLA H 2500 S, com 3,7 m de altura,3,2 m de largura e 7,8 m de comprimento, apre-senta dimensões elevadas. Possui vão livre de1,21 m (pneus 12.4x36) e bitola mecanicamen-te ajustável entre 2,8 e 3,2 m (como opcional, osistema de ajuste de bitola pode ser hidráuli-co). Também como nas demais máquinas dacategoria, tais dimensões representam uma certadificuldade para o transporte “embarcado”, emcaminhões de piso rebaixado, mas nenhum pro-blema para deslocamento em áreas rurais.

SISTEMA DE SUSPENSÃOOs eixos são fixados ao chassi

através de barras tensoras, suspen-são pneumática ativa e amortece-

dores. As válvulas reguladoras controlam o ajus-te dos movimentos da suspensão pneumáticaativa, reduzindo os impactos para a máquina.Tal sistema híbrido de suspensão, entretanto,associado a uma suspensão da cabine realizadapor coxins de borracha, não é suficiente paraimpedir que uma quantidade elevada de im-

pactos seja transmitida à ca-bine, prejudicando a

operação. Segundoos técnicos que

acompanharamas avaliações,

um sistema de suspensão também pneumáti-co para a cabine, que eliminaria o problema, jáestá disponível como item opcional. O estabili-zador do chassi é do tipo barra pantográfica lon-gitudinal e transversal simples.

UNIDADE MOTRIZO motor é um Cummins com potência de

175 cv, montado entre a cabine e o tanque depulverização. O acesso ao cofre do motor, a partirda plataforma de trabalho, é dificultado por esteficar exatamente no vão livre entre a platafor-ma da cabine e a do tanque de pulverização,além de ser parcialmente obstruído pelo medi-dor do nível de calda no tanque.

O sistema de transmissão é hidrostático,com tração 4x4 hidro, constante e independentenas quatro rodas, realizada por motores de roda

Nem terremotoDe todas as características observadas no PLA H 2500 S, a estabilidade da barra

pode ser considerada como o ponto forte do equipamento, traduzindo-se napossibilidade de pulverizações bastante uniformes ao longo da faixa de aplicação

Os eixos são fixados ao chassi através debarras tensoras, suspensão pneumática

ativa e amortecedores

O acesso ao cofre do motor é parcialmenteobstruído pelo medidor do nível de calda

no tanque

Teste Drive - PLA H 2500 S

Page 15: Maquinas 51

“Todo o sistema hidráulico e as barras são controlados por botões dentro da cabine, com sistema on/off de acionamentomontado em painel posicionado à direita do operador, que, com pouco treino, estará apto a operá-lo adequadamente”

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de alto torque e baixa rotação. O sistema detransmissão hidrostático permite que o pulve-rizador não tenha pedais, com todos os coman-dos de velocidade e frenagem realizados atra-vés de um manche posicionado ao lado direitodo operador. Não existe câmbio, apenas um bo-tão através do qual se limita a velocidade má-xima em 25 km/h, para as situações de traba-lho, e em 46 km/h, para transporte.

CABINEA cabine é bastante ampla, com poucos

pontos cegos, e possui um sistema de ar condi-cionado equipado com filtros de carvão ativa-do, para elevar a segurança do aplicador. Comosegurança complementar, nenhuma aberturaque facilite a entrada do ar externo foi observa-da. Entretanto, apesar de a janela da direita tera possibilidade de ser aberta, não existe alémda porta qualquer outra abertura que possa serutilizada como saída de emergência. Como osvidros são amplos, a incorporação de um siste-ma para remoção ou quebra de um deles, coma devida identificação, seria o suficiente para acorreção desse problema. Amplos espelhos ex-ternos facilitam a verificação das condições deoperação das barras traseiras de pulverização.

Apesar do posicionamento frontal da cabi-ne, os pneus não são adequadamente visuali-zados a partir do posto de operação, dificultan-do o adequado posicionamento destes na li-nha da cultura, quando necessário. Tal proble-ma pode ser resolvido pela substituição do pisocontínuo da plataforma de acesso, ao lado dacabine, por um elemento vazado, semelhante auma grade ou tela.

O assento ergonômico com suspensão demolas é ajustável em altura e posição, mas nãopossui sistema de amortecimento. Tal fato, as-sociado à elevada transmissão de impactos àcabine proporcionada pelo sistema de suspen-são do pulverizador, faz com que tais impactoscheguem de maneira acentuada ao operador,prejudicando a operação. Segundo os técnicosque acompanharam as avaliações, um sistemade suspensão pneumático, que resolveria tal pro-blema, também já está disponível para o acen-to como item opcional. Ao lado esquerdo do

operador, existe um assento auxiliar, fixo, quepode ser utilizado por um instrutor, supervisorou aprendiz.

O volante tem regulagem de posição emrelação ao operador e possui um dispositivo paraapoio da mão que, apesar de simplificar bas-tante o giro em manobras, necessita de melho-rias no acabamento, por ter bordos não suavi-zados. A direção é hidrostática, e, na coluna dedireção, podem ser encontrados também bo-tões para acionamento dos faróis e de luzes deadvertência, além de uma alavanca para con-trole de luz alta/baixa, setas de direção e acio-namento da buzina, lavador e limpador de pára-brisas.

Na coluna esquerda da cabine, à frente eperfeitamente visíveis da posição de trabalhodo operador, observam-se horímetro e mostra-dores analógicos, com as funções de marcado-res de temperatura, de pressão do óleo, de vol-tagem da bateria e de nível de combustível.Também estão presentes luzes de advertên-cia, associadas ou não a sinais sonoros, para ní-

vel e temperatura do óleo do sistema hidráuli-co, bloqueio do filtro de ar, freio motor, nível decombustível, intensidade dos faróis, carga dabateria, freio de estacionamento e temperaturae pressão do óleo do motor. À direita e acimado posto de operação, encontram-se os botõespara acionamento dos faróis superiores da ca-bine e do sistema de advertência do tipo giro-flex.

Todo o sistema hidráulico e as barras sãocontrolados por botões dentro da cabine, comsistema on/off de acionamento montado empainel posicionado à direita do operador, que,com pouco treino, estará apto a operá-lo ade-quadamente. Tal painel acolhe botões que per-mitem acionar a bomba de pulverização e osistema de controle eletrônico da pulverização,habilitar o sistema hidráulico de controle da bi-tola por roda e alterá-la hidraulicamente (quan-do presente), selecionar a velocidade para tra-balho ou transporte, acionar o sistema eletro-hidráulico de ajuste ou recolhimento do siste-ma de barras e da escada de acesso (este últi-

A cabine é bastante ampla, com poucospontos cegos; a direção tem regulagem deposição e dispositivo para apoio das mãos

O assento é ergonômico, com ajustes dealtura e posição, e a cabine conta com

banco auxiliar para instrutor

Visão dos mostradores analógicos,controladores do sistema hidráulico econtrolador eletrônico de pulverização

Fotos Hamilton Ramos e Vilso Júnior Santi

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mo, quando presente), travar ou destravar oquadro do sistema de barras para transporte eacionar o freio de estacionamento.

Além disso, como itens de segurança, ob-servam-se também um botão de habilitação,necessário para que qualquer dos botões de con-trole do painel obedeça ao comando de aciona-mento, e uma chave geral. No entanto, o fatode essa parte do painel encontrar-se 15 cm abai-xo do apoio do braço do operador faz com quea visibilidade dos botões seja prejudicada, quan-do na posição de trabalho, defeito este ameni-zado pelo fato de não haver ali mostradores ouluzes de advertência e pela maioria dos aciona-dores mais utilizados durante a operação esta-rem também disponíveis no manche de coman-do.

O manche de comando de velocidade é umcontrole multifuncional, com características er-gonômicas adequadas, por meio do qual, compequenos movimentos de punho e dedos e obraço adequadamente apoiado, controla-se a ve-locidade à frente, através do posicionamentodo manche para frente, ou à ré, através do seuposicionamento para trás, servindo tambémcomo freio para o equipamento.

Com a rotação do motor constante em 2300rpm, obtém-se qualquer das velocidades. Alémdisso, através de botões posicionados à altura

do polegar, mas não adequadamente identifi-cados, pode-se controlar o sistema de articula-ção e altura das barras de pulverização.

Ao lado direito do operador, imediatamen-te acima do painel de controle, está posiciona-do o controlador eletrônico da pulverização,(marca Arag, modelo Bravo 300) que, além demanter constante o volume de aplicação e faci-litar ações de ligar e desligar seções da barra depulverização, ou alterar a pressão de pulveriza-ção, ainda permite a visualização e/ou o con-trole de variáveis, tais como distância percorri-da, área pulverizada, horas trabalhadas, volu-me de calda no tanque, volume pulverizado,tensão na bateria e vazão em litros por minuto.Esse controlador mostrou-se de fácil regulageme com excelente interface para o usuário.

ACESSOS E PLATAFORMASA plataforma de trabalho, situada ao lado

esquerdo do pulverizador, é subdividida em pla-taforma da cabine e plataforma do tanque depulverização. Entre as duas, existe um vão livreonde estão localizados a escada e suportes parapé e mãos, que visam permitir o deslocamentoentre elas. Assim, o acesso à cabine, ao motor eao tanque de pulverização inicia-se por umaescada situada imediatamente atrás da roda di-anteira esquerda, com 22 cm de largura e oitodegraus espaçados de 20 cm, com piso antider-rapante, estando o primeiro degrau adequada-mente posicionado a 44 cm do solo. Deve-seressaltar que, apesar de os 22 cm de largura daescada atenderem a normas como a NBR ISO4254-1:1999, que propõem no mínimo 20 cmpara essa dimensão, revisões de normas equi-valentes no âmbito internacional já propõem aampliação para 30 cm como medida de segu-

rança.Os sistemas para apoio das mãos, presen-

tes em ambos os lados da escada e com início a1,5 m do solo, têm dimensões adequadas paraa segurança necessária ao acesso, entretanto, os44 cm de área útil entre o corrimão e o corpodo pulverizador, associados aos 63 cm existen-tes entre o degrau da escada e o suporte de pépara acesso à plataforma do tanque, medidosna horizontal, dificultam sobremaneira o aces-so à cabine.

A partir da escada, atinge-se diretamente aplataforma de acesso à cabine a plataforma dotanque de pulverização, que se estende até osistema de barras de pulverização. A platafor-ma da cabine é construída com piso de chapametálica antiderrapante, com largura útil de 32cm, largura esta bastante reduzida segundo nor-mas de qualidade, que recomendam pelo me-nos 40 cm de largura para plataformas sobreas quais o trabalhador tenha de se mover. Adistribuição dos apoios de pés e mãos, que pos-sibilitam o acesso entre as plataformas, apesarde permitir o contato de apoio em três pontosdurante todo o tempo de acesso, favorece a ins-tabilidade e necessita de um estudo ergonômi-co.

A plataforma do tanque é construída nosmesmos moldes da plataforma da cabine. Pos-sui um guarda-corpo ao longo de toda sua ex-tensão, com 60 cm de altura e três elementoshorizontais espaçados assimetricamente. As di-mensões da construção do guarda-corpo, alémde serem suficientes para reter uma pessoa emcaso de queda, ainda oferecem proteção paraum possível deslize do pé para fora da platafor-ma, conferindo um grau de segurança bastan-te elevado, sem dúvida o melhor entre os pul-verizadores dessa categoria já analisados.

Não existem plataformas do lado direito dopulverizador, que é utilizado para posiciona-mento dos sistemas de armazenamento e dearrefecimento do óleo do sistema hidráulico.

BARRAS DE PULVERIZAÇÃONo pulverizador PLA H 2500 S, os con-

troles de recolhimento e de ajuste de altura dasbarras de pulverização são eletro-hidráulicos,comandados a partir de botões devidamenteidentificados, situados no console de operação,

Escada de acesso àcabine, ao motor e às

demais áreas da máquina

A plataforma do tanque possui guarda-corpo adequado, além de proteção para

possível deslize dos pés

Um acessório que equipa o pulveri-zador PLA H 2500 S como item de

série e que pode ser muito importante nocampo é um macaco hidráulico, armazena-do na parte traseira inferior do chassi. Emcaso de emergência, o operador poderá reti-rá-lo, montá-lo no pulverizador utilizandoo próprio circuito hidráulico da máquina eoperá-lo a uma distância segura através deum dispositivo de controle remoto. Tal equi-pamento, facilita e eleva a segurança de pos-síveis operações de manutenção necessári-as durante a utilização do equipamento.

ACESSÓRIOS

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“Assim, de todas as características observadas no PLA H 2500 S, a estabilidadeda barra pode ser considerada como o ponto forte do equipamento”

Abril 06 • 17

ou de botões sem identificação, situados nomanche de controle. Como medida de segu-rança, existe um botão de habilitação a ser aci-onado antes de qualquer outro de comando, afim de se evitar um acionamento involuntário.

A barra com uma estrutura em treliça econstruída com material de perfil circular éauto-estável (estabilidade independente do mo-vimento do veículo), fixada ao quadro atravésde um sistema pendular em paralelogramo;possui amortecimento tanto para os movimen-tos verticais quanto para os horizontais, pro-porcionado por cilindros hidráulicos associadosa amortecedores e anéis plásticos. De 25 m decomprimento, a barra está montada de for-ma a proporcionar proteção contra impactosaos bicos de pulverização durante a utilizaçãodo equipamento e possui um sistema de esca-moteamento da ponta no caso de choques comobstáculos.

O sistema de auto-estabilização das barrasé pantográfico e de construção relativamentesimples, composto por molas, amortecedores ejuntas de elemento plástico. Para analisar a eficácia do sistema, as

sim como em avaliações anteriores,um teste bastante simples foi proposto. Inici-almente, a barra foi estabilizada a 1,3 m dealtura. Em seguida, promoveu-se um rápidoabaixamento manual da ponta até que o limi-tador de altura atingisse o solo, anotando-seo tempo necessário para o término do movi-mento e a nova altura em três repetições. Osistema mostrou-se extremamente eficiente,com a barra voltando aos 1,3 m iniciais commenos de dois segundos após a mesma tertocado o solo, sendo este o menor tempo e amelhor precisão (diferença entre altura iniciale final) entre todos os pulverizadores dessacategoria analisados até então.

ESTABILIDADE

Na avaliação visual realizada com o pulve-rizador, trabalhando em terreno irregular à ve-locidade de 15 km/h, a barra mostrou-se tam-bém bastante estável. Assim, de todas as carac-terísticas observadas no PLA H 2500 S, a esta-bilidade da barra pode ser considerada como oponto forte do equipamento, traduzindo-se napossibilidade de pulverizações bastante unifor-mes ao longo da faixa aplicada.

Por serem equipamentos dimensionadospara operar em velocidades relativamente ele-vadas, uma estrutura por vezes negligenciadanos pulverizadores autopropelidos, mas quepossui relacionamento direto com a capacida-de operacional da máquina e a qualidade daaplicação, é a proteção das pontas, posiciona-das imediatamente atrás dos pneus, contra bar-ro e detritos que poderão entupir ou danifi-car tais pontas, principalmente em solos úmi-dos. No PLA H 2500 S, os pára-lamas de plás-tico com extensão em borracha fornecem umaproteção bastante adequada à barra de bicosnesse sentido.

Os limitadores de altura da ponta da barrasão montados à frente da barra de pulveriza-

ção, no sentido do deslocamento do pulveriza-dor, de forma que não interceptam a operação,não interferindo, portanto, na distribuição dacalda.

SISTEMA DE PULVERIZAÇÃOConfeccionado em plástico reforçado com

fibra de vidro (PRFV), o tanque de calda temcapacidade de 2,5 mil l, possui quebra-ondasinternamente, para melhorar a estabilidade doconjunto, quando em operação, e está equipa-do com sensor eletrônico, que interrompe o flu-xo de calda com cerca de 20 l de calda no tan-que, para evitar danos à bomba de pulveriza-ção. Possui ainda, na metade interna inferior,tratamento visando reduzir a rugosidade, per-mitindo menor retenção de produto nas pare-des.

O abastecimento de água é realizado atra-vés de um sistema de engate rápido localizadona parte inferior do pulverizador. O sistema deagitação da calda é hidráulico, com capacidademáxima de 300 l/min, variável em função dovolume de pulverização. O acesso à boca do tan-que através da plataforma lateral é bastante fa-cilitado, havendo um desnível de apenas 1,10cm entre o piso da plataforma e a boca, semnenhuma obstrução lateral, permitindo quepossíveis operações manuais de abastecimentosejam realizadas de forma segura.

O sistema hidráulico de pulverização esta-va equipado com bomba centrífuga Hypro deaço fundido, com comando mecânico e vazãode 300 l/min, apesar de, segundo os técnicosque acompanharam a avaliação, essa bombaser originalmente em aço inox, de comando hi-dráulico, e a alteração apresentada neste equi-

No teste de estabilidade das barras, osistema estabilizou-se completamenteem menos de dois segundos

Molas e elementos plásticosauxiliam na composição do sistema de

estabilização das barras

O sistema de auto-estabilização das barrasé pantográfico, bastante simples, mas se

mostrou muito eficiente na avaliação

Fotos Hamilton Ramos e Vilso Júnior Santi

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pamento específico, uma solicitação do cliente.Um dispositivo de indução para adição de

produtos ao tanque e lavagem das embalagensvazias equipa o pulverizador . Ele está localiza-do no lado esquerdo da máquina e, em posiçãode operação, a boca de abastecimento situa-sea 1,2 m do solo, altura esta que permite a ope-ração segura com baixo risco de contaminaçãodo operador. A bomba que aciona esse disposi-tivo é a do sistema de pulverização, sendo que,através de uma válvula de três vias, o operadorseleciona utilizar a água do tanque de pulveri-zação ou a água vinda de um reservatório deágua limpa, com capacidade para 200 l, utiliza-da também para as operações de asseio do ope-rador, através de uma torneira, e para a opera-ção de lavagem do tanque após a pulverização.

Apesar de essa forma de acionamento nor-malmente propiciar a contaminação do tanquede água limpa com calda, como conseqüênciade um possível refluxo ao se acionar a válvulade três vias, esse problema é evitado no PLA H2500 S pela presença de uma válvula anti-re-torno entre a válvula e o tanque de água limpa,além do posicionamento deste último em umnível superior ao da válvula. Apesar disso, a va-zão da bomba pode fazer com que o tanque de

água limpa se esgote com menos de um minu-to de funcionamento da bomba, o que podeprejudicar o processo de descontaminação dasembalagens com essa água.

O sistema de filtragem é composto por trêsfiltros, todos de marca Arag, sendo um pré-bom-ba, com sistema de auto-fechamento do circui-to hidráulico, ao se abrir o filtro, e peneira deum único elemento malha 50; um de linha emcada uma das cinco seções da barra, com pe-neira malha 80; e outro nos bicos, sem peneiraspor ocasião da avaliação. Apesar dessa configu-ração de peneiras, nenhuma das pontas queequipavam as barras requeriam o uso da ma-lha 80. Assim, em função dos problemas de re-tenção que essa malha pode proporcionar quan-do da utilização de agrotóxicos com as formu-lações pó molhável (PM) ou suspensão con-centrada (SC), o padrão 80 poderia ser altera-do para 50 sem prejuízo à pulverização, mascom grande benefício à capacidade operacio-nal do equipamento.

A barra de pulverização, que pode ser regu-lada para trabalhar a alturas variando entre 0,6e 2,2 m, é construída com tubos em aço inoxde 12,7 mm (1/2”) no sistema de barra úmida(calda circula dentro da barra), dividida em cin-

co seções comportando, no total, 47 bicos daArag com acoplamento para três pontas atra-vés de engate rápido e sistema anti-gotejo, es-paçados de 52,5 cm. Segundo os técnicos daempresa, os espaçamentos padrão para o Brasilsão 35 e 50 cm, estando a máquina em avalia-ção configurada para exportação.

As pontas das seções de barra possuem sis-tema de vedação com tampa plástica e engaterápido, facilitando a manutenção. A ponta daseção mais externa é curva, provavelmente coma intenção de ampliar a faixa de aplicação, oque pode interferir negativamente na pulveri-zação sob esses locais.

Todas as seções possuem controle in-dividual de pressão, permitindo a unifor-mização da vazão, mesmo quando uma oumais seções da barra estão fechadas, e ocontrole de abertura e fechamento de cadauma das seções é proporcionado por vál-vulas solenóides posicionadas na regiãocentral da barra. Todo controle e aciona-mento das barras é realizado de dentro dacabine de comando, sem que, no entanto,como recomendam as normas internacio-nais de segurança, haja mangueiras pres-surizadas dentro desta. Todo o sistema depulverização é monitorado pelo controla-dor da Marca Arag, modelo Bravo 300, lo-calizado na cabine de comando.

Pára-lamas de plástico com extensão emborracha conferem proteção adequada aosbicos de pulverização

O dispositivo para introdução de produtos notanque e lavagem de embalagens está a 1,2 m

do solo, garantindo baixa contaminação

MÁQUINAMotorTransmissãoTanque de produtoBitola entre rodasBitola variável (*)Barra de pulverizaçãoTanque de água limpa

M 2500 S135 HP MWM 4 turbo

Eaton FS 42052500 Lts

2,8 a 3,2 MtsSim (Manual)

22 Mts (traseiro)200 Lts

M 3000 SCummins 152 HP

Eaton FS 42053000 Lts

2,8 a 3,2 MtsSim (Manual)

25 Mts (Traseiro)200 Lts

M 3000 ICummins 152 HP

Eaton FS 42053000 Lts

2,80 a 3,2 MtsSim (Manual)

25 Mts (Traseiro)200 Lts

M 3000 FCummins 152 HP

Eaton FS 42053000 Lts

2,8 a 3,20Sim (Hidráulica)

25 Mts ( Traseiro )200 Lts

H 2500 SM W M 180 HP/Cummins 175 HP

2 bombas2500 Lts (Opcional 3000 Lts.)

2,8 a 3,2 MtsSim (Manual)

22 Mts (Traseiro) Op. 25 Mts.200 Lts

H 3000 SM W M 180 HP/Cummins 175 HP

2 bombas 3000 Lts.

2,8 a 3,2 MtsSim (Manual)

25 Mts (Traseiro)200 Lts

H 3500 FCummins 215 HP

2 bombas3500 Lts

2,8 a 3,20Sim (Hidráulica)27 Mts (Traseiro)

200 Lts

MECÂNICA HIDRÁULICA

(*) Para as máquinas do Paraguai a Bitola e fixa: 2,62 mts. Opcional: Variável

Outros modelos e suas pricipais características

Fotos Hamilton Ramos e Vilso Júnior Santi

Page 19: Maquinas 51

“Vários dos problemas verificados já têm soluções prontamente disponíveis, comercializadascomo opcionais, cabendo ao agricultor buscar o adequado equilíbrio entre custo e tecnologia”

DESEMPENHO OPERACIONALA análise do desempenho do PLA H

2500 S foi realizada através de um teste sim-ples, já por nós utilizado em outras avalia-ções. A máquina foi parada na parte inferi-or de dois diferentes terrenos: um plano, eoutro em rampa de cerca de 80 m de com-primento e inclinação em torno de 7%, de-vendo a colhedora subir, com carga, a partirda imobilidade, anotando-se o tempo ne-cessário para atingir 15 km/h.

Verificou-se que a máquina atingia fa-cilmente essa velocidade no terreno plano(3 a 4 s), entretanto, na rampa, esse temposubiu para 6 a 7 s em função da necessida-de da elevação gradual do manche, para que

não houvesse patinamento devido à bruscatransferência de torque às rodas. Formas deresolver tal problema e reduzir o tempo ob-servado em condições de rampa devem serestudadas.

IMPRESSÕES GERAISO pulverizador PLA H 2500 S analisado é

um modelo standard e apresenta vários pontosque ainda podem ser melhorados de forma aelevar ainda mais seus padrões de ergonomia,segurança e desempenho. Vários dos problemasverificados já têm soluções prontamente dis-poníveis, comercializadas como opcionais, ca-bendo ao agricultor buscar o adequado equilí-brio entre custo e tecnologia. Não há dúvidas

O sistema de filtragemé composto por três filtros,

todos da marca Arag

A ponta da barra écurva, com a intenção de

ampliar a faixa de aplicação

Hamilton Humberto Ramos,Demétrius de Araújo eDouglas Sampaio R. da Rocha,IAC

M

Hamilton Ramos testouo PLA H 2500 S durante oShow Rural da Coopavel

entretanto de que se trata de uma ótima má-quina e nem de que, com os pontos aqui iden-tificados, positivos ou negativos, dispõe de umabase adequada para se tornar excelente.

Page 20: Maquinas 51

20 • Abril 06

De acordo com dados públicosdisponíveis, os estabelecimentosde origem e administração fa-

miliar (não patronal) correspondem a 85,2%do total de empreendimentos agrícolas nonosso país. Embora correspondam a apenas30,5% da área total utilizada na agriculturabrasileira, participam com 37,9% do valorbruto da produção agropecuária nacional.Mesmo com esse desempenho, apenas27,5% utilizam só mecanização, ou estacombinada com outras fontes de tração,como a animal e a manual.

Em termos de tratores, as vendas de mo-delos com potência inferior a 49 cv, em 2005,correspondem a apenas 5,9% do total de

vendas, contra 62% na faixa de 50 a 99 cv.Trata-se, portanto, de uma faixa de merca-do restrito, mas que pode ser aquecido comofertas de preço reduzido e tecnologia ade-quada.

A Massey Ferguson lançou recentemen-te o seu trator de pequeno porte para agri-cultura familiar, apelidado de “Brasileiri-nho”. A equipe do Núcleo de Ensaios deMáquinas Agrícolas (Nema) da Universi-dade Federal de Santa Maria foi convidadapara avaliá-lo nesta edição da Revista Cul-tivar Máquinas. Esse trator é derivado doMassey Ferguson 250 X Advanced. Apre-senta porém algumas variações para adequá-lo a um custo baixo e ao desempenho em

atividades relacionadas às pequenas propri-edades.

À PROVA NO CAMPODeslocamo-nos até a localidade de Man-

gueirinha, no município de Paraíso do Sul(RS), e encontramos um modelo MF 250XE com tração dianteira auxiliar (TDA), queresolvemos colocar à prova com uma plan-tadeira Semeato modelo PH3.

MOTORIZAÇÃOO motor que equipa esse trator é da mar-

ca Simpson, fabricado por Simpson & Co.Ltd., de Chennai, Índia. É um motor de trêscilindros com 2500 cm3 e aspiração natu-

Brasileirinhoem testeBrasileirinhoem teste

Massey Ferguson 250 XE

O MF 250 XE - Brasileirinho é uma excelente opção para a mecanização dapequena propriedade. A combinação entre rendimento, manutenção de baixo

custo e preço reduzido, além de facilidades de financiamento, chama a atenção

O MF 250 XE - Brasileirinho é uma excelente opção para a mecanização dapequena propriedade. A combinação entre rendimento, manutenção de baixo

custo e preço reduzido, além de facilidades de financiamento, chama a atenção

Page 21: Maquinas 51

“A transmissão de potência do motor até as rodas se faz por meio datradicional embreagem dupla com disco de material orgânico”

Abril 06 • 21

Acreditamos que a oferta de im-plementos, máquinas e tratores

dimensionados para a pequena proprie-dade pode servir para alavancar econo-micamente esse segmento. O Brasil é al-tamente deficiente em equipamentosadequados para agricultores que deman-dem pequenas máquinas com qualidadesimilar à de grandes modelos. Não é por-que uma exploração é pequena em áreae volume de produção que esta tenha detrabalhar com equipamentos de baixaqualidade tecnológica, ineficientes, quedemandem grandes esforços e provo-quem riscos à segurança e danos à saú-de dos operadores.

EFEITO ALAVANCA

ral. O modelo 250 X tradicional é equipa-do com motor marca Perkins de igual ci-lindrada e número de cilindros. A potên-cia é igual entre ambos os motores, aproxi-madamente de 50 cv, a 2250 rpm. A aspi-ração é natural e baseia-se em um filtro dear a seco, que teve de ser deslocado para aparte de trás do motor, trocando de localcom a bateria, em função da posição docoletor de ar do cabeçote do motor. O sis-tema elétrico é de 12 volts de tensão e tra-balha com uma bateria de 70 Ah. Chamou-nos a atenção nesse trator a nova bombainjetora utilizada, que é “em linha”, novi-dade em um trator MF.

O motor nos pareceu bastante similarao Perkins tradicionalmente utilizado. Du-rante os testes, ele se comportou bem, de-monstrando estar perfeitamente dimensio-nado para o trabalho que estava realizando.

TRANSMISSÃOA transmissão de potência do motor até

as rodas se faz por meio da tradicional em-breagem dupla com disco de material orgâ-nico. A caixa de marchas é do tipo engrena-gens deslizantes, com oito marchas à frentee duas para trás. O sistema é o tradicionalMassey Ferguson com duas alavancas: a pri-meira (a maior), de marchas, tem quatro po-sições, e a segunda (a menor), de regime,tem duas posições - reduzida e direta, comuma posição neutra que é utilizada como

bloqueio para acionamentos indesejados.Entre as oito marchas disponíveis, exis-

tem duas para velocidades inferiores a 4 km/h, uma entre 4 e 8 km/h, duas de 8 a10 km/h e três marchas de deslocamento em estra-da com velocidades maiores que 12 km/h.

TDPA tomada de potência é dependente,

porém, pode vir independente como opcio-nal. Obtém-se 540 rpm, que é a rotação pa-dronizada na TDP à 1900 rpm. O diferen-cial é formado por um conjunto de coroa epinhão ZF.

FREIOSOs freios são de discos com cinco ele-

mentos em cada semi-eixo imersos em óleo,com acionamento mecânico com dois pe-dais, um para cada roda e com um freio deestacionamento por travamento dos pedaisacionados a partir de botão no painel deinstrumentos.

SISTEMA DE DIREÇÃOO sistema de direção é padrão hidrostá-

tico, com o eixo dianteiro marca ZF tipo 4x4APL 335 (na versão TDA), com bloqueiode diferencial e eixo blindado, para evitar aentrada de pó e umidade.

SISTEMA HIDRÁULICOO sistema hidráulico é de três pontos

do tipo Ferguson, com duas alavancas (con-trole de posição e profundidade) e velocida-de de reação. A capacidade de levante dosistema hidráulico, na rótula de engate dosbraços inferiores é de 2,1 mil kg, ponto mui-to positivo para um trator desse porte, comvazão máxima de 17 l por minuto e pressãomáxima de 214 kgf/cm2. O sistema de con-

Bomba injetora em linha,utilizada no novo

motor aplicado a este trator

Conferimos a rotação padronizadada TDP. Com o motor a 1900 rpm,

aparecem os 540 rpm na TDP

O motor que equipa este trator é da marcaSimpson, fabricado por Simpson & Co.

Ltda., de Chennai, Índia

Fotos Vilso Júnior Santi

Page 22: Maquinas 51

22 • Abril 06

Marcha1a reduzida2a reduzida3a reduzida4a reduzida

1a direta2a direta3a direta4a direta

Ré reduzidaRé direta

Velocidade (km/h)2,53,76,88,3

10,114,827,233,43,4

13,8

Tabela de velocidades

* Velocidades teóricas calculadas para os rodados traseiros 14.9-24R1e rotação do motor nominal do motor à 2250 rpm.

Condição utilizada

TraçãoVelocidade real (km/h)

Patinamento (%)Capacidade operacional

de campo (ha/h)Eficiência (%)

Área 1: 2.464 m2

3a marcha reduzidaa 1900 rpm

Simples (TDA desligada)5,513

0,63

64

Área 2: 1.753m2

4a marcha reduzidaa 1900 rpmTDA ligada

7,410,50,93

83

Comparativo de eficiência operacional

trole remoto para acionamentos de equipa-mentos com pistões hidráulicos externos éopcional, com vazão de 17 l por minuto epressão máxima de 173 kgf/cm2.

SISTEMA DE TRAÇÃOO sistema de tração básico é 4x2, com

pneus 14.9-24R1, 12.4-28R1 e 12.4-28R1nas rodas traseiras e 6.0-16F2 nas diantei-ras, e a versão de tração dianteira auxiliarcom pneus 14.9-24R1 e rodado dianteiro8.00-18R1.

OPCIONAISO trator apresenta vários equipamentos

opcionais, entre os quais o arco de proteçãoao capotamento (EPCC), que é uma estru-tura de proteção ancorada em dois pontos,sobre o eixo traseiro, modelo 200, e que devesuportar, conforme norma SAE J 1194, umaforça de 8.150 lbs. Acreditamos que esse op-cional deveria ser equipamento obrigatóriopara a proposta de trabalho em pequenaspropriedades, geralmente caracterizadas pordeclividades acentuadas.

LASTREAMENTOO trator que testamos estava lastrado

com oito placas de 25 kg cada no suportedianteiro e com água em ¾ dos volumes dospneus dianteiros. Nas rodas traseiras havi-

am sido colocados três discos metálicos de40 kg em cada roda.

BRASILEIRINHO EM AÇÃOEscolhemos para testar esse trator uma

semeadora de precisão marca Semeato, Mo-delo PH3, que está entre os implementosindicados para o trabalho em pequenas pro-priedades. O conjunto nos pareceu bem har-mônico em termos de dimensionamento. Opeso da máquina de semeadura é 750 kg,acrescidos de aproximadamente 350 kg deprodutos nos depósitos, pois o reservatóriode adubo é para 250 kg, e o de sementesdepende da densidade da cultura que se estáimplantando, sendo as linhas de plantio in-dividuais.

Utilizamos no trabalho a seguinte regu-lagem: espaçamento entre linhas de 0,45m,embora pudéssemos variar de 0,4 a 0,9 mentre linhas, dependendo da cultura. A pres-são de sulcamento é regulada por três mo-las, por sulcador do adubo, e por duas mo-las para pressão sobre o disco duplo de se-

mentes. Nessa máquina a deposição da se-mente é feita no mesmo sulco do adubo, queé depositado mais profundamente.

A deposição do adubo é feita por um sul-cador do tipo facão com efeito guilhotina,embora haja mais opções como facão afas-tado, triplo disco ou disco simples. A regu-lagem de vazão de adubo e de semente éfeita através de troca de engrenagens, base-ada em uma tabela de dosagens colocada namáquina, para consulta do operador. Umarosca sem-fim longitudinal, com um siste-ma de alívio contra embuchamentos da tra-quéia na saída do sem-fim, na posição su-perior, distribui o adubo. O acionamento dasengrenagens motoras é feito através de ro-das laterais.

Começamos por determinar as condi-ções de adaptação do trator à máquina se-meadora. Para escolher a marcha adequa-da, fizemos uma série de testes com a deter-minação de velocidade e patinamento.

Depois regulamos a máquina para tra-balhar em uma profundidade de aproxima-damente oito centímetros para o adubo eem torno de seis centímetros para a semen-te. Escolhemos a marcha ideal para o traba-lho guiando-nos pela tabela de velocidadescolocada no pára-lamas do trator - ficamosentre a terceira e a quarta reduzida, paradeslocarmos entre seis e sete quilômetros porhora de velocidade real (incluindo o pati-namento das rodas) a uma rotação do mo-tor que julgamos adequada, aproximada-mente 1900 rpm.

Fizemos uma determinação de tempo

O modelo que testamos tem sistema dedireção padrão hidrostático, com eixo

dianteiro da marca ZF

Page 23: Maquinas 51

“Escolhemos, para testar este trator, uma semeadora de precisão Semeato PH3, queestá entre os implementos indicados para o trabalho em pequenas propriedades”

Abril 06 • 23

Cabe explicar que um trator dis-ponibiliza apenas uma parcela

(ao redor de 60-65%) da sua potênciade motor ao implemento que está aco-plado à barra de tração e ao sistema hi-dráulico. O restante se perde passiva-mente nos órgãos de transmissão, e ou-tra parte se perde por patinamento ouresistência ao rolamento. Também é sa-bido que a máxima eficiência em traçãosomente ocorre com certo grau de pati-namento dos rodados, em torno de 10 a20%, dependendo da operação. Dessaforma, aconselha-se que um conjuntoformado por trator e implemento, paraestar bem dimensionado, deva provocarum patinamento do trator ao redor de15% (10-20%).

POTÊNCIA DISPONÍVEL

necessário para deslocar o conjunto em 20metros, dando-nos 5,5 km/hora de veloci-dade real, em terceira marcha no regime dereduzida, o que correspondia a 5,9 km/h develocidade teórica. Medimos também o pa-tinamento no mesmo local, verificando adistância percorrida para deslocar cinco vol-tas do pneu em carga, isto é, em condiçõesde trabalho, com toda a demanda de traçãoda semeadora, e comparando com a mesmacondição sem carga, isto é, com o implemen-to levantado.

Esse teste resultou em um patinamento

de 13%, com a tração dianteira desligada.Ligamos a tração, e verificamos que o pati-namento se reduzia tanto que somente sejustificava ligar-lá com um aumento da de-manda de tração pela máquina. Para provo-car maior demanda, resolvemos aumentara velocidade de deslocamento, incrementan-do uma marcha para cima, ou seja, utili-zando a quarta reduzida.

Como o patinamento verificado com atração dianteira auxiliar acionada era mui-to baixo (6%), entendeu-se que a lastragemera superior à necessária, que as condiçõesde solo eram muito leves, ou ambos os fato-res estavam combinados, influindo no re-sultado.

Para atender a essas duas situações,montou-se um teste em duas áreas distin-

Um arco de proteção autocertificado dásegurança ao operador, principalmente em

situações de risco de capotamento

tas. Na primeira área de aproximadamente2.464 m², planejamos testar o conjunto emterceira reduzida a 1900 rpm, sem traçãodianteira auxiliar. Marcamos, com a utili-zação de dois sistemas, com trena e com umsistema de posicionamento global (Recep-tor GPS), essa área retangular. A diferençaentre os dois métodos de medição foi míni-ma, ao redor de 5%. Trabalhamos essa área,medindo o tempo total e os tempos de ma-nobras. Chegamos a uma capacidade ope-racional de campo de 0,63 ha/h. A capaci-dade teórica é de 0,918 ha/h, o que resultaem uma eficiência de 64%.

Nessa área o padrão de manobras foi

Apesar de ser um modelo pequeno, o 250XE tem opções de lastragens nos eixos

dianteiro e traseiro

No teste de patinagem,o trator teve

um índice de 13%

Fotos Vilso Júnior Santi

Page 24: Maquinas 51

24 • Abril 06

misto, pois em uma das cabeceiras da árearetangular as manobras eram feitas dentroda área, com utilização da marcha à ré, e naoutra a manobra era feita continuamentefora da área.

Na segunda área, fizemos o trabalhocom a mesma semeadora, porém utilizan-do a quarta marcha reduzida, a 1900 rpm.Medimos o patinamento em uma área ad-jacente, resultando em 10,5%. A velocida-de teórica era de 8,3 km/h, e a velocidadereal medida, de 7,4 km/h. Trabalhamosuma área de 1753m2, resultando em umacapacidade operacional de campo de 0,93ha/h e em uma eficiência de 83%. Nestaárea as manobras eram feitas fora da áreaem ambas as cabeceiras. O patinamentomenor, o menor tempo perdido com as ma-nobras e a velocidade real mais alta resul-taram nesta maior eficiência.

Na avaliação de raio de giro do trator,

O trator tem um bom raio de giro, facilitadocom o uso dos freios

Equipe do Nema da UFSMtestou o MF 250 XE para

a revista Cultivar Máquinas

fizemos a determinação diretamente nomesmo solo em que estivemos trabalhando,em diversas condições: com e sem freio di-ferencial e com e sem tração dianteira auxi-

liar; com o implemento acoplado e sem im-plemento.

O forte desse trator é a combinação en-tre rendimento, manutenção de baixo cus-to, além de reduzido preço de aquisição, comtodas as facilidades de financiamento ofe-recidas por uma extensa rede de concessio-nárias e a possibilidade de participação emgrupos de consórcio.

José Fernando SchlosserMarçal Elizandro DornellesEder Dornelles PinheiroAlexandre RussiniNEMA – CCR – UFSM

M

Com implementoacoplado

Semimplemento

Sem FreioCom FreioSem FreioCom Freio

Sem TDA (m)6,856,85,85,6

Com TDA (m)8,657,56,96,7

Raio de giro do trator

Fotos Vilso Júnior Santi

Page 25: Maquinas 51

Abril 06 • 25

passo-a-passo

Nas colhedoras de grãos, equipa-mentos muito representativosem termos econômicos, tanto do

ponto de vista do investimento inicial de aqui-sição quanto do papel produtivo que desempe-nham na propriedade, é muito importante efe-tuar uma completa e correta manutenção pre-ventiva. Esta deve tomar por base três aspectosfundamentais:

Redução das falhas: Durante a safra, a má-quina é submetida a rigorosas solicitações, e al-guns componentes sofrem desgastes ou até prin-cípios de quebra. Através de uma manutençãopreventiva, você não eliminará totalmente apossibilidade de falhas, mas pode reduzi-lasbastante.

Diminuição dos custos de operação: Substi-tuindo componentes que poderão causar pro-blemas devido ao desgaste, você estará evitan-do que outros componentes sejam danificadose que a máquina fique parada justamente quan-do você precisa dela. Um motor bem cuidado ebem regulado significa aumento de rendimen-to e diminuição do consumo de combustível.Com todos esses cuidados, você aumentará seus

lucros pela redução dos custos operacionais.Segurança nas operações a campo: Dê espe-

cial atenção ao sistema de freios, às correias e àscorrentes; com isso você previne acidentes, alémde evitar paradas durante a colheita para efetu-ar reparos, diminuindo, assim, o desempenhoe rentabilidade. É fundamental e imprescindí-vel guardar a máquina em local coberto e seco.Sem isso, não há conservação, por ficar vulne-rável à ferrugem, “envelhecimento” da pintu-ra, deterioração de plásticos, borrachas, correi-as e mangueiras etc.

PASSO-A-PASSOAs recomendações que seguem têm em vista

um período de inatividade longo, como a en-tressafra em propriedades onde só é feita umacolheita por ano. O rigor com que elas serãoobservadas fica à critério dos proprietários eoperadores.

LIMPEZA PÓS-SAFRAO primeiro passo após a safra é a limpeza

rigorosa de todas as partes. O acúmulo da pa-lha e poeira que aderem à máquina favorece

condições de umidade, favorecendo a ferru-gem e a hospedagem de insetos e ratos. Ao lim-par a máquina, pode-se usar água (inclusivequente ou vapor), mas o mais recomendado éusar ar comprimido ou aspiradores do tipo in-dustrial. Todas as unidades da máquina devemreceber cuidados, cada uma por sua vez. Parafacilitar a limpeza, faça funcionar o sistema in-dustrial, com o ventilador em máxima rotaçãoe com as tampas dos elevadores de grãos retira-das. Após a limpeza da máquina, abra ou re-mova todas as tampas de inspeção e janelas,para facilitar a secagem dos componentes in-ternos e a drenagem da água.

CHICOTES ELÉTRICOSUm dos maiores inimigos para a máquina

armazenada são os roedores, em especial osratos. Uma maneira eficaz de impedir a en-trada destes na máquina é usar cavaletes, fi-xando obstáculos de lata em formato de funilvirado para baixo. Com esse recurso, os ratosnão têm como subir na máquina. Não apenasos chicotes elétricos serão protegidos por essatécnica.

Prevenir ouremediar?Prevenir ouremediar?

Os cuidados dispensados à colhedora, após a safra, podem reverter-se em maiorlucro para o proprietário e em menor tempo gasto no preparo da máquina para a

colheita seguinte, trazendo benefícios consideráveis ao produtor

Massey Ferguson

Page 26: Maquinas 51

26 • Abril 06

Os cuidados a tomar durante a la-vagem com água sob pressão:

1) Nunca dirija o jato muito próximosobre componentes que possam sofrerdanos, a exemplo dos chicotes elétricos.Procure usar jatos mais abertos;

2) Nunca lave o interior da cabinacom jato d’água. Na melhor das hipóte-ses, use pano umedecido e mesmo as-sim, cuide para que a secagem seja o maisrápido possível. Para isso, deixe a má-quina ao sol e ambiente ventilado;

3) Após a limpeza engraxe todos ospinos graxeiros e lubrifique todos os pon-tos de articulação, como: garfos, pinos,engates, etc. Besunte todas as partesexpostas de metal com preventivo con-tra a ferrugem. Retoque a pintura noslocais descascados ou arranhados;

4) Suspenda a máquina sobre calçosde madeira ou cavaletes para aliviar acarga sobre os pneus. Deixe os pneuscom pressão abaixo da recomendada paratrabalho. Inspecione as válvulas para ve-rificar se estão protegidas pelas tampas.Se existir qualquer dúvida sobre o esta-do de um pneu, retire-o da roda, exami-nando-o internamente.

CUIDADOS ESPECIAIS

CORREIAS E CORRENTESNas correias e correntes, é importante ob-

servar os seguintes elementos:• Examine as correias quanto à existência

de cortes, estiramentos ou deterioração;• Correias excessivamente gastas devem ser

substituídas. Em transmissões acionadas pormúltiplas correias, todas elas sempre devemser substituídas simultaneamente, ou seja, nãodevem ser misturadas correias novas com usa-das;

• Mantenha sempre as correias limpas, lem-brando- se de que a graxa, o óleo lubrificanteou combustível são prejudiciais. Portanto, não

faça pulverização com lubrificantes sobre as cor-reias;

• A tensão das correias deve ser diminuídapara evitar pontos de fadiga;

• Todas as correntes deverão ser lubrifica-das. Para isso, retire as correntes e deixe-as embanho de óleo, com exceção das correntes doselevadores de grãos e retrilha. Essas correntesdeverão ser removidas, e a lubrificação será so-mente nos elos, evitando o contato do óleo comas palhetas de borracha.

BARRA DE CORTEAplique um preventivo contra a ferrugem,

podendo ser óleo, graxa ou produtos especiaispara esta finalidade.

SISTEMA HIDRÁULICOMantenha os cilindros hidráulicos em sua

posição fechada (hastes recolhidas). Nuncacoloque graxa ou tinta nas hastes, nem lave-ascom solvente, pois isso danifica as vedações.

CILINDRO E CÔNCAVOAlém de limpeza, recomendam-se a pulve-

rização com preventivo anti-ferrugem, ou arepintura.

MOTORAlém das recomendações gerais menciona-

das aqui, leia o manual fornecido pelo fabri-cante do motor quanto à conservação desteem períodos de inatividade, principalmente noque se refere aos sistemas de combustível, defiltragem de ar, de arrefecimento e de lubrifica-ção. O manual, normalmente, possui recomen-dações específicas para períodos inativos cur-tos ou longos.

SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃOQuanto ao sistema de lubrificação, observe

o seguinte:• Limpe cuidadosamente o motor e todos

os seus componentes;• Faça funcionar o motor até atingir a tem-

peratura normal;• Pare o motor e drene o óleo do cárter;• Substitua o filtro de óleo;• Quando o óleo tiver escorrido completa-

mente do cárter, recoloque e aperte o bujão deescoamento;

• Abasteça o cárter até o nível correto comóleo recomendado pelo fabricante;

• Feche a saída do escapamento, para evi-tar a entrada de insetos, que podem transpor-tar impurezas abrasivas até o coletor de escapee o turbo-compressor.

SISTEMA DE ALIMENTAÇÃOAtravés do bujão, drene todo o combustí-

vel do tanque e lave-o com combustível limpo,eliminando sedimentações ou condensação deumidade. Depois de recolocar o bujão, encha otanque totalmente para evitar condensação deumidade durante o período de inatividade. Ve-rifique o estado dos filtros de combustível, lim-pando-os ou substituindo-os, se necessário.

FILTRAGEM DE ARRemova o excesso de poeira na válvula de

borracha que fica na parte inferior da carcaçado filtro (quando houver) e limpe externamen-te o conjunto. Se o filtro for do tipo com veda-ção cônica de borracha, não remova o elemen-to para não romper a película seladora. Envol-va todo o conjunto do filtro com um saco plás-tico resistente, para evitar a penetração de inse-tos e impurezas.

SISTEMA DE ARREFECIMENTOEsgote totalmente a água do radiador e do

bloco do motor, abrindo o registro na base doradiador. Encha o radiador com uma misturade água limpa e aditivo anticongelante à basede Etileno-Glicol, na proporção de 40 a 50%

O radiador deve ser esgotado e depois reabastecidocom uma mistura de água limpa e aditivos

O filtro de ar deve ser envolvido com um saco plásticopara evitar a entrada de insetos e impurezas

Page 27: Maquinas 51

Abril 06 • 27

Mensalmente, retire as proteçõesdo filtro de ar e do escapamen-

to e faça o motor funcionar durante umperíodo mínimo de 30 minutos. Isso pre-vine o risco de oxidação interna das ca-misas, pistões e anéis, o que pode cau-sar sérios danos ao motor.

ATENÇÃO

de aditivo. É fundamental usar, também, umaditivo anticorrosivo na água, como o fluídopara radiadores. Alguns motores possuem umfiltro condicionador que contém o aditivo ini-bidor de corrosão; troque esse filtro antes dainatividade.

Faça o motor funcionar em marcha lenta,adicionando água até todo o sistema estar com-pleto. Certifique-se de estarem limpas a telarotativa e a colméia do radiador.

BATERIANa bateria é importante observar o seguin-

te:• Desconecte e retire a bateria da máquina

e guarde-a em local seco;• Besunte levemente os terminais da bate-

ria com vaselina;• Certifique-se de que os furos de ventila-

ção dos tampões dos vasos estão desobstruídos;• Mensalmente, quando o motor for colo-

cado em funcionamento, verifique o nível deeletrólito, preenchendo com água destilada, se

necessário (em baterias com manutenção).

RETORNANDO AO TRABALHOÉ importante preparar adequadamente a

colhedora para seu retorno ao trabalho após aentressafra. Para isso:

• Verifique o sistema de arrefecimento,complete-o com água limpa + aditivos;

• Limpe a bateria;• Substitua o óleo do cárter e reabasteça

até o nível correto, se isso não tiver sido feito narevisão pós-safra;

• Drene o filtro de combustível e o sedi-mentador na saída do tanque de combustível.Substitua os elementos filtrantes, se ainda nãotiverem sido trocados;

• Faça uma sangria do sistema de combus-tível;

• Limpe o filtro de ar e remova a proteçãode plástico colocada ao desativar a máquina;

• Ajuste a tensão de todas as correias e cor-rentes;

• Verifique o nível de óleo da transmissão edas reduções finais. Substitua o óleo desses con-juntos anualmente e dentro do período reco-mendado no plano de manutenção e lubrifica-ção;

• Verifique o nível do fluído do freio;• Verifique o funcionamento dos ajustes

das peneiras, do ventilador, do saca-palhas edo cilindro;

• Verifique o funcionamento do equipa-mento elétrico: embreagens eletromagnéticas,instrumentos, quadro elétrico, estado geral efixação dos chicotes, tacômetros eletrônicos etc;

• Verifique torque de aperto das rodas di-anteiras e traseiras;

Antes de iniciar a nova safra, ajuste a tensãode todas as correias e correntes

Na barra de corte deve-se aplicar um produto anti-ferrugem, como óleo, graxa ou produtos especiais

O torque de aperto das rodas dianteirase traseiras deve ser verificado

• Calibre a pressão dos pneus;• Verifique o funcionamento do sistema hi-

dráulico;• Reaperte porcas e parafusos;• Efetue a lubrificação geral da máquina

conforme plano de manutenção e lubrificação;• Verifique o funcionamento do variador

do cilindro de trilha e• Remova a proteção da saída do escape.Observando todos esses cuidados, certa-

mente a máquina vai proporcionar uma colheitade alto rendimento na próxima safra, maximi-zando os lucros do agricultor e reduzindo asperdas na colheita. M

Massey Ferguson

Page 28: Maquinas 51

28 • Abril 06

adubação

Para executar a semeadura existe nomercado uma infinidade de máqui-nas. As mais utilizadas para as cul-

turas produtoras de grãos são as semeadoras-adubadoras, que possibilitam diferentes regu-lagens, para que possam ser usadas para as maisvariadas culturas.

Nesse tipo de máquina, os depósitos de adu-bo variam de acordo com o número de linhasdo implemento podem ser individuais ou múl-tiplos. Em semeadoras-adubadoras com maisde quatro linhas, existe o depósito único ou di-

vidido para os dois lados da máquina.No reservatório, a conformação das pare-

des deve evitar ao máximo possível que hajaum efeito da altura do produto no seu interiorsobre a vazão do mecanismo dosador. É impor-tante a adequação do ângulo de inclinação dasparedes laterais, evitando-se a desuniformida-de de escoamento e a formação de espaços va-zios ao longo da aplicação (Mialhe, 1996).

O mecanismo dosador tem por função li-berar do reservatório a quantidade de adubopreviamente estabelecida por determinada re-

gulagem. O princípio de funcionamento clas-sificado como gravitacional utiliza a força degravidade para promover e controlar o fluxo daspartículas sólidas (Mialhe, 1996).

TIPOS DE DOSADORESNo mercado existem alguns tipos de dosa-

dores que diferem em sua construção, de acor-do com a semeadora e o fabricante. Os maiscomuns são:

a) Helicoidal: esse distribuidor consta ba-sicamente de uma rosca sem fim, localizada naparte inferior do depósito de adubo. Sua regu-lagem é realizada pela combinação de engrena-

Distribuição helicoidal

Distribuidorhelicoidal de duas (esq.)e uma (dir.) polegadas

Parte inferiordo depósito de adubo,

com detalhe da helicóide

A emergência e o desenvolvimento adequado das culturas estão relacionados adiversos fatores, dentre eles, à quantidade de adubo distribuída na semeadura.Esta será determinada pela maior ou menor eficiência do mecanismo dosadorque equipa a plantadora-adubadora utilizada pelo agricultor

Figura 4 - Distribuição de adubo nas sete linhas da semeadora-adubadora para as

A emergência e o desenvolvimento adequado das culturas estão relacionados adiversos fatores, dentre eles, à quantidade de adubo distribuída na semeadura.Esta será determinada pela maior ou menor eficiência do mecanismo dosadorque equipa a plantadora-adubadora utilizada pelo agricultor

Page 29: Maquinas 51

“O mecanismo dosador tem por função liberar do reservatório a quantidadede adubo previamente estabelecida por determinada regulagem”

Apartir da análise dos dadosobtidos durante o ensaio, con-

clui-se que a helicóide de 2” depositamaior quantidade de adubo e que o fa-tor carga no reservatório, no tipo de se-meadora-adubadora estudado, não in-terfere na distribuição de adubo.

FATOR CARGA

Abril 06 • 29

gens, as quais fornecem rotação diferenciada e,conseqüentemente, dosagens diferentes. Nes-se mecanismo também pode-se mudar o passoda rosca, ou seja, a distância entre os fios derosca, proporcionando assim variação na dosa-gem. As helicóides mais comuns possuem umaou duas polegadas.

b) Disco horizontal rotativo: também cha-mado de roseta, consta de uma série de discos,um para cada linha de semeadura, posiciona-dos horizontalmente na parte inferior do de-pósito de adubo. Os discos apresentam res-saltos em sua periferia. A rotação dos discospossibilita que o adubo seja conduzido até oscondutores. A dosagem de adubo é modificadapor meio da rotação dos discos e pela aberturada janela, localizada na entrada do condutor.

c) Eixo rotativo com paletas: localizado naparte inferior do depósito, é dotado de um eixorotativo que contempla uma série de paletasque tem por função movimentação da massa econdução do adubo até os orifícios de saída. Adosagem também é realizada por meio da rota-ção do eixo e abertura da janela.

d) Cilindro canelado: mecanismo tambémutilizado para sementes miúdas, consta de umcilindro para cada linha, localizado na parte in-ferior do depósito de adubo. O cilindro possuicanais onde o adubo é depositado, com a rota-ção do cilindro, o adubo é levado até os tuboscondutores. As regulagens para esse mecanis-mo constam da maior ou menor exposição doscanais ao adubo e da rotação dos cilindros.

DISTRIBUIÇÃO DO ADUBOPara verificar a distribuição de adubo,

conduziu-se um ensaio com uma semeado-

ra-adubadora de sete linhas espaçadas de 0,45m, operando a 7 km/h. Este foi realizado emárea plana com parcelas de 50 m de compri-mento. A máquina foi abastecida com trêsquantidades de adubo no reservatório (1/4,1/2 e 1/1), combinadas com dois distribui-dores do tipo helicoidal de uma e duas pole-gadas (Figura 1) e, ainda, cinco regulagens(a que fornece menor e maior quantidade deadubo e três intermediárias). A capacidadetotal do depósito é de 1,3 mil kg, sendo utili-zado um adubo NPK 10-20-20.

Na Figura 4 é apresentada a distribuiçãode adubo por linha da semeadora-adubado-ra em função da helicóide estudada. Nestapode-se observar que a helicóide de 2” depo-sita mais que o dobro de adubo que a de 1”(450 e 209 kg/ha, respectivamente). Assim,pode-se, por meio da troca de helicóide, do-brar o número de opções de quantidade deadubo aplicada. A média aplicada por linha(helicóide de 1”) foi de 30 kg/ha, com trêslinhas apresentando distribuição acima damédia, e três linhas, abaixo. Um detalhe quepode também ser observado é que o maiordesvio da média encontrado foi de 10% (3kg/ha), considerado bom segundo Casão Jú-nior & Siqueira (2003). Já para a helicóidede 2”, a média foi de 64 kg/ha, com dois va-lores acima e três abaixo da média. Nessa he-licóide o maior desvio também foi de 3 kg/ha, porém, representando 4,7% da média.Embora ambos possam ser consideradosbons, nota-se que na helicóide de 2” a distri-

buição foi mais homogênea.Na Figura 5 observa-se a distribuição de

adubo pelas linhas da semeadora-adubadora emfunção da quantidade de adubo no reservató-rio, ou seja, a carga sobre o mecanismo dosador(helicóide). Nas linhas um, dois e três, a quan-tidade de adubo aplicada aumentou da menorpara a maior carga sobre o dosador, porém, esseaumento não é significativo, ou seja, com dife-rença de no máximo 2 kg/ha. Já nas linhas qua-tro, cinco, seis e sete a distribuição foi mais ho-mogênea para as três cargas; ressalta-se que paraas linhas um, dois e três, existe um único depó-sito e, para as linhas quatro, cinco, seis e sete,também um único depósito, assim o efeito dacarga foi minimizado neste último.

Observa-se pela Figura 6 que a variaçãopor linha para cada regulagem foi pequena,variando de 7% (7 kg/ha), para a regulagemcinco, até 13% (2 e 5 kg/ha, para as regula-gens um e três, respectivamente). Nas regula-gens dois e quatro a variação por linha foi de 8e 9%, ou seja, 2 e 5 kg/ha, respectivamente. Asdiversas regulagens nas semeadoras-adubado-ras possibilitam aplicar a dosagem adequadade adubo para as culturas. Para as regulagensutilizadas neste estudo, observa-se que pode-mos dosar de 70 a 700 kg/ha, em média, paraas duas helicóides estudadas.

Detalhe da coletade adubo nas linhas, de acordo

com o passo da helicóide

Furlani, Afonso e Rouverson avaliaram adistribuição de adubo em função do

mecanismo helicoidal utilizado

Carlos Eduardo A. Furlani,Rouverson P. Da Silva eAfonso Lopes,Unesp

M

Figura 5 - Distribuição de adubo nas sete linhas da semeadora-adubadora para as cargas (1/4), (1/2) e (1/1) Figura 6 - Distribuição de adubo nas sete linhas da semeadora-adubadora para regulagens (1), (2), (3), (4) e (5)

Fotos Carlos Eduardo Furlani

helicóides de (1”) e (2”)

Page 30: Maquinas 51

30 • Abril 06

fertilização em cana

Tabela 1 - Granulometria da matéria-prima utilizadaDiâmetro da Peneira [mm]Granulometria [%]

0,300,12

0,600,26

0,840,24

1,191,11

1,684,07

2,3824,07

4,7669,54

4,7669,54

>4,760,58

Densidade Aparente (kg.m-3)994,40

Diâmetro médio ponderado (mm)3,997

Ângulo de Talude ( o)38

Tabela 2 - Caracterização do fertilizante

Altura da coluna de fertilizante (m)0,600,500,400,300,200,100,00

Volume de fertilizante (m3)0,0994050,0665950,0438950,0294250,0255350,0170230,008512

Massa de Fertilizante (kg)98,8466,2243,6429,2625,3916,928,46

Tabela 3 - Volume de fertilizante por altura avaliada, conforme ilustra a Figura 2

Amaioria dos equipamentos paraaplicação de fertilizantes nacultura de cana-de-açúcar utiliza

o sistema de prato giratório, com regulagemda vazão por folga entre o reservatório de fer-tilizante e o prato. Segundo Weber et al.(2001), a aplicação de adubação mineral dassoqueiras influi diretamente no rendimentoda cultura, além de proporcionar uma recu-peração das soqueiras não fertilizadas anteri-ormente.

A quantidade de adubo aplicada na área éfator preponderante na composição do custototal do plantio, chegando a 50% dos valoresna operação de implantação das culturas(Fernandes, 2000), sendo assim de fundamen-tal importância a correta regulagem da taxade aplicação em função da cultura.

O reservatório de adubo nesses equipa-mentos dosadores pode ter diversos formatos,em geral, possui formas mistas, pela união deum tronco de cone (ou de pirâmide) com ci-lindro ou paralelepípedo. Essas formas geo-métricas são utilizadas para a maior quanti-dade de produto transportado.

Supõe-se que as formas mistas não influ-

em na taxa de aplicação, visto que o fertilizan-te tem uma movimentação dinâmica entre oreservatório e o prato giratório, que formamum vértice cônico central, conduzindo o adu-bo das camadas de alturas diferentes até a basedo prato. Essa movimentação acontece em for-ma de espiral descendente, sendo que os grâ-

nulos do fertilizante dos níveis superiores des-cem e se misturam com os grânulos dos ní-veis inferiores, antes de saírem pelo orifíciode aplicação.

O objetivo aqui foi avaliar a taxa de apli-cação de fertilizante sólido granulado pelo sis-tema de distribuição de prato giratório com

Distribuiçãouniforme

A aplicação de fertilizantes na cana-de-açúcar, fator preponderante no custo total deimplantação da lavoura, influi diretamente no rendimento da cultura. Por isso

espalhar corretamente e de maneira uniforme adubos e corretivos é tão importante

Distribuiçãouniforme

Fotos Charles Echer

Page 31: Maquinas 51

“O objetivo aqui foi avaliar a taxa de aplicação de fertilizante sólido granulado pelo sistema de distribuiçãode prato giratório com reservatório cônico-cilíndrico em diversas alturas de adubo no reservatório”

reservatório cônico-cilíndrico em diversas al-turas de adubo no reservatório.

O EXPERIMENTOO experimento foi realizado no Sítio Mor-

ro Grande, localizado na cidade de Capivari,interior do estado de São Paulo. No ensaiofoi utilizado um sulcador adubador de duaslinhas, marca DMB, com capacidade de 100kg de adubo granulado em cada reservatório.

O sistema de distribuição de fertilizante éconstituído por um prato giratório sob cadareservatório, com regulagem de vazão em fun-ção da folga entre o prato e a borda inferior doreservatório. Foram utilizados 100 kg de ferti-

lizante com a formulação 4-20-20 (4% de ni-trogênio, 20% de fósforo e 20% de potássio);a caracterização física do adubo utilizado noensaio é apresentada nas Tabelas 1 e 2.

O diâmetro médio ponderado foi deter-minado segundo a metodologia apresenta-da por Youker & Mcguinness, citado por Ki-ehl (1979) e calculado pela Equação 1:

Sulcador adubador de duas linhas,marca DMB, com capacidade de

100 kg em cada reservatório

onde:DMP = diâmetro médio ponderado, em mm;C = tamanho dos furos das peneiras, em mm;P = proporção do peso do material retido em cada peneira, em

relação ao peso total da amostra, adimensional.

Page 32: Maquinas 51

32 • Abril 06

No experimento utilizou-se o reservató-rio direito, preenchido com 100 kg de fertili-zante. Foram coletadas dez amostras de adu-bo lançado pelo sistema de prato giratório, paracada altura de coluna de fertilizante no reser-vatório. Foram avaliadas sete alturas de ferti-lizante com variação de 100 mm cada, con-forme ilustra a Figura 1. Em cada análise aaltura foi mantida constante por um sistemade preenchimento do reservatório. Para cadaamostra foram registrados o tempo e, posteri-ormente, o peso coletado em cada repetição.

Para o acionamento do mecanismo dosa-dor foi utilizado um trator Massey FergusonMF 290. O sistema de transmissão desse equi-pamento é composto por duas engrenagensde dentes retos ligadas por corrente e um con-junto de engrenagens cônicas para cada reser-vatório, uma das engrenagens é montada naroda motora direita do trator, e a outra, nochassi do sulcador. O equipamento foi aco-plado ao trator, permanecendo em contatocom o solo. O trator teve a roda direita levan-tada por um macaco hidráulico para a realiza-ção do ensaio estático.

Altura (mm)123456789

10Média [g.s-1]

Desvio Padrão [g.s-1]Coeficiente de Variação [%]

500170,49153,74183,74188,00169,29196,44185,77262,35156,12226,30189,2233,20117,55

600144,57171,33179,20164,91141,28

*171,09155,81167,62146,28160,2313,675

8,53

400213,95184,91181,62204,90

*201,41211,21166,13191,80174,06192,2216,789

8,73

300178,64182,08189,29195,31203,19190,30178,56187,35146,45203,74185,4916,377

8,83

200190,00191,02180,10209,45187,58184,04190,10232,53195,00190,00194,9815,2927,84

100167,37183,98158,46190,76182,69175,55162,88155,19177,05159,02171,3012,391

7,23

0135,47160,09158,71166,11114,44147,34143,66135,28142,07144,19144,7414,89210,29

Tabela 4 - Dados obtidos no ensaio para o fluxo de massa por altura da coluna de fertilizante

600500400300200100

600 500Diferente

400Diferente

Igual

300Diferente

IgualIgual

200Diferente

IgualIgualIgual

100Igual

DiferenteDiferente

IgualDiferente

0Igual

DiferenteDiferenteDiferenteDiferenteDiferente

Tabela 5 - Teste comparativo entre as médias obtidas (teste Tukey para 95% de confiança)A roda do trator desen-volveu velocidade angularde 32 RPM. Como o con-junto cônico tem relação2:1, a velocidade angular doprato giratório foi de 16RPM, sendo que a folga en-tre o reservatório e o prato,de 14 mm.

DADOS OBTIDOSOs dados obtidos no ensaio são apresen-

tados na Tabela 4.No gráfico da Figura 2 pode-se observar

que o fluxo de massa na seção cônica não apre-sentou tendência de variação na taxa de apli-cação. Na seção cilíndrica nota-se que houveuma tendência de queda na taxa de aplicação.Por questões práticas, não se recomenda queseja realizada a aplicação nesse sistema quan-do o nível de fertilizante chega nessa seção,pois há um aumento na velocidade de esvazi-amento do reservatório, devido ao volume me-nor de armazenamento do produto nessa par-

Aavaliação dos dados demons-trou que não há diferença es-

tatística entre as médias das taxas deaplicação para as diferentes alturas,quando a coluna de fertilizante se en-contra na região cônica. Contudo, naregião cilíndrica, pode-se notar que háuma tendência de redução da taxa deaplicação conforme se esvazia o reser-vatório, resultando em uma desunifor-midade na taxa de aplicação.

TAXAS DE APLICAÇÃO

te do reservatório.A Tabela 5 apresenta a análise de variân-

cia, teste Tukey, que comprova existir uma di-ferença significativa entre as médias obtidas,quando o nível do fertilizante se encontra naregião cilíndrica do reservatório. Na regiãocônica não foi observada uma tendência es-pecífica.

Devido ao fato do ensaio ter sido reali-zado em condições estáticas, com a roda mo-tora levantada, não foi considerada a pati-nagem da máquina na operação de plantio,fato que influencia diretamente na rotaçãoda roda, conseqüentemente, na taxa de apli-cação.

Angel Pontin Garcia,Daniel Albiero eNelson Luis Cappelli,Unicamp

M

Figura 1 - Esquema do reservatório utilizado no ensaio

Figura 2 - Gráfico do fluxo de massa do mecanismo distribuidor de fertilizantes em função da altura da coluna

Page 33: Maquinas 51

Abril 06 • 33

Expodireto 2006

Obalanço final da edição 2006da Expodireto Cotrijal, apesardo complicado momento vivido

pelo agronegócio brasileiro, foi positivo. Con-forme Nei César Mânica, presidente da coope-rativa que organiza o evento, apesar da feira nãoter atingido a expectativa inicial de público -de 150 mil visitantes -, os produtores que esti-veram no evento mostraram muito profissio-nalismo, buscando informações que possam au-xiliá-los na melhoria de seus resultados na pro-priedade.

Além de 294 expositores, 16 a mais do queno ano passado, a exposição contou tambémcom a já tradicional dinâmica de máquinas agrí-colas que atraiu diariamente grande público.Na oportunidade os produtores puderam con-ferir no campo o desempenho de colhedoras,plantadoras, subssoladores, ensiladeiras, pulve-rizadores e de demais máquinas expostas na

feira. A área de 10 ha, neste ano, abrigou 18empresas, apresentando um total de 40 máqui-nas.

Em sete edições a Expodireto Cotrijal já sesolidificou como um dos principais eventos daagropecuária nacional. Para as empresas do se-tor de máquinas e implementos, a feira passoua ser considerada no planejamento estratégico,sendo palco para o lançamento anual de pro-dutos. As principais novidades podem ser con-feridas a seguir.

NEW HOLLANDA New Holland apresentou seus tratores

da linha TL Exitus específicos para arroz e fumo.O lançamento do TL Exitus versão fumo aten-de às necessidades dos produtores da região,forte nesse tipo de cultivo. A máquina recebeucomponentes específicos, como pneus especi-ais, para trabalhar nas lavouras. O arroz, cultu-

ra da qual o Rio Grande do Sul é o maior pro-dutor nacional, também ocupou lugar de des-taque entre as máquinas específicas oferecidaspela NH.

BRIDGESTONE/ FIRESTONENo estande da Bridgestone/Firestone os vi-

Tática de inovaçãoA Expodireto Cotrijal 2006 recebeu mais de 120 mil visitantes e registrou umvolume de negócios em torno de R$ 50 milhões. Apesar do momento, diversas

novidades no setor de máquinas e implementos agrícolas puderam ser conferidas

A New Holland apresentou seus tratores dalinha TL Exitus, específicos para arroz e fumo

Vilso Júnior Santi

Divulgação

Page 34: Maquinas 51

34 • Abril 06

sitantes tiveram a oportunidade de conhecerum trator de competição utilizado no TratorShow. Neste ano, o destaque da empresa foi orecém-lançado Firestone Destination, desenvol-vido para o competitivo mercado de camione-tes. O Destination é uma excelente opção parao agricultor que precisa de um veículo ágil nacidade, mas que não perca o desempenho emna propriedade rural. O agricultor pôde conhe-cer uma linha completa de produtos para su-prir todas as necessidades: desde pneus paracarros de passeio e para camionete até os desti-nados ao transporte de carga e aos tratores.

MASSEY FERGUSONA Massey Ferguson trouxe à Expodireto sua

mais nova linha de tratores compactos volta-dos para a fruticultura brasileira. Destaque parao trator MF 250 XE - Brasileirinho, para o tra-tor MF 680 HD, voltado para as culturas desoja e milho, e para o MF 5290 Export, queatende ao mercado arrozeiro. As colhedoras MF5650 e os modelos MF 34 e MF 38 tambémestavam em exposição. Na nova linha compac-ta são quatro modelos com oito versões (4x2 e4x4). A nova série alia a robustez de um grandetrator à necessidade de modelos estreitos paratrabalhar em áreas adensadas, realizando gran-des tarefas diárias. Também traz importantesevoluções, principalmente na configuração desegurança operacional, ergonomia, resistênciaestrutural e design.

TORTUGAA Tortuga aproveitou a Expodireto para

apresentar ao público as funcionalidades deseus produtos. Entre os produtos que a Tor-tuga trouxe à feira estão sua nova linha Co-mercial Leve (LT), câmaras para caminhõese ônibus, além da Linha Agrícola dianteira etraseira, que possui muito mais borracha emsua constituição, oferecendo aplicação paramais de 170 medidas de pneus. A empresatambém apresentou e distribuiu a cartilhasócio-ambiental “Propriedade Rural Legal”,desenvolvida pelo engenheiro agronômo LuizAnselmo Merlin Tourinho. A cartilha trataprincipalmente do Código Florestal (Lei4.771/65), e de suas alterações, feitas atravésda Medida Provisória 2.166/01.

AMAZONEA Amazone, procurando atender a um nú-

mero maior de clientes que procuram alta tec-nologia, lançou na Expodireto Cotrijal o Tit-tan 800 BT. O pulverizador tem como princi-pais características a capacidade do tanque (de800 litros), a bomba de alta capacidade (160 l/min), o sistema de barras auto-nivelantes cons-truídas com tecnologia aeronáutica e que per-mite largura de trabalho maior (18 a 21 me-tros), proporcionando, assim, um alto rendi-mento. O Tittan 800 BT pode ser configuradocom comando de pulverização manual ou elé-trico, a abertura de barras pode ser hidráulicaou eletro-hidráulica. Tem ainda um importan-te opcional que é o controlador de vazão quepossibilita ao operador variar velocidades semalterar o volume aplicado.

METAL BUSCHA Metal Busch apresentou na feira seu mais

novo projeto. O Power Jet automotriz 4x4 pos-sui motor Maxion P4001T de 130 cv, caixaEaton FS 2305 C, de cinco velocidades à fren-te e uma à ré, e transmissão na roda com cor-rente ANSI 100. A direção é hidrostática comcoluna regulável e com direcional dianteiro naversão 4x2, ou direcional dianteiro e traseirona versão 4x4. A suspensão é feita por feixes demolas combinados com amortecedores nos doiseixos. As barras de pulverização podem ser de16,4 m no modelo 4x4 canavieiro, ou de 21,5m nas demais versões. A máquina tem capaci-dade para 2,2 mil litros, opera em velecidadesde até 18 km/h e pode vir equipada com umsistema de assistência de ar.

KFA KF apresentou sua nova semeadora-adu-

badora pantográfica, a KF Double System TG-A de 19, 23 ou 27 linhas para trigo e arroz. Aplantadora possui distribuição de adubo no sis-tema sem-fim e de sementes através do sistemade rotor. Os condutores de semente são do tipotelescópico, a caixa de adubo é de polietileno, eo sistema de chassi é duplo, o que porporcionamaior desencontro entre linhas e discos. A ca-pacidade de carga de adubo varia de 850 a 1,15mil kg, e a de semente, de 385 a 530 kg. A lar-gura útil da máquina vai de 320 cm a 460 cm, ea potência exigida do trator é de 80 cv a 96 cv,fatores estes ligados ao maior ou menor núme-ro de linhas que integram o equipamento.

SFILA plantadora-adubadora para culturas de

verão SS Clasic Cerrado, nas versões 9000,12000 e 15000, foi o destaque da Sfil. A máqui-na possui rodados móveis, reforços internos do

Na nova linha compacta da MF, são quatromodelos, com oito versões 4x2 e 4x4

A Amazone lançou o Tittan 800 BTna Expodireto Cotrijal

Page 35: Maquinas 51

Abril 06 • 35

chassi reversíveis, fixação do cabeçalho regulá-vel e transmissões deslocáveis que proporcio-nam a montagem nos mais variados espaçamen-tos. Conta com linhas pantográficas desencon-tradas na semente e no adubo, proporcionandomaior qualidade e uniformidade de plantio.Possui discos de corte de 20”, com regulagemde altura por meio de arruelas, e sistema bascu-lante das linhas da semente, o que facilita otransporte a longas distâncias. A distribuiçãode sementes é feita por discos alveolados; os re-servatórios de adubo, em polietileno, são vascu-láveis, e os compactadores, em V, com regula-gem de pressão e ângulo de abertura.

JOHN DEEREA Série 1100, uma nova linha de plantado-

ras projetadas para trabalhar com precisão e altorendimento em solos úmidos, argilosos, comgrande quantidade de palhada ou com declivi-dade acentuada, foi a principal novidade daJohn Deere na Expodireto. Os três modelos dasérie, para sete, nove e 11 linhas de plantiopara soja, foram expostos aos produtores. Asnovas plantadoras têm diversas característicasinovadoras, que permitem fazer o plantio comalta qualidade e velocidade em terrenos comcondições adversas. Resistência, simplicidadede operação e uniformidade de distribuição de

sementes e de adubo são mais algumas das ca-racterísticas oferecidas pela série 1100. Os tra-tores da Série 15 (6415, 6615 e 7515) e as co-lhedoras 1175 Hydro, 1550 e 9750 STS tam-bém puderam ser conferidos.

S.R. AGROINDUSTRIALA S.R. Agroindustrial apresentou um novo

conceito de armazenagem para qualquer tipode produto. O Armesilo associa as vantagens dossilos metálicos verticais aos benefícios dos ar-mazéns de fundo plano. O Armazém ModularMultiuso é totalmente metálico, formado porpainéis em aço galvanizado a fogo, de perfil ex-clusivo e curvados em máquinas especialmenteprojetadas para esse fim. A montagem é feitapor junção de painéis que formam arcos, osquais, unidos entre si por parafusos galvaniza-dos especiais, dotados de arruelas de neoprenepara vedação total, resultam num corpo único,de teto autoportante e de grande resistência. Elepermite também o uso misto do espaço interno.

JANCom a finalidade de otimizar a distribui-

ção de fertilizantes e sementes, a Jan apresen-tou no evento o Lancer Magnum Plus de 10 e20 mil litros. O equipamento oferece condiçõespara satisfazer a um perfil perfeito e largura dedistribuição. Seu sistema de transmissão de ve-locidade à esteira é central e lateral, equipadocom engrenagens de rolos que possibilitam atéseis diferentes combinações. A versão 20.000possui um conjunto de alimentação dos discosde distribuição do tipo “cassete”, composto deestrutura porta-rolos, esteira de borracha e dis-positivo auto-centralizador. Como opcional,também é oferecido um dispositivo distribui-dor de precisão, com kit para aplicação em taxavariável, além de eixos com sistema de freio.

STIHLA Stihl, buscando facilitar a vida de seus

clientes e usuários, apresentou na Expodiretonovidades nos quatro segmentos em que ope-ra. Seja na linha agropecuária, de bricolagem,de serviços e/ou de silvicultura, o destaque ficapor conta das opções em roçadeiras, podado-res, pulverizadores, sopradores, perfuradores de

O Power Jet automotriz 4x4 possui motorMaxion P4001T de 130 cv

A plantadora-adubadora para culturas de verão,SS Clasic Cerrado, foi o destaque da Sfil

solo, cortadores a disco, lavadoras, motobom-bas, motosserras etc. São mais de 30 ferramen-tas. Somente em 2005, oito novos produtosforam lançados no Brasil.

KUHN METASAA Kuhn Metasa, por sua vez, apresentou a

SDE 2217 e 2219. A nova plantadora foi proje-tada para apresentar o melhor resultado na se-meadura. Com rodado instalado na parte tra-seira da máquina, ela consegue dividir parte deseu peso com o trator, o que traz maior estabili-dade ao conjunto em operação. Possui linhascom paralelogramo, o que permite copiar preci-samente as irregularidades do solo, além de sis-tema hidráulico com acionamento simultâneodo rodado e do cabeçalho da máquina, gerandoconstante nivelamento de todo o conjunto.

STARAO lançamento da Stara impressionou os

visitantes da Expodireto. O Hércules 24000 éum gigante que proporciona precisão e alto ren-dimento na distribuição de corretivos e fertili-zantes. O distribuidor, montado sobre chasside caminhão, permite o trabalho com diversosprodutos, inclusive em pequenas dosagens, des-de calcário até sementes. Permite a instalaçãodo kit taxa variável, otimizando os custos dosinsumos e emprestando qualidade às aplica-ções. Possui largura de distribuição ajustável –de 10 a 36 m, alto rendimento diário de traba-lho – até 1,2 mil ha/dia e grande autonomiade carga – até 24 toneladas. Além disso, temfacilidade de se deslocar, inclusive em rodovi-as, sem a necessidade de batedores.

A Jan apresentou no evento o Lancer MagnumPlus, de 10 e 20 mil litros

O Hércules 24000 da Stara é um gigante queproporciona precisão e alto rendimento

A Kuhn Metasa, por sua vez, apresentoua SDE 2217 e 2219

M

Fotos Vilso Júnior Santi

Page 36: Maquinas 51

metodologia

36 • Abril 06

Aindústria de máquinas agrícolas (IMA) é bastante representativa do ponto de vista econômi-

co e social para o Brasil, que possui em seuterritório subsidiárias dos maiores fabrican-tes mundiais de tratores, colhedoras e im-plementos agrícolas. Produz uma grande va-riedade de produtos fabricados em pequenoslotes quando comparados à indústria auto-mobilística.

Dados da Anfavea (Associação Nacionaldos Fabricantes de Veículos Automotores) re-velam que em 2004 foram produzidos no Bra-sil mais de 2,21 milhões de autoveículos (au-tomóveis, comerciais leves, caminhões e ôni-bus), contra cerca de 69,4 mil máquinas agrí-colas automotrizes (cultivadores motoriza-dos, tratores, colhedoras e retroescavadeiras),ou seja, um volume de produção de aproxi-madamente 3% do volume produzido de au-toveículos. Os dados de 2004 indicam aindaque o Rio Grande do Sul detém 54,1% daprodução nacional (AGCO, Agrale, JohnDeere), seguido pelos estados de São Paulo,

com 22,5% (Caterpillar, Komatsu e Valtra),Paraná, com 21,7% (CNH Case e CNH NewHolland) e Minas Gerais, com 1,7% (CNHCase e CNH Fiatallis).

Devido ao aumento da complexidade dasoperações agrícolas, as máquinas passam aincorporar componentes de maior tecnolo-gia, fabricados, normalmente, por empresas

Figura 1 – Macrofases, fases, domínios de conhecimento e saídas do PDMA

Ciclo de vidaCiclo de vida

Case IH

Como se dá o desenvolvimento de uma máquina agrícola? Tipicamente oprocesso é subdividido em várias fases que, quando agrupadas, formam o ciclo

de vida do projeto. Para descrever as fases desse ciclo se utiliza o Modelo deReferência para o Processo de Desenvolvimento de Máquinas Agrícolas

Como se dá o desenvolvimento de uma máquina agrícola? Tipicamente oprocesso é subdividido em várias fases que, quando agrupadas, formam o ciclo

de vida do projeto. Para descrever as fases desse ciclo se utiliza o Modelo deReferência para o Processo de Desenvolvimento de Máquinas Agrícolas

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“Tipicamente o processo de projeto é subdividido em várias fases, a fim de facilitar ogerenciamento deste e estabelecer vínculos com as operações de produção das empresas”

A montagem final das máquinasestá intimamente ligada

às fases iniciais de cada projeto

especializadas, implicando em inovações nosprodutos e crescente desverticalização do pro-cesso de manufatura.

Isso faz com que a IMA seja formada emgrande parte por empresas montadoras, quecompram aproximadamente 60% dos com-ponentes utilizados na montagem dos pro-dutos. A cadeia produtiva integra fabrican-tes de insumos (siderurgia, metalurgia), demáquinas industriais e de peças e componen-tes. Assim, a interdependência existente en-tre a IMA e outros setores industriais exigedas empresas novas formas de realizar o pro-cesso de desenvolvimento de produtos(PDP), especialmente no que se refere aoprocesso de projeto da máquina agrícola, oqual estabelece as soluções para atender àsnecessidades dos usuários no campo.

PROCESSO DE PROJETOOs produtos são criados a partir de uma

série de atividades complexas que formam oque se denomina de Processo de Desenvolvi-mento de Máquinas Agrícolas (PDMA). Aprincipal macrofase do PDMA é o “processode projeto”, responsável pela elaboração doprojeto do produto propriamente dito e dorespectivo plano de manufatura. Portanto,projetos de desenvolvimento de máquinasagrícolas são aqueles empreendimentos cujoobjetivo é executar o processo de geração deuma idéia de uma máquina agrícola ao lon-go de várias fases, até o lançamento do pro-duto no mercado.

Os tipos de projetos mais comuns nasempresas instaladas no Brasil são aquelesvoltados ao desenvolvimento de máquinasagrícolas aperfeiçoadas e adaptadas, osquais requerem investimentos menores.

FASES DO PROCESSOTipicamente o processo de projeto é sub-

dividido em várias fases, a fim de facilitar o

gerenciamento do projeto e estabelecer vín-culos com as operações de produção das em-presas. As fases do processo de projeto, quan-do agrupadas, formam o ciclo de vida deste.Para descrever as fases desse ciclo, utiliza-se oModelo de Referência para o Processo de De-senvolvimento de Máquinas Agrícolas (MR-PDMA). Esse modelo foi desenvolvido com oobjetivo de explicitar o conhecimento sobre oPDP do setor, de modo a auxiliar no entendi-mento e na prática do processo.

O PDMA é iniciado após a aprovaçãodo portifólio de projetos, decisão que se ba-seia no Planejamento de Produtos estabele-cido pela área de Marketing da empresa. AFigura 1 ilustra as macrofases, sua subdivi-são em oito fases, os 12 domínios de conhe-cimento envolvidos, que identificam as áre-as funcionais participantes da empresa e osresultados ou saídas. Ao final de cada fase,acontece a avaliação e a aprovação do resul-tado alcançado, autorizando a passagempara a fase seguinte do processo.

PLANEJAMENTOAbrange a elaboração do plano do

projeto da máquina agrícola, principal re-sultado da fase. O plano do projeto é odocumento que orienta as atividades daequipe de desenvolvimento do produto.Nele está descrito como o projeto serárealizado, de modo detalhado, buscandocorresponder às estratégias de negócio daempresa e à organização do trabalho a serdesenvolvido ao longo do ciclo de vidado projeto.

O plano do projeto contém: identifi-cação das partes envolvidas no projeto;diretrizes para o sistema de controle deinformações; declaração do escopo doprojeto; avaliação do risco do projeto paraas áreas envolvidas da empresa; equipede gerenciamento do projeto; lista de ati-vidades e dos recursos físicos; membrosda equipe de projeto; seqüência das ati-vidades e estimativa de duração; crono-grama e orçamento.

PROJETAÇÃOEnvolve a elaboração simultânea do

projeto da máquina agrícola e do planode manufatura. Decompõe-se nas fases

John Deere

Page 38: Maquinas 51

38 • Abril 06

de projeto informacional, conceitual, pre-liminar e detalhado.

A fase de projeto informacional é des-tinada à definição das especificações deprojeto da máquina agrícola, isto é, dosobjetivos a que a máquina agrícola a serprojetada deve atender (por exemplo, ovolume do tanque graneleiro da colhe-dora = seis mil litros; largura de corteda plataforma = 5,4 mil mm). Para sechegar a tais objetivos são definidos osfatores de influência no projeto, obtidosa partir da realização de análises sobrediferentes temas que incluem: máquinasagrícolas disponíveis no mercado; normasnecessárias à homologação do produto;segurança e proteção do operador; de-sempenho funcional da máquina, confi-abilidade e mantenabilidade; operaçãoagrícola a ser executada e parâmetrosagronômicos e mecânicos. Após conhe-cimento desses fatores é que se passa àidentificação das necessidades dos usuá-rios e ao desdobramento destas em re-quisitos de projeto que definem as espe-cificações acima citadas.

A fase de projeto conceitual tem porobjetivo gerar a concepção da máquinaque atenda às especificações de projetoestabelecidas. Para isso são realizadas di-versas tarefas que buscam estabelecer aestrutura funcional da máquina, consi-derando os fatores de influência no pro-jeto determinados na fase anterior. So-bre a estrutura funcional são desenvol-vidas concepções alternativas da máqui-na agrícola, através de princípios de so-lução para as funções elementares. A se-leção da concepção se dá através da aná-lise comparativa entre as alternativas ge-radas, considerando as especificações deprojeto, o custo meta da máquina, os ris-

cos de desenvolvimento etc. A concep-ção selecionada define o conceito damáquina agrícola.

A fase de projeto preliminar compre-ende o dimensionamento da máquina ea determinação da viabilidade econômi-ca. Diversas definições são realizadasnessa fase, envolvendo, entre outras: pa-tentes; componentes e peças existentes aserem utilizadas; dimensões dos compo-nentes, tipo de material, processo de fa-bricação e tolerâncias; viabilidade técni-ca do projeto, dos processos de manufa-tura e da compatibilidade da máquinacom o trator e/ou implemento. Paralela-mente é desenvolvido o plano de fabri-cação e de teste do protótipo e elaboradaa lista de materiais da máquina, que ser-ve de parâmetro para o cálculo inicial de

custo. Na seqüência, é determinada a vi-abilidade econômica da máquina.

A fase de projeto detalhado incluiconstrução e aprovação do protótipo, tér-mino do planejamento de marketing, fi-nalização das especificações dos compo-nentes, detalhamento do plano de ma-nufatura e aprovação da solicitação de in-vestimento para o início da preparaçãoda produção.

A Figura 2 apresenta a síntese dasprincipais atividades da fase. Nesta faseé iniciada a elaboração do manual de ins-truções, do manual de assistência técni-ca e do catálogo de peças. Após conclu-são do projeto da máquina e do plano demanufatura, é iniciada a revisão da do-cumentação gerada e é preparada a soli-citação de investimento em chão de fá-brica para início de produção.

IMPLEMENTAÇÃOEnvolve atividades que vão desde a

implementação do plano de manufaturano chão de fábrica até o encerramento

Durante a produção das máquinas, é feita aavaliação de não-conformidade. Estando dentro dospadrões, os lotes são liberados para comercialização

Figura 2 – Fluxograma da fase de Projeto DetalhadoLeonardo Romano

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Page 39: Maquinas 51

“Sobre a estrutura funcional são desenvolvidas concepções alternativas damáquina agrícola através de princípios de solução para as funções elementares”

Diversos tipos de projetos po-dem ser executados resultan-

do em diferentes tipos de produtos:• Máquinas agrícolas originais –

são as máquinas inovadoras, isto é,não existe produto similar industriali-zado ou comercializado.

• Máquinas agrícolas aperfeiçoadas– existe produto similar industrializa-do e comercializado, sobre o qual sãoincorporadas melhorias, ou do qual sãoderivados novos modelos de produtos.

• Máquinas agrícolas adaptadas –existe produto similar industrializadoe comercializado, sobre o qual são rea-lizadas adaptações para atendimento aobjetivos específicos, ou do qualsão de-rivados novos modelos de produtos.

TIPOS DEPRODUTO

Leonardo explica todas as fases desde aelaboração do projeto até a

comercialização final

Projeto virtual de um trator, onde todosos detalhes e problemas podem ser

alterados sem custos adicionais

formal do projeto. Decompõe-se nas fa-ses de preparação da produção, lança-mento e validação.

Na fase de preparação da produção érealizada a produção do lote piloto de má-quinas agrícolas. Assim, são realizadas si-multaneamente diversas atividades depreparação, tais como elaboração da do-cumentação de montagem da máquina,construção de ferramental, aquisição, re-cebimento, instalação, teste e setup dasmáquinas-ferramenta e dos dispositivospara a implementação da linha de pro-dução-montagem, além da programaçãodo lote piloto.

Durante a produção do lote piloto, osprocedimentos de montagem são testadospara verificação de não conformidades etambém para treinar os montadores. Casonecessário, as máquinas produzidas no lotepiloto são submetidas a novos testes de la-boratório, de campo ou clínicos, assimcomo a testes de homologação e/ou a en-saios de certificação de conformidade.Também são realizados os treinamentoscom as áreas de vendas, pós-vendas e con-cessionárias. Com a aprovação do lote pi-loto, o produto fica liberado para lança-mento, ao mesmo tempo em que é cadas-trado no Finame e no sistema administra-tivo-comercial da empresa.

Na fase de lançamento, todo o mate-rial promocional da máquina e a litera-

tura técnica para divulgação comercial doproduto são postos em circulação. É fei-ta a aprovação final dos componentespara a produção seriada, é definido o cro-nograma de implantação da fabricaçãodos itens e programada a produção dolote inicial de máquinas que serão intro-duzidas no mercado.

Tendo início na fábrica e nos forne-cedores, a produção é acompanhada paraverificação de não conformidades. Estan-do dentro dos padrões de qualidade, éfeita a liberação do lote inicial da má-quina agrícola. O lançamento no merca-do e a comercialização inicial ocorrem ge-ralmente em feiras e exposições.

A última fase do PDMA destina-se adois propósitos: validação da máquinaagrícola junto aos usuários e auditoria evalidação do projeto junto ao cliente di-reto para encerramento do projeto. Deum modo geral, as atividades realizadasenvolvem a avaliação da satisfação dosclientes e usuários, acompanhamento do

Leonardo Nabaes Romano,UFSM

M

Divulgação

desempenho das máquinas no campo everificação da ocorrência de acidentes.Para validação da máquina agrícola, sãodefinidos os itens (sistemas, subsistemase componentes) a serem examinados e osrespectivos critérios de avaliação. A vali-dação é feita junto aos usuários nos pro-dutos do lote inicial comercializado. Davalidação resultam ações corretivas paraos problemas identificados.

Após o período de validação, é inicia-do o processo de melhoria contínua, bus-cando redução de custo industrial da má-quina, melhoria das características doproduto e aumento da performance. OPDMA é encerrado com a submissão doresultado do projeto à auditoria e vali-dação junto ao cliente direto ou patroci-nador.

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Arrancadão: pão e circo!

09/09 a 10/09/2006

Fraiburgo (SC)

07/10 a 08/10/2006

Não-Me-Toque (RS)

11/11 a 12/11/2006

Tratoródromo de Maripá (PR)

Agenda

Arrancadão de Tratores

40 • Abril 06

Arrancadão: pão e circo!

da carinhosamente pela população local de Tra-toródromo.

Para efetivar um verdadeiro show para opúblico presente, foram criadas no evento al-gumas particularidades, entre elas a apresenta-ção de crianças pilotando tratores pequenos debrinquedo; DJ; locutor e comentarista na pista;as “tratoretes”, que são as representantes dabeleza feminina na pista de arrancadas; e umaequipe com tratores especiais, modificados parademonstrações com o uso de fumaça ecológi-ca, filetes de neon nos tratores (para as arran-cadas noturnas) e show de cavalos de pau. Ospilotos evidentemente têm muita habilidade.

EQUIPE ZERINHO BOMBA SHOWVisando ser mais uma atração para o públi-

co, o primeiro trator de manobras foi montadoa partir de um velho trator Ford 8BR no ano de2003. Desde então, foi aumentada a quantida-de de tratores de manobras, e no decorrer des-ses últimos três anos houve uma evoluçãomuito grande. Atualmente três tratores fazemparte da equipe, que com toda certeza é umadas grandes atrações da categoria Trator Show.É comum nas apresentações da Equipe Zeri-nho Bomba Show o uso de efeitos luminosos esonoros, que encantam ainda mais o públicoexpectador. Curiosamente e inusitadamente, asmanobras são realizadas em pistas de asfalto.

Fotos Fabiano Dallmeyer

Opão certamente é alcançado e pro-vido pelos bravos agricultores de Ma-

ripá e região, que estimulam e prestigiam o ar-rancadão de tratores. Mas e o circo? Para cui-dar da diversão e da animação dos eventos, foicriada a Equipe Zerinho Bomba Show, queabordamos nesta edição. Venha conosco!

O Arrancadão de Tratores em sua concep-ção inicial já arrastava multidões para a aveni-da central de Maripá (PR) desde 1990. Umevento audacioso, curioso, inédito e temáticolembrava ao público que os astros - o operadore seu trator de arrancadas - faziam parte de umshow ainda maior, a diversidade da agriculturabrasileira. Os próprios agricultores preparavamseus tratores mais velhos, modificavam o siste-ma de injeção, pneus e visual e conseguiam du-plicar sua velocidade. Após a prova, os tratoreseram colocados em condições de trabalho no-vamente. Mas a evolução se faz presente emcada segmento e também no Arrancadão deTratores, dessa forma foi criada a CategoriaTratorShow, que é a “Força Livre” no evento,resultando numa proposta mais profissionali-zada. O novo Arrancadão de Tratores® se ofici-alizou com o aval da FPA (Federação Parana-ense de Automobilismo), no final de agosto de2003, quando foi inaugurada em Maripá (PR)a primeira pista especialmente construída paracompetições de arrancadas desse tipo, apelida-

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por Arno Dallmeyer - [email protected]

MÁQUINAS da Equipe ZERINHO BOMBA SHOWPILOTOS da Equipe ZERINHO BOMBA SHOW

• Trator 19: modelo estilizado com design próprio. Coresamarelo e verde.

Motor: Quatro Cilindros, Diesel, marca Perkins, modelo4.236 popular Q 20B, turbina: Master Power.

Potência: 135 cv.Caixa de câmbio: MF 65 X.Carcaça e diferencial traseiro :

MF 50 X.Freio: traseiro de sapatas.Gaiola de proteção (“Santo

Antônio”): tubo 75 mm com parede de 5 mm.Banco esportivo tipo concha: San Marino.

• Trator 27: modelo estilizado com design próprio. Cores azul,branco e vermelho.

Motor: Quatro Cilindros, Diesel, marca MWM, modelo D-229. Turbina: Master Power.

Potência: 170 cv.Caixa de câmbio, carcaça e diferencial

traseiro : MF 65 X.Freio: traseiro, discos, banhados

a óleo.Gaiola de proteção (“Santo

Antônio”): tubo 75 mm com pare-de de 5 mm.

Banco esportivo tipo concha: San Marino.

• Trator 29: modelo do antigo MF 35 X. Cores cinza comprata.

Motor: Quatro Cilindros , Diesel, marca MWM , modelo D-226. Turbina: Master Power.

Potência: 180 cv.Caixa de câmbio, carcaça e diferencial tra-seiro: MF 65 X.

Freio: traseiro, discos, banhados a óleo.Gaiola de proteção (“Santo An-tônio”): tubo 75 mm com pare-de de 5 mm.

Banco esportivo tipo con-cha: San Marino.

• Piloto: Dorval Alves de Oliveira, popular “Dica”Número do trator: 19Data de nascimento: 30 de agosto de 1962

Cidade: Maripá - ParanáProfissão: Piloto e Empresário Rural

Características: Piloto especializado emmanobras radicais com trator modifi-cado sendo o primeiro piloto do Bra-sil a realizá-las. Usa pneus agrícolasda marca Firestone.

• Piloto: Nelson Stübbe, popular “Stubbe”Número do trator: 27

Data de nascimento: 10 de março de 1965Cidade: Maripá - Paraná

Profissão: Piloto e Empresário RuralCaracterísticas: Piloto especializado em

manobras radicais em trator modifica-do. O primeiro piloto a realizar ma-nobras de 360° (“cavalo de pau”) usapneus agrícolas da Firestone, comrecape Vipal.

• Piloto: Carlos Eduardo Conci, popular “Duda”Número do trator: 29Cidade: Maripá – ParanáProfissão: Veterinário e PilotoCaracterísticas: Piloto especializado em manobras radicais em

trator modificado. Recordista em shows realizados pela equipe radicaldos tratores. O piloto encantou o público de diversas cidades do Bra-sil com suas manobras radicais em 2005. Nas manobras ficou conhe-cido por usar o seu trator no limite, a ponto de “in-cendiar a parte quente da potente Master Power”,turbina usada pelos três tratores da equipe Zeri-nho Bomba Show. Os pneus agrícolas dessetrator agüentam três shows; o atrito como asfalto nos borrachões e “cavalos depau” é tão alto, que o recape com aqualidade Vipal é uma necessidadeconstante nesses pneus de apresentação.

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42 • Abril 06

Diminuir o tempo com as trocas decâmaras de ar e de pneus de seumaquinário é fundamental para

garantir o sucesso da fazenda de Tarcírio Antô-nio Gebert, produtor de soja e milho em Pri-mavera do Leste (MT) há 25 anos. “Posso mepreocupar apenas com a plantação e garantiruma boa colheita. Problemas com peças e aces-sórios não podem afetar a performance dasmáquinas, e é por isso que a utilização de pro-dutos de qualidade é de fundamental impor-tância”.

Segundo o engenheiro mecânico Luis Mohr,gerente técnico de qualidade da Tortuga, pre-zar pela qualidade da câmara de ar, um produtoquase que oculto no dia-a-dia da fazenda, não écomum entre os profissionais do campo. “Nahora da troca ou no conserto do pneu é de fun-damental importância estar atento ao produtoque se colocará junto ao pneu”, comenta.

Os pneus radiais, que possuem custo ele-vado, correm o risco de perder a utilidade pre-maturamente, devido a cortes causados por pe-dras, raízes ou tocos de árvores, ou a processosde recapagem ineficientes. “É comum essesconsertos acabarem falhando, permitindo queo pneu volte a apresentar vazamentos”, diz oengenheiro. No conserto desses pneus, a câ-mara de ar se mostra como a melhor solução,resolvendo com eficiência o problema de veda-ção.

Movidos pela vontade de diminuir as tro-cas de pneus e câmaras de ar, especialistas cria-

Autilização de câmaras de ar naagricultura é sucesso por otimi-

zar atividades e gerar economia. TarcírioAntônio Gebert é um dos grandes pro-dutores de soja e milho de Mato Grossoe afirma que a qualidade das câmaras dear é fundamental, evitando trocas cons-tantes de pneus.

Há 18 anos Gebert utiliza produtosTortuga, adquiridos através da revende-dora RS Pneus, e hoje sente a diferençana durabilidade da conjunto rodante. “Oproduto Tortuga é mais espesso, temmaior elasticidade e dura muito mais doque qualquer outro existente no merca-do”, diz.

Quando questionado sobre as pers-pectivas da lavoura para o ano de 2006,Gebert afirma estar inseguro, mas nãodeixa de investir no maquinário. O pro-dutor já programa a utilização de câma-ras de ar com aplicação em pneus radiaisque ainda não utilizam essa tecnologia,como forma de aumentar a vida útil dospneus. “A Tortuga nos dá segurança parainvestir, pois oferece sempre o que há demelhor no mercado”, conclui Gebert.

CUIDADOS ESPECIAISram o pneu sem câmara. “Uma pequena partedo maquinário agrícola que sai de fábrica hojejá é adaptado para aplicação em pneu sem câ-mara”, explica Luis Mohr. No campo, já é co-mum o uso de câmara de ar em pneus radiassem câmara como forma de preservar a roda eaumentar a vida útil do pneu.

“Normalmente os pneus agrícolas são pre-enchidos com água para aumentar o lastro dotrator, principalmente quando da preparaçãodo terreno para plantio, evitando que o pneupatine quando estiver puxando o arado. A pre-sença de água diretamente em contato com aroda em pneus sem câmara tende a enferrujá-la rapidamente. O uso da câmara nesses casosnão deixa isso acontecer”, exemplifica o enge-nheiro mecânico da Tortuga.

Produtividadeno campoProdutividadeno campo

Agricultores que utilizam máquinas comtecnologia de ponta optam pela câmara de

ar para aumentar a vida útil dos pneus

Agricultores que utilizam máquinas comtecnologia de ponta optam pela câmara de

ar para aumentar a vida útil dos pneus

“Preocupo-me apenas em plantar e em garantir umaboa colheita”, diz o produtor Tarcírio Gebert

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Fotos Tortuga

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