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Maquinas 118

Jul 24, 2016

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Grupo Cultivar

Maio de 2012
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Rodando por aí

Sensores ópticos na Agricultura de Precisão

Avaliação de distribuidores a lanço

Ficha Técnica - Uniport 3030

Como ter sua própria usina de energia solar

Test Drive - Colhedora MF 9690 ATR II

Inspeção de pulverizadores atomizadores

Avaliação do plantio na cultura do amendoim

Irrigação com sistemas autopropelidos

Lançamentos e destaques da Agrishow 2012

Test Drive - MF 9690 ATR II 20Confira o desempenho da colhedora MF 9690 ATR II daMassey Ferguson e da nova plataforma DynaFlex 8250

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados po-dem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• EditorGilvan Quevedo

• RedaçãoCharles EcherCarolina Simões Silveira

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro BatistinSedeli FeijóJosé Luis Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.www.revistacultivar.com.br

DireçãoNewton Peter

[email protected]

CNPJ : 02783227/0001-86Insc. Est. 093/0309480

Agricultura de PrecisãoSensores que leem em tempo real a ne-

cessidade de nitrogênio e possibilitam a aplicação na quantidade necessária

PulverizadoresInspeção realizada com atomizadores

mostra principais problemas na aplicação de defensivos em fruticultura

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• REDAÇÃO3028.2060

Assinatura anual (11 edições*): R$ 157,90(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 17,00Assinatura Internacional:

US$ 130,00€ 110,00

Cultivar Máquinas • Edição Nº 118 • Ano XI - Maio 2012 • ISSN - 1676-0158

• Coordenação CirculaçãoSimone Lopes

• AssinaturasNatália RodriguesFrancine SoaresFrancine Martins

• ExpediçãoEdson Krause

• Impressão: Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

Destaques

Nossa capa

Índice

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Matéria de capa

Cap

a: C

harl

es E

cher

CCCultivar

• GERAL3028.2000

• ASSINATURAS3028.2070

• MARKETING3028.2065

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rodANdo por AÍ

Massey FergusonCarlito Eckert, diretor comercial da marca Massey Ferguson, destacou o crescimento do segmento de tratores de alta potência, colheitadeiras axiais e soluções em agricultura de precisão. “São sinais de maturidade do produtor brasileiro que podem ser bem observados na evolução do nosso portfólio”, comenta Carlito.

CometA Equipe da Comet lançou na Agrishow a bomba BP135-BP115. Se-gundo Miguel Tale, gerente de vendas para América Latina, as principais características são a cabeça e os coletores realizados em tecnopolímero de altíssima resistência mecânica e química, versão eixo não passante 1”3/8, versão eixo passante cônico 025mm, com aplicação de: eixo cardã 1”3/8, polia com cubo cilíndrico 025, bomba hidráulica com flange SAE ou com quatro furos.

GTSA GTS foi para a Agrishow com vários lançamentos, com destaque para a Plataforma Prouttiva Black e para a Plaina Construction. Segundo Assis Strasser, diretor da empresa, a Agrishow deste ano serviu para confirmar o bom momento em que a GTS está passan-do e para comprovar a qualidade dos produtos, que também estão sendo comercializados em países da África e da Europa.

TrelleborgO presidente mundial da Trelleborg, Maurizio Vischi, e o presidente da linha de pneus agrícolas, Paolo Pompei, visitaram a Agrishow 2012. A empresa apresentou aos visitantes sua linha completa de pneus para tratores, colhei-tadeiras, transbordos de cana e implementos, na versão Radial, especialidade da Trelleborg.

John Deere WaterA John Deere Water lançou na Agrishow a linha de filtros para completar o sistema de irrigação da John Deere Water e o tubo gotejador D5000. Segundo Gislene Pessin, gerente de Marketing, são sete dife-rentes modelos de filtros para as mais diversas aplicações na irrigação.

AGRA AGR Agricultura de Precisão, representante no Brasil das marcas Raven, Agrotax e Kestrel, apresentou aos visitantes da Agrishow estudo de Pulverização em ATV, que consiste na aplicação de regulador de crescimento do algodão em ATV baseado em imagens.

GSIA GSI participou da Agrishow com toda a equipe técnica e comercial para dar o máximo de respaldo e atenção aos clientes. A empresa apresentou as linhas de produtos de suas duas áreas de atuação: produção de proteína animal e armazenagem de grãos. Na área de armazenagem o destaque foi o secador Process Dryer, desenvolvido para trabalhar com qualquer tipo grão.

ZFStefan Prebeck, diretor de Sistemas de Eixos e Transmissões Fora de Estrada da ZF, está satisfeito com o cenário do agronegócio brasileiro. “A ZF faz parte deste cenário que apresenta grandes lançamentos, como tratores, colhedoras e pulverizadores, contribuindo com componentes produzidos com alta tecnologia”, comemora.

AragA equipe da Arag destacou na Agrishow o Seletron, bico com desligamento eletrônico individual. O produto é uma eletroválvula que, quando aplicada ao porta-bico Arag, permite o controle independente de cada bico.

Assis Strasser

Stefan Prebeck

Gislene Pessin

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ArvusA Arvus demonstrou na Agrishow a nova geração do Sistema Arvus de Agricultura de Precisão Titanium. “No projeto, fortalecemos, além dos fatores de usabilidade, os atri-butos fundamentais dos produtos da Arvus, que são a robustez, a simplicidade e a precisão”, des-taca o diretor comercial, Gustavo Raposo.

Kepler WeberA Kepler Weber venceu na categoria Novida-de Agrishow 2012, do Prêmio Gerdau Melho-res da Terra, com a nova linha de Secadores de Grãos Khronos. Segundo o diretor-presidente da empresa, Anastácio Fernandes Filho, “foi uma honra receber pela oitava vez o prêmio e, ainda mais, com um equipamento que é o primeiro desenvolvido no novo Centro Tecnológico de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Kepler”.

AgritechA Agritech deu atenção especial para o desempenho de tratores e mi-crotratores nas demonstrações de campo na Agrishow 2012. Além das equipes das revendas Agritech, Nelson Watanabe, Cássia Tomazetto e Pedro Cazado Filho atenderam clientes e visitantes no estande.

MetalforA equipe da Metalfor realizou demonstrações das novas tecnologias da empresa para Agricultura de Precisão, como novo corte de secção por bico e seletor de ponta de bico automático duplo da marca Arag. Segundo Guillermo Zegna, gerente geral da empresa, “os ganhos são muitos, com menor tempo de parada da máquina para a troca de bicos, já que o sistema seleciona e muda automaticamente, sem a necessidade de realizar a troca manual”.

TeejetA equipe da Teejet aproveitou a feira da Agrishow para visitar clientes e pros-pectar novos. Segundo Sérgio Santos, gerente geral para a América do Sul, a atenção foi voltada para o lançamento dos bicos AI3070. Profissionais da ma-triz nos Estados Unidos se juntaram à equipe brasileira durante o evento.

KuhnEvandro Chioquetta e Élvio Ran-zolin Júnior, coordenadores de exportação da Kuhn do Brasil, comemoram a grande procura de equipamentos por clientes vindos de outros países. “Na Agrishow, muitos clientes do exterior buscam novos produtos e parcerias a longo prazo”, explica Chioquetta.

LindsayIvan Wegener, diretor comercial da Lindsay América do Sul, se mostrou satisfeito com o número de negócios realizados na Agrishow 2012. “A movimentação foi muito boa e fechamos grandes negócios”, comemorou.

VipalA Vipal destacou na Agrishow a linha de remendos ECO, materiais de conserto para câmaras de ar, produzidos com matérias-primas de fontes renováveis, tais como borracha natural, plastifican-tes de origem vegetal e compostos que utilizam sílica de casca de arroz. Gui-lherme José Rizzotto, gerente nacional de Vendas, e Rodrigo Refatti, coorde-nador de Marketing da Vipal, também estiveram presente no evento.

MontanaO diretor-presidente da Montana Agriculture, Gilberto Junqueira Zancope, comemorou o crescimento de 10% nas vendas em relação à edição anterior da Agrishow. Para o diretor comercial, Carlos Magno Benfeita, estar em sintonia com as inovações do mundo agrícola é uma oportunidade de aumentar os negócios.

Case IHPara o diretor de Marketing da Case IH para a América Latina, Alfredo Jobke, o portfólio de produtos da empresa está em constante evolução para atender as necessidades de cada segmento agrícola e as particu-laridades de cada região. Em conjunto com este portfólio, a marca oferece instrumentos de relacionamento e suporte diferenciados visando melhorar a disponibilidade das máquinas no campo.

Anastácio Fernandes Filho

Evandro Chioquetta e Élvio Ranzolin

Gustavo Raposo

Guilherme Rizzotto e Rodrigo Refatti

Ivan Wegener

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New HollandCoordenadores de Produtos da New Holland presentes na Agrishow 2012 destacaram os lançamentos para as aéreas de feno e forragem, colheitadeiras, tratores e destaque para a Biomassa, projeto desen-volvido em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieiro (CTC). As atenções voltaram-se ao Trator T9 de 560cv, à colhedora de uvas, azeitona e café Braud modelo VX7090, às colhedoras de grãos CR5080 e CR9080 e às enfardadoras BC5060 e BC5070.

ValtraPaulo Beraldi, diretor comercial da Valtra, destacou durante a Agrishow que, com a crescente mecanização e a disponibilidade de implementos com característi-cas cada vez mais exigente, houve um aumento da demanda por má-quinas maiores e mais potentes. “A agricultura no Brasil é muito dinâmica e, por este motivo, esta-mos atentos e ampliando cada vez mais as opções do portfólio Valtra ao produtor”, explica.

50 anosNo ano em que comemora seu cinquentenário, a Agrale está valorizando a sua história, expondo máquinas antigas produzidas pela empresa. De acordo com Silvio Rignoni, gerente de Tratores, além da exposição em feiras, a Agrale terá programação especial no segundo semestre do ano.

AleziPara Rafael Guandalini, di-retor de Marketing da Alezi Teodolini, o grande movi-mento da Agrishow mostra o interesse do público em novas tecnologias. “Por isso acreditamos que vamos co-lher frutos do evento ao longo de todo o ano”, projeta.

MariniA Marini Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas destacou o Rodado Duplo com Sistema de Engates Rápidos. Segundo Eduardo Marini, “este sistema é uma evolução tecnológica muito grande em relação às duplagens convencionais existentes, pois pode ser utilizado tanto no preparo do solo como na pulverização por conta da facilidade para desplugar”.

TitanSegundo Leandro Pavarin, ge-rente de Vendas Brasil da Titan, a presença da empresa na feira tem por objetivo reforçar aos produtores rurais a qualidade e a expertise da empresa por meio dos pneus da marca Goodyear. Pavarin destacou também a exposição de produtos direcio-nados a setores importantes para a região, como cana-de-açúcar, grãos e silvicultura.

ScaniaO gerente de Vendas de Veículos Off Road Scania no Brasil, Silvio Renan Souza, destacou as vantagens da linha Off Road lançada pela empresa. “Além de melhorias no trem de força, as cabines G passaram por modificações, tornando os caminhões da Scania para o segmento mais resistentes e robustos”, garante.

New HollandA New Holland realizou durante a Agrishow 2012 o lançamento das colheitadeiras CR 9080 e CR 5080, completando sua oferta na linha CR. Para o diretor comercial Luiz Feijó, o diferencial da CR 9080 está no sis-tema de debulha do grão, composto por dois rotores de 22”. Já a CR 5080 serve de porta de entrada para os pro-dutores que possuem áreas menores e querem aderir ao duplo rotor. Luiz Feijó

Rafael Guandalini

Eduardo Marini (dir.)

Leandro Pavarin

Silvio Renan SouzaSilvio Rignoni

Paulo Beraldi

Eduardo Kerbauy, Luiz Miotto, Roberto Junker, Samir Fagundes

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EnfardadorasUm dos segmentos em destaque no estande da Massey Ferguson foi o de máquinas para enfarda-mento de palha. Segundo Eduar-do Nunes, diretor de marketing da AGCO, um dos destaques da enfardadora MF 2170 é a capa-cidade de alimentação de palha, feno ou forragem sempre homo-gênea, que gera um produto final uniforme, além da utilização para biomassa da cultura de cana-de-açúcar.

GoodyearEquipe de engenharia da Goodyear presente na 19ª edição da Agrishow apresentou as linhas de acoplamentos, correias agrícolas, correias industriais, correias transportadoras elevadoras e molas pneumáticas. As correias são utilizadas nas colheitadeiras agrícolas Case IH, John Deere, Massey Ferguson, New Holland e Valtra.

JanClaudiomiro dos Santos, gerente comercial de Implementos Agrícolas Jan S/A, comemorou o fato de a Agrishow ter sido uma das melhores já realizadas pela empresa. Além do lançamento do Autopropelido Power Lancer 4100, a empresa complementou sua linha de distribuição e transporte de grãos com o Lancer Maximus 12.000 TH.

AbradaA Associação Brasileira de Dis-tribuidores Agrale (Abrada) par-ticipou ativamente dos primeiros eventos agrícolas do ano. De acordo com Kátia Mabilia Bolson, execu-tiva da associação, atualmente são 160 distribuidores associados, de todas as regiões do Brasil. A presen-ça em eventos serve para estreitar ainda mais o relacionamento entre empresa e entidade.

John DeerePaulo Hermann destacou os avanços e a importância da agricultura brasileira no cenário mundial. De acordo com o gerente de Marketing da John Deere, as tecnologias existentes atualmente no Brasil estão muito próximas das tecnologias utilizadas em países mais desenvolvi-dos. “Não há como negar que os olhos do mundo estão voltados para o Brasil”, comenta.

Colhedoras de canaA AGCO apresentou nos estan-des da Valtra e Massey Ferguson as colhedoras cana com a sua marca, frutos da aquisição parcial da Santal. Para Fábio Piltcher, diretor de marketing da AGCO, num segundo mo-mento serão oferecidas colhe-doras que foram projetadas pela AGCO e estão sendo testadas atualmente.

LançamentosNo ano em que comemora 175 anos, a Jonh Deere apresentou lança-mentos em diversos segmentos, com destaques para a colhedora de grãos S680, oito novos tratores para o mercado brasileiro e a nacionalização do pulverizador 4730, que será fabricado na nova linha de montagem em Catalão (GO). Bruno Lúcio, Fábio Dotto e Marco Ripoli, respectiva-mente gerentes de produtos de colheitadeiras, tratores e pulverizadores acompanharam de perto as apresentações dos novos produtos.

AMSUm dos destaques da John Deere no sistema AMS foi a controladora para dosar a aplicação de defensivos em implementos pulverizadores de arrasto. Segundo Diogo Saulo Haacke, especialista de produto, a tecnologia permite controlar taxa de aplicação de defensivos lí-quidos e sólidos de dentro da cabine.

Fábio Piltcher

Kátia Mabilia Bolson

Claudiomiro dos Santos

Eduardo Nunes

Diogo Saulo Haacke

Bruno Lúcio, Fábio Dotto e Marco Ripoli

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AgrICulturA dE prECISão

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Sensores ópticosAlternativa para o manejo do nitrogênio em taxa variável na cana-de-açúcar,

os sensores ópticos amplamente utilizados na Europa conseguem avaliar em tempo real a necessidade de nitrogênio nas plantas

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A mecanização da agricultura moder-na induziu agricultores a manejar unidades de área cada vez maiores,

de forma uniforme e sempre em torno de va-lores médios. Tentando melhorar este manejo surge a Agricultura de Precisão (AP) como um sistema de gestão onde o objetivo é manejar unidades menores, tirando proveito das desu-niformidades existentes em grandes áreas.

Durante muito tempo essa variabilidade foi desconsiderada por falta de técnicas e fer-ramentas necessárias para manejá-las. Hoje, a busca por rentabilidade na agricultura passa pelo incremento em produtividade e qualidade

dos produtos, assim como pela economia em insumos. Dessa forma a AP

se apresenta como

um sistema de gerenciamento da produção agrícola que utiliza de técnicas e ferramentas que melhoram e modernizam a agricultura, resultando em maior eficiência de insumos e em otimização nas operações, considerando a variabilidade espacial das lavouras e seus aspectos correlacionados.

Uma das formas de otimizar o uso de insu-mos baseado nas técnicas de AP, especificamen-te dos fertilizantes nitrogenados, é através do uso de sensores ópticos ativos como ferramenta de auxílio no diagnóstico e recomendação da adubação nitrogenada. Sendo assim, diferentes estratégias podem ser adotadas, como econo-mizar fertilizantes, aumentar a produtividade ou em conjunto, todas objetivando aumentar a eficiência no uso do nitrogênio (N) pela apli-cação em locais onde a cultura mais necessita e responde ao insumo.

Estes sensores começaram sua história no início da década de 1990 e foram introduzidos na Europa praticamente na virada do século, com objetivo principal de aumentar a produ-tividade e diminuir a contaminação de lençóis freáticos pelo mau uso de fertilizantes nitro-

genados. Hoje, exemplos de sucesso em escala produtiva, principalmente com trigo e milho, são encontrados com frequência na Europa e América do Norte e incentivam as pesquisas necessárias para o desenvolvimento de protoco-los de uso dos mesmos nas condições de cultivo brasileiras, muito diferentes das presentes onde os equipamentos foram desenvolvidos.

No Brasil esforços têm sido feitos pela pesquisa, principalmente nas culturas de mi-lho, trigo, algodão e cana-de-açúcar, para que o potencial de uso desta ferramenta possa ser atingido de forma confiável em nível nacional, levando em conta o sistema de cultivo e as necessidades das plantas.

Estes sensores foram desenvolvidos com base em princípios fisiológicos das plantas e da óptica. Sabe-se que as plantas absorvem luz nos comprimentos de onda do vermelho (630-680nm) e do azul (450-520nm) para realizarem a transformação desta energia em energia quí-mica nos cloroplastos das células vegetais através da fotossíntese e que os comprimentos de onda na região do verde (520-600nm) são, dentro da

região do espectro de luz visível, os comprimentos de onda mais

refletidos, daí a coloração verde dos vegetais em geral. Diferen-temente, na região do infraver-melho próximo (680-1200nm) a reflectância aumenta, pois estes comprimentos de onda

não estão envolvidos nos proces-sos fotossintéticos e são refletidos pela estrutura do me-

Jacto

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N-Sensor ALS (Yara International ASA, Duelmen, Germany), Crop Circle (Holland Scientific, Lincoln, NE, USA) e o GreenSeeker (Trimble Navigation, Ltd., Sunnyvale, CA), acoplados em um Uniport 3000 NPK ( Máquinas Agrícolas Jacto SA)

Figura 1 - Extração predita vs estimada de N realizada em cana-de-açúcar aos 20, 40 e 60cm de altura de palmito

José Molin

sófilo foliar, podendo, assim, se relacionar com a quantidade de biomassa.

Dessa forma, a atividade fotossintética de uma planta pode ser relacionada com a quan-tidade de luz absorvida em diferentes regiões do espectro eletromagnético, possibilitando o cálculo de índices de vegetação com a finalidade de expressar determinadas propriedades das plantas. Dentre esses índices, o NDVI (índice de vegetação da diferença normalizada) é um dos mais utilizados na agricultura.

Com os comprimentos de onda utilizados no cálculo deste índice (regiões do vermelho e infravermelho próximo), podemos inferir sobre a atividade fotossintética e sobre a quantidade de biomassa das plantas estudadas, o que em conjunto tem sido referido como “vigor”. Ou-tros índices desenvolvidos mais recentemente, como, por exemplo, os que usam comprimentos de onda na região de transição entre o vermelho e o infravermelho próximo, denominada borda do vermelho (red edge), têm se mostrado efi-

cientes e cada vez mais frequentes nos novos equipamentos.

Apenas os valores dos índices de vegetação, por exemplo, os valores de NDVI, calculados pelos sensores ópticos não são suficientes para identificar o vigor ou a demanda de N das plantas. Então, faz-se necessário o uso de uma relação matemática que correlacione o valor me-dido e a necessidade de N. Esta relação mate-mática é conhecida como algoritmo agronômico e é a base fundamental da recomendação da

N-Sensor Crop Circle GreenSeeker

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estimativas de produtividade são mais difíceis de serem feitas com confiança. Atualmente, informações adicionais estão sendo estudadas pela pesquisa visando aumentar a confiança no uso desta alternativa.

No Brasil, resultados já foram obtidos para trigo (Povh, 2008 e Bredemeier, 2010) e milho (Povh, 2012 e Shiratsuchi et al, 2012). No La-boratório de Agricultura de Precisão da Esalq, trabalhos têm sido desenvolvidos para a cultura da cana-de-açúcar com os três principais senso-res comercializados mundialmente: N-Sensor ALSTM (Yara International ASA, Duelmen, Germany), Crop CircleTM (Holland Scien-tific, Lincoln, NE, USA) e o GreenSeekerTM (Trimble Navigation, Ltd., Sunnyvale, CA), sempre objetivando uma solução viável para o setor produtivo.

CANA-DE-AÇÚCARPesquisas com a cultura da cana-de-

açúcar demonstram que a contribuição do N oriundo do fertilizante no teor final do mesmo nas plantas é baixo, comparado ao N proveniente do solo. Este fato é frequen-temente responsável pelo comportamento variável de resposta da cultura à aplicação de fertilizantes nitrogenados, o que abre caminho para o uso de sensores em sistemas que avaliem a possibilidade de resposta da cultura no momento da fertilização visando maior eficiência no uso do insumo.

Usando o Yara N-Sensor o grupo da Esalq conseguiu desenvolver um primeiro algoritmo para aplicação de nitrogênio em cana-de-açúcar (Portz et al, 2012), onde foram observadas boas correlações entre o nitrogênio extraído do solo pela cultura, mensurado em laboratório, e o nitrogênio estimado pelo sensor para os mesmo pontos no campo (Figura 1). No momento o mesmo está sendo validado em áreas comercias de produção da cultura.

Em outro trabalho do mesmo grupo, de ca-ráter ainda inicial, a resposta da cultura às doses

Maio 2012 • www.revistacultivar.com.br10

Figura 2 - Resposta da cultura da cana-de-açúcar (NDVI) às diferentes doses de N aplicadas, em quatro diferentes locais (A, B, C e D), no estado de São Paulo

Figura 3 - Relação entre produtividade relativa de cana e NDVI relativo mensurado pelo sensor óptico CropCircle ACS-210 (Amaral et al., 2012)

adubação nitrogenada auxiliada pelos sensores. A construção destes algoritmos envolve muita pesquisa e experimentação de campo para que seja entendida a relação entre o estado nutri-cional (N), biomassa e produtividade com os valores medidos pelos sensores.

De maneira geral, existem dois tipos de algoritmos referentes à abrangência de suas apli-cações: locais e regionais. Algoritmos regionais precisam ser mais robustos, ou seja, devem en-volver o maior número de parâmetros possíveis para que sua aplicação possa ser desenvolvida com sucesso em diferentes condições de solo, clima, cultivares e manejo, o que os tornam de difícil obtenção. Entretanto, quando bem desenvolvidos praticamente não exigem testes locais por parte do produtor rural.

Por outro lado, algoritmos locais podem ser desenvolvidos para situações específicas, tentando isolar fatores. Embora estes exijam experimentação em escala produtiva, por terem de ser desenvolvidos ou aperfeiçoados para cada safra ou unidade de manejo, parecem ser a alternativa mais coerente com as amplas condições de cultivo brasileiras. Na construção destes algoritmos é frequente a utilização de parcelas ou faixas experimentais onde o nitro-gênio é fornecido em diferentes quantidades, desde áreas sem aplicação de N até áreas que recebam doses para consumo de “luxo”, ou seja,

uma dose onde o N não seja fator limitante ao desenvolvimento da cultura em estudo. Assim, o comportamento da refletância (NDVI) pode ser comparado em termos de nutrição e de-senvolvimento das plantas de maneira que se torna possível estimar a necessidade ou não de N, assim como a dose a ser aplicada. Embora simples em seu princípio, entraves desta técnica são a definição de onde instalar o experimento e qual o tamanho do mesmo para que seja representativo da área a ser fertilizada, além da praticidade limitada pela necessidade contínua de experimentação.

Outra alternativa é estimar a produtividade para as diferentes porções da lavoura com base nas avaliações com os sensores ópticos durante a janela para fertilização com N. Para tanto, se faz necessário a calibração dos valores de sensor (NDVI) com a produtividade obtida em diferentes condições de campo. Com essa expectativa de produção pode-se então deter-minar a necessidade de N. Inicialmente, para cereais em países de clima temperado, pionei-ros na técnica, o uso de sensores apoiava-se fundamentalmente nesta estratégia e usava de indicadores secundários como, por exemplo, o nível de N nítrico no solo. É importante lem-brar que em regiões tropicais de modo geral, atualmente os níveis de nitrato no solo não são utilizados para recomendação de N e as

Pesquisadores da Esalq mostram os benefícios da utilização de sensores ópticos para aplicação de nitrogênio

José

Mol

in

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de N aplicadas foi medida, com o uso do sensor GreenSeekerTM RT200 (Trimble Navigation), em quatro diferentes locais (A, B, C e D), e os resultados estão apresentados na Figura 2. Estes resultados indicaram o potencial de uso deste sensor na cultura da cana-de-açúcar e novos estudos estão em andamento para a geração de algoritmos de aplicação.

Paralelamente, o mesmo grupo trabalha com o sensor CropCircle (Holland Scientific). Observou-se grande potencial em diferenciar doses de N aplicadas e em estimar a produ-tividade final de colmos (Figura 3), mesmo quando a cultura está em fase inicial de de-senvolvimento (Amaral e Molin, 2011). Com

Figura 4 - Mapa de aplicação de N em taxa variável com base no sensor óptico CropCircle ACS-210 em lavoura comercial (17,9ha)

Figura 5 - Lavoura de cana-de-açúcar (51ha) mensurada pelos três principais sensores

essa estimativa de produtividade, somada à estimativa de resposta da cana ao N mensurada pelo sensor óptico em área que tenha recebido a dose cheia de N, foram identificadas economias de fertilizante nitrogenado da ordem de 30% a 70% (Figura 4).

Com o objetivo de avaliar os três principais sensores existentes no mercado, uma lavoura comercial de cana-de-açúcar foi mapeada simultaneamente com os três equipamentos e os resultados podem ser vistos na Figura 5. De forma simples, observa-se grande similaridade entre os resultados gerados por cada equipa-mento, mostrando a eficácia da técnica nas condições da cana-de-açúcar.

CONSIDERAÇÕES FINAISSem dúvida o futuro do manejo do nitro-

gênio passa por sensores de planta capazes de estimar a nutrição da mesma para o nutriente. Estes sensores possuem potencial de uso na cultura da cana-de-açúcar. Bons resultados já foram obtidos, porém mais estudos estão em desenvolvimento para adequar a metodologia às particularidades do setor produtivo.

José Paulo Molin,Hugo José Andrade Rosa,Gustavo Portz eLucas Rios do Amaral,Esalq-USP

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Jact

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dezembro 2011 / Janeiro 2012 • www.revistacultivar.com.br14 Maio 2012 • www.revistacultivar.com.br12

Teste eletrônicoProjeto avalia desempenho de distribuidor de fertilizantes

utilizando bancada eletrônica no campo

trAtorES

Com a eletrônica cada vez mais presente em máquinas e im-plementos agrícolas, pode-se

perceber um salto muito grande em tec-nologia, nas máquinas distribuidoras de fertilizantes e corretivos a lanço, que têm por finalidade devolver os nutrientes e cor-rigir o solo. Em máquinas que utilizavam exclusivamente sistemas mecânicos para seu funcionamento, estão sendo incorpo-rados sistemas hidráulicos, pneumáticos, elétricos, eletrônicos e, em alguns casos, já saem de fábrica com GPS.

Os distribuidores vão de máquinas pequenas acopladas no sistema de terceiro ponto dos tratores, até grandes máquinas com várias toneladas, com propulsão pró-pria, que atingem a velocidade máxima de 35km/h, fazendo a aplicação de insumos a taxa variável, ou seja, aplicando somente o que o solo necessita.

As empresas fabricantes de máquinas agrícolas precisam fazer alguns ensaios nessas máquinas, para garantir que elas atendam a necessidade do agricultor. Os principais testes são ensaio de regularidade de vazão, ensaio de caracterização da faixa de distribuição transversal e ensaio de caracterização longitudinal.

No Brasil o ensaio de distribuição transversal de fertilizantes é feito de modo

convencional, com bandejas coletando o produto, colocação em recipientes e poste-rior pesagem em balanças eletrônicas. Nes-se trabalho foi projetada uma bancada de teste para modernizar esse tipo de ensaio, utilizando uma estrutura instrumentada eletronicamente, acoplada a um software de aquisição de dados, de modo a colher instantaneamente e com elevada precisão, os dados de distribuição de fertilizantes no campo.

ENSAIOA distribuição transversal é uma das

mais significativas características de de-sempenho de distribuidores de fertilizantes e corretivos a lanço. A realização de ensaios para faixa transversal e longitudinal pode ser feita tanto em ambientes fechados como em ambientes abertos, sendo necessário, neste caso, que as condições ambientais sejam caracterizadas.

A umidade do ar não pode estar a cima de 80%, a velocidade do vento não deverá exceder 2m/s, sendo que a temperatura, no momento das determinações, deve ser registrada. Com isso evita-se condições adversas ao ensaio, como, por exemplo, a deriva do produto no momento de aplicação, que pode causar diferenças no desempenho do equipamento inde-

pendentemente das suas características técnicas e regulagens.

O ensaio deve ser efetuado em área com superfície horizontal e plana. Os coletores apresentam dimensões padronizadas de 1.000 x 250mm ou 500 x 500mm, com uma profundidade mínima de 150mm (Figura 1). Nos coletores devem ser utilizados dis-positivos que evitem o ricochete do material na superfície, sendo recomendada a divisão em células de 50 x 50mm ou a colocação de uma cobertura do tipo rede, ou um filme plástico, conforme recomenda a norma ISO 5690/1 e ilustrado na Figura 2.

Os coletores devem ser colocados lado a lado, paralelos entre si, devendo cobrir toda a faixa de aplicação do equipamento submetido a ensaios. O eixo longitudinal do coletor deve ser paralelo ao eixo lon-gitudinal do equipamento. Os coletores são enumerados com a posição referida à linha de centro do equipamento. Se for necessário deixar espaço para a passagem dos rodados, estes devem ser reduzidos ao mínimo e serem múltiplos da largura do coletor.

BANCADA ELETRÔNICAO projeto foi concebido em partes,

composto por uma estrutura base, monta-das em tubos de aço de 20x40mm. A célula de carga modelo PW6KRC3 foi fixada sobre

Figura 1 - Esquema básico de um coletor utilizado para os ensaios. Fonte: ISO 5690/1, 1982

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ção

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José Antônio Portella

esta base com parafusos M6. Conforme pode ser visto na Figura 3, sobre a célula foram montados o berço da bandeja, cons-truído em aço inox com 4mm de espessura, a bandeja e os favos antirricochete (Norma ISO5690).

TESTE DE CAMPOO teste de campo foi realizado na cida-

de de Não-Me-Toque, em dia de céu claro, temperatura entre 20°C e 25°C, com umi-dade relativa do ar em 44% e velocidade do vento igual a 2,3m/s. A máquina utilizada no teste foi o modelo Hércules 5.0 4x4 Hydro, da Stara.

Foram utilizadas 37 bandejas de plásti-co, com o dispositivo para evitar o ricochete do fertilizante conforme normas. Essas

Figura 2 - Dispositivos para evitar o ricochete das partículas. Fonte: ISO 5690/1, 1982

37 bandejas de plástico foram colocadas lado a lado, cobrindo uma faixa de 20 metros de largura

bandejas foram colocadas uma ao lado da outra, cobrindo uma faixa de 20m, deixan-do o espaço para o pneu da máquina.

Em uma das bandejas foi montada a célula de carga, que fez a coleta de dados coletados com os aparelhos eletrônicos do software MGC Plus e processados pelo software Catman.

A bandeja instrumentada foi colocada em três diferentes posições: no centro, no meio da lateral direita e no extremo da late-ral esquerda. A colocação nesses três pontos teve por finalidade verificar a precisão da célula em virtude dos níveis de fertilizante sobrepostos em cada posição. Para comple-tar o teste foram feitas duas passagens da máquina em cada posição.

O teste foi realizado numa taxa de apli-

cação de 200Kg/ha de ureia. A velocidade de trabalho foi de 10Km/h. Esses valores representam taxa e velocidade média para um grande número de lavouras.

Para comparar os dados coletados na bandeja eletrônica com os coletados nas demais bandejas foram elaborados gráfi-cos com o auxílio do software Adulanço 3.0 fornecido pela Esalq. Na Figura 4 é apresentado o perfil de distribuição das 37 bandejas. Na Figura 5 observa-se, pelo software Adulanço, como deveria ser a sobreposição das passadas do distribuidor de forma a manter a uniformidade ao redor dos 200Kg/ha.

Importante também foi analisar a variabilidade dos resultados em função da distância de distribuição. Como se trata

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Figura 3 - Projeto final da bancada de coleta

de ensaios de máquinas agrícolas é acei-tável um Coeficiente de Variação (C.V.) ao redor de 20%. Nos testes realizados, conforme mostra a Figura 6, até 20 metros a distribuição foi muito homogênea e efi-ciente. Comparando-se os resultados das coletas com a célula de carga e as coletas manuais, pesadas em balança eletrônica, apresentaram uma diferença de apenas 8,8%, resultado considerado excelente em se tratando de ensaios a campo.

CONCLUSÃOLevando em consideração que os

Figura 4 - Perfil de distribuição

Figura 5 - Perfil de distribuição apresentado pelo software Adulanço Figura 6 - Perfil de variabilidade da distribuição

ensaios desse tipo de máquina são feitos de forma manual, exigindo muito tempo, pessoal e perda de insumos, foi projetada e construída uma bancada eletrônica para coleta de dados.

O projeto e o detalhamento dessa bancada foram desenvolvidos para que no futuro seja fabricada e montada em um local adequado que será o Laboratório de Ensaios de Distribuidores de Fertilizan-tes a Lanço da empresa Stara Máquinas Agrícolas.

Os resultados obtidos foram analisados por dois softwares: Catman e Adulanço

(Esalq/Piracicaba), sendo que pode se ve-rificar a performance da célula de carga em comparação com os resultados das coletas manuais. Observou-se uma diferença mé-dia de 8,8%, valor este considerado muito bom para testes de campo.

O uso de células de carga e componen-tes eletrônicos vem fazendo com que os resultados obtidos no campo sejam cada vez mais rápidos e confiáveis.

A bandeja instrumentada foi colocada em três diferentes posições: no centro, no meio da lateral direitae no extremo da lateral esquerda, e os dados coletados foram comparados com os das demais bandejas

José Antonio Portella eDiógenes Gonçalves Batista,UPF

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fIChA téCNICA

Uniport 3030O novo Uniport 3030 da Jacto traz soluções veiculares no seu projeto, além de vão livre ajustável de até 1,75 metro, barras com altura de trabalho até 2,70 metros e sistema de

telemetria e controle de pulverização bico a bico

O Uniport 3030 vem equipado com motor Cummins QSB 6.7 de 243cv

Lançado em fevereiro, o Uniport 3030 reúne em um único equipamento um conjunto de soluções em aplica-

ção, veicular e de tecnologia embarcada, o JPS (Jacto Precise Solutions), voltadas às necessida-des do produtor, oferecendo controle, gestão e informação da operação de pulverização com foco na qualidade, eficiência e produtividade.

Para lançar o equipamento, a equipe de pesquisa e desenvolvimento da Jacto foi a campo entender as demandas do agricultor em vários países e diversas situações de uso. Entre as inovações, a plataforma JPS do Uniport 3030 apresenta três grandes sistemas desenvolvidos e integrados para uma pulverização precisa: o JQS - Jacto Quality Spray (sistema de pulverização), o JVS - Jacto Smart Vehicle (sistema veicular) e Otmis (sistema de navegação e serviços).

MOTORO Uniport 3030 vem equipado com a

tecnologia do motor Cummins QSB 6.7 que desenvolve uma potência máxima de 243cv a 2.500rpm. Integrado a uma transmissão inteligente, possibilita o trabalho em diferentes condições de solo, sem perder o desempenho. O motor é governado eletronicamente e ajustado para trabalhar em baixa rotação, possibilitan-do ao mesmo tempo torque sem aumentar o consumo de combustível. Em conformidade com as normas mundiais de emissão de po-

luentes, atende a Tier III e está homologado para trabalhar com Biodiesel B20, com até 20% na mistura.

CABINEA nova cabine foi projetada para oferecer

mais espaço interno associado à melhor visibi-lidade da lavoura. A cabine do Uniport 3030 permite ao operador a realização de manobras com total controle, dentro e fora dos talhões. Para maior conforto durante a jornada de traba-lho, o assento com amortecimento pneumático é ajustável, bem como a coluna de direção que se ajusta na altura e na inclinação.

A máquina apresenta um único display com funções sensíveis ao toque e todos os coman-dos e controles estão ao alcance das mãos do operador, proporcionando conforto, facilidade e precisão das ações.

BARRASO Uniport 3030 possui barras com a altura

de trabalho máxima de 2,70m, o que possibilita a aplicação em todas as fases de desenvolvimen-to da planta, em tratamentos de final de ciclo como, por exemplo, na cultura do milho.

As barras podem ser configuradas em dois tamanhos, 28 e 32 metros, permitindo ao Uni-port 3030 ganho em capacidade operacional. As barras são projetadas com material de alto desempenho mecânico, aliando robustez com

baixo peso.Soluções integradas e automatizadas entre

quadro, barras e sensores proporcionam grande estabilidade no controle de altura para qualquer condição de trabalho. O sistema de suspensão ativa possibilita três níveis de amortecimento nas barras, com controle automático em função das condições do relevo.

TRANSMISSÃO, PNEUS E SUSPENSÃOA transmissão é do tipo hidrostática inte-

ligente 4x4 e governada eletronicamente. Este sistema garante igual distribuição do torque em cada roda, proporcionando força para superar adversidades com maior vida útil dos componentes. A transmissão final de torque para as rodas é realizada por redutores de roda de tipo planetário, que permite o deslocamento em velocidades até 65km/h, dependendo das condições e limitando-se às vias internas da propriedade.

Este modelo possui pneus radiais de baixa pressão de calibragem, que proporcio-nam mais estabilidade e flutuação, com uma

Fotos Jacto

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Fotos Jacto

Chassi do Uniport 3030 é projetado com material de alta resistência e flexibilidade, utilizando juntas parafusadas sem uso de soldas resulta em baixo peso

menor compactação do solo. A suspensão pneumática independente com válvula de controle automático de altura permite manter o nivelamento do chassi em relação ao solo, proporcionando maior estabilidade para as barras e, consequentemente, maior qualidade de aplicação.

CHASSI/VÃO LIVREChassi projetado com material de alta re-

sistência e flexibilidade, utilizando juntas pa-rafusadas sem uso de soldas, resulta em baixo peso, com elevada flexibilidade à torção. A bitola é ajustável hidraulicamente, de 2,60m até 3,15m, que também facilita o transporte em pranchas e aos diversos espaçamentos da lavoura. O sistema de ajuste de vão livre é exclusivo. Através de um sistema simples e rápido, ajustável em duas posições, pode-se aumentar o vão livre do equipamento, alcan-çando uma altura máxima de 1,75m.

PULVERIZAÇÃOO controle de vazão é feito de forma

eletrônica. Sem medidor de hélice e sem comando de pulverização, o controle da dosagem é realizado diretamente na bomba

de pulverização que, por ser de pistões, passa a atuar como um medidor de vazão confiá-vel e de baixa manutenção. Com o circuito recirculante, o defensivo é bombeado do reservatório para as barras de pulverização e retorna ao reservatório principal, formando um circuito fechado. A constante de vazão pode ser calibrada automaticamente, sem a necessidade de se fazer a medição nos bicos. Esta operação é mais precisa, pois considera a densidade real do produto a ser aplicado e não somente água. O preenchimento com-pleto e imediato dos ramais com defensivo antes do início da pulverização disponibiliza pressão de trabalho em toda a barra, resul-tando em uma pulverização com muito mais qualidade nos inícios dos talhões e borda-duras, minimizando variações de pressão e falhas de aplicação. O circuito recirculante possibilita uma limpeza do sistema com muito mais eficiência, pois a água utilizada para limpeza circula pelos ramais em alta velocidade e pressão.

BARRA DE LUZESO Uniport 3030 possui sistema de

orientação por sinais dos satélites de posicio-

namento global (GPS). Indica ao operador a direção ideal a seguir na lavoura, grava mapas de aplicação, mede áreas e permite conexão com o controlador automático de seções de pulverização Otmis SC 3300 e com piloto automático hidráulico Otmis HP 2200.

Sistema de piloto automático hidráulico via GPS direciona automaticamente o Uni-port, melhora a qualidade de aplicação, evita falhas e sobreposições na aplicação, além de deixar o operador livre para concentrar-se em outras funções da máquina.

O Uniport 3030 vem equipado com estação meteorológica que realiza as medições emtempo real mostrando as condições de vento e umidade do ar no momento da aplicação

A bitola é ajustavel hidraulicamente de 2,60m até 3,15m

A cabine é bastante limpa, pois possui um único display que concentra todas as informações

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SENSORES DE TEMPERATURA, UMIDADE E ALTURASolução simples para o monitoramento

e acompanhamento das condições atmosfé-ricas para uma pulverização de qualidade. Mede a temperatura e a umidade relativa do ar, sendo possível configurar valores limites para alarmes no display de acordo com estas informações.

O sensor automático de altura procura manter o nivelamento das barras na altura ideal de trabalho para melhor eficiência da aplicação.

CONTROLADOR AUTOMÁTICO BICO A BICOO Uniport 3030 traz um sistema ino-

vador de acionamento dos bicos eletroni-camente. Este sistema possibilita controle

de abertura e fechamento automático bico a bico, proporcionando precisão nas aplica-ções, grande economia de produto e menor impacto ambiental.

ESTAÇÃO METEOROLÓGICAUma estação meteorológica completa

possibilita o monitoramento e acompa-nhamento das condições atmosféricas para uma pulverização de qualidade. Ela mede a temperatura e a umidade relativa do ar, velocidade do vento, pressão e ponto de orvalho. É possível configurar valores limites para alarmes no display para as informações de temperatura e umidade relativa do ar e velocidade do vento.

MAPAS DE PULVERIZAÇÃO E TELEMETRIAO gerenciamento da qualidade e rendi-

mento operacional da pulverização, através de informações georreferenciadas, é feito por componentes eletrônicos embarcados no pulverizador e um software desenvolvido especificamente para esta finalidade. Através desta ferramenta é possível acompanhar deta-lhadamente o resultado do trabalho realizado, efetuando correções em caso de necessidade e permitindo um melhor planejamento das pulverizações.

O sistema de transmissão e gerenciamento de informações georreferenciadas, através de sinal de celular ou rede wireless, permite transmitir os dados operacionais e do veículo via internet para um banco de dados com acesso restrito. A partir do acesso a estas informações, é possível visualizar mapas com diversas infor-mações, gerenciar melhor as operações e agilizar o processo de tomada de decisão.

MANUTENÇÃO E SEGURANÇAA quase totalidade das articulações e juntas

foi projetada utilizando-se buchas e rótulas que dispensam o uso de graxas e lubrificantes. Dessa forma, o Uniport 3030 apresenta apenas quatro pontos de lubrificação com graxa. Além de gran-de parte dos itens de inspeção e manutenção diárias estar próxima, o motor localizado na parte traseira é acessível, o que facilita o trabalho operacional e diminui o tempo do equipamento parado. O pulverizador possui várias ferramen-tas de diagnóstico dos seus sistemas e alarmes que facilitam a manutenção preventiva.

O Uniport 3030 está adequado aos mais altos padrões de segurança da norma regu-lamentadora NR-31, o que garante maior segurança ao operador. Possui também freios antibloqueio tipo ABS que não permitem que as rodas se travem.

O vão livre de até 2,70 metros entre a barra e o solo possibilita a aplicação de defensivos em estágios mais avançados de culturas como milho, sendo possível controlar pragas e doenças de final de ciclo

O controlador automático bico a bico possibilita a abertura e ofechamento das pontas individualmente. As barras podem ser de 28m ou 32m

Itens de inspeção e manutenção diária estão localizados próximos e possui quatro pontos de engraxe

A suspensão é pneumática independente, com controle automático de altura

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ENErgIA

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Peças utilizadas: motobomba de máquina de lavar, painel fotovoltaico e inversor de CC-CCA

Hoje se fala muito em energias renováveis. Todos buscam fon-tes de energia de baixo custo de

geração com pouco investimento e que se renove sem danos ao ambiente. Não existe nada melhor que as energias naturais e, entre elas, a principal, que é a origem de todas as demais: o Sol. O Sol lança em média mais de mil Watts de energia sobre cada metro qua-drado de superfície da Terra, o que mantém a vida no planeta.

No atual estado da técnica os coletores solares conseguem aproveitar menos de 10% desta energia, no entanto, só isto já seria suficiente para alimentar toda necessidade energética do planeta. Entretanto, o custo das instalações, principalmente nas de grande porte, é tão grande que inviabiliza a maioria dos projetos deste tipo.

Pequenas unidades são viáveis e de baixo custo. Podemos utilizar como exemplo um projeto simples para bombeamento de água em pequenas propriedades rurais, desenvol-vido no Departamento de Eletromecânica e Sistemas de Potência da Universidade Federal de Santa Maria, como trabalho de mestrado.

Este sistema de bombeamento acionado por energia solar consiste de uma motobomba e um painel fotovoltaico que gera energia para carregar uma bateria do tipo chumbo-ácido, usada em veículos automotores. A bateria fornecerá energia elétrica para um pequeno motor elétrico e bomba centrífuga comu-mente usados em máquinas de lavar louças. A transformação da corrente contínua de 12 Volts da bateria em corrente alternada de 220 Volts, para alimentar o motor da bomba, se dará através de um inversor comercial CC-CA, 12/220V, facilmente encontrado em lojas de material eletrônico. A voltagem aplicada na

bateria, pelo painel, será estabilizada por um controlador de carga solar. Todas as peças são fáceis de serem adquiridas e de baixo custo. A quantidade de água diária bombeada pelo sistema dependerá da radiação solar do local, das horas em que o painel alimentará a ba-teria, da altura manométrica e da potência da motobomba. Nos testes efetuados foram obtidos até dois mil litros por dia elevados a três metros de altura (altura suficiente para alimentar um bebedouro de animais ou para alimentar uma residência).

PAINEL FOTOVOLTAICOO painel fotovoltaico é formado de célu-

las fotovoltaicas, de duas finas camadas de silício, sobrepostas em forma de sanduíche, onde são ligados dois fios metálicos, um em cada camada. A camada de cima, chamada de camada N (negativa), tem uma espessura muito fina, onde são depositadas substâncias químicas (boro) para dopagem, de forma a ter um excesso de elétrons livres. Na parte de baixo, a outra camada, chamada P (positiva), que é mais espessa que a camada N, tem também dopagem (fósforo ou íon) de forma a obter poucos elétrons livres, melhor dizen-do, deficiência de elétrons. Este desequilíbrio de elétrons entre as duas camadas gera uma pequena tensão elétrica (DDP).

As células fotovoltaicas podem ser de silí-cio: monocristalino, policristalino ou amorfo e de filme-fino. Depois de fabricadas, as células fotovoltaicas são conectadas entre si e encap-suladas sob uma placa de vidro, formando um conjunto selado chamado de painel ou módulo. Para sistemas autônomos costumam ser utilizadas 36 células em cada módulo, já que este é o número mínimo para possibilitar a recarga de uma bateria de chumbo-ácido de 12V.

A potência elétrica do painel (Wp) de-pende do número de células contidas nele. Normalmente são construídos painéis, cujas potências elétricas variam de 50 a 140Wp. A tensão elétrica dos painéis fotovoltaicos depende do número de células conectadas em série (somando o número de células). Para alterar a tensão elétrica no sistema fotovoltai-co, os painéis podem ser conectados entre si, em série ou em paralelo. O rendimento dos painéis depende do tipo de silício usado, varia de 9% a 24%.

CONTROLADORES DE CARGAOs controladores de carga são componen-

tes indispensáveis para os sistemas fotovoltai-cos indiretos, pois aumentam o ciclo de vida das baterias (número de cargas e descargas).

O controlador de carga de baterias tem como finalidade providenciar o carregamento da bateria, evitar sobrecarga na bateria (con-trola a tensão elétrica do painel), bloquear corrente reversa entre a bateria e o painel e

Usina caseiraSistema de bombeamento

movido por painel fotovoltaico é uma

alternativa viável, barata e ecologicamente correta,

que pode ser instalada em fazendas e pequenas

propriedades rurais

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prevenir descargas profundas.

BATERIASAs baterias tipo chumbo-ácido são as mais

utilizadas para armazenar eletricidade produzi-da por painéis fotovoltaicos e têm durabilidade de aproximadamente cinco anos. Elas podem ser do tipo seladas ou freedon, mais resistentes a sobrecargas, porém mais caras. Também podem ser semisseladas, que têm preço intermediário e necessitam de eventuais recargas, ou do tipo co-mum, que precisam de manutenção constante, mas têm o preço bem mais em conta.

INVERSORES CC-CAA eletricidade produzida pelos painéis

fotovoltaicos durante o processo de conversão da energia solar em energia elétrica é do tipo corrente contínua (CC), fato que limita, em muitos casos, o consumo de energia e os usos finais, pois o mercado de equipamentos ali-mentados com este tipo energia é ainda limita-do. Nos casos em que se deseja usar aparelhos em corrente alternada (CA), o sistema neces-sitará possuir um inversor, que transforma a corrente contínua em alternada, possibitando

QuANto CuStA uM SIStEMA dE BoMBEAMENto

Os valores, dos equipamentos usados no sistema de bombeamento fotovoltaico, em questão, foram fornecidos por lojas comerciais brasileiras especializadas em bombe-

amento solar.01 Painel fotovoltaico com potência de 68 Wp. R$ 950,0001 Inversor 12/220 V de 300 W. R$ 250,0001 Bateria veicular de 12V-70 Ah. R$ 280,0001 Motobomba 220 V – 300 W. R$ 165,0001 Válvula de pé – 25 mm. R$ 25,0001 Controlador de carga solar 12 V-10 A. R$ 250,00Total R$ 1.920,00

tensão elétrica de 127V ou 220V.

APLICAÇÕESDependendo do volume de água bombe-

ada, pelo sistema fotovoltaico que está sendo analisado, a mesma poderá ser usada para finalidades, consumo humano, saneamento básico, irrigação, fertirrigação e bebedouro para animais domésticos.

Deve-se considerar que esses sistemas de bombeamento com motor CA monofásico, praticamente não necessitam manutenção e possuem grande durabilidade. Os resultados obtidos sobre o desempenho do sistema ava-liado (com motobomba CA) e com valores de vazões foram satisfatórios, considerando as diferentes opções do aproveitamento da água bombeada.

A geração de energia elétrica através da tecnologia fotovoltaica na própria localidade, no meio rural e em áreas isoladas, é uma im-portante alternativa. Além de ser uma solução vantajosa, é econômica quando comparada com os custos de extensão da rede elétrica convencional trifásica 13.8kV, por exemplo, que tem um custo de R$ 27.000,00 por qui-lômetro. Além de não proporcionar impactos ambientais e considerar que o combustível

(radiação solar) é grátis.Para garantir a sustentabilidade dos pro-

jetos de implantação de sistemas fotovoltaicos em comunidades isoladas, para geração de energia elétrica e/ou para bombeamento de água, faz-se necessária uma participação efetiva do usuário na compreensão, capaci-tação e nas práticas de manutenções destas tecnologias.

O grande potencial energético solar bra-sileiro associado ao avanço tecnológico, com a consequente redução dos custos, indica, para um futuro próximo, boas perspectivas de ampliação da utilização de sistemas foto-voltaicos no país. Entretanto tais perspectivas, bem como os projetos já em desenvolvimento, dependem fundamentalmente de programas de incentivo dos governos, que possibilitem linhas de financiamento para populações carentes e que promovam uma forte dissemi-nação desta tecnologia, permitindo assim uma melhor qualidade de vida para os que vivem no meio rural ou em assentamentos.

Esquema de uma célula fotovoltaica

Wilson António Barin,João Batista Dias de Paiva eMiguel Neves Camargo,UFSM

Caixa d’água para irrigação por gotejamento foi abastecida com motor a energia solar

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CApA

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MF 9690 ATR IITestamos a nova colhedora da Massey Ferguson que tem o rotor ATR II como um dos

principais diferenciais em relação às demais colhedoras e também conferimoso desempenho da nova plataforma DynaFlex 8250

Foi nos Campos de Cima da Serra, mais especificamente no primeiro distrito do município de Esmeralda,

próximo a Vacaria, no Rio Grande do Sul, que a nossa equipe, a convite da Revista Cultivar Máquinas, esteve para realizar o test drive da colhedora Massey Ferguson 9690 ATR II. A região tem um relevo ondulado e a economia está alicerçada basicamente na produção de grãos, principalmente a soja e o cultivo de maçã. O clima é subtropical úmido e a altitude em torno de 965 metros, com bons teores de matéria orgânica no solo, contribuindo para boas produtividades.

O local onde foi realizado o test drive tinha relevo ondulado-inclinado com grandes varia-ções no microrrelevo da área, o que exige da ope-ração de colheita um pouco mais de cuidados em relação à grande maioria das situações.

A colhedora MF 9690 ATR que testamos está enquadrada na classe VI e atualmente disputa mercado com as colhedoras Case 2688, John Deere 9670 STS, New Holland CR 6080 e Valtra BC 6500. A MF 9690 é o mais novo modelo da série de colhedoras axiais MF, foi lan-çada em 2012 e destina-se principalmente aos mercados das regiões Sul e Sudeste do Brasil.

MOTOR E TRANSMISSÃOO motor que equipa a 9690 é da marca

AGCO Sisu Power de seis cilindros com 8,4 litros de volume, aspiração turbo alimentado com aftercooler e conta com um sistema ele-trônico de injeção de combustível (Common Rail). Este sistema confere uma dosagem mais precisa e eficiente do combustível na câmara de combustão, melhorando o desempenho, aumentando o rendimento e reduzindo o seu consumo. Este propulsor desenvolve 224kW (305cv) de potência a 2.200rpm e um torque de 1.246Nm a 1.800rpm do motor. Em caso de sobrecarga este motor pode fornecer uma potência adicional denominada potência de re-serva, totalizando 239kW (325cv) a 2.100rpm. Ainda, em situações de maior necessidade de potência, como é o caso da descarga de grãos sem parada da colhedora, o motor desenvolve uma “sobrepotência”, chegando a 246kW (335cv) a 2.100rpm.

Vimos a suficiência do motor nas condições da área do teste, que apresentava acentuados aclives e declives, exigindo grande potência do motor. Para atender a necessidade de grande

autonomia, a capacidade volumétrica do tanque de combustível é de 606 litros.

A transmissão da potência do motor até as rodas nesta máquina é feita por um sistema de transmissão hidrostático de quatro velocidades. Quanto aos rodados do eixo motriz que equi-pam a MF 9690 ATR, podem ser fornecidos tanto rodados simples como duplos. A máquina utilizada no teste estava configurada com os pneus 30.5L-32 R1 na dianteira e 18.4-26 R1 na traseira, também podendo ser fornecida com os pneus radiais 520/85 R38 (20.8 R38) duplo na dianteira. O peso total da colhedora com picador de palha e sistema de rodagem simples está em torno de 14 mil quilos.

SISTEMA DE TRILHA E SEPARAÇÃO O mecanismo de trilha é alimentado atra-

vés de um cilindro transversal equipado com hélices contrapostas que recebe o material a ser debulhado do condutor longitudinal de palhas, centraliza e direciona-o ao rotor. Este cilindro também é responsável pela separação de pedras e outros materiais estranhos eventualmente presentes na massa vegetal a ser debulhada.

Um dos destaques da colhedora MF 9690 é o rotor ATR II, cujas inovações contribuem para um melhor desempenho da máquina. Ele está disposto longi-tudinalmente, com diâmetro de 70cm e comprimen-to de 3,56m, é o principal órgão de trilha e separação dos grãos da palha e foi dividido em três secções. A primeira secção é uma rosca

Ventilador de fluxo transversal

Sensor de perdas localizado na parte traseira do sistema de limpeza

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Fotos Charles Echer

de três entradas com envolvimento de 360 graus, cuja função é uniformizar o fluxo de alimentação do rotor de modo a possibilitar debulha e separação dos grãos da palha sem interrupções. Na segunda secção ocorre a de-bulha, e as barras que, em versões anteriores da marca se estendiam por todo o comprimento, foram substituídas por semibarras, as chamadas “gengivas”, dispostas ao redor do rotor na forma de um helicoide. Esta disposição ameniza os impactos sobre o material a ser debulhado e permite colher grãos e sementes com redução de danos mecânicos. O côncavo envolve o cilindro em 160 graus, mede 1.390mm de comprimento e apresenta área total de 1,42m². A folga entre o rotor e o côncavo pode ser ajustada com auxílio de um motor elétrico e varia entre 3,0 e 35,0mm. A terceira secção do rotor tem uma

redução no diâmetro para aliviar a pressão sobre a massa de palha e é responsável pela separação dos grãos soltos da palha e pelo deslocamento desta até um batedor traseiro, disposto trans-versalmente, onde ocorre uma última ação de separação. Neste ponto a palha é encaminhada para fora da máquina. As grades da secção de separação envolvem o rotor em 180 graus, medem 1,14m de comprimento e apresentam área de 1,45m².

O acionamento do rotor é hidrostático com um sistema de sensores que contribui para manter a sua rotação constante mesmo em con-dições de operações severas. O rotor apresenta duas faixas de rotação: entre 175rpm e 750rpm (maior torque - indicada para soja e culturas de fácil debulha) e de 175rpm a 970rpm (maior rotação - indicada para cereais de inverno e culturas de difícil debulha).

Quando ocorre, no rotor, uma sobrecarga

acima de 95%, um sistema de alerta sonoro e luminoso é acionado na cabine, permitindo que o operador evite a parada por embuchamento do mesmo. Nestes casos, basta aumentar a folga entre o côncavo e o rotor e reverter o sentido de giro do rotor (exclusividade dos rotores com acionamento hidrostático). Esta reversão tam-bém contempla o elevador de palhas e a plata-forma de corte e captação. No entanto, durante todo o período em que testamos a máquina, mesmo em condições severas, não tivemos ne-nhuma ocorrência de embuchamento. Quanto à lubrificação dos mancais dianteiro e traseiro do rotor, ela é feita através de pinos graxeiros de fácil acesso na lateral da máquina.

SISTEMA DE LIMPEZAO sistema dos grãos baseia-se em um fluxo

em cascatas e conta com o auxílio de um fluxo de ar e de um movimento cíclico oposto da caixa de peneiras. O material que se desloca por gravidade da bandeja superior para a inferior

e desta para a peneira superior com estrati-ficação dos grãos e da palha fina, recebe um jato de ar do

Detalhes do sistema de trilha ATR, que é composto por quatro seções que são responsáveis pela alimentação, trilha, separação e descarga.A seção de descarga (direita) é composta por aletas maiores que os modelos anteriores, que garantem fluxo contínuo do material pelo sistema

Extensões verticais instaladas no bandejão evitam deslizamento lateral dos grãos em terrenos inclinados

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Fotos Charles Echer

Este modelo possui variador da velocidadede acionamento da plataforma

Sistema de engate da plataforma é facilitado pela alavanca com conexão single point

ventilador removendo-se grande parte da palha fina. Isso permite que os grãos sejam limpos mais facilmente pela peneira reduzindo os riscos de sobrecarga.

O ventilador de fluxo transversal pressuriza a caixa das peneiras de modo a suspender a palha fina e material mais leve que os grãos. O ajuste da velocidade do ventilador é realizado no console da cabina, com variação entre 590 e 1350 rpm, sendo indicada no computador de bordo.

A área de limpeza é de 4,70 m², somando-se as duas peneiras, que são do tipo escamas ajus-táveis. A palha fina e os grãos debulhados na se-gunda secção do rotor e os que forem separados da palha na secção de separação e no batedor final serão recolhidos e transportados de trás para frente através de uma bandeja separadora.

Na parte frontal existe uma segunda bandeja (inferior) que recebe e direciona o material para o início da peneira superior. Na extremidade da peneira superior encontram-se dois sensores de perdas de grãos, que estão conectados a um indicador luminoso na cabina.

SISTEMA DE DESCARGAA colhedora possui um depósito de grãos de

10.570 litros o que exige um sistema de descarga bem dimensionado, com uma vazão de 88 litros por minuto. O extremo do tubo de descarga alcança uma altura de 4,36m e distância de 6,04 metros do centro da colhedora até a saída de grãos. O volume do depósito e a velocidade de descarga conferem características de autonomia de trabalho e eficiência no momento de escoar os grãos para transporte.

SISTEMA DE MANEJO DA PALHAA MF 9690 ATR que testamos contava

com um sistema de manejo da palha composto por picador de palha standard e espalhador de palhiço. Este último fornecido como item opcional na máquina. Constituído por dois distribuidores centrífugos aletados e acionado por bomba hidráulica, o espalhador de palhiço recebe o material proveniente das peneiras, ou seja, o material menos espesso que não entra no picador de palha, fazendo uma distribuição dos resíduos proporcionalmente à largura da plataforma. Esse chamou atenção da nossa equipe pela grande uniformidade na distribui-ção do palhiço, uma vez que visualmente não se distinguiam os locais por onde a colhedora havia passado. Além disso, esse sistema contribui para melhor estabelecimento da próxima cultura que poderá ser implantada na área colhida, pois proporciona uma distribuição uniforme do material orgânico para a decomposição. Como inovação interessante de ressaltar, o picador de palha está fixado ao chassi da máquina por meio de um trilho e de uma corrente, o que permite o seu deslocamento longitudinal para facilitar o acesso ao batedor traseiro, no caso de necessida-de de limpeza e/ou manutenção deste.

Acesso aos filtros e componentes demanutenção periódica é facilitado

Detalhe da mangueira de ar comprimido queauxilia nas manutenções e limpezas periódicas

Escada retrátil proporciona acesso à parte traseira superior da colhedora para manutenções no motor e tanque graneleiro

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CABINE, POSTO DO OPERADOR E ERGONOMIAComo se tem verificado em diversas

máquinas com concepção mais moderna, os detalhes de ergonomia que envolvem o posto do operador e sua relação com os comandos da máquina são itens levados em conta pelos projetistas. Nesta máquina inicialmente já se nota uma boa visibilidade da plataforma e da barra de corte, sem movimentar-se do posto do operador. Também em questão de visibilidade é fácil o acesso visual ao tanque graneleiro, que também pode ser visto pelo lado de fora da cabine, por meio de uma escotilha.

Esta máquina é dotada de um bom espaço para operador e para um acompanhante que também tem seu assento. O painel lateral de comando tem um acionamento multifunção (joystick) integrado ao assento ergonômico, para o controle de velocidade de avanço, marcha à ré e parada da máquina, controle de subida e descida da plataforma de corte, controles de altura e posição horizontal do molinete, além de outros botões. O número de comandos por alavancas é reduzido, sendo a maioria dos acio-namentos por pequenos interruptores.

Durante o período que estivemos operando a máquina constatamos que as respostas aos comandos operados de dentro da cabine são bastante rápidas e o computador de bordo apresenta ao operador todas as informações sobre os mecanismos da máquina em tempo real. Entre estas informações uma das que mais nos chamaram a atenção foi aquela relaciona-da ao indicador de perdas, que mostra desde valores mínimos e aceitáveis, até valores que excedem o aceitável, orientando o operador para aproveitar a máxima capacidade de colheita da máquina, sem causar perdas, proporcionando

que se possa aumentar ou reduzir a velocidade de deslocamento.

Embora tenhamos trabalhado em condi-ções severas, com velocidade superior ao que normalmente se pratica, a luz indicadora de sobrecarga do rotor, que alerta o operador para um possível embuchamento do mesmo, em geral não chegava a acender.

Em uma avaliação superficial constatamos que além de atender os requisitos das normas regulamentadores 12 e 31 do Ministério do Trabalho e Emprego havia outros itens que qualificavam a máquina, como a lâmpada tipo giroflex externa à cabine indicando necessidade de descarga dos grãos.

Dentro da cabine, com as janelas fechadas e o sistema de ar-condicionado ligado, consta-tamos que o nível de ruído próximo à orelha do

operador era muito baixo, estabelecendo um ótimo conforto.

PLATAFORMAJuntamente com a máquina, aproveitamos

para testar a nova plataforma DynaFlex 8250 com largura de corte de 7,62m (25 pés), com controle automático de flutuação vertical e transversal. Esta plataforma faz parte de uma nova série (16-18-20-23-25 ou 30 pés) projetada e desenvolvida pela AGCO no Rio Grande do Sul.

O acoplamento e o desacoplamento das plataformas de corte à máquina são facilita-dos por um sistema de engate e travamento rápido das mesmas ao canal de alimentação, através de uma única alavanca com uma co-nexão single point, de quatro tubos hidráulicos

CoNCESSIoNÁrIA

Para a realização desse teste contamos com o apoio da concessionária Sotrima

que, curiosamente, tem seu nome derivado das três principais culturas agrícolas da região, soja, trigo e maçã. Inaugurada em setembro de 1988 e desde outubro de 1993 atuando como concessionário Massey Ferguson, a revenda, com matriz na cidade de Vacaria, também

possui filiais em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, e em Santa Catarina nos municípios de Lages e São Joaquim. Auxiliando-nos nesse teste estava o vendedor Thiago Valmorbida e como representantes da Massey Ferguson, o promotor-técnico – Colheitadeiras Valter Grando e também o analista de marketing do Produto Colheitadeira Fernando Petroli.

Entre as inovações da plataforma está a menor distância entre a barra de corte e o sem-fim de alimentação

O sistema de descarga tem vazão de 88 litros por minuto e o extremo do tubo de descarga pode operar a uma altura de 4,36m e distância de 6,04 metros do centro da colhedora até a saída de grãos

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e de um chicote de cabos transmissores de impulsos elétricos. O acionamento é através de uma árvore cardânica, o que proporciona menor oscilação de velocidade em comparação com o acionamento por correias. Os técnicos da AGCO que nos acompanharam no teste informaram que, no seu projeto buscou-se uma significativa redução de componentes em relação ao modelo anterior, com a expectativa de ganhos de eficiência.

Os deslizadores (sensores do controle au-tomático de altura de corte da plataforma) são menores que os anteriores, reduzindo os riscos de acúmulo de palha à sua frente. A caixa de acionamento da navalha é balanceada (nava-lha da marca “Schumacher”), apoiada sobre rolamentos blindados, oscila com frequência de 1.030 ciclos por minuto e sem vibrações perceptíveis. Notamos que além do corte das plantas de soja ser muito bom e rente ao solo, a operação é bastante silenciosa.

Quanto à flexibilidade da barra de corte salientamos a sua boa flexibilidade, onde ve-rificamos uma amplitude vertical próxima aos 150mm. Esta barra de corte permite ajuste do ângulo de ataque da navalha em relação ao solo, como forma de ajuste fino da altura de

também é utilizada uma combinação de mate-rial metálico com este mesmo material, o que reduz o seu impacto com a massa de palha e grãos que está sendo conduzida neste ponto.

Durante o teste de campo a plataforma de-monstrou uma precisão adequada com rápidas respostas a variações no microrrelevo do terreno, permitindo ainda ajustes da sensibilidade dos sensores na cabine de operação.

Quanto ao molinete o acionamento é hidrostático e sua velocidade pode ser ajustada automaticamente em função da velocidade de avanço da colhedora ou com intervenção do operador a partir da cabine, levando em consideração as condições da colheita, com a velocidade indicada no computador de bordo. A altura do molinete é ajustada com o auxílio de dois cilindros hidráulicos laterais e comandada a partir de um botão localizado na alavanca de múltiplas funções. A posição horizontal (avanço) do molinete é ajustada a partir da cabine do operador.

IMprESSõES do uSuÁrIo

O produtor usuário da MF 9690 ATR II declarou-se muito satisfeito e bem

atendido com a máquina que adquiriu após uma minuciosa pesquisa de mercado. Os pontos fortes da colhedora que o produtor destacou foram:

- Operação simplificada e facilidade de aceso em todos os pontos de manutenção.

- Reduzidos níveis de perdas de grãos no campo e qualidade das sementes obtidas na colheita de soja com esta máquina (produtor obteve o primeiro lugar em qualidade de semen-tes na empresa produtora de sementes onde é cooperante).

- O rotor com acionamento hidráulico e o sistema de alerta contra embuchamento, combinados com o sensor de perdas de grãos,

permitem maior velocidade na colheita (maior produtividade da máquina).

- Em caso de embuchamento do rotor o acionamento hidráulico permite a inversão do sentido de giro e um rápido retorno ao trabalho com mínima perda de tempo.

- O mecanismo de distribuição da palha fina proveniente das peneiras, através de rotores, também foi muito elogiado, pois o seu uso reposiciona a palha fina na largura de corte da plataforma e evita danos por frio nas culturas de inverno semeadas (sistema plantio direto) logo após a colheita da soja.

Em resumo, o produtor destacou a elevada produtividade, baixas perdas e danos aos grãos, facilidade de operação e manutenção.

Avaliação de perdas totais realizada durante o teste apresentou 26,04 quilos por hectare

O espalhador de palhiço faz uma distribuição uniforme da palha, na largura da plataforma

corte e proteção contra a entrada de material indesejável como, por exemplo, pedras.

A mesa entre a barra de corte e o sem-fim de alimentação é mais curta do que em modelos anteriores, o que reduz a possibilidade de atrito e debulha de plantas de soja na entrada da má-quina, diminuindo perdas e danos mecânicos em grãos e sementes.

O caracol de alimentação apresenta o mes-mo diâmetro dos modelos anteriores e possui possibilidade de variação em duas rotações, dependendo da propensão à debulha do cultivo. Os dedos retráteis do caracol estão fixados a uma árvore de manivelas através de mancais de nylon e nos pontos onde atravessam o caracol

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Fotos Charles Echer

AVALIAÇÃO GERAL DO FUNCIONAMENTODurante a etapa de teste da máquina,

para a avaliação de perdas de colheita as principais regulagens foram: velocidade de operação 4,5km/h, rotor a 540rpm, folga entre rotor e côncavo de 10mm e velocidade do ventilador de 1.150rpm. As perdas de grãos na plataforma de corte e alimentação e nos mecanismos internos da colhedora foram estimadas através do método de coleta de grãos encontrados em 2m² (oito subamostras de 0,25m² através de anéis com diâmetros de 0,56m).

A equipe também ficou impressionada no que se refere às perdas, que, conforme a avalia-ção realizada durante a operação de colheita, totalizaram apenas 26,04kg/ha, sendo 15,86kg/ha oriundos da plataforma e 10,18kg/ha para o sistema de trilha, separação e limpeza. Esses resultados demonstram que a nova plataforma juntamente com o sistema ATR II formam uma dupla excelente para redução de perdas na colheita da cultura.

A versatilidade nas manobras, em fun-ção da distância entre eixos reduzida, é algo surpreendente e contribui para a redução do tempo de manobra nas cabeceiras. Nesse sentido, também ficamos impressionados pela estabilidade da máquina em aclives e declives, proporcionada pela boa relação de distribuição de peso da colhedora.

Outro ponto que destaca esta colhedora é a facilidade de acesso a pontos de manutenção. Quando falamos em segurança, um dispositivo instalado no banco do operador faz com que todo o sistema de trilha seja desativado quando o mesmo levanta-se do banco.

Ao final do teste pôde-se formar um con-ceito bastante positivo da máquina em geral e do sistema ATR II em particular, que permite uma alimentação mais homogênea e melhor direcionamento do material proveniente da plataforma de corte ao rotor.

José Fernando Schlosser,Ulisses Giacomini Frantz eFabrício Azevedo Rodrigues,Nema – UFSMWalter Boller,UPF

loCAl do tEStE

O test drive da Colhedora MF 9690 ATR II foi realizado no primeiro distrito do

município de Esmeralda (RS), na Fazenda do Leão, de propriedade do senhor Dante Paga-nella. Nela são cultivados 550ha, sendo 170ha de milho e 380ha de soja no verão e 300ha de trigo no inverno.

A produtividade média da soja da culti-var BMX Turbo RR, semeada sobre cobertura de aveia-preta, foi de 37 sacos de 60kg por hectare. Este rendimento é atribuído à seca que assolou a região Sul do país nesta safra. A soja, semeada em restos culturais de trigo,

teve o seu ciclo interrompido por falta de água no solo (no mês de março a precipita-ção pluvial foi somente 20mm) e com isso o rendimento esperado foi reduzido.

Atualmente se está implantando um projeto de agricultura de precisão na pro-priedade, com distribuição de fertilizantes e corretivos em taxa variável, conforme as necessidades de cada parte da lavoura. A colhedora MF 9690 ATR II é a única existente nesta propriedade e deverá colher toda a área com boa folga de tempo, segundo o agricultor.

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A MF 9690 que testamos estava equipada com plataforma DynaFlex 8250 com largurade corte de 25 pés, com controle automático de flutuação vertical e transversal

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pulvErIzAdorES

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Charles Echer

InspecionadosInspecionados

A Serra gaúcha é uma das principais áreas de fruticultura e vitivinicultura do país. Para o sucesso da atividade,

obtendo frutos com boa sanidade, é necessário que seja realizado um bom manejo fitossani-tário, que é desenvolvido predominantemente por tratamentos culturais com equipamentos atomizadores. Os tratamentos executados com eficácia levam em consideração as condições técnicas do cultivo, fatores ambientais e do equipamento, englobando a chamada tecnologia de aplicação. Este processo sendo executado com qualidade, também pode garantir menores riscos para o produtor e meio ambiente. Entretanto, ao buscar uma referência do desempenho de equi-pamentos para tratamento cultural no Brasil, somente estão disponíveis avaliações para pul-verizadores e não para atomizadores, e tem sido demonstrado que muitos destes pulverizadores estão operando em condições inadequadas. Os atomizadores, em especial na Serra gaúcha, ainda não tiveram seu desempenho estudado e problemas podem estar ocorrendo.

Com a atenção voltada para estes problemas, o Campus de Bento Gonçalves do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS/BG) vem desenvol-vendo o projeto Tecnologia de Aplicação, para avaliação e intervenção no uso de atomizadores na Serra gaúcha. Este projeto tem apoio do Setor de Máquinas Agrícolas do DER/Faem/UFPel e durante as amostras preliminares teve apoio da empresa Iharabrás S.A. Indústrias Químicas.

O projeto gerou até o momento um conjun-to de amostras preliminares, que serviram para o ajuste das metodologias e para as primeiras análises de resultados, sendo alguns destes dados apresentados a seguir. As avaliações são realizadas com visitas nas propriedades rurais

avaliando os equipamentos nas condições reais de trabalho. A visita se divide em duas etapas, a primeira para verificações e a segunda para apresentar os resultados e transferir ao produtor as informações necessárias para melhorar o uso do seu atomizador. Esta primeira etapa foi de-senvolvida nos municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Pinto Bandeira, mas pretende se expandir para outros municípios da Serra.

RESULTADOS INICIAIS Desde o início do projeto, foram visitadas 30

propriedades, sendo que as avaliações tinham três focos: verificação de possíveis erros na apli-cação; verificação das condições de segurança; e verificação de prejuízos econômicos causados por sobreaplicação.

ERROS NA APLICAÇÃOPara avaliar os erros que estão ocorrendo nas

aplicações com atomizadores, foram seleciona-dos dados de 20 propriedades. Para caracterizar

estes erros foram selecionados dados como: erros na taxa de aplicação real em relação à pretendida, vazão média das pontas, coeficiente de variação das pontas, número e porcentagem de pontas reprovadas por atomizador, além de cultura-alvo e velocidade de trabalho. Para obter os dados de vazão foi avaliada cada ponta sepa-radamente, que tinha seu volume pesado para evitar distorções nas leituras, enquanto que as demais avaliações eram realizadas diretamente no equipamento e com entrevistas estrutura-das com os produtores. Para esta avaliação as culturas estudadas foram uva, pêssego e caqui, participando em 60%, 35% e 5%, respectiva-mente do total amostrado.

Os dados encontrados ressaltam a presença de pontas de pulverização operando inade-quadamente e a falta de critérios adequados para a sua substituição. Nessa avaliação foram reprovadas as pontas que estavam aplicando calda com uma diferença maior de 10% entre a média de todas as pontas de cada atomizador.

Recursos utilizados para coleta, pesagem e cálculo da vazão individual das pontas

Projeto Tecnologia de Aplicação inicia a avaliação de atomizadores na Serra gaúcha e os dados preliminares mostram que nem sempre a aplicação de defensivos é feita de forma correta, consequência de máquinas mal reguladas e operação ineficiente

Projeto Tecnologia de Aplicação inicia a avaliação de atomizadores na Serra gaúcha e os dados preliminares mostram que nem sempre a aplicação de defensivos é feita de forma correta, consequência de máquinas mal reguladas e operação ineficiente

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Este nível de reprovação atingiu 60% das pontas para os atomizadores que estavam aplicando na cultura caqui, 47,90% para pêssego e 31,81% na uva. O número médio de pontas reprovadas por equipamento foi de 4,92 unidades, ou seja, de dez pontas por equipamento, praticamente cinco pontas apresentavam problema, sendo que apenas dois equipamentos não tiveram pontas reprovadas.

Essa condição é gerada pelo desgaste das pontas e provoca irregularidade na distribuição da calda, sendo que os equipamentos devem ser testados regularmente quanto à vazão individual das pontas, substituindo-se aquelas que ultrapassarem o limite tolerável. Algumas pontas foram reprovadas por entupimento, situação que pode ser facilmente corrigida e reaproveitadas as pontas caso não estivessem desgastadas. Em um dos equipamentos avalia-dos, observou-se a total deterioração de todas as pontas, sendo declarado que estavam em uso há 12 anos sem haver substituição. O coeficiente de variação médio entre as pontas dos equipa-mentos atomizadores foi de 25,45%, sendo que dos equipamentos avaliados 80% extrapolaram o limite recomendado de 10%. O índice de re-provação de pontas e o coeficiente de variação encontrados são apresentados na Figura 1.

Os dados dos erros na taxa de aplicação mostram as consequências da abordagem empírica pelos produtores quanto à regulagem e calibração dos atomizadores. Este erro alcan-çou maior valor em uma propriedade onde a diferença entre a taxa de aplicação pretendida e obtida chegou a 120,88%, ou seja, o produtor estava aplicando mais que o dobro de calda que pretendia. Cabe salientar que a tolerância técnica para este erro é de 5%, valor ultrapassado por 75% das amostras.

A adequação da velocidade média de tra-balho, que deveria ser obtida após avaliações e testes de molhamento da cultura com diferentes vazões, velocidades e medidas de pontas diferen-tes, não era realizada desta forma em nenhuma das propriedades avaliadas. Ao invés disto, a velocidade era escolhida empiricamente e em alguns casos era variada durante o trabalho. Para os equipamentos avaliados que não dispunham

de acessórios de ajuste de vazão em função da velocidade, recurso existente no mercado, a variação da velocidade altera a taxa de aplicação e compromete a correta dosagem do produto. A velocidade de trabalho média observada era de 4,54km/h.

As taxas de aplicação reais variaram entre 273,62 e 1.469,17L/ha, não havendo tendências ou adequações entre as culturas comparadas. O cenário encontrado mostra que não se regula e calibra a taxa, pontas e outros critérios. Isso preocupa porque não se sabe como e quanto de ingrediente ativo do insumo está sendo aplicado e, possivelmente, pode ocorrer subaplicação ou sobreaplicação com impacto expressivo. Exemplificando este problema, durante a en-trega do relatório final e discussão com um dos proprietários, foi declarado pelo entrevistado que já havia ocorrido casos de fitotoxicidade após tratamentos fitossanitários, percebidos pelo desfolhamento de plantas e queda de frutos, com perda total do produto a ser colhido.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇAA segunda análise realizada visava avaliar

as condições de segurança na operação, em função dos indicadores: uso de equipamento de proteção individual completo (EPI), pre-sença de vazamentos, uso de proteção na TDP e nível de treinamento dos produtores. Para esta avaliação foram tomadas as seis primeiras

amostras coletadas.Os resultados encontrados mostram que

ocorre negligência com fatores de segurança nos tratamentos culturais, o que preocupa, pois apesar das poucas amostras aqui utilizadas, esse problema pode se tornar uma tendência negativa no decorrer do projeto.

Pode se relacionar a segurança à manuten-ção dos equipamentos, nesse caso sendo adotado o indicador presença de vazamentos. Todos os atomizadores apresentavam vazamentos por gotejamento, vazamentos contínuos ou ambos e, em alguns casos, foi observado mais de um ponto de vazamento.

Quanto ao uso de EPIs de forma correta, com o conjunto ideal para a operação e comple-to, todas as amostras foram reprovadas.

Na avaliação do uso da TDP, nenhum dos tratores avaliados nas amostras estava acoplado ao atomizador mediante eixo cardã protegido com capa plástica, representados por quatro das seis amostras, pois os outros dois eram au-topropelidos e não possuíam este eixo. A falta de proteção do acoplamento na TDP é um dos causadores de acidentes com maior gravidade no uso de tratores. Durante esta fase do projeto foi divulgada a notícia que um acidente com este eixo havia ocorrido no município de Far-roupilha, um dos municípios onde a pesquisa foi realizada.

Treinamentos voltados para a segurança

Equipe durante a realização de avaliação de atomizador autopropelido

Figura 1 - Coeficiente de variação entre as pontas e reprovação de pontas

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Foram visitadas 30 propriedades e avaliados itens como possíveis erros na aplicação, verificação das condições de segurança e verificação de prejuízos econômicos por sobreaplicação

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e tecnologia de aplicação ou que em algum momento abordem este tema, são essenciais para incentivar melhorias nos tratamentos fitossanitários. Nesse sentido, os produtores foram questionados quanto a terem participa-do anteriormente de treinamentos e estarem disponíveis para participar de novas oportuni-dades que porventura possam ser oferecidas. Surpreendentemente todos os produtores entrevistados já haviam participado de diversos treinamentos em forma de palestras e pequenos cursos, bem como estão dispostos a participar em novas oportunidades. Entretanto, o baixo nível de desempenho das operações encontrado nas duas primeiras avaliações descritas permite concluir que estes treinamentos não são efetivos ou não estão atingindo os objetivos com relação à maior segurança dos operadores ou adequações dos atomizadores.

PREJUÍZO ECONÔMICONa terceira avaliação foi estimado o prejuízo

potencial que uma aplicação de produto acima da dosagem pretendida e com equipamentos com vazamentos pode representar financeira-mente ao produtor. A sobreaplicação é caracte-rizada quando a calda é aplicada em quantidade superior à pretendida, sendo considerado o pre-juízo direto pelo custo desperdiçado. Para se es-timar o prejuízo por sobreaplicação foi utilizado como referência o custo padrão dos tratamentos fitossanitários para uvas americanas (974,36

R$/ha), o volume médio aplicado (600L/ha), os valores médios para vazamentos por gote-jamento e contínuos encontrados na literatura para pulverizadores (1,20L/min e 2,05L/min) e o custo unitário da calda (R$ 0,15/L)

Além destas informações foram utilizados o número de horas trabalhadas anualmente, obtido através do cálculo da capacidade ope-racional dos equipamentos, os erros na taxa de aplicação, a vazão individual das pontas e a velocidade de trabalho.

Os resultados da análise de cinco proprie-dades evidenciam problemas nos equipamentos que provocam prejuízos. Os vazamentos foram menos expressivos economicamente, mas podem ter reflexo mais direto quanto a conta-minações e foram mais frequentes. Vazamentos foram encontrados em todos os equipamentos atomizadores, desde 1,2 até 4,45L/h, o que representou um prejuízo médio de 0,42 R$/h. A média dos prejuízos totais dos vazamentos nos equipamentos das propriedades a cada ano foi de R$ 44,31.

Os prejuízos por sobreaplicação na pro-priedade 2 alcançaram o maior valor, R$ 7.383,23, que possuía uma área produtiva de 6,9ha, mas cabe salientar que estes prejuízos podem ser maiores com o aumento da escala de produção.

Ao comparar os prejuízos causados pelos atomizadores e pelos pulverizadores, os mesmos são maiores com o uso de pulverizadores devido

Apresentação de resultados e repasse de informações e correções para os produtores

às maiores escalas de produção. Entretanto, ao considerar o prejuízo por hectare, os valores são maiores na fruticultura, além de que ou-tros prejuízos podem estar ocorrendo, pois não foram estimadas as produções perdidas por subaplicação, quando aumenta a incidência de doenças, ou sobreaplicação, que pode chegar a níveis fitotóxicos. Em ambos os casos, estes problemas podem gerar perda total da produção na fruticultura.

CONSIDERAÇÕES FINAISAs avaliações realizadas comprovaram que

estão ocorrendo problemas expressivos na qua-lidade dos tratamentos fitossanitários na Serra gaúcha, situação que deve motivar programas e ações voltados à melhoria das condições técnicas dos produtores e das condições mecânicas dos equipamentos. Quanto aos erros na aplicação os equipamentos avaliados estão operando fora dos limites estabelecidos, com maiores problemas nos erros da taxa de aplicação e substituição das pontas.

Quanto à segurança, todos os indicadores utilizados tiveram desempenho negativo, de-monstrando baixo nível de preocupação com o tema, mesmo os produtores estando disponíveis para treinamentos. Além disso, as avaliações demonstram em que nível está o desperdício de produto somente por excedentes na aplica-ção. Empresas, instituições de ensino, pesquisa e extensão devem motivar os produtores a aumentar seu senso crítico sobre o problema, reconhecendo melhor suas deficiências e dando maior importância para a tecnologia de aplicação em suas propriedades.

Equipamento apresentando vazamento contínuo na tubulação

Otávio Dias da Costa Machado,Marcus André Kurtz Almaça,Antonio Felippe Fagherazzi eSabrina Lerin,IFRS/BGRoberto Lilles Tavares Machado, UFPelMateus Potrich Bellé,Laserg

Uso de equipamento com manômetro deficiente, sem controle da pressão de trabalho durante a operação

Uso de equipamento sem capa de proteção no eixo cardã

Fotos Otávio Dias Machado

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SEMEAdorAS

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Força para plantarExperimento avalia força de tração, potência e patinagem na semeadura mecanizada de amendoim

Fotos Cristiano Zerbato

A qualidade da semeadura de uma cultura é de fundamental impor-tância para garantir um estande

final de plantas adequado e, consequente-mente, o sucesso da implantação da cultura e uma boa produtividade. A semeadura é sem dúvida fator influente no desenvolvi-mento de qualquer cultura, quaisquer que sejam. A mecanização desta operação tornou possível sua realização em larga escala, com a utilização das semeadoras que, em sua maioria, são acopladas e tracionadas. O desempenho do conjunto mecanizado, no caso trator-semeadora, deve ser otimizado para se obter os melhores resultados. Desta maneira, a semeadura-adubação em proces-so mecanizado deve ser uniforme, rápida, precisa e econômica. A correta dosagem de semente e fertilizante pela semeadora é uma importante etapa no processo de semeadura em qualquer cultura, enquanto o processo eficiente de dosagem de sementes consiste na sua distribuição uniforme, de acordo com os padrões recomendados para a cultura.

A barra de tração é um dos meios de aproveitamento da potência do trator e

destina-se a desenvolver força, a qual é comumente direcionada para tração de má-quinas e implementos, que necessitam ser deslocados ao longo da área de trabalho. A exigência de força em semeadoras é função de fatores, como tipo de solo, profundi-dade de semeadura/adubação, velocidade de semeadura, teor de água e preparo do solo. Para a cultura do amendoim esses são fatores ainda desconhecidos para a correta implantação.

Um dos gargalos para a exploração da cultura do amendoim, como agronegócio de significativa importância econômica na-cional e internacional, refere-se à sua defici-ência em termos de mecanização. Tendo em vista a escassez de informações relacionadas à qualidade da semeadura mecanizada, pes-quisadores do Departamento de Engenharia Rural da Unesp de Jaboticabal realizaram ensaio com o objetivo de determinar a força de tração média e de pico, a potência deman-

Detalhes do disco dosador para plantio de amendoim e sementes utilizadas durante o experimento

Força para plantarExperimento avalia força de tração, potência e patinagem na semeadura mecanizada de amendoim

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Figura 1 - Diferença entre força de tração média (FT média) e de pico (FT pico) e potência média (Pot média) e de pico (Pot pico)

dada na barra de tração média e de pico e a patinagem dos rodados traseiros e dianteiros na semeadura mecanizada da cultivar de amendoim Runner IAC 886.

CONDUÇÃO DO EXPERIMENTOA área experimental em que se realizou

o trabalho pertence ao Laboratório de Má-quinas e Mecanização Agrícola (Lamma), do Departamento de Engenharia Rural, Unesp/Jaboticabal (SP), em altitude média de 560m, declividade média de 4%. O solo é classificado como latossolo vermelho Eutroférrico típico, horizonte A moderado, textura argilosa e relevo suave ondulado. O conteúdo médio de água no perfil de 0 a 20cm do solo durante as avaliações foi de 0,18kg/kg (18%).

A semeadura do amendoim (Arachis hypogaea) foi realizada em solo sob preparo convencional, com uma subsolagem a 40cm de profundidade, uma gradagem pesada e duas gradagens leves, ambas com grades de discos. A cultivar de amendoim utilizada nos experimentos foi a IAC Runner 886.

O esquema utilizado no experimento foi o fatorial 2x3 conduzido sob delinea-mento experimental de blocos casualizados, com seis tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos pela combinação de dois tamanhos de semente (peneiras 21 e 23mm) e três densidades de plantas (10, 14 e 18 sementes/metro), perfazendo um total de 24 parcelas.

A semeadora-adubadora de precisão utilizada foi a Marchesan COP Suprema 7/4, com disco vertical pneumático para distribuição de sementes, discos duplos desencontrados para abertura do sulco de deposição do adubo 02-20-20 (350kg/ha), discos duplos para sementes e rodas aterradoras-compactadoras duplas em “V”, discos dosadores de sementes de 48 furos de 55mm, operando com quatro

O estudo foi realizado na área experimental do Laboratório de Máquinas e Meca-nização Agrícola do Departamento de Engenharia Rural da Unesp de Jaboticabal

A força na barra de tração foi obtida através de uma célula de carga com capacidade máxima de 100kN e precisão de 10N, instalada entre o trator e a semeadora

fileiras de semeadura, com espaçamento de 90cm, profundidade de deposição da semente de 4cm e profundidade de depo-sição do adubo de 12cm. Para tracionar a semeadora-adubadora, utilizou-se de trator Valtra BM 125i 4x2 com tração dianteira auxiliar (TDA), potência máxima no motor de 91,9kW (125cv) a 2.300rpm, operado no momento da semeadura na marcha 3aL a 1.900rpm, com a tração dianteira auxiliar acionada, operando à velocidade média de 5,7km/h.

Foram avaliadas as variáveis força de tração média e de pico, potência exigida na barra de tração média e de pico e pati-nagem dos rodados dianteiros e traseiros. A força requerida na barra de tração foi obtida utilizando-se de uma célula de

carga com capacidade máxima de 100kN e precisão de 10N, instalada entre o trator e a semeadora. O sensor estava ligado a um sistema de aquisição e armazenamento (Micrologger Campbell Scientific, modelo CR23X), adquirindo dados à frequência de 1Hz, obtendo aproximadamente 12 valores por parcela, calculando-se a média aritmética. Para obter a velocidade real de deslocamento foi utilizada uma unidade de radar (modelo RVS II) localizada na lateral esquerda do trator. A força de tração de pico foi representada pelo maior valor de força obtido na parcela. O cálculo da demanda média de potência na barra de tração foi realizado segundo a equação:

PB = FT * v

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trabalho a força média de tração apresentou 2,82kN por linha de semeadura, já que fo-ram utilizadas quatro linhas de semeadura da semeadora utilizada.

A Figura 1 apresenta a diferença entre a força média e de pico que foi de 1,80kN e entre a potência média e de pico que foi de 2,58kW, mostrando que não houve grande diferença entre o máximo de esforço que o trator necessitou para tracionar a semeadora e a média demandada pelo mesmo.

Para a patinagem dos rodados do trator (Tabela 2), observa-se que pelo motivo de não haver diferença entre força e potência requerida na barra de tração para os tra-tamentos analisados, não houve diferença estatística tanto para patinagem dos rodados dianteiros quanto dos traseiros, comprovan-do novamente a homogeneidade da opera-ção de semeadura realizada, podendo dizer também que nem o tamanho de semente utilizada na semeadura, nem a densidade de semeadura utilizada alteram a patinagem nesta operação.

Como o coeficiente de variação para essa variável também obteve valores baixos, podemos afirmar que a patinagem dianteira para a operação de semeadura de amendoim foi de 4,30% e a traseira foi de 9,25% para o conjunto trator-semeadora utilizado. Os valores da patinagem traseira estão próximos dos limites estabelecidos pela Asabe, que recomenda que para a obtenção de máxima eficiência de tração, a patinagem deve ser de 8% a 10% em solos não mobilizados e de 11% a 13% em solos mobilizados.

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Tabela 1 - Análise de variância para força de tração média e de pico e potência na barra de tração média e de pico na operação de semeadura mecanizada de amendoim

Força Pico (kN)

12,7413,44

13,1312,8113,35

3,522ns0,708ns0,555ns

6,9813,09

Força Média (kN)

11,2211,36

11,2611,0511,56

0,151ns0,685 ns0,792 ns

7,8111,29

Pot Média (kW)

17,9317,84

17,6018,0518,02

0,023ns0,252ns1,615ns

7,9217,89

CV: coeficiente de variação (%). ns: não significativo pelo Teste de Tukey á 5% de proba-bilidade.

Pot Pico (kN)

20,1920,74

20,1920,6020,61

0,928ns0,238ns1.597ns

6,7520,47

TratamentosSementes (S)

23 mm21 mm

Populações (P)10 sem/m14 sem/m18 sem/mTeste de F

SP

SxPCV (%)

Média Geral

Tabela 2 - Análise de variância para pa-tinagem traseira e dianteira na operação de semeadura

Pat dianteira (%)

9,359,16

8,919,299,57

0,353ns1,463ns0,118ns

8,469,25

Pat traseira (%)

4,154,44

4,294,294,29

1,262ns0,000 ns1,682 ns

14,724,30

CV: coeficiente de variação (%). ns: não significativo pelo Teste de Tukey á 5% de probabilidade.

TratamentosSementes (S)

23 mm21 mm

Populações (P)10 sem/m14 sem/m18 sem/mTeste de F

SP

SxPCV (%)

Média Geral

em que:PB = potência média na barra de tração

(kW); FT = força de tração média na barra

(kN); e v = velocidade de deslocamento (m

s-1).A potência de pico foi calculada utili-

zando-se da mesma equação para o cálculo da potência média, com a mudança de força de tração média para força de tração de pico.

A patinagem foi mensurada pela dife-rença da distância percorrida pelas rodas sem carregamento (com o trator em movi-mento numa área não trabalhada e com o implemento levantado) e com carregamento (trator com o implemento no solo) quando completadas quatro voltas do pneu. O cál-culo foi realizado através da fórmula:

P(%) = ((D0 – D1) / D0) * 100

em que:P(%) = porcentagem de patinagem;D0 = distância percorrida pelas rodas

sem carregamento;D1 = distância percorrida pelas rodas

com carregamento.As análises dos resultados foram pro-

cessadas com o programa estatístico Sis-var, realizando-se a análise de variância e aplicando-se o teste F e, quando houve significância, o teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

RESULTADOS De acordo com a Tabela 1, verifica-se

que não houve diferença estatística entre os tratamentos analisados para força e potência média e de pico. Esse resultado mostra que a

operação foi realizada de forma homogênea, com a mesma velocidade e profundidade de semeadura em todas as parcelas, e que o solo estava preparado de forma igual em toda a área experimental. Isso implica dizer que tanto o tamanho de semente quanto a densidade de semeadura não alteram a força e a potência requeridas na barra de tração do trator.

Observa-se também para essas variáveis que o coeficiente de variação foi baixo, comprovando a homogeneidade da área amostral. Com isso, determinou-se que a média geral de força média e de pico apresentou valores de 11,29 e 13,09kN e a potência média e de pico, 17,89 e 20,47kW, respectivamente. Esses valores concordam com o que recomenda a Asabe, onde a força de tração necessária para a operação de se-meadura de precisão, na direção horizontal ao deslocamento, incluída a resistência ao rolamento da máquina, com bom leito de semeadura, deve ser de 3,4kN com variação de 35% por linha (semeadura, adubação e aplicação de herbicida), onde no presente

Cristiano Zerbato,Vicente Filho Alves Silva,Murilo Aparecido Voltarelli,Ariel Muncio Compagnon eCarlos Eduardo Angeli Furlani,Lamma – Unesp Jaboticabal

Sistema de aquisição e armazenamento de dados

Radar para determinação da velocidade real de deslocamento

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IrrIgAção

Chuva em linha reta

Dentre os diversos métodos de irrigação existentes, a aspersão se destaca pelas vantagens que

apresenta em relação aos demais, devido a suas características de fornecimento de água, sob a forma de chuva artificial. Este sistema, quando devidamente instalado e manejado, não provoca erosão, podendo ser usado em terrenos de grande decli-vidade. A aplicação uniforme de água é possível em todos os tipos de solo, mesmo nos de elevada porosidade. Não há neces-sidade de sistematização do terreno e o sistema se adapta tanto às culturas anuais quanto às perenes.

A irrigação por aspersão teve início na Europa e Estados Unidos no princípio do século passado, porém, até a década de 1930, era limitada a pequenas áreas de viveiros e hortaliças. Com o advento dos tubos leves de aço e de outros materiais

de engate rápido, permitindo o uso de conjuntos portáteis e o aperfeiçoamento das bombas e aspersores, a partir de 1940 houve redução nos custos de mão de obra e de aquisição dos equipamentos, dando grande impulso à irrigação.

Entretanto, a partir do início da mi-gração dos trabalhadores rurais para as cidades, a escassez de mão de obra passou a se manifestar. Consequentemente se ele-varam os salários e os custos operacionais para a prática da irrigação convencional, que requer certo contingente de pessoal. Surgiram, então, os sistemas mecanizados e, entre eles, o equipamento autoprope-lido é, atualmente, o mais difundido no Brasil.

O sistema autopropelido originou-se nos Estados Unidos, a partir dos equi-pamentos de irrigação por aspersão con-vencionais semiportáteis que utilizavam

uma linha principal, geralmente fixa, e linhas laterais móveis, com aspersores do tipo canhão. Os aspersores canhão, de longo alcance, proporcionam economia de mão de obra, pois abrangem área maior e, portanto, menor número de mudanças da linha lateral. Inicialmente teve-se a ideia de prover os aspersores canhão de rodas

A aplicação uniforme de água é possível em todos os tipos de solo

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O sistema de irrigação autopropelido por aspersão vem ganhando espaço nas lavouras brasileiras,

principalmente na cultura de cana-de-açúcar

O sistema de irrigação autopropelido por aspersão vem ganhando espaço nas lavouras brasileiras,

principalmente na cultura de cana-de-açúcarFoto

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Fotos Divulgação

e substituir a linha lateral de tubos de engate rápido por uma mangueira flexível. O aspersor funcionava em determinada posição e, após completado o tempo de irrigação, com o auxílio de um trator, o aspersor era transferido para a posição se-guinte, e assim sucessivamente até cobrir totalmente a área.

Este sistema exigia a utilização cons-tante de um trator e seu operador. A partir daí, surgiu, então, o equipamento com propulsão hidráulica, denominado autopropelido, que utiliza a própria força da água de irrigação para sua mo-vimentação.

Em nosso país podem ser encontrados equipamentos autopropelidos de dois ta-manhos. Esta dimensão de equipamento diz respeito à área que ele pode irrigar. Os autopropelidos, independentemente do seu porte, possuem as mesmas caracterís-ticas de funcionamento. São constituídos de um único aspersor canhão montado sobre uma carreta de duas ou quatro rodas pneumáticas. O mecanismo propulsor pode ser constituído por pistão ou turbi-na hidráulica. A unidade autopropelida

é conectada a hidrantes instalados na tubulação mestra, através de mangueiras flexíveis de três ou quatro polegadas de diâmetro por 100 ou 200 metros de com-primento e confeccionada com material de grande resistência à tração e à pressão.

A motobomba fornece vazão e pressão tanto ao aspersor quanto ao mecanismo de movimento (turbina ou pistão), que através de engrenagens transfere o movi-mento a um tambor que enrola um cabo de aço. Este cabo, no início da operação do equipamento, é esticado e ancorado na

outra extremidade do percurso, de modo que a medida que o cabo de aço vai sendo enrolado, o aspersor canhão se desloca em linha reta irrigando uma faixa de largura uniforme até o final do percurso, onde interrompe o movimento através de dispositivo automático. O procedimento seguinte é fechar o hidrante, desconectar a mangueira e, com auxílio de um pequeno trator com tomada de força, enrolá-la no carretel apropriado do equipamento, o qual está pronto para passar a um novo percurso de irrigação.

Os aspersores canhão, de longo alcance, proporcionam economia de mão de obra

As dimensões das faixas irrigadas em cada passagem dependem do tamanho da unidade autopropelida e do bocal utilizado peloaspersor. Existem diversos modelos, dos pequenos, que cobrem faixas de 200 metros, aos grandes, para faixas de até 500 metros

A lâmina de água aplicada é determinada pela velocidade de deslocamento e vazão do aspersor

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As dimensões das faixas irrigadas em cada passagem dependem do tamanho da unidade autopropelida e do bocal utilizado pelo aspersor. Nos de tamanho grande, o aspersor autopropelido percorre 400 me-tros, irrigando uma área com 500 metros de comprimento por 91 a 115 metros de largura. Nos conjuntos pequenos, também chamados miniautopropelidos, o percurso é de 200 metros, cobrindo uma área de 260 metros de comprimento por 54 a 78 metros de largura.

Este sistema tem sido utilizado nas mais variadas culturas como laranja, li-mão, milho, cana-de-açúcar etc. Existem equipamentos adaptáveis a áreas pequenas (desde 8ha), áreas médias (20ha) e áreas grandes (até 60ha).

Os carreadores para deslocamento do conjunto devem ter uma largura aproxi-mada de dois metros por 200 a 400 metros de comprimento. Recomenda-se o plantio de vegetação baixa nos carreadores para evitar a ocorrência de erosão e diminuir o desgaste da mangueira. Em geral, o espa-çamento deve oscilar entre 60% a 80% do valor do diâmetro molhado do aspersor.

A lâmina de água aplicada sobre o solo é determinada pela velocidade de deslocamento e vazão do aspersor, com inúmeras possibilidades de regulagem, de procedimento bastante simples.

Os aspersores canhão, utilizados em autopropelidos são geralmente setoriais e operam com pressão de 5 a 7kg/cm, com raio de alcance de 35 a 75 metros e vazão de 40 a 180m3/h, que oferecem boa pul-verização do jato de água, formando gotas leves, de modo a não prejudicar as plantas. A ocorrência de ventos fortes prejudica a uniformidade de distribuição da água, de-terminando espaçamentos mais reduzidos. Devido a este fato, a tendência atual é uti-lizar aspersores com ângulos de inclinação inferiores a 24° para reduzir os efeitos.

Como citamos anteriormente, o meca-nismo de acionamento autopropelido tan-to pode ser uma turbina como um pistão

hidráulico, com características próprias, que devem determinar a escolha de um ou outro tipo em cada caso.

O acionamento do pistão se dá pela pressão da água que o alimenta e esta pressão é regulável por meio de registro e bocais de descargas, enquanto que a po-tência que a turbina desenvolve é propor-cional à vazão e à velocidade da água que a alimenta. Seu torque e sua velocidade são reguláveis, variando o fluxo de alimenta-ção da água e mudanças de engrenagens de transmissão. Deste modo, o sistema acionado por turbina sofre pequenas al-terações de velocidade de deslocamento durante o percurso, uma vez que a parte arrastada da mangueira é crescente duran-te o trajeto. O sistema acionado por pistão apresenta velocidades de deslocamento

constante, mesmo em aclives ou declives, porém, em alguns casos exige-se que a água seja livre de partículas abrasivas, que podem causar desgaste nos componentes das válvulas e do pistão.

Este tipo de equipamento já vem sendo largamente utilizado em várias regiões do Brasil, principalmente para a irrigação de pomares de citrus, cana-de-açúcar e cereais diversos, que ocupam grandes áreas. A capacidade do equipamento vai depender das condições climatológicas e de solo no local da instalação e do tipo de cultura a ser irrigada.

Levando-se em conta que os pequenos e médios produtores são responsáveis pela maior parte da produção agrícola nacional, o sistema autopropelido de irrigação por aspersão, pelas razões apresentadas, é o que oferece maiores vantagens, comparado a ou-tros sistemas, por isto está se tornando cada vez mais difundido em nosso meio.

Diferentes projetos de irrigação com sistema autopropelido

vANtAgENS do SIStEMA

O sistema autopropelido apresenta algumas vantagens em relação à

irrigação por aspersão do tipo convencional, como:

• Apresenta baixo custo operacional, pois necessita apenas de um homem e de um trator pequeno para efetuar as mudanças;

• Adapta-se a vários tamanhos e forma-tos de áreas;

• Pode ser usado em vários tipos de culturas, quer sejam de porte alto, como frutíferas, milho, cana-de-açúcar; ou de porte baixo, como feijão, soja, trigo, arroz, pastagem etc;

• Equipamento muito versátil e fácil de transportar;

• Opera satisfatoriamente em terreno de topografia ondulada, uma vez que a unidade do aspersor transpõe facilmente inclinações do terreno, inclusive terraços;

• Possibilita a irrigação no período notur-no, proporcionando a utilização completa da capacidade do equipamento, diminuindo os custos de investimentos.

Welington Gonzaga do Vale,UFMT/Campus Sinop

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EvENtoS

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O show de 2012Os bons resultados da 19ª Agrishow foram atribuídos ao crescimento do número de expositores, à maior oferta de crédito a juros mais atrativos

e ao aumento de público visitante qualificado

A 19ª Feira Internacional da Tecno-logia Agrícola em Ação (Agrishow), realizada de 30 de abril a 4 de maio,

em Ribeirão Preto (SP), superou mais uma vez as expectativas dos organizadores. A feira atingiu R$ 2,15 bilhões em volume de negócios, valor 22% superior ao da edição do ano pas-sado. O público visitante também aumentou e totalizou 152 mil pessoas, contra 146,8 mil registrados em 2011.

Segundo a comissão organizadora do evento, a maior oferta de volume de crédito, com juros atraentes, compôs os fatores finais para a equação do sucesso e superação de ex-pectativas, além do crescimento do número de expositores, que passou de 765 em 2011 para 780 nesta edição.

A feira já tem data definida para o ano que vem. Será dia de 29 de abril a 3 de maio.

DESTAQUES

JACTOA Jacto lançou na Agrishow o pulverizador

autopropelido Uniport 3030, que reúne um conjunto de soluções em aplicação, veicular e de tecnologia embarcada, o Jacto Precise Solutions (JPS). A plataforma JPS do pulve-rizador apresenta três sistemas desenvolvidos e integrados para pulverização precisa: o Jacto Quality Spray (JQS), sistema de pulverização; o Jacto Smart Vehicle (JSV), sistema veicular; e o Otmis, sistema de navegação e serviço. O pulverizador destaca-se pelo vão livre ajustável

de até 1,75m, barras com altura de trabalho de até 2,6m, sistema de telemetria e controle de pulverização bico a bico.

VALTRAO conceito de máquinas agrícolas do futuro,

que garantem alta produtividade sem influen-ciar negativamente o meio ambiente, foi o destaque da Valtra na Agrishow. O ANTS, sigla que em inglês significa formiga, é uma máquina conceito constituída por dois ou mais módulos independentes que trabalham de forma integra-da em atividades distintas.

A partir da Agrishow a Valtra lança ao mercado brasileiro a linha de tratores da Sé-rie S, que já reflete algumas das tecnologias idealizadas para o ANTS. Os tratores S293 e

A Jacto apresentou o pulverizador autopropelido Uniport 3030, que reúne um conjunto de soluções em aplicação, veicular e de tecnologia embarcada

A Valtra lançou a linha de tratores da Série S, que já reflete algumas das tecnologias idealizadas para o ANTS

Tratores de grande porte chamaram atenção no estande da Case IH, que teve como novidade este ano o programa Max Case IH

Plantadora de plantio direto JM 8080 PDMagnum e JM 8090 PD Exacta Terra, da Jumil

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S353 possuem capacidade de levante de 12 mil quilos e bomba de fluxo variável de 200 litros por minuto, controlada automaticamente. As máquinas trazem motor eletrônico AGCO Sisu Power 84 WI – 4V, TR 2, com baixa emissão de poluentes, e a cabine dos tratores possui o sistema AutoConfort, que permite maior conforto nas operações.

JUMILOs principais destaques da Jumil na

Agrishow foram os modelos de plantadora de plantio direto JM 8080 PD Magnum e JM 8090 PD Exacta Terra Jumil. Os modelos foram desenvolvidos para eliminar principalmente a “janela de plantio” que existe hoje nas culturas, ou seja, reduzir ao máximo o tempo improdu-tivo do produtor.

As plantadoras são fornecidas com chassi dividido em três secções com capacidade para 29,33 e 30 linhas, cabeçalho telescópico e sistema de articulação que permite a movi-mentação e o fechamento do implemento para o transporte.

CASE IHO grande destaque da Case IH na Agrishow

foi o seu novo suporte para atendimento de máquinas paradas no campo em função de

problemas técnicos, o Max Case IH. Todos os membros da cadeia produtiva da Case IH, como fábricas, centro de distribuição de peças, equipe de serviço e rede de concessionárias, são envolvidos na tarefa de devolver a máquina ao trabalho no menor prazo possível.

As colhedoras de cana-de-açúcar da série A8000 da Case IH também foram apresentadas na feira. As novidades da máquina incluem um novo software de controle do consumo de combustível, o SmartCruise, além de melho-rias no sistema de arrefecimento da caixa do motor, no sistema de controle automático do corte de base (autotracker) e em alguns itens de segurança.

A versão importada dos tratores Puma 195 e 210 foi destaque da Case IH na feira. As máquinas são equipadas por motores Case IH de certificação Tier III, com capacidade para 6,75L, e com Power Boost, responsável por aumento de potência de até 35hp nas operações TDF, no transporte, em condições de alta exigência de fluxo hidráulico ou em terrenos íngremes.

Outra novidade da empresa é sua linha de plantadoras, que conta com a parceria da Semeato. A Sol Tower realiza a semeadura direta de grãos graúdos, como a soja, o milho e o feijão. O modelo apresentado na feira tinha

15 linhas e espaçamento nominal de 45cm. A família Sol TT é voltada para produtores que realizam a adubação antecipada e alia qualidade e rendimento operacional no sistema de plantio direto de grãos graúdos. Já as famílias SSM e SHM podem ser utilizadas na semeadura direta de grãos graúdos ou finos.

SEMEATOA Semeato também destacou em seu estan-

de as plantadoras Sol Tower e Sol TT que tem parceria com a Case IH. Dos itens opcionais da marca, o acoplador foi ressaltado. Ele está disponível para todos os modelos da linha e une duas máquinas ao mesmo trator. Com a utilização deste sistema é possível trabalhar com 14 (Sol T7) a 34 linhas (Sol T17).

O público pode conferir ainda os modelos de máquinas múltiplas: SHM, SAM e SSM.

NEW HOLLANDDurante a Agrishow, a New Holland apre-

sentou sua linha de tratores T9, com o modelo T9.560. A máquina é considerada a maior da América Latina e alcança até 560cv. Em áreas de cultivo de larga escala, o T9 tem capacidade de substituição de até quatro tratores de média potência e foi projetado para trabalhar com tecnologia de precisão.

A Semeato destacou em seu estande as plantadoras Sol Tower eSol TT com opções de acoplador para trabalhar com duas plantadoras

Máquina polivalente Braud, da New Holland, que ainda é um conceito no Brasil, tem previsão de venda para 2013 e abrange a colheita de uva, azeitona e café

Destaque para o trator multiuso Solis 75/85, com 75cv e 85cv de potência no estande da Montana

A Massey Ferguson destacou os tratores de grande porte da Série MF 8600, com transmissão automática e continuamente variável

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A empresa mostrou também a série de colhedoras polivalentes Braud. A máquina, que ainda é um conceito no Brasil e tem previsão de venda para 2013, abrange a colheita de uva, azeitona e café. Por ser polivalente, a máquina pode atuar colhendo e ser convertida para tra-balhar na entressafra pulverizando e fazendo os tratos culturais das plantas.

A New Holland ainda destacou na feira sua parceria com a Semeato para produção de semeadoras, que resultará em nove linhas de máquinas e contará com mais de 30 modelos. Serão três tipos de semeadoras: para grãos graúdos, finos e múltiplas.

MONTANAA Montana levou à Agrishow diversas má-

quinas de sua linha de produtos. Os destaques foram: o pulverizador autopropelido Parruda DF5000, que é direcionado exclusivamente para adubação, consegue fazer a cobertura de aproximadamente 400ha por dia e tem compar-timento para cinco mil litros, 4x4 hidro, tração em x e motor MWM 185; o trator Global Farm 100, com potência de 100cv, tração 4x4 câmbio 12x12, reversor sincronizado, motor Perkins de baixo consumo e manutenção; o novo membro de autopropelidos da família Parruda, o Boxer 2025M é uma máquina menor, mais leve, mas com potência de 115cv, barras de 25m,

com transmissão mecânica 4x2 e com cinco velocidades; e o trator multiuso Solis 75/85, com 75cv e 85cv de potência, motor de quatro cilindros turbo.

A colhedora de algodão Cotton Blue Stri-pper Adensado também foi apresentada pela Montana na feira. O equipamento conta com unidade de colheita de 6m e consegue fazer em média 25ha por dia. Devido ao sistema de 3.900 rotações por minuto, a máquina tem uma redução de custo de combustível de 25% em relação ao modelo tradicional.

MASSEY FERGUSONAs máquinas com maior capacidade de

colheita da Massey Ferguson, MF 9690 ATR II e MF 9790 ATR II, foram destaque na Agrishow. As colheitadeiras, que são de clas-ses 6 e 7, respectivamente, têm acionamento hidrostático do rotor, o que garante a manu-tenção de uma rotação constante selecionada, independente das oscilações do motor ou da alimentação. O sistema não tem embreagens, polias ou correias, proporcionando uma ope-ração mais simples.

A colheitadeira MF 5650 Hydro também foi apresentada pela empresa. Em duas versões, a máquina é fabricada na planta industrial de Santa Rosa e a versão SR é indicada para a cultura do arroz irrigado.

No segmento de tratores de alta potência, a Massey Ferguson destacou os da Série MF 8600, que são de transmissão automática e continuamente variável (CVT, sigla em inglês). Integra a frota, a Série MF 7000 Dyna-6, com transmissão automática.

Na Série MF 4200, outros destaques são as novas motorizações que equipam os trato-res 4283 (85cv) e 4291 (105cv) e os motores AGCO Sisu Power de quatro cilindros, que garantem a performance dos modelos MF 4292 (110cv), MF 4297 (120cv) e MF 4299 (130cv).

JOHN DEEREA John Deere estava na feira em clima de

comemoração pelos seus 175 anos de história. Os maiores destaques da John Deere nesta edição comemorativa foram os tratores 9460R, com motor de 460cv, que fazem parte da série 9R, e o modelo 5090E, destinado às pequenas propriedades. Outro lançamento foi o distri-buidor autopropelido 4940 DRY BOX para distribuição de sólidos, que é equipado com um motor de nove litros, seis cilindros e 340cv de potência.

A nova colheitadeira S680 de alta perfor-mance foi um dos destaques para a linha de colheita. Ela tem tanque graneleiro de 14 mil litros, taxa de descarga de 135 litros/segundo e

Fotos Cultivar

A colhedora de grãos S680 da John Deere conta com tanque graneleiro de 14 mil litros e plataforma Hydraflex Draper de 40 pés

Plantadora Marathon da Kuhn pode ser configurada nas versões 27, 31 e 35 linhas

Transmissão 5WG98 para pulverizadores, com tecnologiaPowerShift com conversor de torque da ZF

Carreta graneleira UP Grain, da GTS, possui sistema de alta estabilidade e alta velocidade de deslocamento

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utiliza plataforma Hydraflex Draper de 40 pés. A cabine 30% maior que as da série STS dão uma idéia do tamanho da colhedora.

No setor de irrigação, a John Deere lan-çou uma linha de filtros para complementar o seu sistema e apresentou também o tubo gotejador D5000. O tubo é autorregulável, de parede fina e mantém a uniformidade de aplicação em linhas extensas de cultivos e também em terrenos acidentados. Ele pode ser utilizado tanto na superfície como enterrado, dependendo da cultura na qual é estabelecido.

KUHNA plantadora Marathon foi o destaque da

Kuhn. A máquina foi desenvolvida para traba-lhar com alta velocidade, podendo chegar até 15km/h, e possui também sistema pneumático. A Marathon pode ser configurada nas versões 27, 31 e 35 linhas.

ZFA ZF levou para a feira dois principais

destaques: a transmissão 5WG98 para pul-verizadores, com tecnologia PowerShift com conversor de torque, cinco velocidades à frente e três para trás, relações de marchas desenvol-vidas, controle eletrônico e opção para 4x4; e o eixo TSA para tratores, que traz um conjunto

de vedações desenvolvido para trabalhos seve-ros, inclusive em campos alagados. O TSA foi desenvolvido para suportar uso de pás carrega-deiras e similares.

GTSAs carretas graneleiras UP Grain foram o

destaque da GTS. O produto possui sistema de alta estabilidade, alta velocidade de deslo-camento, baixo centro de gravidade e pneus de alta flutuação. A carreta apresenta também grande área de coleta, o que facilita a realização do processo em movimento.

AGRIMECOs visitantes que estiveram no estande

da Agrimec puderam conhecer melhor as Plainas Multilâminas da Linha Robust, com destaque para a Robust 600, com 14,7m de comprimento.

As plainas - que deixam a lavoura pronta para dessecar e receber o plantio direto, eliminando os desníveis de microrrelevos e melhoram o desempenho das plantado-ras – possuem estrutura monobloco e são compostas por três lâminas dianteiras em “V” e outra posterior esquerda, responsáveis por fazer um minipreparo do solo, e uma lâmina traseira responsável pelo acabamento do serviço.

METALFORA Metalfor apresentou o novo corte de

secção por bico e seletor de ponta de bico automático duplo da marca Arag. O sistema possui um computador e um GPS, o qual dá informação da posição da máquina e se é ne-cessário o fechamento de um bico ou mais, para que a aplicação não se repita. O equipamento também tem a capacidade de selecionar a ponta de bico automaticamente e o sistema pode suportar até 96 cortes individuais de bico.

VERMEERA Vermeer do Brasil levou para a Agrishow

2012 uma frota de equipamentos especialmente dedicados à biomassa de diversos tipos e com destaque para a cana-de-açúcar, solução para fenação, valeteamento e meio ambiente.

Entre os lançamentos destacamos a Enfar-dadeira Cilíndrica modelo 604 Super M que gera fardos de 1,2 metro de largura e até 1,8 metro de diâmetro. Em operação com palha de cana, a enfardadeira processa em média 22 to-neladas por hora, o que pode variar dependendo da umidade da biomassa e de outras condições de manejo. Durante a operação a palha é cap-turada por um sistema de alimentação direta para câmera, sem obstáculos, o que garante um fardo mais compactado, evitando o embucha-mento da máquina. Os rolamentos reforçados

Plainas Multilâminas da Linha Robust, da Agrimec, são compostas por três lâminas dianteiras em “V”

Sistemas de Agricultura de Precisão que equipam os pulverizadores autopropelidos foram os destaques da Metalfor

Enfardadeira cilíndrica 604 Super M da Vermeer gera fardos de 1,2 metro de largura e até 1,8 metro de diâmetro

A Titan destacou o pneu DT824 650/75R32 para aplicação em tratores

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Fotos Cultivar

Power Lancer 4100, distribuidor autopropelido com tração 4x4 mecânica, da Jan, possibilita distribuição em taxa variável

O destaque da Marini ficou por conta do Rodado Duplo Marinicom sistema de engate rápido para tratores e colheitadeiras

Motosserra 236e com desenho ergonômico da Husqvarna promete arranque rápido e facilidade de operação

A Stara apresentou o inédito Sistema de Distribuição Precisa de Sementes, que passará a equipar alguns modelos de plantadeiras da empresa

com vedação tripla garantem a resistência no processamento da palha da cana-de-açúcar. O sistema de amarração pode utilizar rede ou fio de sital.

TITANDurante sua primeira participação na

Agrishow, a Titan apresentou algumas novida-des para o setor agrícola. O destaque agrícola ficou para o pneu DT824 650/75R32 para aplicação em tratores. Por ser um pneu radial, suporta a mesma capacidade de carga que um diagonal, necessitando de pressão interna menor (7% a 10%), apresenta desgaste inferior – roda de 12 mil a 15 mil horas sem necessidade de recapagem, enquanto o diagonal roda cerca de 12 mil horas com duas recapagens e oferece uma economia de combustível de até 7%. A Titan manterá as duas versões do DT824 650/75R32 (173A8 para colhedoras de grãos e o 160A8 para tratores) no mercado.

JANA Implementos Agrícolas Jan S/A destacou

o Power Lancer 4100, distribuidor autopro-pelido com tração 4x4 mecânica com rodado bidirecional, capacidade de carga de 4m³, bitola regulável e suspensão pneumática ativa.

O implemento visa atender a demanda de equipamentos para trabalhar a taxa variável e piloto automático, dar rendimento na aplicação de fertilizantes e adubo, além de fazer cobertura em determinadas culturas como milho, algodão, entre outras.

MARINI A Marini Indústria de Máquinas e Imple-

mentos Agrícolas apresentou o Rodado Duplo Marini com sistema de engate rápido para trato-res e colheitadeiras, trazendo inovação, rapidez, segurança e facilidade na instalação.

A Marini disponibiliza os seguintes modelos de rodado duplo com engate rápido: com aros de 9 x 38” para tratores de 65cv a 90cv; com aros de 11 x 38” para tratores de até 110cv; com aros de 34” para tratores de 100cv até 140cv e com aros 18 x 38”, que servem para tratores maiores e colheitadeiras de todas as marcas e modelos..

HUSQVARNA A Husqvarna levou a linha de motosserras

de terceira geração, modelos 362, 372XP e 390XP, que são destinadas ao uso rural e pro-fissional intensivo que aliam potência, moderno desenho ergonômico e produtividade.

Outro grande destaque apresentado foi a

motosserra 236e. Com desenho ergonômico, a motosserra 236e promete arranque rápido e facilidade de operação. É ideal para atividades de poda, serviços leves e uso ocasional em sítios. A 236e incorpora um sistema centrífugo de lim-peza de ar – conhecido como Air Injection - que reduz desgastes e aumenta os intervalos entre as manutenções do filtro de ar. O equipamento conta com motor X-TORQ7.

STARAA Stara apresentou na Agrishow o Sistema

de Distribuição Precisa de Sementes (DPS). O DPS possui um sistema de câmara de vácuo menor que os dosadores convencionais, com uma vedação de alta eficiência, isto proporcio-na total aproveitamento do vácuo para sucção das sementes. Esta eficiência possibilita aderir com maior firmeza ao disco de distribuição de sementes, evitando falhas por trepidações, garantindo assim maior precisão e agilidade no plantio. A otimização e o aproveitamento total do vácuo na dosagem das sementes exigem menor potência da turbina e consequentemente menor consumo de óleo diesel do trator. É equipado por um organizador com cinco hastes que realiza a separação de sementes, eliminando a possibilidade de plantio de sementes duplas.

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A Miac lançou o ceifador de feijão Top Flex, com estrutura totalmente reprojetada, mais leve e flexível

O pneu Fateagro GR-850 com tecnologia agro-radial, ideal para solos úmidos ou brandos, foi um dos destaques da Fate

Linha de tratores 1155 NEW da Agritech está apta a receber cabines de fábrica

Pro Flex 500, receptor L1/L2 Geodésico de alto padrão, com até 75 canais da Alezi Teodolini

O organizador não necessita de ajustes ou regulagens, independentemente do tamanho das sementes.

MIACO destaque da Miac na Agrishow foi o ceifa-

dor de feijão Top Flex. O equipamento apresenta estrutura totalmente reprojetada: mais simples, mais leve, mais eficiente. Com novo abridor de linhas com sistema de corte vertical, que evita embuchamento de plantas de feijão e separa melhor as plantas que serão ceifadas. Molinete triangular. Regulagem de ângulo do molinete que permite levantar o feijão tombado pelo vento, seja qual for a direção de trabalho do cei-fador. E altura e avanço do molinete acionados hidraulicamente.

FATEA Fate apresentou sua linha de pneus

agrícolas. Os destaques foram para os recém-lançados Fateagro GR-850 com tecnologia agro-radial, ideal para solos úmidos ou brandos. O GD-79, tradicional modelo de pneu da marca destinado a máquinas e equipamentos agrícolas. Para o transporte de carga foram apresentados o 295/80 R 22.5 dos modelos Fatecargo SC-240 (eixo direcional), e o Fatecargo DC-480 (de eixo trativo), ambos de uso misto.

AGRITECHA Agritech apresentou na Agrishow a

nova linha 1.200, composta por tratores com motorização Agritech de 30cv e 50cv. Os novos tratores, denominados 1235 e 1250, trazem motorização mais moderna dentro da platafor-ma de transmissão tradicional da Linha 1000, leves, com melhor performance, baixo consumo de combustível, baixa emissão de poluentes e aptos para rodar com biodiesel B5. A nova linha possui um custo mais acessível, com foco no atendimento das necessidades do pequeno produtor, com aquisição facilitada pelo progra-ma Mais Alimentos, do Governo Federal.

A linha 1155 NEW, que está apta a rece-ber cabines de fábrica, foi outro destaque da Agritech. O produtor poderá agora obter um mesmo financiamento para trator e cabines, e não de forma separada, como ocorria anterior-mente, o que facilita o processo de obtenção de recursos.

ALEZIA Alezi Teodolini apresentou aos clientes e

visitantes da Agrishow o seu portfólio de pro-dutos voltados para a agricultura de precisão. O destaque da feira ficou por conta do Pro Flex 500, receptor L1/L2 Geodésico de alto padrão, com até 75 canais, que pode ser usado como

base tanto para topografia como para agricul-tura, podendo ser acessado remotamente por qualquer computador em qualquer localidade do mundo.

MWM INTERNATIONALA MWM Internacional participou da

Agrishow 2012 dando destaque para o segmen-to de geração de energia com os motores parciais MaxxForce 4.8P e MaxxForce 7.2P adaptados para receber o kit GNV (Gás Natural Veicular) e biogás. Os motores parciais têm um conceito diferenciado, pois possuem cabeçote com usi-nagem para receber a vela de ignição, ao invés do bico injetor diesel. Além disso, é agregado um pistão já adequado à taxa de compressão exigida pelos motores a gás natural e a biogás. Esses motores mantêm a alta durabilidade da versão diesel e são destinados a clientes que realizam a customização do propulsor. Como o motor já sai da fábrica com cabeçote e taxa de compressão adequada, o cliente terá um menor custo de customização. Isto evita que ele tenha que abrir o motor e usinar componentes. Basta montar o kit de ignição e injeção de gás natural ou biogás.

CHEVROLETA Chevrolet apresentou sua nova picape

Motores MaxxForce 4.8P e MaxxForce 7.2P da MWM adaptados para receber o kit GNV

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A nova S10 da Chevrolet tem motorização 2.8 Turbodiesel com 180cv

Os caminhões pesados e semipesados foram destaques da Volvo na Agrishow

Picape L200 Triton HPE, da Mitsubishi, equipada como moderno motor turbo de 3.2L diesel 16V DOHC

G 480 6x4, da Scania, versão cavalo mecânico, é idealpara aplicações como rodotrem, rodotrês e tritrem

Fotos Cultivar

.M

S10. Com opção de cabine simples ou dupla, a S10 tem motor Chevrolet 2.8 Turbodiesel com 180cv e 47,9kgf do torque e possui controle eletrônico de estabilidade e tração, além de câmbio automático de seis velocidades.

TOYOTAA novas linhas Hilux e SW4 2012 foram

os destaques da Toyota na Agrishow. A linha conta com o novo motor D-4D 3.0 L, 16v com Intercooler, TGV (turbo de geometria variável), common rail e injeção direta, que geram potên-cia máxima de 171cv a 3.600rpm e um torque plano máximo de 36,7kgf/m. Outra novidade é a transmissão automática de cinco velocidades. A Toyota montou em seu estande uma pista para test drive, com diferentes condições para que os interessados pudessem dirigir e conhecer melhor o veículo.

VOLVOOs caminhões pesados e semipesados foram

destaques da Volvo na Agrishow por sua ligação com o agronegócio. Os caminhões da linha VM estão presentes desde o plantio até o transporte de grãos. Os modelos rígidos podem ser usados, por exemplo, na logística de distribuição.

A Volvo ofereceu também o caminhão extrapesado FMX, que é muito comum no

transporte de cana-de-açúcar. O modelo de 500cv consegue carregar cargas pesadas e em terrenos difíceis. Na indústria canavieira, os motores Volvo Penta são aplicados em moto-bombas, equipamentos utilizados na cadeia de processamento da cana-de-açúcar e equipam ainda máquinas agrícolas como colheitadeiras e movimentadoras de carga, bastante utilizadas por empresas beneficiadoras de grãos.

MITSUBISHIA Mitsubishi Motors apresentou du-

rante a 19ª edição da Agrishow alguns dos veículos da marca, como a Família L200 Triton, com os modelos L200 Triton HPE, L200 Triton GLS e L200 Triton GLX; o sedan Lancer GT; o Pajero Full; o Pajero Dakar e o Outlander GT. Um dos destaques do estande foi o novo carro de competição L200 Triton ER, que participa da Mitsubishi Cup. Os visitantes puderam ver de perto toda força e resistência do veículo, que teve apenas alterações básicas em relação à L200 Triton comercializada nas revendas.

O novo modelo L200 Triton HPE é equipa-do com o moderno motor turbo de 3.2L diesel 16V DOHC, com injeção eletrônica direta common rail, turbocompressor e intercooler, que gera 170cv de potência e 35kgf/m de torque.

E não deixa de lado o mais puro espírito 4x4, já que dispõe de um completo sistema de tração Easy Select, com 4x2, 4x4 e 4x4 reduzida. O raio de giro é de 5,9 metros, o que facilita as manobras e o uso no dia a dia.

SCANIAA Scania apresentou durante a Agrishow

2012 os veículos indicados para soluções rodoviárias e fora de estrada. Os modelos apresentados aos visitantes e clientes G 480 6x4, G 440 6x4, P 250 6x4 e R 440 (versão 4x2 e 6x2) atuam em diferentes fases, desde a colheita e transporte da cana-de-açúcar e de grãos. O modelo G 480 6x4, destaque na feira, na versão cavalo mecânico, é ideal para aplicações como rodotrem, rodotrês e tritrem. Este modelo apresenta motor 13 litros – Pron-cove Fase 7 DC13 111 480cv; caixa de câmbio de três posições com split de 14 velocidades e duas superlentas (crawler); suspensão dianteira e traseira com molas trapezoidais; freios total-mente pneumáticos de duplo circuito e ação direta, com circuitos independentes para freios dianteiros e traseiros, de estacionamento e de emergência e cabine tipo CG avançada total-mente de aço com isolamento termo-acústico de alta eficiência, grade frontal de fibra de vidro reforçada, basculável e mola a gás.

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