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Maquinas 106

Jul 24, 2016

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Grupo Cultivar

Março 2011
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Rodando por aí

Tipos de correias elétricas

Grades e arados

Qualidade nas operações

Ficha Técnica - Teejet

Ficha Técnica - Montana

Test Drive - Draper HiFlex

Aplicação em taxa variável

Ficha Técnica - Base

Avaliação de semeadoras

Alongadores de eixo

Ficha Técnica - Deltamaq

Ficha Técnica - Semeato

Eventos - Expodireto 2011

Draper HiFlex 26Confira o desempenho da Draper HiFlex série 500 FD da Valtra no nosso test drive, um novo conceito de plataformas de colher cereais

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados po-dem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• EditorGilvan Quevedo

• RedaçãoCharles EcherCarolina Simões Silveira

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro BatistinSedeli FeijóJosé Luis Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.www.revistacultivar.com.br

DireçãoNewton Peter

[email protected]

CNPJ : 02783227/0001-86Insc. Est. 093/0309480

Lavouras de canaControle Estatístico de Qualidade é apli-cado em lavouras de cana como forma de aumentar a eficiência no uso de máquinas

SemeadorasTrabalho avalia desempenho de semea-

doras de milho em função da quantidade de umidade presente no fertilizante

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• REDAÇÃO3028.2060

Assinatura anual (11 edições*): R$ 157,90(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 17,00Assinatura Internacional:

US$ 130,00EUROS 110,00

Cultivar Máquinas • Edição Nº 106 • Ano X - Abril 2011 • ISSN - 1676-0158

• Coordenação CirculaçãoSimone Lopes

• AssistenteAriani Baquini

• AssinaturasLuciane MendesNatália Rodrigues

• ExpediçãoEdson Krause

• Impressão: Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

Destaques

Nossa capa

Índice

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Matéria de capa

Cap

a: C

harl

es E

cher

CCCultivar

• GERAL3028.2000

• ASSINATURAS3028.2070

• MARKETING3028.2065

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Novos rumosVagner Neuhaus é o novo gerente de colheitadeiras da Semeato. Na Expodireto aproveitou para destacar o lançamento da colhedora, com destaque para a Multi Crop 4100, com plataforma de corte com 14 pés de lar-gura e sistema de flutuação que permite a flexão inte-gral da barra de corte.

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rodANdo por AÍ

Eduardo Nunes

DestaqueMônica Thönnigs, su-pervisora de Publicida-de e Propaganda Brasil, da John Deere, apre-sentou na Expodireto os destaques da marca disponíveis no estande da empresa. Entre os equipamentos estavam os utilitários gators XUV 850D e TH.

Pós-VendasMario Eduardo Mercham Giaxa, coordenador-téc-nico Pós-Vendas da Yan-mar Agritech, aproveitou a Expodireto para apro-fundar a proximidade da marca com os clientes. “É uma oportunidade de realizar o atendimento de forma mais personaliza-da”, avaliou.

VisitaGrupo de engenheiros da AGCO dos Estados Unidos – unidade fabril de Hesston responsável pelo desenvolvimento das colheitadeiras axiais, veio ao Brasil para visitar a fábrica da marca em Santa Rosa (RS) e acompanhar a evolução e aceitação dos modelos no país. O grupo de engenheiros de colheitadeiras da AGCO foi recepcionado por Douglas Vincensi, gerente de Marketing do Produto Colheitadeiras AGCO para América do Sul.

MarketingGustavo Cesário, Marketing da CNH, e Paula Minetto, da equipe de Marketing da New Holland, participaram da Ex-podireto Cotrijal 2011, onde a empresa apresentou toda a linha de produtos para lavou-ra e pecuária, com destaque para a colhedora CR 9060, que passou a ser fabricada no Brasil.

PneusFábio Garcia, gerente de Mar-keting de Pneus Comerciais e Recauchutagem, da Goodyear, apresentou na Expodireto lançamentos como os pneus e bandas com tecnologia Fuel Max, o primeiro pneu com chip instalado de fábrica na América Latina, e as linhas G617 e 315. A tecnologia Fuel Max está disponível nos modelos de pneus para cami-nhões e ônibus G657 e G687 na medida 295/80R22.5.

Correias A Goodyear Engineered Products mostrou aos seus clientes e visitan-tes a linha completa de correias e mangueiras presentes nos setores automotivo e agrícola. Com tecnologia avançada a linha de correias agrícolas da empresa atende às exigências dos mais variados tipos de aplicação, exposições ao tempo e condições severas de uso, explicam os engenheiros Márcio Afonso, Toschiaki Baba e Wesley Silva.

GraneleiraA Jan apresentou na Expodireto a Tanker Fast 16.500. De acordo com o gerente comercial, Clau-diomiro dos Santos, este modelo de carreta graneleira oferece maior velocidade de descarga aliada à melhor preservação dos grãos dos modelos disponíveis no mercado.

Planti Center A plantadeira Urutu, articula-da, foi o destaque no estande da Planti Center, durante a Ex-podireto. Para o diretor Vinícius Dalla Rosa, esta máquina é ideal para grandes propriedades, já que ela possibilita rapidez, auto-nomia de plantio, rendimento, produtividade e principalmente redução de custos com a mão de obra na lavoura.

Mario Eduardo Mercham Giaxa

Mônica Thönnigs

Vagner Neuhaus

Gustavo Cesário e Paula Minetto

Fábio Garcia Vinícius Dalla Rosa

Claudiomiro dos Santos

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PresençaCarlito Eckert, diretor comercial, e Eduardo Nunes, gerente de Mar-keting e Comunicação, da AGCO, participaram da Expodireto 2011. Du-rante o evento visitaram os estandes do grupo, que congrega as marcas Mas-sey Ferguson e Valtra.

Alongadores e rodadosA Marini trouxe para a Expodireto no-vidades como os alongadores de eixos e rodados duplos para tratores. Os alon-gadores são destinados especialmente para o cultivo da cana-de-açúcar e possibilitam ao trator trabalhar na mesma linha do transbordo, evitando o amassamento da soca.

Chip A Bridgestone, por meio da sua marca Firestone, mostrou na Expodireto Cotrijal, pela primeira vez, o chip que apresenta radiografia completa dos pneus. Outros destaques foram os pneus Radial All Traction 23°, Radial All Traction FWD, Radial All Traction DT e Radial 9000.

ConsórcioCláudio Bassani, executivo de Negócio do Consórcio Nacio-nal John Deere, destacou as vantagens para o produtor de optar por essa modalidade para a aquisição de máquinas e im-plementos. A ausência de juros e a possibilidade de utilizar o equipamento usado como lance estão entre os benefícios. Cláudio Bassani

ColomboA Indústrias Colombo, líder em má-quinas para a colheita de feijão e amendoim, passou a investir também na colheita de soja e milho com equi-pamentos para o médio e pequeno pro-dutor. Nelson Gabriel Cora, supervisor de Vendas da empresa, destacou que a colhedora FZL Múltipla foi projetada para atender particularmente o mer-cado do Sul, em função de média e pequena propriedade.

FankhauserPedro Fankhauser, diretor-presidente da Fankhauser, salientou durante a Expo-direto 2011 que a empresa passará a comercializar a linha de plantadoras da parceira argentina, a Agrometal. Ambas buscam fortalecimento das marcas, possibilitando o intercâm-bio de tecnologias.

JactoO maior destaque da Jacto na Expodireto Cotrijal foi o Uniport 2500 Star – Model Year 2011. Wanderson Tosta, gerente de Produtos Au-tomotrizes; Luis Antônio Lucci, gerente regional de Vendas; Robson Zofoli, diretor comercial; Valdir Martins, gerente de Vendas, e José Tonon, gerente de Marketing, frisaram a importância do diferencial de dupla velocidade, que será um item de série.

Eduardo Marini

Carlito Eckert e Eduardo Nunes

Nelson Gabriel

Pedro Fankhauser

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MagnogetA Magnoget, especializada em bicos de pulveriza-ção, apresentou a linha de produtos na Expodireto. Deivid Castro, diretor co-mercial, e Eduardo Gon-zaga, orientador técnico, além da linha de bicos destacaram o lançamento do pulverizador costal.

MontanaA Montana, com apenas 15 anos de mercado, está entre as maiores empresas do segmento. O crescimento aconteceu com o lançamento do autopropelido Parruda no ano 2000, seguido pelas versões Parrudinha 4x2 e 4x4 e a Parruda Canavieira. Além da linha de pulverizadores autopropelidos e de arrasto, a empresa comercializa a linha de tratores Landini, telescópicos, equipamentos para a agricultura de precisão e colhedoras de algodão. O destaque da Expodireto foi autopropelido Boxer, agora com 25 metros de barra.

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KOA KO destacou na Expodireto Cotrijal o pulverizador KO Express de 2.000 ou 3.000 litros. Ele tem barras que atingem altura mínima de 0,40m, em relação ao solo, com sistema que faz a ponta da barra recuar em caso de choque. Possui também sistema de amortecedores da barra e possibilita que a mesma trabalhe com pouca movimentação vertical.

LindsayA Lindsay, especializada em irrigação, apresentou na Expodireto todos os sistemas oferecidos pela empresa. Ivan Wegener, diretor comercial e sua equipe, deram destaque para o Field Net, que possibilita manejar a irrigação via internet em qualquer lugar do mundo.

MetalforGuillermo Zegna, gerente geral, e Aníbal Martinez, departamento do Comércio Exterior, junto à equipe, apresentaram na Expodireto a linha de autopropelidos, com destaque para o Futura 2200 AB. Entre os principais atributos, estão leveza e agilidade do equipamento, além de fácil operação e manutenção.

PagéA equipe da Pagé, fabricante de equipamentos industriais, equipamentos para o meio ambiente e armazenagem, liderada pelo diretor comercial Adenilson Vilella, apresentou aos visitantes da Expodireto sua completa linha de silos e equipamentos para beneficiamento de grãos.

ReinkeA Reinke apresentou na Expodireto o novo equipamento para limpeza de grãos LSM 130/180 Metálica, constituída de um sistema de as-piração para limpeza e separação das impurezas leves dos grãos. Ela possui grampos de aperto rápido que facilitam a troca das peneiras e ventilador montado diretamente no corpo, possui tampas de vedação de borracha e a regulagem do registro de ar é feito a partir das passarelas. Fabiana de Moraes

Deivid CastroEduardo Gonzaga

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CorrEIAS

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Elo importante

Correias em “V” são aplicadas em sistemas mecâ-nicos de transmissão de colheitadeiras e tratores

Charles Echer

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As correias são parte importante em qualquer sistema. Nas colheitadeiras, elas estão presentes em grande número, auxiliando nas diversas partes da máquina, desde o motor até o sistema de trilha e distribuição das palhas. É importante

saber quais são os modelos existentes e qual a principal função de cada um deles

Uma das coisas que chamam a aten-ção numa colheitadeira é o grande número de correias necessárias

para movimentar todos os sistemas que a inte-gram, desde o motor, passando pelos sistemas de trilha, limpeza, separação e distribuição da palha. As correias são mais antigas do que as próprias colheitadeiras, pois já equipavam as debulhadoras de grãos, máquinas que ficavam estacionadas próximo à lavoura para processar a massa colhida e separar os grãos do restante da planta.

Posteriormente, estas debulhadoras foram evoluindo e sendo adaptadas, incorporando rodas, plataforma, peneiras e outros itens, para se transformarem no que conhecemos como as colheitadeiras de grãos atuais.

Atualmente, existem vários tipos de cor-reias, que são construídas especificamente para cada aplicação, considerando-se os materiais e a configuração dos perfis para atender as exigên-cias das transmissões, além das exposições ao calor, umidade, óleo, graxa, poeira etc.

CORREIAS EM “V”As correias em “V” de modo geral são

compostas dos seguintes elementos: cobertu-ra, cordonéis e corpo. A cobertura tem como objetivo a proteção da correia. É confeccionada com tecido impregnado com borracha de alta qualidade desenvolvida especialmente para resistir às intempéries, à abrasão, ao óleo, à

graxa etc.Os cordonéis são intitulados como a

alma da correia, eles são os responsáveis pelo desempenho e pela eficiência da correia na transmissão da potência a ser transmitida para o sistema. Existem vários tipos de cordonéis. Os mais utilizados na linha agrícola são os das fibras sintéticas de poliéster e de aramida. A aramida é resistente a cargas de choque, aos impactos e a baixo índice de esticamento.

O corpo da correia é o material de borra-cha sintética especialmente desenvolvido para aplicação em correias. Ele é constituído por dois elementos: isolante e de compressão. O elemento isolante forma a ligação entre o cor-donel e a borracha sintética do corpo da correia.

O elemento de compressão é composto de borracha sintética e especialmente desenvolvido para resistir à fadiga causada pela compressão da correia contra o canal das polias.

As correias em “V” podem ser fabrica-das nas configurações lisa (envelopada) e do tipo dentes moldados. A construção do tipo dentes moldados foi desenvolvida para deixar a correia mais flexível a fim de abraçar polias de diâmetros reduzidos. Sua aplica-ção é indicada para sistemas mecânicos de

A aplicação da Torque Team é para sistemas onde correias convencionais podem virar ou sair da polia

Elo importante

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Emilio Priore,Márcio Afonso,Toshiaki Baba,Goodyear Engineered Products

CuIdAdoS

Os cuidados mais importantes com as correias são:

• Inspecionar sempre o estado das polias e do sistema de transmissão.

• Limpeza de todo o sistema de trans-missão eliminando todos os resíduos que porventura existir (terra, grãos, palhas etc).

• Fazer sempre a reposição por um novo jogo completo de correias, e não parcialmente.

• Alinhar sempre as polias das trans-missões e montar sempre as correias de forma que as mesmas estejam acomodadas uniformemente.

• Usar sempre ferramentas adequadas para montagem e desmontagem.

• Consertar logo os defeitos mecânicos e nunca retirar qualquer peça e/ou realizar modificações no sistema.

• Não andar em alta velocidade com o equipamento, evitando o torque excessivo no sistema.

• Para as correias variadoras de veloci-dade, regular sempre a folga entre a polia acionada e a profundidade da correia, e também a polia da tração com o pistão hidráulico.

• Não pintar a correia nem tentar protegê-la com qualquer tipo de material. Use-a em seu aspecto natural, como forne-cida pelo fabricante.

• Armazenar as correias à sombra, longe de óleos e graxas.

transmissão das colheitadeiras agrícolas e dos tratores.

As correias em “V” são aplicadas nas transmissões dos acionamentos da bomba hidráulica, peneiras, plataformas, picador de palha entre outros.

VARIADORAS DE VELOCIDADEOs modelos Variadoras de Velocidade são

aplicados nas transmissões mais solicitadas da colheitadeira devido ao sistema mecânico de variação de rotação (velocidade), onde acionam a tração das rodas, cilindro debulhador, ventila-dores axiais entre outros. As correias variadoras de velocidade são desenvolvidas em três tipos de construção: lisa (envelopada), dentes moldados e duplo dentado.

TORQUE TEAMJá as correias Torque Team foram desen-

volvidas exclusivamente para sistemas sujeitos a grandes vibrações e/ou às excessivas cargas de choque, que fariam as correias individuais virarem ou saírem do canal das polias. Elas são aplicadas no acionamento principal, na bomba hidrostática entre outros.

Este tipo de correia é desenvolvido em dois tipos de construção: lisa (envelopada) e dentes moldados.

POLY-V GATORBACKOs modelos Poly-V Gatorback são desenvol-

vidos através da mais alta tecnologia “Helicog” (ranhuras diagonais), que foi projetada para ter o encaixe mais perfeito nos canais das polias e

para ter a mais alta eficiência na transmissão de alta velocidade, a fim de garantir uma exce-lente performance da transmissão. A sua baixa espessura proporciona uma grande flexibilidade para obter um melhor abraçamento da correia em polias de diâmetros reduzidos. Elas foram desenvolvidas para acionamentos das trans-missões dos motores de combustão interna, do ventilador, alternador e bomba d’água.

PLANASAs correias Planas são correias desen-

volvidas para trabalhar com polias lisas. Sua aplicação é para acionamento das transmissões do batedor da colheitadeira.

FUNÇÕES PRINCIPAISAs correias, além da função de transmitir a

força de um eixo para outro, também funcio-nam como uma espécie de “fusível”, ou seja, sempre que acontece alguma coisa de errado com a máquina que provoque um tranco e/ou a parada do sistema acionado por ela, a mesma patina e, em muitos casos, chega a se romper. Isto ocorre para a proteção do próprio sistema que, sem as correias, absorveria o “tranco”, o que, certamente, faria com que alguma outra peça do sistema ou até mesmo o sistema como um todo viesse a quebrar, resultando em prejuízos.

O ponto fundamental para o perfeito fun-cionamento das correias é a montagem correta e o seu ajuste nas colheitadeiras, por isto os fa-bricantes de correias sempre se preocupam com a orientação técnica de sua rede de distribuição e dos agricultores, informando sobre a melhor

maneira de se montar e ajustar as correias para evitar o desgaste prematuro e os danos das correias logo nas primeiras horas de uso.

As variadoras de velocidades são aplicadas em sistemas que exigem maior tração e variações bruscas

A “Poly V” tem construção projetada para atuar em grandes velocidades, sem risco de sair da polia

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ArAdoS E grAdES

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Modo convencionalApesar de o plantio direto ser indicado em todas as ocasiões possíveis, o preparo conven-cional do solo com uso de arado e de grades ainda é uma realidade e uma necessidade em

muitos casos. Por isso, é importante escolher e regular corretamente estes implementos, de forma que as operações sejam eficientes, sem forçar o implemento ou o trator

Estima-se que 50% da área cultivada no Brasil seja implantada por meio do plantio direto, então pode-se

deduzir que os outros 50% utilizam outros métodos de preparo do solo e o principal deles ainda é o preparo convencional que consiste basicamente de uma aração e duas gradagens. Para que este processo possa ser eficiente é necessário que todas as etapas como a escolha do tipo de implemento, o acoplamento ao trator e as regulagens sejam feitos de modo correto.

ARADOSA aração constitui a primeira etapa do

preparo do solo, onde serão efetuadas as operações de movimentação do solo com a finalidade de instalação das culturas. Existem basicamente dois tipos de arados: o arado de aivecas e o arado de discos.

Pode-se citar como vantagens do arado de aivecas, em relação ao arado de discos, maior e melhor revolvimento da camada do solo, melhor inversão da leira e maior adap-tação a baixas velocidades. Mas este tipo de arado possui uma limitação, que o impede de ser utilizado em locais com pedras, tocos e raízes.

Este modelo de arado é constituído por cinco partes principais: a aiveca, que é a parte da lâmina responsável por elevar e inverter a fatia de solo cortado pela relha; a relha, lâmina que corta o solo e inicia o

levantamento da seção cortada; o rasto, res-ponsável por absorver as forças laterais e dar estabilidade ao implemento; o suporte, que reúne todos os componentes da aiveca; e uma coluna responsável por conectar ao chassi os componentes da aiveca.

Os arados de discos são mais indicados para abertura de novas áreas, já que o ele-mento cortante é um disco rotativo e, por isso, resiste melhor a raízes, pedras, tocos e são menos suscetíveis a impactos. Este tipo de arado é constituído por chassi, torre, suporte para estacionamento, barra transversal, roda guia, coluna, limpador, disco e mancal.

Os arados aivecas e de discos são classifi-cados pelo tipo de acionamento, acoplamento e movimentação do órgão ativo. Em relação à forma de acionamento, podem ser classifi-

cados por tração animal ou tração mecânica. Quanto à forma de acoplamento, classificam-se em arrasto, que é tracionado pela barra de tração; montada, quando o arado está ligado ao sistema de levante hidráulico; e semimontada, que fica instalado nos braços inferiores do sistema de levante hidráulico. Os órgãos ativos podem ser divididos em fixos ou reversíveis, e podem conter um ou mais discos, dependendo da configuração.

ACOPLAMENTOAlguns procedimentos devem ser consi-

derados no acoplamento do trator ao arado. Primeiro, é necessário escolher um local plano para realizar o engate do trator ao implemen-to; operando com o trator em marcha à ré lentamente para se aproximar ao máximo do

Após acoplar o arado, é necessário realizar a centralização em relação ao trator, através das correntes estabilizadoras

Kuhn

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Fotos Divulgação

arado. Ao se aproximar utilize a alavanca de controle de posição do hidráulico, deixando o braço inferior esquerdo no nível do pino de engate. Posteriormente, é necessário proceder na seguinte ordem: engatar o braço inferior esquerdo e colocar o pino de trava; engatar o braço do terceiro ponto do trator na torre do arado e colocar as presilhas; e finalmente engatar o braço inferior direito que possui regulagens através da manivela niveladora. Neste momento a rosca extensível do ter-ceiro ponto do trator pode ser utilizada para aproximar ou afastar o arado, facilitando o engate do mesmo.

No engate da torre do arado podem existir três furos, dependendo do fabricante, que são utilizados em diferentes tipos de solo. Quando o arado tiver estes três furos é necessário observar o tipo de solo que será arado. Para solos mais leves, é necessário acoplar o arado no furo inferior; para solos médios, no furo central; e para solos pesados, no furo superior.

A centralização do arado em relação ao trator deve ser feita a fim de que a resultan-te das forças resistentes do implemento se posicione sobre a linha de tração do trator. Para fazer esse alinhamento deve-se atuar nas correntes estabilizadoras até que a distância dos braços inferiores do trator até as rodas

traseiras seja igual.Para verificar a centralização do arado

ao trator, é importante seguir alguns passos. Primeiramente é necessário fazer o nivela-mento e, para isso, deve-se colocar o arado em local plano e nivelar no sentido da largura (transversal) e no sentido do comprimento (longitudinal).

No sentido da largura, o nivelamento é

Tipos de arados encontrados no mercado

feito pela manivela niveladora do braço infe-rior direito do hidráulico, devendo-se deixar a torre do arado bem na vertical, ou seja, medi-das iguais. O nivelamento do comprimento é feito através do braço superior do hidráulico (3° ponto) e os discos do arado devem tocar ao mesmo tempo no solo.

O ângulo horizontal do disco deve ser regulado em função da largura de corte

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(abertura dos discos) requerida para o arado. Aumentado o ângulo horizontal dos discos, aumenta-se a largura de corte individual, porém, a largura de corte do arado como um todo diminui, uma vez que cada disco fica mais encoberto pelo disco a sua frente. Para se manter a mesma largura de corte do arado, há necessidade de se aumentar a dis-tância entre os discos. A indicação padrão é utilizar em solos argilosos um ângulo de 42°, em solos médios 45°, e em solos arenosos ân-gulo de 60°, mas esta regulagem pode variar de acordo com as condições compactação e umidade de cada terreno.

A regulagem do ângulo vertical é obtida através dos três furos (dependendo do fabri-cante) do cubo do disco e quanto maior o ângulo vertical (inclinação dos discos), menor a profundidade de corte dos discos: no furo inferior, os discos ficam mais inclinados, sen-do usado para solos com fácil penetração. No furo intermediário, para solos em condições normais de trabalho. Já o furo superior é in-dicado para solos duros de difícil penetração, já que os discos trabalham mais em pé.

Todos os limpadores do arado devem estar posicionados na mesma altura, sempre

um pouco acima do meio dos discos e com cinco a dez milímetros de distância dos mesmos.

A roda guia é responsável pelo alinhamen-to do conjunto trator-arado, estabilizando a traseira do implemento e evitando empuxos (desvios) laterais. Sua regulagem pode ser feita através da pressão da mola e de ajustes dos ângulos horizontal e vertical.

GRADESA gradagem complementa o trabalho

da aração, fazendo o destorroamento e o nivelamento do solo, e, também, incorpo-rando adubos, defensivos, corretivos, restos culturais etc.

Ela pode ser classificada quanto ao ele-mento ativo (discos, dentes ou molas), quan-to à disposição das seções (simples ação, off-set ou em “V”, e Tande ou em “X”), quanto à função (aradora, destorradora e niveladora) e quanto à tração (montada e arrasto).

Na grade aradora (pesada), todos os discos são recortados, com diâmetro variando entre 26” e 36”. No modelo destorradora – nivelado-ra (média), os discos da frente são recortados e os discos de trás são lisos, com diâmetro variando entre 18” e 24”. Já no modelo ni-veladora (leve) todos os discos são lisos, com diâmetro no máximo de 18”. As grades com tração de arrasto são acopladas na barra de

tração do trator. As montadas são acopladas no sistema de levante hidráulico do trator.

REGULAGENSNa regulagem das grades de simples ação,

uma vez que o peso da grade, diâmetro, es-paçamento e concavidade dos discos já estão praticamente estabelecidos pelo fabricante, a principal regulagem a ser feita pelo operador é o ângulo das secções da grade. O ângulo horizontal é medido a partir de um plano perpendicular à direção de deslocamento do trator. Quanto maior o ângulo horizontal da secção, maior a profundidade de trabalho dos discos. Quando o ângulo horizontal é igual a zero, os discos rolam em planos paralelos e praticamente não movimentam o solo. No caso das grades montadas (acopladas no SLH) no trator, devem-se fazer os nivelamentos lon-gitudinal e transversal de forma que os discos penetrem no solo a uma mesma profundidade. O nivelamento longitudinal é obtido através do braço do terceiro ponto do sistema de levan-te hidráulico do trator e o transversal através do braço inferior direto, da mesma forma que já foi discutida para os arados.

Nas grades de dupla ação, também as principais regulagens a serem efetuadas antes da operação são a seleção e a fixação do ân-gulo horizontal das secções e, geralmente, o ângulo nas secções dianteiras é regulado inde-pendentemente do ângulo das secções trasei-ras. A variação do ângulo é feita mudando-se a posição do chassi da secção e travando-se na posição desejada com pino-trava. Da mesma forma que as grades de simples ação, as de dupla ação montadas no sistema de levante hidráulico do trator, devem ser niveladas longitudinal e transversalmente.

Na regulagem das grades “off-set” de arrasto, o ângulo de tração em uma grade típica é regulado através da posição da barra

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Nivelamento transversal e longitudinal do arado O ângulo horizontal é regulado em função da largura de corte desejada

A regulagem do ângulo vertical define a profundidade de trabalho do implemento

Grades de dupla ação, com angulações independentes

Em algumas grades, a angulação é feita na barra de tração

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de tração. Fixando-se o parafuso traseiro no orifício central, obtém-se a regulagem para trabalhos normais da grade. Se o parafuso traseiro for deslocado para a direita, o ângulo de tração aumenta (maior penetração da grade), e para a esquerda diminui (menor penetração da grade).

Em algumas grades a regulagem do ângu-lo das secções é feita através de um cilindro hidráulico, que recebe óleo sob pressão a

partir do cilindro hidráulico do trator, e das mangueiras flexíveis. Quando as grades possuem apenas um sistema mecânico de regulagem do ângulo horizontal da secção, com o pino-trava solto, desloca-se o trator para frente, aumentando o ângulo entre as secções, e para trás diminuindo.

Aumenta o ângulo de abertura entre as secções para trabalhar em terrenos com maior dificuldade na penetração dos discos. Em so-los leves e soltos deve-se trabalhar com menor ângulo de penetração. É importante lembrar que a abertura da grade altera somente o

ângulo de corte da secção traseira.É importante lembrar que vários fatores

interferem na qualidade das operações com arados e grades. Quantidade de vegetação e palha no solo, umidade, tipo de solo, existên-cia ou não de pedras e tocos, são fatores que devem ser levados em conta na hora de regu-lar os implementos, a fim de tirar o máximo proveito e evitar danos às partes móveis.

Regulagem feita com avanço ou recuo do trator

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Haroldo Carlos Fernandes,Wagner da Cunha Siqueira ePaula Cristina Natalino Rinaldi,Universidade Federal de Viçosa

Charles Echer

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MECANIzAção

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Controle de qualidade

O Controle Estatístico de Qualidade é uma técnica de grande potencial de aplicação em operações

agrícolas, que tem como objetivo principal a redução da variabilidade dos processos para aumento da qualidade e pode trazer resultados em curto prazo para o produtor

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O termo controle de qualidade não é novidade para a maioria das pessoas. Entretanto, é indireta-

mente associado aos processos produtivos industriais, fabricação em série e em grande escala. O que não deixa de ser coerente, pois, foi para este fim que o controle de qualidade surgiu, no início do século XX. A evolução das indústrias, a exigência do mercado con-sumidor e também a competitividade por este mercado, fizeram com que as técnicas de produção se tornassem cada vez mais rigoro-sas quanto à eliminação de falhas. Assim, as técnicas de controle de qualidade evoluíram da mesma forma.

Portanto, o conceito de qualidade tam-bém sofreu transformações. O que no princí-pio era a simples preocupação com produtos

não padronizados tornou-se um sistema de gestão estratégico que envolve, entre outros fatores, a redução da variabilidade e a satis-fação do cliente.

Há alguns anos, estes conceitos vêm sendo aplicados também na agricultura. No agronegócio, cada vez mais empresas disputam o mercado, seja na produção de alimentos ou de bioenergia. E com esta com-petitividade, as empresas tendem a buscar ferramentas para a redução de seus custos produtivos e melhoria de seus produtos, o que abre possibilidades de implementação do controle de qualidade nas agroempresas que buscam este diferencial. Na mecaniza-ção, estas técnicas podem ser utilizadas no gerenciamento de máquinas, mão de obra e de operações. Mas você deve estar se pergun-tando, quais são estas técnicas?

Como exposto anteriormente, estas técni-cas evoluíram na indústria e hoje a gama de técnicas é ampla. As mais utilizadas são: Des-dobramento da Função Qualidade (QFD),

Tabela 1 - Estatística descritiva para as variáveis selecionadas

Medida estatísticaMédia

MedianaModa (repetições)

Desvio PadrãoCoeficiente de Variação

MínimoMáximo

Espaçamento (m)1,511,51

1,51 (14)0,0080,54 %1,491,52

Gemas viáveis/metro21,34

2117 e 21 (5)

4,4220,7 %

1538

A qualidade total começa nas operações de preparodo solo, antes mesmo de implantar a cultura

John Deere

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O sistema tipo Venturi é indicado para pequenas aplicações, por perder a pressão facilmente

Análise dos Modos de Falhas e Efeitos (FMEA), Ciclo Planejar-Fazer-Checar-Agir (PDCA) e Controle Estatístico de Qualidade (CEQ). Estas técnicas utilizadas em conjunto representam uma poderosa metodologia, que sucintamente executam a análise e o controle de pontos críticos que afetam o processo produtivo.

CONTROLE ESTATÍSTICO DE QUALIDADENeste artigo trataremos da utilização

do Controle Estatístico de Qualidade. O CEQ é uma técnica utilizada na avaliação do processo, utilizando-se os indicadores de qualidade, obtidos com as outras técnicas supracitadas. Propositalmente preferiu-se abordar o CEQ, pois, está diretamente ligado às avaliações das operações mecanizadas, enquanto que as outras técnicas são aborda-gens pré-operacionais; e também, por ser a técnica precursora dos sistemas de gestão de qualidade, que iniciou com a utilização das

cartas de controle na década de 1930.A investigação de indicadores de qualida-

de para operações agrícolas, em especial para a cultura da cana-de-açúcar, é realizada há mais de 15 anos por pesquisadores de várias instituições brasileiras, estudando desde o preparo do solo, passando pela aplicação de defensivos e corretivos, plantio e colheita. Diversos indicadores foram enumerados para as operações mecanizadas na cana-de-açúcar, concluindo que o monitoramento

Figura 1 - Carta de controle para espaçamento entre sulcos Figura 2 - Carta de controle para gemas viáveis por metro (Gv/m)

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Porém, a preocupação principal no plantio é a insuficiência de gemas viáveis, o que não foi constatado nas avaliações.

Como o espaçamento entre sulcos apresentou processo estatisticamente sob controle, procedeu-se com a Análise de Ca-pacidade, que avalia o potencial do processo em manter os resultados esperados e atingir a meta especificada.

Neste caso, esta avaliação é feita pelos índices de capacidade potencial, sendo mais indicada a avaliação pelo índice Cpk. Quando este for superior a 1,33, diz-se que o processo é capaz de atender às especificações, que para o espaçamento foi estar entre 1,45m (LIE - Limite Inferior Especificado) e 1,55m (LSE - Limite Superior Especificado).

CONCLUSÕESO Controle Estatístico de Qualidade é

uma técnica de grande potencial de aplica-ção em operações agrícolas, que tem como objetivo principal a redução da variabilidade dos processos para aumento da qualidade. No estudo de caso apresentado, o espaça-mento entre sulcos foi a única variável que apresentou bons resultados, sob a óptica do CEQ, fato devido ao sistema de direciona-mento automático. Para análise dos outros indicadores de qualidade, recomendam-se a investigação das causas de variação e ações para controlá-las ou até eliminá-las.

Lembramos que estas técnicas isolada-mente não resolvem os problemas existentes, mas sim a correta utilização e interpretação de suas informações, por parte dos gestores, que devem aplicar seus conhecimentos para atuar sobre o processo com base em planos de melhoria contínua.

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destes pode aumentar os níveis de qualidade da operação.

Quando se fala em controle, deve-se ter em mente que isto significa manter um ciclo de avaliação contínua, medindo-se e comparan-do-se com o padrão determinado e agindo-se sobre as divergências. Assim, o controle pode ser entendido como a fase que integra a veri-ficação e a melhoria do processo.

A hipótese do CEQ é de que a qualidade é assegurada com a redução da variação das principais características do produto ou do processo. Em todo processo existirá varia-ção, que pode ter origem em causas comuns ou especiais. O primeiro tipo é a variação natural do processo, que é aleatória, difícil de ser controlada, porém pouco influencia na qualidade. O segundo tipo são variações externas ao processo e suficientes para causar perturbações e afetar a qualidade, sendo o foco das ferramentas de controle.

QUALIDADE NA CANAEm estudo de caso para a cana-de-açúcar

na safra de 2007/2008 na região de Jaboti-cabal, São Paulo, utilizando ferramentas do CEP, foram analisados os indicadores como espaçamento entre sulcos, profundidades do sulco e de deposição de rebolos, distribuições de gemas viáveis e inviáveis, selecionados conforme discussão realizada com a empre-sa para diagnosticar a qualidade do plantio mecanizado. A plantadora avaliada foi a Tracan PTX 7010 tracionada por um trator Case IH MXM 180, equipado com sistema de direcionamento automático, o Trimble Auto Pilot.

Os resultados apresentados são para o espaçamento entre sulcos e a distribuição de gemas viáveis por metro, cuja análise descriti-va dos dados é mostrada na Tabela 1.

Pelos resultados apresentados, nota-se que o espaçamento entre sulcos teve variação muito baixa, com desvio da média inferior a

1cm, e amplitude de apenas 3cm. Já para a distribuição de gemas viáveis, a variação foi mais pronunciada, com coeficiente de 20,7%, o que dá a ideia de que ocorreu distribuição irregular.

A carta de controle, uma das ferramentas do CEP, para o espaçamento e para gemas viáveis por metro, foi construída com base nas observações em campo. A linha central (ver-de) representa a média e as linhas vermelhas representam os limites de controle, os quais indicam se o processo possui somente causas naturais de variação (no caso do espaçamento entre sulcos), ou então variação em virtude de fatores externos, indicada pelos pontos que ultrapassaram estes limites, o que aconteceu para a distribuição de gemas.

Assim, com o acompanhamento do plantio, puderam-se identificar os pontos críticos na distribuição de gemas, que para a observação no ponto 17, ultrapassou o limite superior de controle. Nesta ocorrência, foi constatada uma falha na dosagem por parte do operador, o que se for uma constante, pode acarretar em prejuízos por excesso de mudas.

ANálISE dE vArIAbIlIdAdE

Dentro do CEQ, existem diversas técnicas e ferramentas de análise

da variabilidade que podem ser utilizadas e que irão fornecer informações para a tomada de decisão:

• Controle Estatístico de Processos (CEP);

• Fichas de Verificação, Histogramas, Box-plots, Gráficos de Pareto, Diagramas de Causa e Efeito, Gráficos de Dispersão, Fluxogramas, Cartas de Controle etc.

• Análise de Capacidade; • Planejamento de Experimentos;• Estudos de Repetibilidade e Repro-

dutibilidade.

Qualidade nas operações em lavouras canavieiras já é pesquisada há mais de 15 anos no Brasil

Figura 3 - Histograma e análise de capacidade para espaçamento entre sulcos

Anderson de Toledo,IaparRouverson Pereira da Silva eCarlos Eduardo Angeli Furlani,Unesp Jaboticabal

Valtra

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Matrix Pro A Teejet Technologies lançou recentemente o Matrix Pro, a evolução sobre seu precedente Guia Matrix que traz novas funções ao equipamento e complementa sua funcionalidade nas diversas operações executadas no campo, como pulverização, plantio ou colheita

O Matrix Pro é a evolução do atual Matrix, que tam-bém receberá upgrade gratuito para a nova versão

Fotos Teejet

O Matrix Pro ainda em sua fase Beta terá seu lançamento definitivo em junho de 2011, quando todos os

usuários atuais do Matrix receberão gratuita-mente o upgrade para a nova versão PRO, que poderá ser feita facilmente via drive USB.

REALVIEWO Matrix Pro mantém a característica

exclusiva de orientação Realview, ou seja, a possibilidade de orientação utilizando-se uma câmera apontada para a parte frontal do trator captando a mesma imagem observada pelo operador da máquina. Essa imagem é repro-duzida na tela do Matrix Pro, e a essa imagem são sobrepostas as linhas de guia que orientam o operador em seu trabalho.

O equipamento suporta até oito câmeras que podem ser utilizadas para o monitoramento de diversas partes da máquina como as barras de pulverização monitorando as pontas e a pró-pria barra. Além dos modos de guia básicos, de orientação como reta, curva, última passada e pivô central, o Matrix Pro traz ainda dois novos modos de guia.

AZIMUTECom este modo de guia fica muito mais fácil

colocar várias máquinas em operação na mesma área. O Azimute é um modo de orientação que considera a direção norte como zero grau. Neste modo, basta que se determine quantos graus em relação ao Azimute as máquinas

deverão trabalhar e todas as máquinas estarão trabalhando em retas paralelas em qualquer posição na área.

PRÓXIMA LINHAEm algumas operações no campo, o próprio

operador prefere não seguir a orientação do GPS, para evitar o amassamento da cultura, e segue apenas o curso entre as linhas de plantio, como no caso do milho. O problema aparece no final do talhão quando o operador é obrigado a “contar” visualmente o número de linhas para saber em qual delas deverá posicionar a máquina. O Matrix Pro consegue executar esta tarefa para o operador, que efetuará a operação da mesma forma, seguindo as linhas de plantio como orientação e, no final do talhão, deverá

apenas pressionar um botão e iniciar a volta. O equipamento irá indicar na tela o ponto de retorno para continuar a operação e, após alinhado, poderá voltar a se guiar pelas linhas de plantio.

IMPORTANDO E EXPORTANDO DADOSO Matrix Pro agora além de exportar dados

para um dispositivo de memória tipo pen drive e disponibilizar estas informações para serem trabalhadas ou simplesmente armazenadas em um computador, pode também importar estas informações para uso em novas operações. As informações de talhões com todos os limites de área (bordadura) e todas as linhas A-B podem ser importadas e reutilizadas pelo aparelho em novas operações.

O Matrix Pro exporta três tipos de arqui-vos, sendo eles um relatório em formato PDF contendo as principais informações da operação como data, hora, tempo de operação, tempo de aplicação, largura do implemento, área aplicada e ainda um mapa detalhado da área trabalhada, mostrando inclusive sobreposições que possam ter ocorrido durante a aplicação. Outras infor-mações sobre os produtos aplicados, operador e condições climáticas também podem ser inseridas posteriormente.

O segundo arquivo é exportado em um formato chamado KML. Este arquivo pode ser visualizado em qualquer computador que tenha instalado o software gratuito Google Earth. Com o auxílio deste software pode-se

Matrix Pro A Teejet Technologies lançou recentemente o Matrix Pro, a evolução sobre seu precedente Guia Matrix que traz novas funções ao equipamento e complementa sua funcionalidade nas diversas operações executadas no campo, como pulverização, plantio ou colheita

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visualizar a foto de satélite da área trabalhada e a essa imagem será sobreposta a imagem da operação efetuada. Assim, o proprietário ou encarregado mesmo a distância poderá observar, gerenciar e se necessário atuar em possíveis falhas da operação. O terceiro ar-quivo exportado pelo Matrix Pro está em um formato chamado SHP que pode ser aberto, utilizado e editado em qualquer software de mapeamento GPS.

Para auxiliar a organizar os dados exporta-dos, a Teejet disponibilizará o software Teejet Job Manager, que pode organizar os trabalhos exportados para o computador por cliente - fa-zenda – talhão e trabalho executado, com dados e fotos que são facilmente transferidos do PC para o Matrix Pro através de um dispositivo de memória tipo pen drive.

Com a possibilidade de importação des-tes dados, o Matrix Pro traz internamente o Field Finder, aplicativo que disponibiliza uma lista com todos os trabalhos salvos na memória interna, facilitando ao operador a escolha do arquivo da área a ser trabalha-da. O Field Finder com base na posição da máquina no campo traz no topo dessa lista os trabalhos que estiverem geograficamente mais próximos da posição atual da máquina, facilitando mais ainda ao operador iniciar uma nova operação.

UPGRADESO Matrix Pro está pronto para receber

acessórios que maximizam o uso da orientação via GPS, sendo que não há necessidade de ne-nhum código de liberação ou alteração no GPS, apenas adquira o acessório de sua preferência e conecte ao seu GPS e ele estará funcionando imediatamente.

O retorno do investimento nestes acessó-rios se paga em um período muito curto de tempo, devido ao aumento considerável na produtividade durante as operações onde os

mesmos são utilizados, pois a diminuição dos custos de produção é evidente, onde as perdas são minimizadas, como o uso desnecessário de combustível, a sobreposição na aplicação de defensivos, o próprio desgaste da máquina entre outros itens.

CÂMERASAlém da câmera Realview, poderá ser

adicionado ao Matrix Pro um módulo para a utilização de mais câmeras, podendo-se utilizar quatro ou oito câmeras monitorando partes de difícil acesso da máquina, partes de movimento ou locais que não possam ser visualizados com a máquina em movimento. Estes locais podem ser as barras de pulverização e consequente-mente as pontas no caso de pulverizadores, visualização das linhas de plantio no caso de um trator operando com uma plantadeira ou mes-mo o saca-palha no uso em uma colheitadeira. Uma câmera poderá ser instalada voltada para a parte traseira do equipamento, auxiliando o operador em manobras de marcha à ré em qualquer equipamento. Dotadas de infraver-melho, as câmeras podem ser utilizadas para operações noturnas.

PILOTO AUTOMÁTICO O piloto automático, quando conectado ao

Matrix Pro, irá conduzir a máquina utilizando a orientação do GPS e atuando no sistema hi-dráulico da máquina ou em um motor elétrico,

dotado de engrenagens conectadas ao volante original da máquina.

Com o piloto automático conduzindo a máquina o operador pode trabalhar sob menos estresse e podendo se dedicar a outras operações de grande importância como, por exemplo, o monitoramento de partes da máquina através das câmeras do Matrix Pro.

CONTROLES AUTOMÁTICOSPulverizadores que estejam equipados com

controladores de vazão podem fazer com que estes se comuniquem com o GPS através de um módulo e, assim, executar o gerenciamen-to das secções de barra, sendo que quando a máquina entrar em uma área que já tenha sido pulverizada, o equipamento irá desligar a secção imediatamente, reduzindo o desperdício com a sobreaplicação, o que pode gerar uma economia da ordem de 5% a 15% no gasto com os defensivos.

O mesmo princípio utilizado para o con-trole das secções de pulverizadores pode ser aplicado também a uma plantadeira que, ao adentrar uma área onde o plantio já tenha sido efetuado, o sistema irá desligar cada secção da plantadeira evitando o desperdício de sementes e fertilizantes.

ANTENAS E SINAL DIFERENCIALO Matrix Pro é equipado em sua versão

standard com processador interno e receptor RXA-30, de alto desempenho, além do filtro Clear Path, que melhora ainda mais seu de-sempenho. Esta antena, além da constelação de satélites GPS (L1), pode trabalhar com a constelação de satélites Glonass, o que pos-sibilita captar sinal de um maior número de satélites, evitando perdas de sinal e aumentando a precisão do equipamento.

O Matrix Pro também tem a capacidade de receber sinal de um receptor externo e trabalhar com sinal DGPS Omnistar XP ou RTK.

Novos modos de guia foram incluídos na nova versão do Matrix Pro

Até oito câmeras podem ser instaladas para realizar o monitoramento em diversas partes da máquina O controle automático de seções da barra pode gerar uma economia de produto entre 10 e 15%

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Foto

s Te

ejet

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Cotton Blue 2826A Montana acaba de lançar a colhedora de algodão adensado Cotton Blue 2826 tipo

Stripper, que possui sistema de colheita diferente dos sistemas convencionais

Até poucos anos atrás no Brasil, o cultivo do algodão ultra-adensado não tinha possibilidade de extensão

por falta de colhedoras de tipo stripper. Visando atender a esta nova demanda de máquinas especializadas nesta configuração de colheita a Montana desenvolveu a Cotton Blue 2826, modelo Stripper, que é a segunda geração de colhedoras de algodão da Montana.

Em 2010 foram disponibilizados dois protótipos para serem testados no estado do Mato Grosso e a máquina teve aceitação entre os produtores por conta da capacidade produtiva do modelo Stripper. Por conta disso, unidades já foram comercializadas já nas pri-meiras semanas de vendas, antes mesmo do lançamento oficial que ocorrerá no Agrishow Ribeirão Preto 2011.

SISTEMA DE COLHEITA E UNIDADE PRÉ-LIMPEZAO sistema de colheita da Cotton Blue 2826

é composto por alguns componentes principais: plataforma de colheita, duto transportadores e unidade de pré-limpeza. Os componentes foram desenvolvidos para colher exclusiva-mente o algodão conduzido de forma específica “adensado” (espaçamento reduzido e número maior de plantas por área), o que lhe confere um porte menor em comparação com a condução convencional.

Acionada hidraulicamente a plataforma de colheita com seis metros de comprimento é constituída de um conjunto de itens que são responsáveis pela retirada do algodão da planta.

Os pentes têm construção resistente para suportar a condição extrema de trabalho e, ao mesmo tempo, são flexíveis para não serem

extraviados na condução dos caules das plantas e trabalham diretamente em conjunto com o rolo destroncador. O espaçamento entre eles deve ser suficiente para que o tronco da planta passe e ao ser puxado pelo destroncador retire a fibra do algodão do corpo da planta.

O rolo destroncador é responsável em con-junto com os pentes pela retirada do algodão da planta como anteriormente citado e está dividido em três partes iguais acopladas para facilitar os processos de limpeza e manutenções da plataforma de colheita.

MOLINETE E CARACOLApós a separação da fibra do algodão do

corpo da planta a condução para o caracol é feita pelo molinete, o mesmo é constituído de 36 “pás” que apresentação re-gulagem para se adequar às condições da produtividade e porte da planta. O caracol ou rosca sem-fim é responsável pela condução do algodão para a saída da plataforma de colheita até

a entrada do duto condutor à pré-limpeza.A unidade de colheita, através de dois sen-

sores copiadores, mantém automaticamente a distância ideal da plataforma até o chão, corrigindo o posicionamento da plataforma nas condições que o terreno apresenta para evitar perdas e ou danos no componente.

UNIDADE PRÉ-LIMPEZA Constituído por dois rolos de serrilhas e por

um de escovas com dimensão de dois metros de comprimento, o HL, como é conhecido po-pularmente, é o responsável por separar a fibra do algodão dos detritos como galhos, cascas de

Plataforma de colheita é diferente da convencional e possui seis metros de largura

A transmissão mecânica é composta por uma caixa de câmbio de duasvelocidades: a 1ª velocidade é destinada à colheita e a 2ª para transporte

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maçã e folhas, que posteriormente é conduzida por ar para o cesto armazenador, através de dutos de ar gerado por um conjunto de cinco ventiladores centrífugos.

O ventilador, responsável pela geração do fluxo de ar, é uma turbina montada com seu eixo na posição transversal e possui rotor de dupla aspiração de diâmetro 560mm. O sistema de ar é responsável pelo transporte do algodão desde a unidade de colheita até a unidade pré-limpeza. O ventilador é acionado por sistema de embreagem mecânica, completamente vedada, evitando assim o acúmulo de sujeira e detritos no interior do acoplamento e garantindo uma vida útil mais longa.

DUTOSOs dutos, dispostos no centro da máquina,

são metálicos e com dimensões consideráveis, garantindo uma maior eficiência da sucção e transporte do algodão até a unidade de pré-limpeza. O primeiro faz a condução do ar gerado no ventilador até um sistema de geração de vácuo (sistema Venturi). O segundo duto é responsável pela condução do algodão colhido na plataforma de colheita até a entrada da unidade de pré-limpeza. O terceiro duto está localizado na saída da unidade de pré-limpeza, responsável pela condução final do algodão após o processo de pré-limpeza direcionando para o cesto armazenador.

CHASSIO desenvolvimento do chassi foi basea-

do em dois critérios distintos: facilidade de manutenção e boa distribuição de pesos. Os componentes foram dispostos para facilitar manutenções básicas e diárias. O motor recebeu uma estrutura independente, o que facilita a sua retirada, caso necessário. O fundo do chassi é fechado com chapas de proteção, evitando o contato das plantas e resíduos vegetais com o compartimento central da máquina. As chapas são fixadas com grampos rápidos, de modo a facilitar sua retirada.

Pensando numa melhor distribuição de peso buscou-se concentrar 65% do peso sobre o eixo dianteiro e 35% do peso sobre

o eixo traseiro. Para isto, os componentes foram dispostos de forma a compensar esse efeito. O motor é transversal e próximo ao eixo traseiro, o cesto foi posicionado o mais para trás possível e o tanque diesel está na parte traseira, contribuindo para o equilíbrio de massas. O resultado disso é a estabilidade do equipamento em operação, principalmente nos regimes de frenagem e operação em ter-renos irregulares

MOTORO motor Cummins série C de 8,3 litros

turbinado intercoolado é transversal, loca-lizado entre os dois eixos e próximo ao eixo traseiro. Apresenta potência máxima de 280cv a 2.200rpm. A grande vantagem da utilização deste modelo de motor é fato de se manter o torque mesmo com a rotação de trabalho diminuída, possibilitando trabalhar com ro-tações entre 1.800rpm e 2.000rpm, aliado ao intercooler que aumenta a eficiência do motor reduzindo o consumo de combustível, com isso obteve-se nos testes uma economia de combustível na proporção de 20% a 25% em comparação às máquinas tradicionais Picker. Os radiadores ficam localizados em um com-partimento lateral, de fácil acesso. As bombas, filtros e tanques hidráulicos ficam localizados em compartimento do lado oposto, também de fácil acesso. O tanque de combustível tem capacidade de 680 litros.

SISTEMA HIDROSTÁTICO DE TRANSMISSÃOO sistema hidrostático da Cotton Blue

2826 é responsável por dois movimentos: deslocamento da colhedora e acionamento dos componentes de unidade de colheita e de unidade de pré-limpeza.

O sistema é composto por duas bombas hi-dráulicas montadas em tandem e dois motores hidráulicos Sauer Danfoss, ambos de pistões axiais. Um para acionamento da transmissão mecânica e outro para acionamento da plata-forma de colheita. É a única máquina no mer-cado que possui reservatório de óleo exclusivo para a hidrostática, o que impede a entrada de contaminantes provenientes de outros compo-nentes como cilindros hidráulicos, bombas de engrenagem etc.

A transmissão mecânica é composta por uma caixa de câmbio de duas velocidades. A velocidade é destinada à colheita (0-7,5km/h) e a 2ª para transporte (0-18km/h), com freios a disco integrados e dois redutores de roda, todos fabricados pela ZF do Brasil. Como cada bomba hidráulica é responsável pelo acionamento de um dos movimentos, os seus deslocamentos volumétricos são reduzidos, porém, com alta capacidade de transmissão de potência por serem independentes.

A Cotton Blue 2826 Stripper possui um sistema de ajuste de relação de velocidades en-tre transmissão e plataforma de colheita. Com isso, é possível fazer ajuste nas velocidades do

A condução do algodão da unidade pré-limpeza para o cesto armazenador é feita pelos ventiladores

Fotos Montana

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sistema de colheita de forma que possa ter um melhor rendimento em área de alta produtivi-dade sem que tenha que diminuir a velocidade do equipamento para uma colheita de qualida-de. Possibilitando colher com velocidades acima de 7,5km/h, respeitando sempre as condições de topografia do terreno e produtividade da lavoura.

SISTEMA INDUSTRIAL HIDRÁULICOO sistema hidráulico é do tipo centro aber-

to, composto por uma bomba dupla de engrena-gens acionada pela tomada de força do motor, blocos de válvulas tipo cartucho, cilindros e motores hidráulicos. O sistema é responsável pelo acionamento de direção, compactador, mo-vimentação do cesto, acionamento da turbina e cilindros de controle da plataforma de colheita. O reservatório de óleo é independente do óleo hidrostático e conta com um filtro de retorno com indicador de saturação.

RADIADORESO compartimento dos radiadores está loca-

lizado do lado direito da máquina, o radiador de arrefecimento e o intercooler estão colocados mais internamente ao suporte, e mais exter-namente encontram-se o radiador hidráulico da transmissão, industrial e o radiador do ar-condicionado.

Para maior facilidade de limpeza, os radia-dores estão sobre uma base escamoteável, pos-sibilitando acesso aos radiadores mais internos e melhorando a eficiência de troca de calor.

CABINEBaseada nos modelos dos pulverizado-

res autopropelidos Parruda da Montana, a cabine da Cotton Blue 2826 foi projetada para atender a três princípios: segurança, visibilidade e conforto. O espaço interno permite acomodar até duas pessoas con-fortavelmente. O banco do operador pro-porciona regulagens de inclinação e altura do assento, inclinação do encosto, uma suspensão mecânica, coluna de direção com regulagem de inclinação e altura do volante, possibilitando uma jornada de trabalho com total conforto ao operador. A cabine

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conta com uma grande área envidraçada, proporcionando ao operador total visão da operação. Os vidros curvos, tanto o dian-teiro quanto o traseiro, são laminados e os laterais, temperados. O acesso da cabine é bastante amplo, com abertura da porta de 90º em relação à lateral da cabine.

O conjunto de iluminação dianteiro da colhedora tem quatro faróis principais no teto da cabine e mais quatro faróis auxiliares na plataforma, proporcionando uma excelente visibilidade em operação noturna. O sistema ainda conta com dois faróis de iluminação do cesto, um farol de descarga e um farol de inspeção do compartimento do chassi. O sis-tema de ar-condicionado com termostato está localizado no teto da cabine e utiliza um filtro de ar externo de alta capacidade, além de um filtro de recirculação.

Os comandos de operação da Cotton Blue 2826 são elétricos e estão concentrados num painel de controle lateral, com exceção dos pedais de freio de serviço, estacionamento e da alavanca de marchas, os quais são acionamentos mecânicos e localizam-se no piso da cabine.

O painel de controle é fixado junto com o banco do operador, acompanhando os movi-mentos da suspensão do assento. Os indicado-res da Cotton Blue 2826 são totalmente digitais e exibidos em uma tela de cristal líquido, onde são encontradas todas as informações sobre motor diesel, plataforma de colheita, unidade

de pré-limpeza e turbina, além de um contador de distância e hectares colhidos.

O acionamento da plataforma de colheita é elétrico, através de um seletor de modos de operação. O acionamento do ventilador é manual, através de uma alavanca de estágios. O sistema conta também com um módulo de diagnóstico de todas as entradas e saídas dos módulos eletrônicos de forma muito simples.

CESTO ARMAZENADORO cesto de armazenagem possui capacidade

para 33m3 e é do tipo telescópico. Possui um exclusivo sistema de descarga controlada. No descarregamento, o cesto se desloca lateral-mente, fazendo com que o transbordo não necessite se aproximar muito da máquina e, com isso, evita batidas que podem danificar o equipamento. A altura de descarga está entre 2,50 metros a 4,10 metros. O cesto possui um exclusivo sistema de limpeza do algodão, composto por peneiras em toda a extensão da face superior do cesto. Esse sistema permite ganhar de um a dois tipos na classificação do algodão descaroçado e aumentar o intervalo de limpeza do cesto em aproximadamente duas vezes, em relação aos sistemas convencionais. O sistema de compactação de carga é dado por três compactadores do tipo rosca sem-fim. A máquina conta com espelhos de inspeção do cesto, que permitem ao operador visualizar o carregamento do cesto sem sair da cabine ou olhar para trás, comandando de forma manual os compactadores.

O projeto foi concebido de forma a eliminar mangueiras hidráulicas no interior do cesto, reduzindo o risco de rompimento do sistema hidráulico de descarga no caso de incêndio e consequente perda da máquina. O sistema elétrico da colhedora é equipado com botão de pânico para o caso de incêndio na carga de algodão, o qual desliga a turbina, pisca as luzes e descarrega o cesto, ficando a cargo do operador somente posicionar a máquina em local seguro, com a descarga a favor do vento e aguardar a chegada dos bombeiros.

O cesto de armazenagem tem capacidade para 33 metros cúbicos, com deslocamento lateral

Os radiadores estão localizados sobre uma base escamo-teável, possibilitando acesso aos radiadores mais internos

.M

Fotos Montana

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ha a uma umidade de cerca de 13%.O terreno apresentava-se com irregulari-

dades mais acentuadas em alguns locais, fator que somado aos maiores índices de declividade, característicos da região, poderia dificultar a operação de colheita, principalmente em co-lhedoras equipadas com plataformas de maior largura. Todavia, o que se percebeu foi uma excelente adaptabilidade ao terreno, com exce-lente velocidade de resposta por parte da nova plataforma Draper HiFlex da Valtra. Aliás, esse novo sistema, importado dos EUA, tem uma perspectiva de começar a ser fabricado no país em 2014, ou até mesmo antes dessa data, de-pendendo da demanda pelo produto. Até então, os tamanhos desse modelo de plataforma dispo-nibilizados no país são de 30 e 35 pés de corte, chegando a representar em torno de 20% a 30% a mais no custo de aquisição de uma colhedora, em relação a uma plataforma convencional. Todavia, conforme explica Rodrigo Brandalise, aos interessados em adquirir colhedoras novas da linha axial da marca, torna-se mais convenien-te optar pelas plataformas com esteiras, pois a mesma permite trabalhar toda a capa-cidade produtiva da

CApA

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Draper HiFlexTestamos a Draper HiFlex da Valtra, um novo conceito de plataformas para colher cereais, que substitui o caracol sem-fim por três esteiras de borracha, dando mais

leveza ao conjunto e tornando o fluxo do material colhido mais homogêneo e contínuo

Não chega a ser novidade o fato de que os grandes estados produtores de soja enfrentam problemas rela-

cionados ao escoamento de suas produções e à necessidade de se retirar os grãos do campo na menor janela de tempo possível, evitando assim prejuízos oriundos de condições climáticas adversas. O primeiro problema é bastante com-plexo, crônico e fundamentalmente baseado na ineficiência do principal sistema de logística adotado pelo país, o rodoviário. Todavia, o segundo problema abordado está intimamente ligado ao planejamento adotado pelo produtor e ao tamanho, eficiência e confiabilidade das máquinas que o mesmo venha a utilizar para colher sua safra.

Em relação ao fator máquina, nossa equipe teve uma excelente oportunidade de conhecer

um produto que vem se configurando como tendência em meio às novas tecnologias de colheita de grãos: a plataforma de corte Valtra Draper HiFlex série 500 FD. Dentre outras novidades, este modelo de plataforma substitui o tradicional sem-fim de alimentação (caracol) da plataforma de corte por esteiras de borracha flexíveis, que apanham o material colhido e o direcionam, a partir das extremidades, ao cen-tro da plataforma. Este mecanismo inovador permite uma alimentação constante do sistema de trilha e separação, o que confere maior qua-lidade ao processo, eliminando os sobressaltos característicos de uma alimentação desunifor-me pelo convencional caracol de alimentação e permite otimizar e melhorar o desempenho da colheitadeira.

CENÁRIO PARA A REALIZAÇÃO DO TESTE As belas lavouras de soja do município de

Passo Fundo (RS) foram o cenário escolhido para a realização de mais um test drive pela revista Cultivar Máquinas. As altas produti-vidades da região do Planalto Médio do Rio Grande do Sul criaram as condições propícias ao desenvolvimento dos trabalhos, os quais fo-ram conduzidos na Fazenda Veneza, de 290ha, de Iomar Pedro Razera. A produtividade da cultivar de soja BMX Ativa RR, implantada com 50cm de espaçamento entre linhas e 14 plantas por metro, aproximava-se das 65 sacas/

A plataforma Draper HiFlex série 500 FD, tinha 35 pés de largura e estava instalada em uma colhedora BC 7500

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Fotos Charles Echer

colheitadeira, diminuindo perdas e melhorando o desempenho operacional maquina e operador reduzindo custos ao proprietário.

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE COLHEITADo ponto de vista estrutural, a principal

diferença dessa nova tecnologia em relação ao convencional sistema de alimentação por sem-fim (caracol) é a presença de esteiras de borracha, como mencionado no início da ma-téria. Essa substituição promove uma redução do peso total do sistema e a eliminação de boa parte dos mecanismos de acionamento (polias, reduções e correias), amplamente presentes

no sistema com sem-fim de alimentação. Tam-bém acarreta em uma

substancial diminuição do nível de vibração e ruídos promovidos pelo funcionamento da plataforma de corte.

O recolhimento das plantas cortadas pela barra de corte é realizado por três esteiras, sendo duas laterais (transversais) e uma central (longitudinal). Cada seção lateral de esteira apresenta 1.041mm de largura, sendo acionada mecanicamente por eixo cardan e operando a uma velocidade constante de 150m/min no sentido transversal ao corpo da colhedora. Já a esteira central, que apresenta 1.232mm de largura, é acionada por um eixo cardan ligado a uma polia sincronizada, o que garante um suprimento contínuo de força ao sistema. Essa esteira opera no sentido longitudinal ao corpo da colhedora, com velocidade de 174m/min, e se destaca por apresentar uma caixa coletora de pedras e reversor ligado ao sistema do canal

alimentador da colhedora, minimizando os tempos de parada por embuchamen-tos e/ou danos por entradas de material estranho.

No centro da plataforma encontra-se o sem-fim central de alimentação, que opera a 200rpm, mede 1.176mm de largura e 533mm de diâmetro externo e é responsável pela coleta do material proveniente da esteira central, entregando-o ao canal alimentador de forma uniforme. Aliás, a uniformidade na entrega do material colhido é uma característica marcante nessa plataforma e que acarreta em outro gran-de benefício: maior qualidade e uniformidade

A principal diferença da nova tecnologia em relação às plataformas convencionais é a substituição do sistema de alimentação por sem-fim (caracol) por esteiras de borracha

Uma terceira esteira, com movimento longitudinal,leva o produto até o cilindro central

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Fotos Charles Echer

de trilha pelo sistema axial. Em campo, pode-se perceber que a trilha era realizada de forma su-ave, sem que fosse possível se perceber maiores variações no regime de rotação do motor, bas-tante comuns em sistemas menos uniformes de alimentação.

ADAPTAÇÃO AO TERRENODurante o procedimento de colheita nossa

equipe ficou impressionada pela capacidade de rápida adaptação do sistema às descon-formidades do terreno. Como já mencionado anteriormente, a área encontrava-se inserida na região do Planalto Médio, onde se tem como característica principal a presença de áreas mais planas (coxilhas) juntamente com áreas de relevo acidentado e/ou ondulado. Todavia, o sistema se mostrou bastante eficiente, mesmo em locais de dificuldade extrema de adaptação, visto que estamos nos referindo a uma platafor-ma de grande porte.

Além do sistema de flutuação lateral res-ponder de forma rápida, em parte pelo menor peso da unidade de corte, toda essa facilidade em se adaptar a essas adversidades deriva, ba-sicamente, de dois fatores: do ajuste do ângulo de inclinação da barra de corte e do controle automático da altura de corte. O primeiro se dá graças a um sistema próprio que realiza o ajuste da inclinação da barra de corte em uma angulação cuja amplitude pode chegar a até 10°,

permitindo o corte rente ao solo e facilitando o processo de colheita em diferentes culturas e/ou cultivares de características distintas (altura, inserção das primeiras vagens etc). Graças a esses recursos de ajuste também é possível proteger a barra de corte da entrada de materiais estranhos, facilitando a operação em terrenos pedregosos por exemplo. Já o controle automático da altura de corte é possível graças à presença de seis potenciômetros responsáveis pela caracterização da superfície do terreno, transferindo rapidamente a leitura de possíveis irregularidades presentes no local de atuação.

SISTEMA DE CORTE E RECOLHIMENTOA barra de corte possui um sistema de duplo

acionamento da caixa de navalhas, a qual opera a uma velocidade de 600rpm (1.200 ciclos por minuto) com um curso de 80mm. Por ser seccionada ao meio, cada um dos lados possui seu próprio eixo de acionamento, permitindo que a navalha trabalhe de forma sincronizada, minimizando a vibração inerente à atividade. Para facilitar o processo de sincronização, ambos os eixos possuem um indicador de tempo da navalha, os quais devem sempre apresentar a mesma leitura.

Quanto ao acionamento da caixa de nava-lhas, o mesmo é realizado graças a um sistema composto por uma caixa planetária para a

transmissão do movimento em substituição aos tradicionais sistemas de acionamento, que utilizam correias e polias. A empresa destaca que essa substituição acarreta em redução de possíveis perdas na transferência de movimen-to, principalmente decorrentes do patinamento de correias.

A possibilidade de ajuste da flexibilidade da barra de corte é outro ponto positivo desse sistema. Um total de 14 cilindros hidráulicos interligados em série com o acumulador dos braços independentes de flutuação, espaçados a cada 762mm, distribui-se ao longo da estrutura da plataforma. Esses cilindros são responsáveis pelo ajuste de sensibilidade da barra de corte, adaptando-a às diferentes condições de cultura e/ou terreno. A pressão hidráulica do sistema va-ria entre zero e 3.000 PSI, sendo recomendadas pressões que situem-se entre 700 e 1.200 PSI. Assim, menores pressões são indicadas para condições que requeiram maior flexibilidade (até 200 mm), como é o caso da cultura da soja, por exemplo, assim como para terrenos mais firmes, sendo indicadas maiores pressões para terrenos mais macios e/ou culturas que requei-ram maior rigidez do sistema (arroz e trigo, por exemplo). Deve-se destacar que o controle da pressão hidráulica é realizado diretamente da cabine de operação, de onde também é possível visualizar numericamente os valores de pressão

A plataforma possui ajuste do ângulo de inclinação da barra que varia em até dez graus

14 cilindros hidráulicos interligados em série com o acumulador dos braços independentes de flutuação, espaçados a cada 762mm, são responsáveis pelo ajuste de flexibilidade da plataforma

Seis potenciômetros são responsáveis pela caracterização da superfície do terreno, transferindo rapidamente a leitura de possíveis irregularidades presentes no local de atuação, mantendo a altura de corte sempre uniforme

Alavanca de engate múltiplo single point, conecta todas as funções elétricas e hidráulicas do sistema

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Monitor apresenta principais informações sobre o funcionamento da máquina e dados da colheita

em um manômetro instalado externamente, na parte superior da plataforma.

No que se refere ao sistema de recolhimento do material colhido, essa plataforma possui um molinete de peça única, composto de seis barras e com tubo central de 300mm de diâmetro. Quanto ao sistema de acionamento hidráulico, o mesmo encontra-se integrado ao sistema hi-dráulico da própria colhedora. O fluxo de óleo variável proporciona a utilização de velocidades do molinete entre zero e 57rpm, adaptando-se automaticamente em relação à velocidade de avanço da colhedora.

OPERACIONALIDADE E MANUTENÇÃOAlém dos pontos positivos mencionados ao

decorrer da abordagem, nos chamou a atenção a facilidade de acesso à maior parte das regulagens de atuação da plataforma, diretamente a partir da cabine de operação. Em maquinas equipadas com o terminal de Agricultura de precisão, que o operador visualiza os principais dados de operação da plataforma, como, por exemplo, o ajuste da pressão hidráulica dos pistões que controlam a flexibilidade da barra de corte. Para colhedoras não equipadas com este terminal, é possível utilizar um adaptador com as funções de controle da pressão e da flutuação a partir da cabine, além do controle de altura do molinete, já presente na alavanca principal de comandos. Nesses casos, a verificação da pressão dos pistões que controlam a flexibilidade da barra de corte se dá de forma visual, no manômetro instalado sobre a estrutura da plataforma.

A facilidade de manutenção, devido à redução dos componentes presentes nessa plataforma, é outro ponto bastante marcante no modelo. A nova Draper HiFlex também mantém características simples, já presentes na

linha de plataformas da Valtra, como o prático engate múltiplo single point, onde uma única alavanca de conexão comporta todas as funções elétricas e hidráulicas do sistema. A empresa também menciona que a utilização dessas pla-taformas é voltada exclusivamente às máquinas da linha, uma vez que essa plataforma utiliza o sistema hidráulico da própria colhedora para realizar suas funções básicas, como já mencio-nado anteriormente.

IMPRESSÕES FINAISAo final da avaliação, pôde-se criar um

conceito bastante positivo desse novo sistema, o qual permite a utilização de maiores velocidades de deslocamento do conjunto, além de pro-mover a alimentação constante, fundamental para a manutenção da maior produtividade dos sistemas de trilha axial. Em alguns momentos as velocidades de deslocamento superaram a faixa dos 5,5km/h para uma maquina equipada com 35 pés, sem incrementos nas perdas de grãos oriundas da plataforma de corte. A minimi-

zação das perdas por deiscência de vagens foi outro fator que nos chamou a atenção, o que em parte se deve à redução do atrito causado pelos sistemas convencionais que utilizam o sem-fim de alimentação. O relato do operador Sidinei Lângaro, o qual se mostrou bastante impressionado com o alto rendimento do sistema, também pesou na consolidação desse conceito por parte da nossa equipe. Assim, a impressão final que marcou essa matéria não pôde ser outra a não ser a de que o mercado desse produto é bastante promissor, e se respal-da no aumento da qualidade e produtividade da atividade de colheita, fator que justifica um maior investimento, o qual obviamente retorna ao produtor após certo tempo de uso. E nessa relação entre o produtor e o mercado de máquinas agrícolas, o lucro de um sempre estará associado ao sucesso do outro.

Durante a avaliação, foi possível perceber que a plataforma possibilita a colheita em velocidades maiores e o fluxo do produto é constante, o que elimina a sobrecarga no sistema de trilha

O test drive foi realizado na fazenda de Iomar Pedro Razera, proprietário da Concessionária Razera Agrícola Ltda, localizada em Passo Fundo, Rio Grande do Sul

Gustavo Heller Nietiedt eJosé Fernando Schlosser,UFSMWalter Boller,UPF

.M

Fotos Charles Echer

Manômetro instalado sobre a plataformapode ser visualizado da cabine

tEStE No NortE gAúCho

Nossa equipe contou com apoio do coordenador Comercial da Valtra

no Rio Grande do Sul, Rodrigo Brandalise; do coordenador de Peças e Serviços da empresa Razera Agrícola Ltda, Daiallan Vincensi, além do proprietário da empresa e da área onde foram realizadas as avaliações, Iomar Pedro Razera, o qual se mostrava bastante empolgado com a recente aqui-sição dessa nova ferramenta de trabalho. A empresa Razera Agrícola Ltda, uma das

principais responsáveis pela viabilização deste test drive, tem sede na cidade de Passo Fundo, onde iniciou suas atividades no ano de 1983, operando atualmente com mais três filiais dentro do Estado, alocadas em Cruz Alta, Ijuí e Casca. A parceria com a Valtra teve início no ano de 2001, incrementando a política de expansão da empresa, a qual apresenta uma área total de abrangência de 75 municípios na região norte do estado do Rio Grande do Sul.

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AgrICulturA dE prECISão

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A aplicação em taxa variável é ante-cedida por uma série de etapas que devem ser observadas cuidadosa-

mente. Cada etapa seguinte depende funda-mentalmente dos dados obtidos ou processados na etapa anterior, o que exige atenção em todas as fases, desde a amostragem do solo até a apli-cação dos insumos em taxa variável.

AMOSTRAGEM DO SOLOSão inúmeras variáveis existentes de infor-

mação para a geração de um mapa de prescrição em taxa variável, porém, o que mais se tem usado em escala comercial é a utilização de amostragem de solo, dividida em grades.

Na amostragem em grades uma área maior é tratada como parcelas menores divididas nor-malmente em áreas que variam de acordo com a recomendação do consultor ou profissional local. Inicialmente pensava-se que para se ter dados confiáveis era necessário ter grades de 0,5 hectare. Com o passar dos anos entende-se que o ideal nem sempre é o mais econômico, e hoje existem grades de até dez hectares, como, por exemplo, na região dos Cerrados, onde as extensas áreas oneram a prática de utilização de grades de um hectare.

Apesar de que trabalhos de pesquisas su-

portam a utilização de tamanhos menores para a amostragem de solo, caso não seja possível a adoção dessa prática, é importante que a amostragem seja bem representativa da grade. Para isso se faz necessário coletar pelo menos 15 subamostras dentro de uma grade para obter-se uma amostra composta.

Para a execução do trabalho com qualidade e confiabilidade é necessário que se tenha um coletor de dados com precisão adequada, de forma a não deslocar muito o ponto amostral no momento da aplicação a taxa variada, além de um software de coleta que facilite a navega-ção, a integridade dos dados e a transferência para o escritório de forma confiável a fim de se ter uma radiografia verdadeira de como está a fertilidade do solo.

Um dos pontos importantes também na amostragem de solo é o uso de coletores de dados mais robustos, que não atrapalham a produtividade do trabalho.

GERAÇÃO DO MAPA DE PRESCRIÇÃODe posse dos dados georreferenciados de

amostragem de solo e do resultado da análise de solo, é necessário que se tenha um software de escritório que una as duas informações, ou seja, de fertilidade do solo com o resultado da

Passos precisosPara que os resultados da aplicação a taxa variável sejam satisfatórios, é importante

seguir todas as etapas, além de utilizar os equipamentos certos e bem calibrados

Coletor de dados preciso é um requisito para não deslocar demasiadamente o ponto amostral

Fotos Geo Agri

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análise para efetivamente gerar um mapa de prescrição.

Assim sendo, em áreas como o Paraná, que é possível ter até três culturas em uma mesma área em um período de um ano agrícola, seria possível determinar essas regiões de produtivi-dade iguais em um período de um a dois anos, aumentando assim os benefícios de se ter essa valiosa informação da sua área produtiva.

Vale comentar também que para a geração de mapas de prescrição os dados de monitor de produtividade são uma potente ferramenta para determinar, além das áreas de igual potencial de produtividade, maior precisão na recomen-dação de fertilizantes baseado na extração de nutrientes do solo.

Uma vez criados os mapas de prescrição é necessário que se tenham os equipamentos de taxa variável para executar todo o planejamento feito anteriormente.

APLICAÇÃO A TAXA VARIÁVELPara a aplicação a taxa variável é importante

que se tenha um equipamento que seja preciso em vários aspectos:

Calibração do produto – Para cada tipo de produto é necessário que se faça a sua ca-libração na máquina e o sistema deve ser fácil o suficiente para permitir o entendimento do pessoal de campo, além de garantir a confiabi-lidade dos dados.

Precisão do GPS – Como estamos falan-do de precisão é necessário que se tenha um equipamento com precisão compatível com

a operação. Precisão na operação – É importante que

o sistema de taxa variável facilite a orientação da máquina por parte do operador e para isso é necessário que o display na máquina tenha luzes indicativas e brilhantes até mesmo contra

a luz do sol, para evitar sobreposição e falhas no momento da aplicação.

Auxilio de câmeras – Constantemente ocorrem imperfeições na aplicação devido a pedras ou objetos que obstruam a saída de produto de dentro da caçamba dos aplicadores a lanço, portanto, é primordial o monitoramento da esteira na saída da comporta traseira para certificar que não existem objetos impedindo a saída de produto, afetando toda a dosagem da aplicação e comprometendo o resultado do trabalho.

É muito importante observar os aspectos de precisão na aplicação citados acima, caso contrário, todo o esforço gasto para fazer uma agricultura de precisão será desperdiçado.

TAXA VARIÁVEL NO PLANTIOSabemos que, dependendo do tipo de

solo e sua fertilidade, faz-se necessário a aplicação de fertilizantes fosforados o mais próximo da semente, já que esse tipo de nutriente se move pouco e a aplicação a lanço faria com que uma quantidade limi-tada de fósforo atingisse o sistema radicular da planta, diminuindo a produtividade da cultura. Por isso, cada vez mais a prática de taxa variável de semente e adubo no plantio é uma realidade no mercado, especialmente para solos mais argilosos, onde a disponibi-lidade desse nutriente é mais limitada pela sua adsorção no solo.

Detalhe do monitor com mapa de aplicação. A calibração correta dos equipamentos é fundamental para obter uma aplicação eficaz

Rodrigo Tamani,Geo Agri Tecnologia Agrícola

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Fotos Geo Agri

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fIChA téCNICA

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Wintex 1000O coletor automático de solo Wintex 1000, da Base Agricultura de Precisão, tem acoplamento universal

e capacidade para coletar 32 amostras com 12 subamostras por hora de trabalho

A Base – Precisão na Agricultura, em-presa especializada em tecnologias para a agricultura, prestadora de

serviços a empresas e produtores rurais, ampliou sua linha de produtos trazendo para o mercado

brasileiro o coletor automático de solo – Wintex 1000. No final do ano de 2010 a Base fechou acordo com a empresa Dinamarquesa Wintex Agro e passou a ser representante oficial desta no Brasil e, como fruto desta parceria, lança

no mercado nacional um conceito novo em coleta automatizada de solo para Agricultura de Precisão.

A coleta mecanizada de solos em grade regular (grid) já está consolidada no Brasil dada a sua importância na agricultura moderna que busca a cada safra reduções de custo e aumento da produtividade.

O Wintex 1000 é um equipamento robusto e que atende na plenitude as necessidades do mercado nacional, pois apresenta alto desempe-nho do campo garantindo agilidade na coleta de solo e elevada qualidade por trabalhar como tra-do calador com acionamento eletro-hidráulico que garante a profundidade exata planeja.

O Wintex 1000 tem suporte universal, que pode ser montado em diversos veículos, sendo mais comum e usual em quadriciclos de diferentes potências. Para quadriciclos acima de 500 cilindradas o sistema hidráulico pode ser acoplado no motor, já para modelos de menor potência é necessário um motor a combustão para acionar o sistema hidráulico. O sistema hidráulico utilizado necessita de 7,5L/min a pressão de 80 bar. O Sistema elétrico atua em 12 wolts e necessita de uma bateria com capa-cidade de apenas 14 Amph e uma capacidade de carregamento de 250 Watt.

CARACTERÍSTICASO Wintex 1000 faz amostragem homogê-

nea de solo na profundidade de até 30cm. A profundidade pode ser regulada infinitamente nessa distância. O solo é coletado com um trado garantindo amostras homogêneas na profundi-dade selecionada. Se a amostra é retirada com trado de rosca sempre será retirado mais mate-rial na camada superior que nas camadas mais profundas, já com o exclusivo sistema de coleta por trado calador giratório a coleta do Wintes 1000 é homogênea no perfil, não ocorrendo segregação de camadas de solo.

O Wintex 1000 tem suporte universal e pode ser montado em outros veículos além dos tradicionais quadriciclos

Painel indicativo de coletas permite acompanhar comprecisão quantas subamostras foram realizadas no ponto

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Para quadriciclos acima de 500 cilindradas o sistema hidráulico pode ser acoplado no motor do próprio veículo

prINCIpAIS CArACtErÍStICAS

• Equipamento com suporte universal possível de ser instalado em todos os modelos de utilitários agrícolas

• Fácil instalação e operação• Acionamento por sistema eletro-

hidráulico que garante robustez e mínima manutenção

• Exclusivo sistema de contagem de amostra

• Profundidade de coleta de até 30cm com infinitas regulagens neste intervalo

• Trados de diferentes diâmetros, garantindo a qualidade de amostragens independentemente da textura e da umi-dade do solo

• Ótima velocidade de trabalho, ga-rantido grande rendimento operacional por jornada, mantendo a qualidade de amostragem do início ao final do dia

• Exclusivo sistema de seleção de rotação do trado, garantindo ótimo desem-penho em todos os tipos de solo

• O solo é coletado com um trado calador que garante amostras homogêneas na profundidade selecionada

Outro ponto forte do Wintex 1000 que o diferencia no mercado de amostradores de solo, é a amostragem homogênea também em dife-rentes tipos de solo inclusive em solo revolvido recentemente. Apenas 12 a 14 subamostras são necessárias para obter em torno de 400 gramas de solo, que é a quantidade ideal para enviar aos laboratórios de análise. As amostras de solo são automaticamente acomodadas em uma caixa ou saco, impedindo assim que haja contaminação entre amostras, ficando prontas para serem enviadas ao laboratório garantindo um rápido e confiável trabalho no campo.

O Wintex 1000 tem a capacidade de coletar 32 amostras com 12 subamostras por hora de trabalho, e toda a atividade é realizada com o operador sentado na posição de dirigir. A operação com o Wintex 1000 traz diferenciais que contribuem no dia a dia do operador no campo. Sua operação é bastante simplificada, pois todo o conjunto é comandado de cima do quadriciclo através de um botão acionado com a mão no volante. Atendendo as normas de segu-rança o sistema possui ainda dois acionamentos paralelos, sendo um ligado ao freio, exigindo que o veículo esteja freado, e o outro, um pedal de pé que permite a parada rápida no caso de algum incidente. Outro diferencial do Wintex 1000 é o painel indicativo de coletas realizadas que permite ao operador acompanhar com

precisão, por exemplo, quantas subamostras realizou no ponto.

A Base – Precisão na Agricultura possui também em seu portfólio o HGIS (software especializado para coleta de amostras de solo georrefenciadas a campo em Agricultura de Precisão), Laboratório de Análises Química e Física de Solo (Laboratório com Certificação A na Rolas – Rede Brasil Sul de Laboratórios) e Análise de Tecido Vegetal (Laboratório com Certificação do IAC), além dos serviços e asses-soria a empresas de máquinas e implementos agrícolas e dos serviços de assessoria em Agri-cultura de Precisão a produtores rurais.

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Água negativaAvaliação mostra que teor de umidade no adubo interfere na eficiência da

distribuição em semeadoras-adubadoras no plantio de milho

Mas

sey

Ferg

uson

A importância da distribuição das sementes é tão grande para al-gumas culturas ditas sensíveis à

população de plantas por unidade de área, que as máquinas que realizam a semeadura destas culturas são chamadas de semeado-ras de precisão. Neste tipo de máquinas, destaca-se a importância dos mecanismos dosadores de sementes, pois são os res-ponsáveis pela precisão da máquina. Esses mecanismos têm por função individualizar as sementes contidas no reservatório, sem danificá-las, e distribuí-las uniformemente de acordo com a necessidade específica de cada cultura.

Com relação à velocidade de deslo-camento, a ideal é aquela em que o sulco abre e fecha com mínima remoção de solo e está associada à capacidade da semeadora em distribuir as sementes nas quantidades desejadas e na capacidade da máquina em manter a regularidade de distribuição longitudinal das sementes, evitando ao máximo a ocorrência de “grãos duplos” e de “falhas”. Segundo a ABNT, considera-se “duplo” quando a distância entre sementes é menor que 0,5 vez o espaçamento nominal; “falhas” quando a distância entre sementes é maior que 1,5 vez o espaçamento nominal e, “aceitáveis” quando os espaçamentos es-

tiverem entre 0,5 a 1,5 vez o espaçamento nominal.

Existem várias opções de dosadores de fertilizante no mercado brasileiro. Os fertilizantes podem formar “pelotas ou empedrar”. Assim, os dosadores devem ser robustos e com capacidade de desestruturar estas formações. Em algumas máquinas, há uma peneira de malha grossa na parte superior do depósito para evitar que caia adubo “empedrado” ou com outros corpos estranhos.

Umas das alternativas de regulagens da dosagem de fertilizante é a mudança de relação de transmissão, com a troca de en-grenagens e a troca de rosca com diferentes passos (sem-fim com passo de ¾”; 1”; 1 ½” e 2”). Com os menores passos ocorrem menores oscilações na dosagem de fertili-zante quando a semeadora é submetida a inclinações longitudinais

As semeadoras-adubadoras geralmente possuem tabelas para as dosagens de fertili-zantes em função das engrenagens utilizadas. Entretanto, em função das características físicas dos fertilizantes (higroscopicidade, resistência ao esfarelamento, granulome-tria) e de fatores ambientais, estas tabelas são apenas indicativas, necessitando-se de

uma regulagem mais aprimorada inclusive a cada troca de formulação do fertilizante. Considerar também que fertilizantes em pó apresentam maior dificuldade de distri-buição por terem baixa escoabilidade, que resultam na formação de espaços vazios no reservatório, não havendo alimentação ade-quada do mecanismo de distribuição.

No entanto, outras variáveis como a distribuição de fertilizantes com diferentes teores de água (umidades) ainda carecem de informações concretas em condições de campo, tendo em vista recorrentes questio-namentos de produtores quanto à influência ou não desta variável durante a semeadura. Alcarde et al (1992) afirma que fertilizantes úmidos ou os que tendem a absorver a água do ar são problemáticos, pois apresentam uma série de inconvenientes: dificuldade de manuseio e de “escoamento” (fluidez), tendência ao empedramento e diminuição no teor de nutrientes.

Com o objetivo de estudar alguns pa-râmetros indicadores de desempenho da operação da semeadura direta do milho sob diferentes condições operacionais em solo argiloso com vegetação espontânea, uma equipe do Instituto Federal de Edu-cação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro, Campus Uberlândia, foi a campo

SEMEAdorAS

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Tabela 1 - Distribuição de sementesVelocidades

V1V2

MédiasCV

Duplo (%)19,05A11,90A15,48

109,01

Aceitável (%)67,87A78,57A73,2131,27

Falha (%)13,10ª9,52ª11,31108,91

Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey

Distribuição longitudinal de sementes

Tabela 2 - Variâncias das distribuições de fertilizante da semaeadora-adubadora

ComparaçõesSem adição e (2) Adição de 0,6%

Sem adição e (3) Adição de 1,25%

Variâncias976,86 e

(2) 6453,64976,86 e

(2) 6238,79

Valor da estatística F0,023 *

0,026 *

*Variâncias diferentes entre si pelo teste de F a 5% de probabilidade

Tabela 3 - Variância de distribuição do fertilizante em uma volta da roda da semeadora-adubadora (5,43m)

Comparações(1) Sem adição e

(2) Adição de 0,6%Sem adição e (3) Adição de 1,25%Sem adição e (4)Adição de 2,5%

Variâncias - g 2(1) 15,82 e(2) 33,82

(1) 15,82 e (3) 339,2915,82 e (4)

171,60

Valor da estatística F0,2731 ns

0,1916 ns

0,0015**

ns não há diferenças entre as Variâncias pelo teste de F a 5 %; ** Variâncias diferentes entre si pelo teste de F a 1% de probabilidade.

para testar o desempenho da operação de semeadura direta do milho em diferentes velocidades de avanço e teores de umidade dos fertilizantes.

As velocidades foram de 4,5 e 6,1km/h obtidas nas marchas terceira reduzida e primeira simples. Os teores de água foram: condição natural do fertilizante (sem adição de água), adição de 0,6% de água com base

no peso do fertilizante e adição de 1,25% de água. A avaliação da distribuição longi-tudinal quanto a espaçamentos aceitáveis, falhas ou sementes duplas foi efetuada de acordo com as normas da ABNT, citadas por Kurachi et al (1989).

Os fatores estudados foram: velocidade de avanço (V1 e V2) e teor de água no fertili-zante (U1, U2, U3), distribuídos em quatro blocos, oito parcelas e 24 subparcelas. Os dados foram submetidos à análise de variân-cia e ao teste de Tukey para comparação de médias, e teste de comparação das variâncias pelo teste de F, ambos os testes foram avalia-dos ao nível de 5% de probabilidade.

RESULTADOS ENCONTRADOS A avaliação da distribuição longitudinal

das sementes de milho quanto a espaça-mentos duplos, aceitáveis e falhas não apresentou diferenças para as velocidades de deslocamento (Tabela 1). Estes resultados divergem dos obtidos por Fey et al (2000), Silva et al, 2000, Silva et al, 2008, onde o aumento da velocidade de deslocamento reduziu a uniformidade de semeadura do milho e causou um aumento de duplos e falhos. A falta de semelhanças entre os resultados de distribuição de sementes com os da literatura está relacionada com o elevado coeficiente de variação obtido, o qual deve estar associado com a dificuldade dos elementos rompedores de semente da semeadora hidráulica em penetrar no solo, influenciando assim a distribuição. De acor-do com Torino & Klingensteiner (1983), a semeadora apresenta desempenho ótimo se a distribuição de sementes fica entre 90% e 100% dos espaçamentos aceitáveis, bom desempenho de 75% a 90%, regular de 50% a 75%, e insatisfatório abaixo de 50%. Desta forma, a semeadora-adubadora

utilizada apresentou desempenho regular na velocidade de operação V1, e desempenho bom na V2. Considerando-se a média das velocidades de 73,21%, o desempenho da máquina é regular para a uniformidade dos espaçamentos entre sementes.

A distribuição média do fertilizante obtida no campo durante os dez metros de deslocamento da semeadora-adubadora foi de 152,20 gramas, valor 22,36% inferior aos 196 gramas, que deviam ser distribuídos neste percurso em função da regulagem de fertilizante adotada. Esta condição deve ter ocorrido em virtude da pequena quantidade de fertilizante adicionado nas caixas da semeadora-adubadora, em torno de 1/8 do volume total, condição que proporcionou uma alimentação do condutor helicoidal de forma ineficaz. Outra possibilidade deve-se ao fato de a regulagem ter sido feita em condição estática, não sendo conferida no campo, comportamento parecido a este foi obtido por Casão Júnior et al (2000).

A distribuição média de fertilizante ob-tida no galpão durante uma volta da roda de acionamento do distribuidor de fertilizante foi de 98,10g, quando se esperava 106,43g, ou seja, 7,83% inferior à regulagem adota-da. Como a quantidade de fertilizante na caixa era a mesma da condição de campo, isso reforça a hipótese que a maior variação no campo deve estar associada à falta de aferição da regulagem na área experimental, causando um maior erro quando comparado com a etapa do galpão.

Os comportamentos da redução nas distribuições de fertilizantes tanto no campo como no galpão ocorreram para todas as situações, independente da adição ou não de água no fertilizante.

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Carlos Alberto Alves de OliveiraLeomar Paulo de LimaInst. Federal do Triângulo Mineiro

John Deere

A distribuição longitudinal de fertilizan-tes foi afetada para todos os níveis de adição de água na etapa de campo. Estes resultados foram obtidos pelos testes das variâncias en-tre o nível sem adição de água em comparação com os níveis adição de 0,6%, e adição de 1,25% de água ao fertilizante (Tabela 2).

A etapa do experimento realizado no galpão apresentou diferenças apenas entre as variâncias

entre os níveis sem adição de água e o maior nível de adição de água (2,5%) ao fertilizante, conforme é apresentado pela Tabela 3.

CONCLUSÕESA distribuição das sementes de milho

quanto a espaçamentos duplos, aceitáveis e falhas apresentou o mesmo comporta-mento para as diferentes velocidades de

O teste mostrou que a alteração na velocidade não influenciou na distribuição das sementes

deslocamento. O desempenho da seme-adora-adubadora foi considerado regular quanto à uniformidade de distribuição de sementes. A diferença da distribuição no campo deve estar relacionada com a falta de conferência da regulagem da máquina na área experimental, e o baixo carregamento das caixas da semeadora-adubadora com fertilizante. Os níveis de adição de água ao fertilizante afetaram negativamente a distribuição em condi-ções de campo. .M

Fankhauser

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trAtorES

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Proporcionar aumento da largura entre eixos para que alcance de 2,8m a 3m, semelhante aos

equipamentos de transbordo, e dessa forma facilitar as operações com o trator em cana-de-açúcar. Essa é a principal característica dos alongadores produzidos pela Marini, empresa gaúcha, situada no município de Passo Fundo, que também produz e comercializa aros, discos, roda-dos duplos e pneus.

As vantagens de se utilizar alongadores de eixo para o cultivo da cana se explicam pelo fato de o trator aderir a uma largura maior, o que impede que amasse a soca,

Largura maximizada

a linha de rebrota da cana-de-açúcar, aumentando a produtividade, e também uma melhora no raio de giro do trator, pois o grande vão livre e o esterçamento dão à máquina uma condição de manobra superior.

Segundo o fabricante, na cultura da cana o produto pode proporcionar aumen-to de 20% na produtividade. O número de linhas cultivadas por vez passa de dois para três. Outro benefício se refere ao Cano Verificador do óleo da tração utilizado pela marca, que permite a troca de óleo sem a necessidade de desinstalar o produto.

A aplicação de alongadores não se restringe apenasa máquinas que atuam em lavouras canavieiras

A empresa desenvolve os alongadores de eixo de acordo com as necessidades das usinas, com opções para todas as marcas e modelos de tratores. Atualmente, os mais utilizados são para “linha pesada”, como BH 180/185 e JD 7515/7715. Porém, há alongadores com saída para tratores MF e da linha CNH também.

Os Alongadores de Eixo são produ-zidos com material especial, altamente resistente. As peças que compõem o produto são tanto em ferro (em uma composição especial) quanto em aço de alta resistência – o que traz custo mais elevado, mas muita qualidade agregada. O emprego dos alongadores não se restringe somente às lavouras canavieiras. O uso é adequado à necessidade do trator ser alongado, independentemente da cultura. O produto possui patente deferida junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

A manutenção, na maioria dos casos, se restringe ao reaperto de parafusos e tuchos que acompanham alongadores. Em alguns modelos, no entanto, é recomenda-da a troca de rolamentos da tração.

Os alongadores são produzidos com material altamente resistente e compostos de ferro ou aço

Alongadores de eixo da Marini facilitam operações e manobras com tratores em culturas como a cana-de-açúcar, que exige maior vão livre

Alongadores de eixo da Marini facilitam operações e manobras com tratores em culturas como a cana-de-açúcar, que exige maior vão livre

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CArACtErÍStICAS

- Aumento da qualidade do produto colhido.- Níveis de quebra, trinca e impurezas próximos de 0%.- Redução no custo de manutenção da colhedora.- Balanceamento eletrônico, o que evita vibrações.- Possibilidade de ajustes contínuos de rotação.- Utilização mais eficiente da potência do motor, reduzindo o consumo de com-bustível.- Retirada do cilindro original.- Prolonga a vida útil da colhedora.- Baixo custo de investimento e matéria prima de primeira linha.- Peças de reposição em estoque.- Sistema exclusivo e patenteado, com tec-nologia nacional e produzido no Brasil.- Sistema já colhe há mais de dois anos inúmeras culturas em diversos estados brasileiros.- Garantia de fábrica e assistência técnica em todo o Território Nacional.- Comprimento: 3,820mm- Largura: 1.300mm.- Diâmetro do rotor: 700mm.- Rotação mínima: 250rpm.- Rotação máxima: 850rpm.- Peso total: 1.742kg.

fIChA téCNICA

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Delta FlexO Rotor Delta Flex possibilita transformar colhedoras com sistema de trilha convencional de cilindro e saca-

palhas em colhedoras axiais

A Deltamaq trouxe ao mercado agrí-cola sua segunda geração de rotores, um equipamento para modificação

do sistema de trilha da semente nas colhedoras convencionais de cilindro e saca-palhas. Com o surgimento desse novo rotor Deltamaq, atualmente a empresa possui dois modelos de rotores que permitem que praticamente qualquer máquina colhedora não axial possa ser transformada em uma.

O equipamento é um rotor longitudinal denominado Rotor Delta Flex, que oportuni-za a que todos os proprietários de colhedoras convencionais as transformem em máquinas com sistema de trilha de semente de última geração. Ele pode ser montado em colhedoras a partir de 1.300mm de largura, substituindo o cilindro original da máquina, e realizando todo o processo de trilha e separação do grão, com o máximo de eficiência e eficácia.

Os resultados da colheita se mostram que com o aumento da área de trilha e se-paração e com o aumento da suavidade no trato da semente, o produto atinge níveis de quebra e sujeira quase próximos de 0%. O desempenho foi testado em inúmeras situações de colheita, mostrou aumento na qualidade do grão e a utilização da potência do motor da máquina foi de forma mais homogênea, reduzindo consideravelmente o esforço e o consumo de óleo.

O Rotor Delta Flex mantém as linhas originais da máquina porque o chassi do rotor é apenas parafusado nas colunas internas da colhedora. Além disso, como sua montagem ocorre dentro da fábrica da Deltamaq, a instalação é feita por profissio-

nais treinados, com maquinários de última geração e seguindo rigoroso controle de qualidade da empresa.

O SISTEMA DELTA FLEXO Rotor Delta Flex é acionado pela própria

polia variadora do cilindro, transferindo a tração por meio de uma caixa redutora a um cardã que por sua vez aciona a parte traseira do eixo do rotor por meio de corrente ASA 80 banhada em óleo, munido ainda de catraca de alívio apta a proteger todo o sistema de acionamento. Ele é balanceado eletronicamente, impedindo assim a vibração e evitando danos à estrutura da máquina.

As sapatas de trilha e separação são remo-víveis, proporcionando uma fácil manutenção. Essas sapatas, por estarem dispostas em direção helicoidal, permitem um grande fluxo de palha sem acarretar qualquer problema mecânico ao equipamento.

O transporte inicial do produto é feito por uma rosca de duas hélices mon-

tadas no cone de transição no início do rotor, que proporciona um fluxo suave e constante da trilha e separação. A trilha ocorre nas gengivas e estão dispostas em helicoide, formando quatro fileiras de cinco gengivas. Ao todo são 20 elementos que passam pelos três côncavos de barras universais com 180° de envolvimento, os quais são regulados conforme a cultura, resultando numa excelente qualidade do grão.

A separação final dos grãos ainda presos à palha cabe aos 20 batedores que, depois de fazerem a palha passar pelas quatro grelhas autolimpantes, conduzem o processo final de separação e debulha, restando sementes sem danos, com alto nível de limpeza e perdas próximas de zero.

Por fim, a saída da palha é feita por quatro aletas direcionadoras, que trans-ferem a palha da colheita para o picador ou espalhador, auxiliando na finalização da colheita com uma cobertura homo-gênea da palha sobre o solo. O Rotor Delta Flex é um produto patenteado pela Deltamaq. .M

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fIChA téCNICA

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Sol TT 32 34A Semeadora Sol TT 32 34 da Semeato tem 34 linhas

com espaçamento de 45cm, com possibilidade de distribuição de sementes através de discos alveolados

ou sistema pneumático Vacuum System e utiliza os mesmos rodados para transporte da máquina e para a

operação de plantio

A Semeato está lançando uma semeadora de grãos graúdos, indicada para propriedades que

realizam a adubação antecipada. A plan-tadeira Sol TT é uma máquina específica para sementes – máquina Seed - que foi desenvolvida para proporcionar maior efici-ência na operação de semeadura, que busca aliar qualidade de plantio e produtividade (rendimento) operacional, no plantio direto de grãos graúdos.

A Sol TT é uma máquina autotranspor-tável com 34 linhas espaçadas a 45cm. A máquina perfeita para realizar o plantio em tempo hábil, dentro da janela recomendada para a realização do mesmo, fator decisivo para atingir maiores produtividades. Ela tem linhas de semeadura pantográficas montadas em um chassi com três módulos flexíveis que oferece plenas condições para a realização da semeadura mesmo em terrenos irregulares.

A distribuição das sementes realizada através do sistema de discos alveolados ou sistema pneumático Vacuum System possibilita individualizar as sementes com precisão para que as mesmas sejam dis-tribuídas de forma equidistante. O disco de corte de 20”, independentemente da linha de semente, foi projetado para obter melhores resultados no corte das diferentes

palhadas resultantes do sistema de rotação de culturas adotados na propriedade. A transmissão eletro-hidráulica facilita ao operador a calibração da quantidade de sementes. O monitoramento das linhas é a segurança do operador para evitar problemas na plantabilidade da lavoura.

Mesmo sendo uma máquina de grande porte, a manobrabilidade e a agilidade são características marcantes da Sol TT. O des-locamento da máquina é realizado de forma longitudinal, com largura de transporte de apenas cinco metros, facilitando o desloca-mento por estradas e rodovias.

CHASSI E CABEÇALHOO chassi da Sol TT é formado por três

módulos flexíveis que apresentam uma ar-ticulação de 15 graus entre si. Desta forma, mesmo se tratando de uma máquina de grande porte, o plantio em áreas irregulares é facilitado.

Por se tratar de uma máquina autotrans-portável, a Sol TT possui dois cabeçalhos: um cabeçalho para operação e um cabeçalho para transporte. Ambos são articuláveis e sempre permanecem fixados na máquina, independentes da operação que está sendo realizada.

Durante a operação de plantio, com o cabeçalho de trabalho acoplado ao trator,

a distância entre o trator e a máquina é de apenas 3,65m, o que facilita a realização das manobras. Os cabeçalhos apresentam regulagem de altura da ponteira através de fuso regulador para facilitar o acoplamento da máquina ao trator.

RODADOA máquina apresenta oito rodados,

montados com pneus de baixa pressão e alta flutuação para diminuir os efeitos da compactação do solo e gerar maior estabili-dade do equipamento tanto na operação de plantio como na operação de transporte.

Os rodados são pantográficos com giro livre. Apresentam sistema de posicionamen-to através de trava para se adaptar à operação que será realizada: plantio ou transporte.

Detalhe de duas formas de montagem da roda de profundidade (acima) e visão geral da linha

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Oito rodados, montados com pneus de baixa pressão e alta flutuação,são utilizados na operação de plantio e também na função de transporte

Fotos Semeato

Na operação de plantio, os rodados dianteiros permanecem livres e os traseiros fixos. Isto, aliado a pequena distância entre o trator e a máquina, facilita as operações de manobras na lavoura e faz com que a máquina já entre no próximo alinhamento. Os mesmos rodados utilizados para o plantio são usados para o transporte da mesma.

DISCO DE CORTEPara o corte da palha e abertura do sulco

a máquina está equipada com disco de corte de 20”. Os discos de corte estão posicio-nados de forma independente da linha da semente. Estão fixados no tubo dianteiro da máquina enquanto que as linhas de semente estão fixadas no tubo traseiro da máquina.

Os discos são montados de forma de-sencontrada – linha curta e linha longa – e apresentam giro livre e regulagem de altura. O sistema de regulagem da pressão de corte destes discos é facilitado, uma vez que a mola que transfere a pressão aos mesmos é frontal, de fácil acesso.

LINHA DA SEMENTEAs linhas de semente são do tipo pan-

tográfico, que copia as irregularidades do terreno garantindo melhor uniformidade na profundidade de colocação das sementes.

As linhas são desencontradas para facilitar o escoamento de palha e terra, diminuindo a probabilidade da ocorrência de embucha-mentos. Trabalha sob a ação de duas molas que possuem regulagem de pressão, realiza-da de forma fácil e prática. A transmissão ao distribuidor de sementes é realizada através de eixos e corrente. Uma única corrente que permanece totalmente protegida através de

uma carenagem para evitar a aderência de terra e palha. A corrente está montada em dois pontos fixos da linha e, portanto, não sofre oscilações com o movimento da linha. Possui ainda uma união flexível, montada em um eixo sextavado, para absorver im-pactos durante a movimentação da linha. As linhas pantográficas apresentam uma articulação de 40cm.

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Fotos Semeato

Discos de corte do sulcador são de 20 polegadas

O sulcador da semente é formado por discos duplos defasados de 15” x 15.1/2” com limpadores internos autoajustáveis. A mancalização dos discos é realizada através de um rolamento único em cada disco, com dupla carreira de esferas de contato angular, com lubrificação permanente.

LIMITADORES DE PROFUNDIDADEO sistema limitador de profundidade

é formado por duas rodas limitadoras com banda de borracha flexível, independentes. A regulagem da determinação da profundi-dade de semeadura é realizada através de um manípulo de maneira fácil e rápida. Eles apresentam ainda regulagens de ângulo de trabalho, e de posicionamento em relação ao sulcador de semente, e podem ser posi-cionados junto ao sulcador da semente ou ligeiramente atrás do sulcador.

COMPACTADORESO sistema de fechamento do sulco e

compactação é formado por duas rodas com banda de borracha, montadas em forma de “V”. Os compactadores apresentam regu-lagens de pressão de compactação realizada através de alavanca e regulagem de ângulo de trabalho realizada através de manípulo, não sendo necessária a utilização de chaves

para efetuar estas regulagens.

RESERVATÓRIO DE SEMENTESO reservatório de sementes é do tipo

central, confeccionado em polietileno ro-tomoldado que confere maior durabilidade e resistência, com capacidade de aproxima-damente 4.000kg de sementes. As sementes são conduzidas por gravidade, através de condutores telescópicos, desde o reserva-tório central até as “pipoqueiras” que estão localizadas sobre as linhas de semeadura.

A distribuição das sementes pode ser realizada através do tradicional sistema de discos alveolados ou através do sistema pneumático Vacuum System, formado por distribuidores confeccionados em alumínio injetado e duas turbinas acionadas através de motores hidráulicos.

SISTEMA DE TRANSMISSÃOA transmissão é realizada através de

um sistema eletro-hidráulico, formado por válvulas eletrônicas e por três motores hidráulicos que são controlados por um con-trolador eletrônico Turbotronic instalado no trator. Com este sistema o operador tem o total controle da distribuição de sementes da máquina, podendo variar a densidade de distribuição das mesmas com um simples toque na tela.

Além desta função, o Turbotronic também monitora o fluxo de sementes nas linhas, monitora a RPM de duas turbinas, monitora a RPM do eixo das sementes, informa área total e parcial trabalhada e a velocidade de trabalho.

SISTEMA DE TRANSPORTEA Sol TT é uma máquina autotrans-

portável. Os mesmos rodados que são utilizados na operação de plantio, também são utilizados para o transporte da máquina. Em posição de transporte, a máquina apre-senta uma largura de apenas cinco metros, facilitando o deslocamento da máquina em estradas e rodovias.

Detalhe de uma linha de plantio, montada numa máquinacom sistema de distribuição de sementes pneumático

Transmissão eletro-hidráulica possibilita calibração da quantidade de sementes

Pino possibilita travar o rodado ou deixá-lo atuando de forma livre

Detalhe da turbina hidráulica em modelos com distribuição pneumática

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Cabeçalho utilizado para o transporte da máquina fica recolhido na lateral, quando ela está realizando o plantio

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EvENtoS

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Faturamento duplicado

Volume de negócios na Expodireto 2011 supera em 92,14% a edição anterior e o número de lançamentos feitos pelas

empresas surpreendeu os visitantes do evento

Cotrijal

A 12ª edição da Expodireto, rea-lizada em março, no município de Não-Me-Toque, no noroeste

do Rio Grande do Sul, voltou a bater re-cordes. O volume de negócios alcançou R$ 984,3 milhões contra R$ 512,3 milhões contabilizados em 2010, o que representa crescimento de 92,14% em relação ao ano anterior.

Em 2011 o número de visitantes foi de 161,1 mil pessoas, 4,4% inferior em relação à edição passada. Mas o público

menor não foi suficiente para ofuscar o desempenho da feira. O evento registrou 330 expositores, 819 coletivos e 28,3 mil automóveis. “A Expodireto cresceu bastan-te. Aqui nós tivemos grandes lideranças políticas na Abertura Oficial; a estrutura do Parque atendeu a todas as necessidades dos visitantes e dos expositores; o volume de negócios superou a edição de 2010 em 92,14%, e a satisfação do público, mostrada através de pesquisa no Parque, ficou em invejáveis 95%”, comemorou o

presidente da Cotrijal, Nei César Mânica. Os lançamentos do setor de máquinas e implementos agrícolas voltaram a chamar a atenção do público.

VALTRAA Valtra levou para a Expodireto o pré-

lançamento do Pulverizador BS 3020H. Na linha de colheitadeiras, a marca mostrou a nova plataforma de corte Draper HiFlex Série 500, acoplada a uma colheitadeira BC7500. Já a Plantadeira Hitech 1508M foi apresentada durante o plantio demons-trativo de soja. O implemento foi acoplado a um trator BT 210, com transmissão HiSix com PowerShift, que possui 24 velocidades à frente e 24 à ré.

A Valtra destacou o Pulverizador BS 3020H, primeiro autopropelido da empresa no Brasil

A John Deere expôs a linha de tratores financiáveis pelo programaMais Alimentos, com destaque para os novos modelos 5075E e 5078E

Faturamento duplicado

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JOHN DEEREA colheitadeira 9470 STS foi uma das

opções da John Deere durante a feira. A empresa também mostrou sua linha de tratores financiáveis pelo programa Mais Alimentos, com destaque para os novos modelos 5075E e 5078E, respec-tivamente de 75cv e 78cv. Em tratores com potência maior a marca levou para o evento os modelos 6180J, da série 6J, com motor de 180cv, e 7185J, com motor de 185cv. A plantadeira 1100, projetada para as condições da região Sul, a enfar-dadora cilíndrica 568, a segadora condi-

cionadora 630 e a forrageira de arrasto 3955 também foram apresentadas. No segmento de Agricultura de Precisão, o novo receptor StarFire 3000, o Console Raven SCS 660M, o sensor de linha Guia Inteligente para a Colheita de Milho (AutoTrac™RowSense) combinado com o Piloto Automático Integrado nas co-lheitadeiras STS e plataformas de milho 600C, além do monitor GreenStar™3 2630, foram os destaques. O estande da John Deere apresentou ainda os utilitá-rios gators XUV 850D e TH e os tratores de jardim LA 135 e LA 175.

MONTANAUm dos lançamentos da Montana foi

o pulverizador autopropelido Boxer, proje-tado para trabalhar em pequenas e médias propriedades. O motor de 115cv e o tanque de calda para dois mil litros são específicos para uso agrícola, o que acarreta em meno-res índices de consumo de diesel e maior durabilidade.

A máquina tem bons rendimentos em terrenos ondulados, por possuir um siste-ma de diferencial autoblocante, sistema de amortecimento pneumático ativo e baixo peso (5,2 mil quilos), o que proporciona

Pulverizador autopropelido MF 9030, com motorização de 200cv, foi apresentado aos produtores gaúchos

Com 25 metros de barra, o Boxer da Montana foi projetadopara trabalhar em pequenas e médias propriedades

Fotos Cultivar

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grande mobilidade e estabilidade em diversos tipos de terrenos. O Boxer tem transmissão 4x2 mecânica com cinco velocidades à frente e uma à ré. O autopropelido é equipado com uma barra autoestável de 21 metros, com comando de barras eletro-hidráulico, através do qual o operador, dentro da cabine, faz o acionamento de abertura e fechamento de barras pela caixa de comando.

NEW HOLLANDA New Holland destacou a linha de

colheitadeiras TC 5070 e 5090, financiá-veis pelo programa Mais Alimentos, além dos modelos CR9060, equipados com dois rotores e CS 660 Super Flow. A linha de tratores TL Exitus foi mostrada com a versão cabinada.

CAsEA Case trouxe seus primeiros lança-

mentos de 2011, como a colheitadeira Axial-Flow 7120, e dois modelos da linha de tratores Farmal de 80cv e 95cv, na versão ca-binada. A marca mostrou, ainda, um sistema completo para a agricultura de precisão que pode ser instalado em tratores, pulverizado-res, plantadeiras e colheitadeiras.

SCANIA A Scania, fabricante de caminhões e

ônibus para transporte pesado e de moto-

res industriais e marítimos, apresentou na Expodireto os caminhões R 380 4x2, R 470 4x2 e o G 420 6x4. Foi destaque na feira o modelo R 470 4X2, indicado principalmente para o transporte de líquidos e cargas fracio-nadas e paletizadas com tanque, baú e sider. Possui motor de 12 litros e 470 cavalos de potência.

JACTOA Jacto apresentou na Expodireto 2011

o Uniport 2500 Star – Model Year 2011. O principal diferencial é a introdução de dupla velocidade como item de série, o que garante o melhor escalonamento de mar-chas, visto que as diversas situações do solo passam a ser atendidas pela otimização da velocidade conseguida pela combinação das dez marchas à frente e duas à ré. A novidade também propicia a economia de combustí-vel, já que com o melhor desempenho da tração do equipamento e desenvolvimento de velocidades adequadas para as mais di-versas condições de uso e solo, o consumo de combustível é menor, com a possibilidade de atingir a marca de até 8,5 litros por hora.

Outra vantagem que a máquina apre-senta é o maior rendimento operacional com qualidade de aplicação superior, tendo em vista que o escalonamento de marcha possibilita trabalhar com tração adequada para transpor relevos e solos pesados que

exijam maior capacidade de tração. Como resultado, há menor variação de velocidade, o que proporciona o aumento da qualidade de aplicação e maior rendimento opera-cional.

BUSHNa feira, a Bush lançou o nivelador

automático de barra de pulverizador, BRA 5000. O produto mantém a altura do bico de pulverização ideal para uma melhor co-bertura, possui a vida útil maior do sistema de barra e possibilita maior velocidade de trabalho e melhor eficiência do produto aplicado.

JUMILO lançamento da Jumil na Expodireto

2011 foi a colhedora de Milho JM800. O produto foi desenvolvido para colheita de milho em espigas com umidade de no má-ximo 35%, ideal para produção de milho para rolão, nutrição de equinos e ovinos e mistura da silagem como complemento alimentar animal. Também, a máquina é ideal para colheita de espigas em campos experimentais e para debulha manual ou em debulhadores preparados, o que facilita a pesquisa genética e experimentos de de-senvolvimento de sementes.

A colhedora apresenta como principais diferenciais, a facilidade de acoplamento,

A Scania destacou o caminhão R 470 4X2, indicado principalmente para o transporte de líquidos e cargas fracionadas e paletizadas, com 470cv de potência

Uniport 2500 Star - Model Year 2011, da Jacto, com sistema de dupla velocidade de série

A New Holland destacou a linha de colheitadeiras TC 5070e 5090, financiáveis pelo programa Mais Alimentos

A Case IH destacou a colheitadeira Axial-Flow 7120, um dos primeiros lançamentos de 2011

Fotos Cultivar

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operação e manutenção, a necessidade de um único operador e um rendimento maior na colheita de milho em espigas. Ainda, a máquina tem baixo custo operacional e redução de custos e tempo em relação à colheita manual, facilidade de trabalho em terrenos irregulares e possibilita o uso do trator para outras atividades na lavoura.

MIACDesenvolvida para colher duas linhas de

milho, sem quebra, sem danos mecânicos e limpos, a Miac lançou a colhedora FLZ Múl-tipla. A plataforma de corte tem 2,2m de largura para colheita de soja e feijão, sendo acionada mecanicamente e com a mudança da boca, a máquina recolhe também feijão.

A transmissão é feita com eixo cardã AEMCO, com embreagem de disco, que protege a caixa de transmissão de solavancos ocasionados por algum material estranho na boca ou no sistema de trilha. A bica de ensaque no tanque graneleiro aumenta a versatilidade da FZL Múltipla e o engre-namento da caixa de transmissão com o sem-fim de descarga é feito hidraulicamente com a mesma alavanca de abertura do tubo de descarga.

A colhedora é engatada numa estrutura

fixada no trator, o que permite uma oscila-ção vertical em relação ao trator e facilita a movimentação do conjunto em áreas irregulares e com terraço, sem transferir esforço ao trator.

A FZL com plataforma colhedora de feijão não necessita de mão de obra para abastecer a máquina, recolhe uma leira de até seis linhas de feijão e tem transmissão mecânica acionada por TDP de 540rpm. Com plataforma recolhedora de milho, a máquina colhe e trilha duas linhas de milho

e a altura de corte é regulável através de controle remoto.

INCOMAGRIO lançamento da Incomagri na Expo-

direto 2011 foi o misturador de ração MIN – 300/500/1000 P, que tem como aplicação misturar produtos secos, como sorgo, milho triturado e farelos de soja, no preparo da ração para o trato diário de animais, e pro-porciona maior durabilidade no manuseio de produtos corrosivos, como sais minerais

A Busch lançou o nivelador automático de barra de pulverizador, BRA 5000

A Jumil apresentou a colhedora de milho JM800, que pode colher o produto em espigas

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Misturador de ração MIN - 300/500/1000 P, da Incomagri, tem como aplicação misturar produtos secos, como sorgo, milho triturado e farelos de soja

A Stara apresentou a plantadora Absoluta, com capacidade de aproximadamente 3,8 mil quilos de sementes

A Metalfor apresentou o pulverizador autopropelido Futura 2200, equipado com motor Cummins, seis cilindros de 120cv

e outros. O misturador tem corpo em polietileno,

eixo apoiado sobre rolamento blindado, polias, base para motor elétrico, plataforma de carga e descarga, moega de alimentação e contraeixo quando acionado por motores diesel ou gasolina. A durabilidade da máqui-na permite utilizá-la em setores industriais, comerciais e para armazenar a própria mistura de fácil preparação, com tempo de operação de 15 minutos.

MASSEY FERGUSONUm dos lançamentos da Massey Fer-

guson na feira foi o MF 9030, primeiro pulverizador autopropelido produzido no Brasil pela empresa.

O pulverizador tem motor AGCO Sisu Power 620DS, tem 200cv, sendo econômico em consumo de combustível e é B100, ou seja, pode utilizar 100% Biodiesel. A trans-missão é do tipo hidro com três velocidades, com duas bombas hidráulicas e motores individuais de roda. A tração é 4x4 cruzada, na qual o dianteiro esquerdo traciona com o traseiro direito e o dianteiro direito com o traseiro esquerdo, o que possibilita um bom desempenho em terreno macio, úmido e em

casos de ondulação do terreno onde a aderên-cia costuma diminuir em uma das rodas.

Em tratores a Massey Ferguson destacou as linhas MF 4200 e 7000 Dyna-6. Os mo-delos 4292, 4297 e 4299 vêm equipados com novo motor AGCO Sisu Power. Em colheita-deiras a MF 9790 ATR, a MF 9690 ATR, a MF 9790 ATR e a MF32 foram apresentadas. A plataforma Draper DynaFlex, plataformas de milho Série MF 3000, Plaina Frontal MF 1100, monitor de sementes PM 400 e o piloto automático System 150 também tiveram espaço no estande da empresa.

sTARAA Stara apresentou a plantadora Abso-

luta, com capacidade de aproximadamente 3,8 mil quilos de sementes, o que permite o cultivo de aproximadamente 80ha de soja entre abastecimentos. A Absoluta é compos-ta por três seções de chassi e faz com que tenha uma copiagem maior dos desníveis do solo nas suas 35 linhas de 45cm. A abertura e o fechamento da máquina são feitos por um acionamento eletro-hidráulico, a partir do controlador Flex na cabine do trator. Os rodados dos chassis externos auxiliam no transporte da máquina e diminuem o peso

sobre o trator. Ela vem equipada com o con-trolador Topper 4500 e dosador distribuidor de sementes pneumático. A transmissão das linhas pode ser através de cardã, com o sistema de fusível nas caixas de transmissão, para evitar algum dano no sistema em caso de travamento, ou através de corrente.

METALFOROs visitantes da feira puderam conferir

no estande da Metalfor o pulverizador au-topropelido Futura 2200. A máquina vem equipada com um motor Cummins, seis cilindros de 120cv refrigerado a água. A transmissão é 4x2 por meio de correntes nas rodas traseiras. O conjunto de transmissões se compõe por uma caixa Eaton de cinco velocidades na frente e uma na ré e um diferencial da mesma marca com reduzida pneumática.

O chassi, o eixo e o suporte de pulve-rização são integralmente construídos em tubos de aço. A bomba de pulverização é centrífuga acionada por eletroímã e a va-zão é de 250 litros/minuto. A capacidade do depósito de produto é de 2,2 mil litros, construído em PFRV, dotado de sistema quebra de ondas interno. .M

A Miac lançou a LZ Múltipla, com plataforma de milho e de feijão, com largura de corte de 2,2 metros

Fotos Cultivar

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